A Ascensão do Dragão Prateado - Vol. 2 Capítulo 136
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- Vol. 2 Capítulo 136 - De volta ao torneio: Tensões em Ascensão
O tempo passou em um piscar de olhos e, logo, a data da última fase do torneio se aproximou.
Neste momento, Silver estava no portão de saída de seu território. Moon e Mia jaziam ao seu lado enquanto o trio olhava para uma direção específica.
— Bem, estamos indo. — O jovem declarou, olhando para seus pais. — Mãe, é melhor você escutar Carol. Não quero ouvir nenhuma reclamação quando voltar.
— Como quiser. — Fingindo uma saudação militar a mulher comentou.
— Sigh… Pai, não deixa ela sair da linha. — Chacoalhando a cabeça em decepção, ele se voltou para Oliver.
— Não precisa me dizer o que fazer, pirralho. — Cruzando os braços, o homem retrucou.
Vendo o jeito que seus pais estavam agindo, Silver suspirou outra vez. — Por que eu tenho que ser o mais maduro aqui?
Argent e Oliver rolaram os olhos para o comentário, enquanto Lorie não escondeu sua risada.
— Maduro? Você? Essa é uma ótima piada! — Com um sorriso largo no rosto, a mulher disse olhando diretamente para o jovem, dando mais algumas risadas após.
— Não se esqueça do nosso ‘acordo’. — A expressão de Silver esfriou momentaneamente, e seu tom soou muito mais profundo.
A gargalhada da ruiva desapareceu imediatamente, enquanto suas sobrancelhas afundavam. — Cuide da sua parte que eu cuido da minha.
Um clima gélido desceu sobre a dupla, os olhares trocados entre eles não foram nada amigáveis, completamente oposto à troca que ele teve com seus pais.
— Que acordo? — Aparentemente indiferente a esta mudança, Mia perguntou, olhando com curiosidade para sua irmã.
Encarando os olhos curiosos da garota, a expressão de Lorie relaxou e um sorriso floresceu em seus lábios. Levando uma mão até a cabeça de sua irmã mais nova, a mulher balançou de um lado para o outro, bagunçando o cabelo da jovem.
— Não precisa se preocupar com isso. — Ignorando o rosto irritado de Mia, Lorie continuou. — Só não desperdice meus ensinamentos perdendo para alguém.
— Eu não vou. — Ajustando os fios desajustados de seus cabelos, a fênix comentou. — Além do mais, com Silv no grupo nós não vamos perder.
As sobrancelhas de Silver se juntaram, enquanto ele olhava para a garota estranhamente. Desde quando eles eram próximos o suficiente a ponto de usar apelidos?
Pela segunda vez, a expressão de Lorie afundou. Seus lábios se partiram, mas nenhuma palavra saiu. Sua irmã estava, sem saber, exaltando a mesma pessoa que havia ameaçado matá-la se a mulher não concordasse em proteger seus pais.
No fim, ela decidiu que Mia não precisava saber disso, apenas mostrando um sorriso sarcástico.
— Há! Se depender dele, ele vai ter todos os oponentes pulando em cima dele. — Chacoalhando a cabeça e liberando um suspiro triste, a mulher olhou diretamente nos olhos do jovem antes de encerrar. — Como um idiota.
A provocação foi inútil, pois Silver acenou uma última vez para seus pais e, mostrando o dedo médio para a mulher, ele se virou e saiu.
— Estou indo mãe. — Aproximando-se de Argent, Moon abraçou sua futura sogra, com um sorriso brilhante no rosto.
— Você tem minhas informações de contato, então podemos conversar a qualquer hora. — Respondendo o abraço com um aperto ainda mais forte, a mulher disse. — E parece que temos uma nova rival.
Semicerrando os olhos, as íris da garota ganharam um brilho azul perigoso ao olhar para Mia. — Não por muito tempo.
Sentindo o olhar frio de Moon, a fênix se despediu rapidamente de sua irmã, seguindo Silver logo após.
— Covarde… — murmurou a matriarca, vendo sua ‘rival’ fugir. Esse comentário trouxe um sorriso ao rosto de Argent.
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A viagem de volta para a ilha foi tranquila, o trio utilizou apenas um trem e uma balsa para chegar até lá.
Silver se manteve quieto durante todo o processo, embora sua expressão estivesse bem tranquila, os eventos do hospital ainda estavam em sua mente. Não era por culpa, mas raiva e uma leve sensação de impotência.
Mas ainda não foi possível lançar um ataque direto ao submundo, então ele tinha que se virar com o que poderia ser feito.
‘Que é eliminar todo o estresse acumulado enchendo aqueles pirralhos de pancada’
Moon e Mia trocaram algumas palavras durante a viagem, mas nada muito significativo.
