A Ascensão do Dragão Prateado - Capítulo 11
[Pdv Mahina Yuki]
Desde jovem eu fui subestimada.
Fraca desde o nascimento, eu não tive escolha além de me submeter às decisões tomadas pela minha família, já que, de acordo com eles, eu não tinha força o suficiente para fazê-lo.
A única pessoa a qual era gentil comigo era Argent minha prima, que nunca me deixou sozinha, não importa quantas vezes eles disseram para ela fazer.
Por alguns anos, eu treinei escondida para provar a eles que eu podia me tornar forte sem precisar de nenhum deles, muito menos do seu nome de clã.
Isso só fez com que a condição do meu corpo piorasse, o que causou a muita preocupação de Argent enquanto mais escrutínio vindo da minha ‘família’.
Anos se passaram e meu corpo se tornou ainda mais frágil, me deixando em um estado penoso de ter que usar uma cadeira de rodas para me mover pela casa.
Mais um dia, um ‘acidente’ aconteceu.
Um dos que eram contra que eu continuasse na família fez com que um acidente acontecesse, me mandando diretamente para uma [Ruína] onde ele acreditou que eu encontraria minha morte.
Mas ele estava errado. O que ele fez só me ajudou, e ele se arrependeria de ter feito tão coisa.
O tempo em que eu passei na [Ruína], eu não vou mentir, foi um inferno.
Quer dizer, um literal um inferno. A [Ruína] era cercada em chamas escaldantes, mas era completamente vazia… nenhum demônio, cães infernais… nada.
Um vazio silencioso com chamas escaldantes que poderia fazer qualquer pessoa sã enlouquecer.
Eu não sei exatamente quanto tempo eu passei lá, algumas coisas se tornaram um borrão, mas eu sei que, em algum momento, outro ser apareceu.
Quando eu acordei no momento seguinte, eu dei de cara com um demônio. Aparentemente ‘ele’ era uma mulher, e se apresentou como Mayumi um demônio vermelho.
Muito tempo se passou e eu me tornei acostumada com a presença dela ao meu lado. Ela foi minha única forma de me impedir de enlouquecer naquele lugar.
Ambas compartilhamos nossas histórias que acabaram por ser bastante semelhantes. Ela também foi traída pelo seu próprio clã no [Mundo espiritual], que armaram uma emboscada ‘garantindo’ a morte dela… o que obviamente não funcionou.
Um dia ela me ofereceu um contrato, para que eu pudesse me vingar, ela disse para que eu me tornasse seu [Contratante], o que eu prontamente aceitei.
[Clame meu nome]
— Hora da vingança, Mayumi.
E foi assim que o meu tempo naquele inferno terminou.
Quando eu voltei, meu corpo já não era frágil, e com meu contrato recente eu ganhei controle sobre o sangue como meu elemento.
Meu primeiro ato após a saída, foi me vingar do meu ‘parente querido’ que me mandou para aquele inferno. Durante minha vingança, eu descobri que não era só ele quem armou para mim.
Como isso terminou?
Bem, vamos dizer que eu dei a casa de cada um deles uma nova pintura com bastante vermelho.
Em algum momento, eles começaram a me chamar de Bruxa sangrenta… não me entenda errado, eu realmente gostei do apelido, bastante amedrontador de fato.
Eu entrei em uma escola militar, a [Academia Shoutai], onde eu comecei a desenvolver minha habilidades ainda mais.
Minha prima, Argent, teve um filho. Ela me mandava diariamente diversas fotos dele, uma criança fofa de olhos azuis brilhantes e cabelos curtos e negros, o que alegrou meu dia.
Um dia, ela me chamou dizendo que seu filho tinha se tornado um [Contratante] e queria que eu o treinasse.
Chegando lá, eu me encontrei com um garoto, com cabelos curtos e prateados e olhos dourados, completamente diferente das fotos anteriores.
