A Ascensão do Dragão Prateado - Vol.2 Capítulo 27
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- Vol.2 Capítulo 27 - O mundo é cinza, mas vamos ao lado preto
— Primeiro, vai com calma aí, é melhor você prestar atenção para quem você aponta seu dedo vaga-lume. Garanto que não vai gostar das consequências — Silver disse friamente.
Ouvindo isso, Seiji finalmente se acalmou e ficou em silêncio. Vendo em primeira mão isso acontecer, Freud lançou um olhar desdenhoso para o loiro.
— O que? Não é como se você pudesse fazer algo contra ele também… — O garoto bufou.
Quando a dupla estava prestes a debater, o jovem dragão voltou a falar.
— Se não me engano, eu te disse ‘Não precisa se preocupar, isso não vai acontecer nunca mais’ — Ele disse, no que a ruiva assentiu.
— Houveram dois motivos para isso. Um motivo e outro alvo mais benéfico — Explicou.
— Isso significa? — A garota perguntou, deixando sua natureza curiosa tomar conta.
— Sigh, certo. Para começar, alguém um dia me disse que o mundo não é branco nem preto e sim, cinza.
Essas palavras fizeram com que ainda mais perguntas surgissem na mente do grupo.
— As pessoas agem por seus próprios motivos e ganância, fazendo tudo por seus interesses e assim, eles podem se sentir bem consigo mesmos.
— Onde quer chegar? — Perguntou Lina.
— Já estou chegando lá. O ponto aqui é que eles atuam por benefícios, e com um leve aviso somado a uma oportunidade melhor seus alvos mudam.
— E o que isso tem a ver com o meu caso? — Questionou Mia, cada vez mais curiosa.
— Seu caso é um dos melhores exemplos disso. Ele aconteceu pois algumas famílias queriam fazer um acordo com a sua, mas foram recusados. Alvo — O garoto levantou um dedo — E então, tiveram a ideia de sequestrar uma das filhas da família e forçar um acordo. Aviso — Continuou, ao levantar outro dedo.
Pensando sobre isso, o grupo tinha um olhar iluminado.
— Certo, mas e a oportunidade melhor que você citou? — Dessa vez, foi Moon quem perguntou.
Ela estava ponderando profundamente sobre isso, se a garota pudesse usar bem essas dicas reduziria em muito as chances dela mesma sofrer com isso.
Por esse motivo, era melhor saber o máximo possível.
— No caso de Mia, a família responsável sofreu com o assassinato dos seus membros centrais. Aviso — Dessa vez ele não levantou os dedos — Sem eles por lá, todos os bens da família, incluindo os sobreviventes, se tornaram vulneráveis aos ‘urubus’. Isso os tornou um alvo melhor, retirando a vermelhinha dos holofotes.
Claro, todos os bens e membros de lá estavam em ‘posse’ de Silver. O que os ‘urubus’ ou os chefes das outras famílias conseguiram, foi nada mais nada menos que falsificações e cópias vendidas pelo mesmo jovem dragão.
E obviamente que ele garantiu que as mulheres e crianças envolvidas com os perpetradores fossem cuidados, sem sofrerem nem um tipo de maus tratos, afinal, os mesmos eram inocentes.
Sobre uma possível vingança se os filhos daqueles que morreram descobrissem que foi ele quem matou seus pais? O jovem lidaria com isso no seu tempo, se aquelas crianças realmente decidissem se vingar, elas lidariam com as consequências do ato. Mas ainda era muito cedo para que isso acontecesse.
— Nunca pensei que fosse tão complicado assim… — Disse Mari.
‘Ela realmente pensou que era só sair por aí destruindo casas para resgatar Mia e sair simples assim?’
— Pensei que a gente só teria que espancar os sequestradores e trazer Mia de volta — A garota concluiu.
Silver e o resto simplesmente não sabiam o que dizer, então eles ignoraram.
— Enfim, quem era a menina com os cabelos arco-íris? — A ruiva continuou com suas questões.
— Hmm… Ela faz parte dos [Antigos] — O dragão respondeu.
Essa frase fez com que Moon arregalasse os olhos em surpresa.
‘Eles não deviam aparecer só mais para frente no plot? Maldito efeito borboleta!’
Os [Antigos] eram um dos grupos mais perigosos da novel, muitos psicopatas e malucos faziam parte desse grupo. Embora todos eles tivessem seus motivos para isso, não mudava o fato de serem.
— Quem são esses? — O grupo, exceto Silver e Moon, perguntou em sincronia.
Vendo que a garota de cabelos roxos parecia já saber disso, o dragão sorriu satisfeito.
‘Ao menos alguém além de mim não é estúpido aqui’
Uma pena que a garota não percebeu por estar perdida em seus próprios pensamentos.
— Os [Antigos], eram as cobaias que fizeram parte de um experimento — Ele tinha um rosto frio enquanto dizia isso.
— Que tipo de experimento?
— Criar espíritos — A matriarca respondeu inconscientemente.
O grupo tinha rostos incrivelmente chocados escutando isso.
Criar espíritos? Só que tipo de conceito é esse?
Se desse certo, a taxa de [Contratantes] no mundo aumentaria drasticamente e também iria zerar os perigos em se tornar um [Contratante].
Foi nisso que os cientistas pensaram?
Talvez no início, mas o projeto se perdeu.