Por mais que a mesma tivesse assegurado sua irmã da vitória, a fênix se sentiu levemente tensa ao pensar no torneio. Desde o primeiro momento, ela não teve muita chance de se provar durante o evento, por isso a jovem desejou desesperadamente pela oportunidade.
‘Eu não posso vacilar’
Por outro lado, Moon estava tranquila. Entendendo que Silver tinha muito para pensar, ela decidiu não interrompê-lo, e como ela e Mia não eram lá muito amigas a garota conversou um pouco antes de ficar quieta.
Como a única pessoa que ela queria efetivamente conversar parecia ter muito em mente, a matriarca ficou entediada, mas nada muito grande.
Ao chegar na ilha, o trio se reuniu com o restante dos integrantes da equipe em uma sala nas proximidades da arena.
O tamanho dela era mediano, com paredes pintadas em um cinza claro trazendo uma sensação levemente desatada ao local. No centro, uma mesa retangular dominou uma parte considerável da sala, ganhando um brilho reluzente graças às luzes embutidas no teto.
Ao redor da mesa havia algumas cadeiras de couro preto, organizadas de maneira simétrica. Porém, o conteúdo da sala não era tão importante, mas as pessoas presentes eram.
A porta da sala abriu com um suave click, e três pessoas entraram após isso. Liderando o grupo, um jovem de cabelos prateados entrou, com seus olhos dourados escaneando àqueles presentes.
A primeira pessoa a entrar na sua visão foi uma garota de cabelos pretos, com um rosto levemente pálido e bolsas abaixo dos olhos. Quando seus olhares se cruzaram ela tremeu, segurando a espada em suas mão com mais força.
‘Lamentável… Então foi por isso que o Shura veio até mim?’
A situação de Mari fez Silver entender a irritação do homem quando veio visitá-lo, mas ainda não tinha ideia do porquê isso era da conta dele.
Esse pensamento iniciou uma nova onda de raiva no fundo do seu coração, uma que estava se tornando realmente difícil de controlar. Mas sua face se manteve serena, abrigando um veneno silencioso que ele estava ansioso para purgar em seu próximo combate.
A segunda pessoa foi Freud esbanjando seus cabelos laranja-pálidos, que assentiu respeitosamente para Silver apontando com os olhos para uma outra direção. Seguindo a direção apontada pelo jovem, o dragão prateado trocou olhares com Seiji.
O garoto tinha cabelos loiros e olhos azuis, seus braços estavam cruzados e ele foi o único que se manteve de pé apoiado na parede. No fundo de suas pupilas, havia uma dica de afronta e provocação.
— Hoh? Parece que o vaga-lume se tornou bastante confiante nesse meio tempo. — Um sorriso desdenhoso tomou forma no rosto de Silver.
— Você não é especial quanto pensa! — Seiji disse, em um tom alto que se assemelhava a um grito, ele curvou-se na direção do dragão prateado como se fosse saltar na direção dele a qualquer momento.
— Mesmo? — A sobrancelha do jovem de cabelos prateados se ergueu. — E você é?
— As crianças podem parar de brigar? — A voz da última pessoa presente cortou a disputa, Lina escovou seus cabelos verdes parecendo entediada com a situação.
— Oh? A abraçadora de árvores chamando alguém de infantil? Que interessante. — Caminhando até a cadeira do lado oposto de sua rival, Mia se sentou, apoiando uma mão em seu queixo.
Produzindo um som irritado por sua garganta, Seiji apoiou-se novamente na parede, se recusando a responder propriamente. Silver apenas deu de ombros, sentando-se em uma das cadeiras acompanhado por Moon.
Antes do grupo entrar em outra discussão, a porta se abriu novamente. Um homem com cabelos loiros entrou, portando um tapa-olho e uma expressão fria na face.
Imediatamente após a entrada dele, Seiji se apressou para sentar em uma cadeira. Afinal, Shirou era seu professor então ele lhe devia algum respeito. Ignorando o olhar de desdém vindo de Silver, ele prestou atenção aos movimentos do seu mestre.
Com passos calmos e quase metodicamente lentos, o ‘tigre branco’ avançou pela sala, parando apenas ao chegar em frente à mesa.
— Já te disseram que você tem talento para drama? — comentou Silver, inclinando as costas na cadeira. — Agora, pode nos dizer o por quê convocou essa reunião?
Embora o grupo tivesse chegado à ilha mais cedo, a final do torneio seria quatro dias após isso. A razão deles terem se juntado até aqui foi o fato de Shirou tê-los chamado, o que era estranho pois ele não o fez desde o início do evento.
