A Ascensão do Dragão Prateado - Capítulo 0
「 Em uma sala de aula, uma garota de cabelos negros amarrados em um rabo de cavalo, de figura perfeita. Que sem dúvidas teria diversos admiradores, estava atualmente disputando um jovem com outra garota.
— Solta passarinho! Seiji já prometeu treinar esgrima comigo! — Ela gritou, enquanto puxava o braço esquerdo do jovem.
— Solta você maníaca da espada, não deveria estar treinando com sua sombra? E é Srta. Rosenfeld pra você! — Gritou outra jovem, de cabelos vermelhos e olhos brilhantes verdes. Similarmente puxando o braço direito do jovem.
— O que Silver tem a ver com isso!? E Seiji prometeu me ensinar muito tempo atrás. — A jovem retorquiu com uma voz cheia de raiva.
— Podem desgrudar as duas, Seiji tem um encontro comigo hoje — Outra garota falou, impedindo que esta discussão continuasse.
Ela tinha cabelos verdes escuros e olhos verdes claros. A garota enrolou os braços no pescoço do jovem, abraçando-o pelas costas.
— Solta ele sua vixen! — Ambas gritaram ao mesmo tempo.
— Meninas, eu não… — O jovem estava prestes a dizer algo, mas foi interrompido quando a porta se abriu e seu professor entrou.
— Todos em seus lugares. Sr. Crawford, será que poderia me ajudar com isso?
Enquanto todos se apressavam para seus lugares, o professor chamou um de seus alunos enquanto apontava para o quadro negro.
— Claro — Quem respondeu foi um jovem, de cabelos e olhos negros, com suas feições afiadas em um rosto frio.
levantando-se, Crawford foi em direção ao quadro negro.
Não era a primeira vez que o professor pedia isso a ele. Como sua caligrafia era acima da média, seu professor usualmente o chamava para escrever no quadro.
No caminho, deu uma breve olhada em sua amiga de infância Fumiko Mari. Uma garota de cabelos e olhos negros pela qual ele se apaixonou desde os 8 anos de idade.
Mas que nunca olhou para ele e só tinha duas coisas na cabeça: Seu treinamento de esgrima e sua recente paixão Yoshiaki Seiji.
Um jovem de cabelos loiros e olhos azuis, o qual ao seu ver não tinha mérito algum além de seu espírito raro.
Chegando ao quadro, ele começou a escrever o que o professor ditava, embora o assunto anterior ainda não tenha saído de sua cabeça.
‘Não entendo o que ela viu nele… Ele vive se envolvendo com outras garotas e nem é tão forte assim mesmo com seu espírito contratado. Mesmo assim, ela não desiste dele… Por mim tudo bem, estou bem só estando ao seu lado mas, se ele machucá-la eu vou… Oh errei’
— Sr. Crawford! Você errou aquela frase, por favor preste mais atenção — O professor apontou seu erro, que inesperadamente era uma frase completa.
— Ok… — Crawford respondeu calmamente enquanto corrigia o erro. 」
— “Estou bem só estando ao seu lado”, mais que pura merda! — O jovem gritou.
Não era a primeira nem a segunda vez que ele lia isto. Mas não importa quantas vezes lia, não podia deixar de se irritar com esse personagem.
— Ei! Olha isso aqui. — Ele apontou o celular para outro jovem, que ignorando todos seus ferimentos, se levantou para ler.
— Pura merda! Argh. — Terminando de ler não pôde deixar de gritar, o que fez seus ferimentos doerem ainda mais.
— Bom! Agora levantem, estamos saindo. E nem tente correr se não vai ser pior — Um sorriso de apreciação passou pelo rosto do jovem. Antes que fosse substituído por uma expressão feroz.
Um grupo de 20 jovens começou a se levantar relutantemente do chão. Em cada um deles, poderiam ser vistos diversos ferimentos de vários graus diferentes. O mais leve tinha alguns dentes faltando, junto a um olho roxo.
Saindo do lugar onde estavam, onde por conveniência era uma área de construção abandonada. O grupo seguiu apoiando-se uns nos outros para conseguirem andar ‘normalmente’.
Logo, encontraram uma criança que tinha um de seus olhos inchados com o rosto também machucado. Suas roupas estavam completamente sujas, com algum sangue as manchando.
Alguém tinha batido nele e não foi pouco.
— O que estão esperando?! Se desculpem! — O jovem falou com raiva, vendo que eles só tinham uma expressão estúpida no rosto.
— Nós imploramos seu perdão! — Todos gritaram ao mesmo tempo, se curvando para a criança. Que assustada com o ato, começou a tremer.
— Suficiente! Não estão vendo que vocês estão assustando ele? — O jovem falou, fazendo o grupo amaldiçoá-lo silenciosamente.
‘Não foi você quem nos mandou fazer isso? Cuzão!’
— Quanto vocês tem na carteira? — O jovem perguntou.
— Eu? — Um dos integrantes do grupo perguntou apontando para si.
— Todos vocês. — O jovem respondeu, gesticulando para que eles entregassem.
O grupo rapidamente se organizou e entregou tudo o que tinham dentro da carteira.
— Só? — O jovem deu a eles um olhar cheio de desprezo. Haviam 20 pessoas ali, que basicamente roubavam outros por diversão. No entanto, o dinheiro que deram não passava de 100 reais, isso era simplesmente deplorável.
A expressão que ele mostrou fez o grupo mostrar rostos irritados. Enquanto o jovem ignorou isso, virando-se para a criança.
— Aqui pirralho — Ele disse entregando o dinheiro a criança.
— Obrigado grande irmão! — A criança deu a ele um sorriso, com alguns dentes faltando.
— Certo certo, agora vai pra casa antes da sua mãe começar a se preocupar — Ele falou, fazendo a criança sair dali animada. E então, ele se virou novamente para o grupo.
— É melhor eu não ver vocês por aqui de novo se não… — Ele nem precisou terminar a frase, antes do grupo acenar rapidamente com a cabeça.
— Bom. — Ele estava prestes a sair, quando uma luz forte brilhou forçando a fechar os olhos.