A Ascensão do Dragão Prateado - Capítulo 24
O dono dos passos foi revelado como sendo uma jovem, de mesma idade que o grupo.
A garota usava um robe simples preto com capuz. Seus cabelos eram multicoloridos se assemelhando a um arco-íris com seus olhos tendo a mesma cor.
Enquanto o trio, Mia, Seiji e Mari se perguntavam o que ela fazia aqui, Silver e a garota trocaram olhares antes de ambos desaparecerem.
Quando a dupla reapareceu, eles estavam próximos a Mai, com Silver segurando o punho da jovem.
— Por…Que, Silver? — Ela perguntou, olhando diretamente para o dragão que segurava seu punho.
— Quem sabe, talvez eu quisesse sentir suas mãos? — O garoto respondeu sorrindo, ignorando o sangue que escorria de sua mão.
A garota recuou olhando profundamente para ele sem expressão alguma em sua face, tornando difícil saber no que ela estava pensando.
Momentos depois, a jovem simplesmente se virou e saiu. Deixando mais uma onda de silêncio reinando no lugar.
— Sigh, ainda bem que ela saiu. Teria sido problemático se isso fosse além… — O dragão suspirou aliviado.
‘Para onde foi o Silver arrogante de sempre?’
O trio pensou em união. Nunca em suas vidas eles pensaram que o veriam agradecer por escapar de uma luta, normalmente seria o contrário.
— Heh, então até mesmo você foge de lutas de vez em quando, huh? — Seiji comentou com um sorriso no rosto.
Ignorando o comentário, Silver observou o ferimento em sua mão.
‘Como eu pensei, estava envenenado…’
Vendo suas veias mostrarem uma dica de preto, o dragão decidiu acelerar sua volta.
— Vamos logo — Ele ordenou.
— Para onde? — Mia perguntou, olhando constantemente em direção a ferida na mão do garoto com preocupação.
— Minha casa. É o lugar mais seguro por agora — Se virando em direção a saída, o garoto seguiu seu caminho com a ruiva logo atrás.
— Por que temos que ir a sua casa? — O vaga-lume questionou, levemente irritado por ter sido ignorado.
— Quando eu disse que você tinha que ir? A vermelhinha aqui é mais importante que vocês dois. Venham se quiserem — Sem se virar, o dragão respondeu secamente.
— Tch.
O loiro clicou a língua, mas ainda seguiu. Mari fez o mesmo logo após, tendo sentimentos complicados quanto a isso.
No caminho, Silver se sentiu sonolento. Sem surpresa alguma, esse era o veneno começando a funcionar.
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Chegando em frente a casa do jovem dragão, o grupo continuou até que Silver apagou de repente. Quem o impediu de cair foi Mia, apoiando o garoto em seu ombro com sua preocupação crescendo.
— Ele está envenenado.
Seiji disse, com um olhar que dizia ter entendido tudo.
— Merda Sherlock, como descobriu? Eu não tinha notado isso até agora — Mia retorquiu sarcasticamente, ela se irritou vendo o garoto falar o óbvio enquanto parecia se divertir com o sofrimento daquele que a salvou.
O loiro, que não esperava tal resposta, foi deixado atordoado no local.
[Qual a senha?]
Uma voz robótica soou na porta.
Era comum ter portas com comando de voz ou até mesmo reconhecimento facial, já que elas eram programadas para identificá-los.
O que era incomum era usar este tipo de senha, que não seguia os anteriores. Somente com uma pergunta e resposta pré-determinadas.
O grupo em momento algum pensou que essa era uma das formas mais seguras de se guardar sua casa. O reconhecimento facial e de voz tinham falhas idênticas, ligadas ao dono ser capturado por um inimigo ou ter sua voz gravada e reproduzida.
[Dica: Animal favorito]
Ouvindo a voz falar dar a dica, Mia e Seiji se viraram para Mari.
— Hm? Que foi? Por que estão olhando para mim? — A garota perguntou, sem entender o significado das ações da dupla.
— Não é você a amiga de infância dele quem deveria saber a resposta? — A ruiva questionou.
A garota começou a pensar e então ficou com um olhar estranho no rosto. A verdade era que ela não sabia muito sobre Silver, sua comida favorita, bebida ou mesmo filme. Fora saber do talento e gosto dele para esgrima, não havia nada mais.
‘Deus, eu não sei nem mesmo sobre sua família, embora ele saiba da minha’
O olhar que Mia dava a Mari agora continha um leve desdém. Em sua visão, a amante de esgrima pareceu egoísta por não saber nada sobre seu amigo de infância.
‘Animal? Será que…’
Quando a ruiva pensou sobre isso, ela se lembrou do dia em que o convidou para entrar em sua família. Naquele dia, o garoto olhou para uma certa pelúcia mas ela achou ter visto errado pensando ser impossível que ele gostasse daquele tipo de coisa.
Mas não custava tentar.
— Coelho? — Mia meio perguntou meio respondeu.