— Houve uma mudança de planos em relação às finais do torneio. — Como se não houvesse escutado o comentário, Shirou começou. — Foi decidido que o encerramento será realizado amanhã. Portanto, eu os chamei aqui para escutar suas opiniões.
— E se nós recusarmos? — Olhando para o ‘tigre branco’, Moon questionou, inclinando levemente a cabeça.
— Vocês serão desclassificados. — Mantendo um tom neutro, o homem declarou.
Suas palavras fizeram boa parte do grupo franzir. Ele estava simplesmente dizendo que se eles não concordassem com isso, todo o esforço colocado no torneio teria sido desperdiçado.
‘De qualquer forma, essa escolha só torna as coisas mais fáceis para mim’
— Se é só isso, não tem por que eu estar aqui. — Levantando-se, Silver caminhou tranquilamente até a saída. — Nos vemos amanhã.
Sem olhar para trás, o jovem desapareceu ao cruzar a porta. A decisão do jovem ficou clara considerando suas ações, e ao deixar a sala, o silêncio retornou ao local.
Suspirando profundamente, Moon chacoalhou a cabeça. — Eu concordo com Silver.
— Por quê não estou surpresa? — Uma voz cansada atravessou a sala.
Surpreendentemente, foi Mari quem o disse, mantendo seus olhos semicerrados ao olhar para a matriarca. A garota parecia singelamente irritada com algo, e suas mão apertaram o cabo da katana com força o suficiente para seus dedos embranquecerem.
— Finalmente criou alguma espinha? — Levantando uma sobrancelha, Moon olhou para a espadachim. — Só precisou levar algumas pancadas na cabeça… Droga, por que não tive essa ideia antes?
Com um rosto ‘triste’, a matriarca disse enquanto se levantava. Ela estava levemente confusa pela hostilidade da espadachim, afinal, não havia realmente alguma razão para que a jovem tivesse algum ódio por Moon.
‘Talvez com exceção de…’
— Hmph! Você segue Silver por aí como se fosse a sombra dele, não sente vergonha disso?! — gritou Mari, se erguendo rapidamente e lançando a cadeira ao chão como consequência.
— Isso é ciúme que estou escutando? — Os olhos de Moon adotaram um brilho azul, e a jovem se preparou para lutar se fosse necessário. — Eu quase esqueci que vocês eram amigos de infância, depois de tudo, você vinha correndo atrás de Seiji como se fosse um cachorrinho.
Isto foi um exagero, mas, ainda sim, verdade. Mari e Silver não interagiam tanto quanto era o esperado para amigos de infância, ou então mesmo simples amigos. Em contrapartida, a garota tinha grande contato com o loiro, o suficiente para levá-lo até sua casa.
A expressão da espadachim se distorceu em fúria, enquanto um som agudo soou com o desembainhar de sua espada.
— Mari, calma! — Neste momento, Seiji decidiu intervir, esticando ambas palmas ao receber um olhar irritado da jovem. — Isso foi desnecessário Moon!
‘E isso está começando a sair do controle’
Ao seu ver, embora a espadachim tenha iniciado o conflito, Moon foi quem fez os comentários mais incisivos.
— Ela que começou vaga-lume, quem sabe se você segurar a coleira com um pouco mais de força… — Os lábios da matriarca se curvaram e suas mãos se levantaram em um gesto de ‘inofensividade’, mas o brilho em seus olhos não diminuiu.
— Não me entendam mal, está divertido e tudo, mas será que vocês podem resolver isso depois do torneio? — Cruzando os braços, Lina, que havia se mantido quieta até agora, comentou. — Eu adoraria vê-las lutando, porém temos coisas mais importantes não?
— Estou com ela nessa — concordou Mia ao lado.
A dupla recebeu um olhar de Moon, antes da jovem dar de ombros e caminhar até a saída. Aproveitando esta deixa, a ruiva também se retirou, deixando apenas cinco pessoas na sala.
— Vamos Freud. — Olhando para o raiju, a garota se levantou. — Estou surpresa por você não ter defendido Silver.
O garoto havia se juntado ao dragão prateado para treinamento, então não seria completamente estranho se ele o fizesse.
Rolando os olhos, Freud a acompanhou até a porta. — Acha que Silver precisa de juda?
— Justo.
Mari respirou profundamente, enquanto embainhava sua espada. Seus ombros tencionaram e relaxaram algumas vezes, antes dela simplesmente deixar a sala após lançar um olhar irritado para Seiji.
— Que bagunça… — Olhando para o seu professor, o jovem comentou.
— De fato. — E ele recebeu uma resposta simples e concisa.
No fim, eles se iriam se reunir novamente amanhã e, esperançosamente, fossem em termos mais amigáveis.