A Ascensão do Dragão Prateado - Capítulo 9
— Então, o que eu tenho que fazer para me tornar um contratante? — Eu perguntei para Fenris.
[Nada de especial, só derramar uma gota de sangue no altar é o suficiente. Mas antes, eu tenho que te dizer algumas coisas]
[Primeiro, Seu corpo se tornou diversas vezes mais forte como você já deve ter percebido, então você deve aprender a controlá-lo para não usar só a força bruta durante uma batalha]
— Não quer dizer algo mais óbvio não ‘mestre’?
[Silêncio meu sucessor estúpido, só escute. Segundo, suas chamas também mudaram, por você ser um [Variante], o [Coração dracônico] tornou minhas chamas suas. Agora minhas [Chamas da purificação] são suas então use bem]
— Peraí, você sabia que eu era um [Variante]?
[Heh, meu sucessor estúpido é claro que eu sabia quem você acha que eu sou? Terceiro, ainda há uma pequena quantidade de poder meu no [Coração dracônico], isso vai me permitir tomar o controle do seu corpo durante alguma situação de perigo, mas não vai durar para sempre então se torne forte o suficiente para se proteger sozinho meu sucessor estúpido]
[Agora pode concluir o contrato]
Mordendo meu dedo indicador até que ele sangrasse, eu me ajoelhei e esfreguei o sangue no olho do altar.
Quando eu fiz isso, eu senti novamente poder me preencher enquanto sob minha visão, um enorme dragão prateado com olhos dourados surgiu, somente sua presença era o suficiente para fazer muitos tremerem, mas, para mim, ele parecia um tanto familiar…
[Clame por meu nome]
Sua voz era imperial e solene.
— Vamos caçar, Fenris.
Eu sorri, o que foi reciprocado pelo dragão com o seu próprio.
[Se cuide, meu irmãozinho estúpido e viva sua vida feliz]
Ele disse ainda sorrindo, mas lágrimas estavam escorrendo pelo seu rosto. Com sua figura lentamente se sobrepondo à do meu irmão, e então desaparecendo
Honestamente, mesmo vivendo por esses últimos 2 anos, eu nunca tratei essa vida como realmente minha, eu simplesmente encontrei desculpas para continuar vivendo, como não entristecer os pais desse corpo, não abandonar Mari e não deixar Hana sozinha. Foi só por eles que eu vivi até esse momento, mas agora… eu tinha um novo motivo para viver.
— Eu vou, irmãozão — Eu respondi, sentindo lágrimas rolarem pelos meus olhos.
Por culpa minha ele morreu, mas, ainda sim, aqui estava ele cuidando de mim mesmo após a morte.
Ao menos eu pude saber que ele viveu uma vida até que razoavelmente boa nesse mundo. O que fez com que mais questões sobre essa situação surgissem.
Existem mais de nós? Pessoas que foram subitamente trazidas para este mundo. E porquê nós fomos trazidos para cá? Embora eu saiba que isso pode nem mesmo ser respondido pelo resto da minha vida, eu não pude deixar de pensar.
Enquanto eu pensava sobre isso, eu fui ejetado da [Ruína], novamente dando de frente com a bela caverna prateada, que agora me trazia recordações do meu irmão.
Voltando até o lugar onde Hana dormia enquanto limpava minhas lágrimas para não causar preocupação desnecessária, eu fui confrontado por um coelho ansioso, que me olhou com alguma estranheza.
— Silv? — Ela perguntou me olhando duvidosamente.
— E quem mais seria? Meu amado coelho não me reconhece? Eu vou chorar — Simulando um choro falso, eu observei o coelho inflar as bochechas fofamente antes de gritar.
— Eu não sou um coelho, Silv estúpido! — Com um hmph, ela virou seu rosto, se recusando a olhar novamente para mim não importa quantas vezes eu tentei chamá-la.
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Depois de algum tempo, ela se virou para mim e me olhou… por muito tempo.
— Silv, agora nós somos iguais! — Ela gritou, agora, animadamente e gritou algo que eu não entendi totalmente.