[Correto]
Assim a porta se abriu e o grupo entrou, com uma quarta pessoa entrando logo em seguida.
— O que você quer? — Disse Mari, entrando em guarda.
— Quero saber o por que ele me poupou — O recém-chegado, guepardo respondeu levantando as mãos em rendição.
— Certo, e agora?
O quarteto se olhou, sem saber como ajudar Silver com o veneno.
— Cough, peguem o meu SC na sala de estar — Tossindo um pouco de sangue, o dragão limpou as dúvidas do grupo.
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Sentando Silver no sofá, Mia entregou o SC a ele.
Recebendo o comunicador, o garoto ligou para um dos seus companheiros mais confiáveis e especialista neste tipo de situação.
E não demorou muito para que o mesmo atendesse, mostrando a imagem de uma jovem.
Ela tinha cabelos pretos amarrados em um coque, vestindo o que parecia uma armadura de combate com o rosto coberto por uma máscara de raposa. Seus olhos eram azuis-gelo, logo, começou a falar.
— Algum problema Silver? — Perguntou a jovem sem tom algum na voz.
— Um pequeno Hikari — Respondeu o dragão, com um leve sorriso no rosto antes de voltar a dormir.
— Ele está envenenado — Mia interrompeu, soando ansiosa e preocupada.
— Qual a cor das veias? — Hikari questionou.
Olhando bem para as veias dele, a ruiva voltou a falar.
— Pretas…
Ela não sabia se isso era bom ou ruim.
— Estou a caminho.
Sem perder uma batida, Hikari anunciou.
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— Não deveríamos abrir a porta? — Perguntou Seiji — Como ela vai entra…
— Já estou aqui — Uma voz feminina soou das costas do loiro, o fazendo pular de susto.
A garota estava idêntica a imagem que foi mostrada no comunicador sem tirar nem pôr.
Se aproximando do dragão, que havia caído no sono mais uma vez, Hikari checou seu pulso e as veias mais uma vez antes de tentar fazê-lo tomar um antídoto que ela trouxe.
O que o jovem, em seu estado meio acordado, se recusou a fazer.
Suspirando gentilmente ela retirou a máscara, mostrando um rosto um pouco pálido mas ainda sim bonito. Levando o antídoto à sua boca, Hikari se curvou, pressionando seus lábios nos de Silver e o forçando a tomar.
Essa ação fez com que as duas outras garotas na sala e Seiji corassem furiosamente, enquanto o guepardo só olhou para eles confusamente.
‘Ela não está só ajudando ele a se recuperar? Então por que eles estão agindo assim?’
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Alguns momentos depois, Hikari estava preparando um café. A garota agia como se estivesse em sua própria casa.
— Querem algo? — Ela olhou para o grupo que estava atordoado.
Bem, exceto por um.
— Tem chá aqui? — O guepardo perguntou.
— Última prateleira da geladeira, Silver sempre guarda uma garrafa lá. O que é irônico já que ele diz não gostar de chá — Hikari respondeu com um leve sorriso.
Ouvindo isso, o homem seguiu em direção a geladeira sem perguntar mais.
— E quem seria você? — Questionou uma curiosa Mia.
— Prazer em conhecê-la Mia Rosenfeld. Eu me chamo Amaya Hikari, sou a comandante geral da divisão Death foxes — Voltando ao seu eu sem expressão, a garota disse — Agora, qual de vocês vai me dizer quem envenenou Silver? — Continuou dessa vez, liberando uma pesada intenção assassina.
— Oh, foi uma menina de cabelos arco-iris. Ela era bem bonita, ainda sim mortal… — Assentindo para suas próprias palavras, o guepardo confirmou.
A intenção assassina então, desapareceu como se nunca houvesse existido.
— Então foi ela… — Com um olhar de entendimento, Hikari voltou a beber seu café.
— Qual a sua relação com Silver? — Foi Mari quem perguntou, soando um pouco ameaçadora.
— Hmm… Vejamos… — Sorrindo como uma raposa, a garota continuou — Nós já dividimos uma cama, então devemos ser mais do que amigos… — Afirmou.
Mari agiu como se levasse um choque, com uma expressão incrédula no rosto.
— Sigh, cérebro de músculo… É óbvio que ela está te atiçando de propósito… — A ruiva ficou surpresa primeiramente, mas logo entendeu — O que é a divisão Death foxes? — E seguiu com suas perguntas.
Mas essa questão não foi respondida. Tudo que ela conseguiu foi um sorriso enigmático.
No tempo em que se seguiu, Hikari não respondeu nenhuma pergunta muito pessoal nem deu informações sobre suas afiliações.
Ela deu somente algumas explicações vagas sem se aprofundar em nada. Não mencionando também nada sobre a garota dos cabelos arco-iris, que parecia ser conhecida por ela.
Do grupo, apenas o guepardo achou isso normal, segredos eram comuns no seu ramo de trabalho. Já Seiji e os outros ficaram apenas mais e mais curiosos.
❂ Fim do volume 1: O Novo mundo, a academia e a desaparecida ❂