— Muito prazer em conhecê-la srta. Meu nome é Silver Crawford, qual seria o seu?
Após um tapa da minha prima, ele se apresentou formalmente, o que fez ele parecer fofo tentando parecer sério nessa idade.
Com um leve sorriso eu respondi.
— O prazer é todo meu pequeno Silv, eu sou Mahina Yuki, embora, eu acredite que seu sobrenome se encaixe mais em mim —
Não era mentira, Crawford, ou corvo sangrento se encaixa muito mais em mim do que nele.
Enfim, vamos treinar.
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[Pdv Fenris]
Eu morri.
Sério, eu morri salvando meu estúpido irmão mais novo que virou as costas para um inimigo no campo de batalha.
Sigh… eu deveria ter ensinado ele melhor… ao menos ele ainda está vivo certo?
Enfim, onde diabos eu estou? Olhando ao redor, tudo que eu posso ver é vazio…
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Muito tempo depois, eu pude voltar a ver, mas eu não estava em um hospital nem nada do tipo, eu estava numa fodendo floresta!
Sério, como eu vim parar aqui?
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Alguns meses depois, eu finalmente descobri o que eu sou, e, a resposta é…
Um dragão! Mais precisamente um prateado, eu não vi outros como eu então eu devo ser único ou algo assim.
Eu encontrei com alguns monstros por aqui e eu tenho que dizer, eles são fracos.
Tipo, muuuuuito fracos. Ou talvez eu seja forte demais.
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Algumas centenas de anos se passaram e eu cresci.
Eu descobri que estou em um lugar chamado [Mundo espiritual], onde todos os habitantes convivem em paz e harmonia…
Nah, a gente se mata muito por aqui.
Eu realmente sou único, um dragão prateado com as raras [Chamas da purificação], o que me fez mais raro ainda.
Meu nome agora é Fenris, durante esses anos esse nome subitamente apareceu na minha mente, como se tivesse sido gravado na minha alma.
Eu também sou bastante temido por aqui. Outro dia eu espanquei um cão sarnento que se chamava Fenrir.
No meu mundo anterior, esse era o nome de um lobo bem foda, mas aqui ele era só um fraco e plagiador de nome.
Sobre minha vida passada, eu tenho todas minha memórias relacionadas ao meu irmãozinho estúpido… eu meio que sinto saudade dele…
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Mais anos se passaram e outro grande evento aconteceu.
Eles chamaram de [Outbreak], nós não sabemos exatamente o que aconteceu, mas foi realmente ruim.
Todos fomos ejetados para outro mundo, onde ficamos presos em nossas formas espirituais.
A coisa do [Contrato] também foi marcada na minha alma, durante os anos que eu passei por aqui.
Um dia, um garoto apareceu por aqui, e eu resolvi tornar ele meu sucessor. Mas antes, eu fiz um pequeno teste com algumas perguntas, que, na minha opinião, ele respondeu quase que excepcionalmente.
O garoto me lembrava muito meu irmãozinho, a semelhança era tanta, que eu inconscientemente apelidei ele de sucessor estúpido.
O garoto de alguma forma tinha até mesmo o senso de humor dele…
Bem, eu dei meu coração para ele… literalmente falando.
Ele foi a única coisa que eu consegui manter, depois de entrar nessa forma espiritual.
Enfim, depois de comer meu coração, o garoto se tornou um quase dragão, com sua aparência se tornando mais agradável aos meus olhos. Depois de uma breve lição, eu tornei ele meu [Contratante].
[Clame por meu nome]
Eu disse.
— Vamos caçar, Fenris.
Quando ele disse isso, eu vi sua aparência se sobrepor à do meu estúpido irmão mais novo, o que fez com que eu sorrisse enquanto minhas lágrimas caiam.
[Se cuide, meu irmãozinho estúpido e viva sua vida feliz]
Com isso meu mundo escureceu… ao menos ele ainda está vivo certo?