— O que você quer dizer com somos iguais? — Eu questionei curiosamente.
Ela se virou sem responder e começou a procurar algo entre suas coisas, que acabou por ser uma das vasilhas de comida que tinha por lá, virando diretamente para mim.
Quando eu olhei diretamente para a vasilha eu vi um jovem, com cabelos curtos prateados e olhos brilhantes dourados, que me lembravam a forma dracônica do meu irmão… mas espera… esse não sou eu?
‘O [Coração dracônico aparentemente fez mais do que tornar meu corpo mais forte e me dar um novo tipo de chama… como eu vou explicar isso para minha mãe.’
Me virando para o coelho, que me observava intensamente, eu respondo.
— Claro! Agora eu e Hana somos iguais.
Ganhando um sorriso brilhante dela, nós brincamos por mais algum tempo até que ela dormisse novamente e eu voltasse para minha casa.
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Eu abri a porta e com um crack bastante alto, metade da porta foi arrancada durante o processo.
— Entaaaão era isso que o irmãozão quis dizer com controlar minha força?
Obviamente não era. Mas eu não esperava que a porta fosse tão frágil.
— Quem é você, e o que veio fazer aqui? — Quem disse isso foi meu pai, com uma expressão ainda irritada no rosto enquanto apontava uma… pistola? Na minha direção.
Ele estava prestes a dizer mais alguma coisa, antes de ser impedido por um tapa, cujo som ecoou por toda a casa.
— Ficou maluco?! Apontando uma arma para o seu próprio filho — A voz irritada da minha mãe soou, antes de se virar para mim, parece que eu tenho muitas coisas a explicar.
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Depois de explicar tudo, obviamente tirando algumas partes como meu irmão e a reencarnação? Bem, a resposta da minha mãe foi simples.
— Vamos chamar Yuki — Ela disse com um rosto neutro, mas eu podia ver alguma alegria em seus olhos.
— O quê? Mas ela é… — Pela primeira vez desde que eu cheguei nesse mundo, eu vi a expressão do meu pai mudar de uma irritada para uma amedrontada,
— Não ouse continuar essa frase, vamos chamar ela sem discussões — Com alguma irritação na voz minha mãe respondeu.
E foi assim que meu dia terminou.
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No dia seguinte, eu fui acordado pela minha mãe, que cantarolando de felicidade, me levou até a cozinha.
Chegando lá, eu vi uma jovem. Ela tinha uma pele pálida como um vampiro, cabelos brancos amarrados em um rabo de cavalo e olhos azuis também pálidos. Ela usava uma roupa de corrida e tinha uma expressão fria no rosto.
Um tapa da minha mãe foi o que me tirou do meu devaneio.
— Cadê a educação que eu te dei, se introduza menino
Eu resisti a vontade de dizer que ela não tinha me ensinado nada disso, e me curvei levemente com minha mão direita apoiada no mesmo ponto onde meu coração ficava.
— Muito prazer em conhecê-la srta. Meu nome é Silver Crawford, qual seria o seu? — Eu me apresentei formalmente, e não pude deixar de ver uma expressão completamente atordoada no rosto da minha mãe.
Um leve sorriso apareceu em seus lábios, o que fez ela parecer ainda mais bela.
— O prazer é todo meu pequeno Silv, eu sou Mahina Yuki, embora, eu acredite que seu sobrenome se encaixe mais em mim — Ela se apresentou ainda com um sorriso no rosto, junto de algo que pareceu um… pedido de casamento? Se for eu aceito.
Deixando isso de lado, eu entendi o que ela quis dizer. Meu primeiro nome era autoexplicativo, já o segundo significa corvo sangrento, embora eu não entenda o porquê ela disse que servia mais nela. O nome dela significava lua, deusa e neve respectivamente.
— Silv, Yuki vai te levar em uma viagem para aprender a controlar seus poderes — Disse minha mãe.
— Sim, claro… espera, o que?
E foi assim que eu descobri que eu iria viajar.