No fim, acabou por ser uma instituição maluca beirando os ideais de um culto. Que torturavam crianças com a desculpa de criarem espíritos artificiais.
Essa tortura foi o que criou os assassinos psicóticos dos [Antigos]. Embora alguns deles tenham se recuperado e outros não parecem tão ruins, esse era o caso da garota que apareceu durante o sequestro de Mia.
De fato, ela era uma das mais estáveis de lá.
Lendo sobre isso na novel, Silver não levou isso muito a sério, afinal, era apenas um livro. Mas quando recebeu os relatórios das ruínas dos laboratórios ele se sentiu enojado.
Se aquele lugar ainda existisse, ele mesmo teria limpado aquele lar de cientistas malucos e ocultistas.
Pensando nisso, o garoto involuntariamente franziu.
Sentindo uma mão sobre a sua, levantou a cabeça para ver que era Moon. A garota estava olhando para ele com preocupação.
Sorrindo e indicando que estava tudo bem, o dragão se acalmou.
— Ei, esses dois tem uma coisa? — Lina sussurrou para Mia.
— Acho que não, mas ela meio que espionou ele então… — A ruiva respondeu.
Ambas olharam para a matriarca, que estava atualmente corando após ver o sorriso de Silver.
— Ah, e qual sua relação com Amaya? Já que ela te b-b-beijou… — Quem expressou suas dúvidas foi Mari, com um rosto vermelho.
Ouvindo isso Moon arregalou seus olhos incrédula, enquanto o mesmo aconteceu com Lina e Freud.
— Hmm… Podemos ser considerados chefe-subordinado eu acho — Tecnicamente Hikari era considerada sua estrategista e comandante, então eles estavam mais igualados.
Neste momento, Silver tinha uma expressão irritada em seu rosto.
— Isso por acaso é um interrogatório? — Ele questionou friamente.
No início o jovem dragão respondeu somente porque o assunto envolvia o grupo, principalmente por serem os “personagens principais” do mundo. Além de não ser nenhum tipo de segredo.
Porém as perguntas se tornaram mais e mais pessoais e ele não gostou disso.
— E-essa é a última pergunta — Mia respondeu hesitante, ela não queria irritar a pessoa que salvou ela — O que aconteceu com o guepardo?
A garota estava curiosa para saber sobre isso principalmente porque o mesmo estava envolvido de uma forma ou outra com o seu sequestro. Deixando ela apreensiva só pelo pensamento de deixá-lo solto.
Pensamento esse que foi claramente lido pelo jovem dragão.
— Não se preocupe com ele, você tem minha garantia de que o guepardo nunca vai fazê-lo de novo.
‘Afinal, agora ele é meu subordinado’
Mas o jovem ainda não revelaria isso ao grupo.
Agora, como isso aconteceu?
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Um dia depois de Silver se recuperar do envenenamento, ele e o guepardo estavam atualmente um frente ao outro.
— Então… O que era mesmo que você queria saber? — O dragão perguntou.
— Por que só eu fui poupado? — O homem questionou.
Ele não era aquele com mais força bruta se comparado aos seus “companheiros”, então era sem sentido o mesmo ser o único a ser deixado vivo.
— Você era aquele quem tinha mais potencial no grupo, além de não parecer que estava fazendo aquilo por vontade própria.
Ouvindo essas palavras, o homem parou para pensar por alguns momentos.
— Eu… Tenho uma irmã mais nova… Ela tem um corpo frágil e nós não temos dinheiro o suficiente para pagar os remédios que precisamos… — O guepardo disse, com seus olhos cheios d’água.
— E então… Você sequestrou uma garota inocente pretendendo salvar a sua irmã. O que acha que ela pensaria se soubesse disso? — Silver perguntou, olhando diretamente nos olhos dele.
Baixando seus olhos em vergonha o homem não respondeu. Ele sabia que estava errado, mas não se arrependia de ter feito isso em prol de salvar sua irmã, foi por esse motivo que o mesmo olhou para Silver com convicção.
— O que aconteceria se alguém sequestrasse a sua irmã? — O dragão questionou, com um sorriso se espalhando em seu rosto ao ver que a resolução se tornou fúria ouvindo suas palavras.
— Oh? Irritado? Mas não foi exatamente o que você fez com uma garota inocente?
‘Bem tecnicamente inocente… Por enquanto, antes dela começar uma guerra para ajudar Seiji… Mas ele não precisa saber disso’
— Isso… — O homem queria se explicar, mas foi interrompido.
— Quanto mais você tentar se explicar, pior vai ficar.
Não importava o que ele dissesse, ainda soaria hipocrisia quando o mesmo sequestrou uma garota inocente para ajudar outra.
— Então, junte-se ao meu grupo! — O jovem proclamou, e ignorando a expressão chocada do homem, continuou — Assim eu te ajudo a proteger e curar sua irmã. Tudo que você precisa fazer é trabalhar para mim, mas não se preocupe, não vou te forçar a aceitar nenhuma missão contra sua vontade. O que acha guepardo?
O homem baixou sua cabeça para pensar enquanto Silver o esperou tomar sua decisão.
Um momento depois ele levantou seus olhos e disse.
— Ray. Meu nome é Ray boss — O homem respondeu com um sorriso aliviado em seu rosto.
— Heh, bem-vindo. Ray
E assim, o grupo ganhou um novo membro.
Silver enviou o homem para encontrar sua irmã, e mandou Hana acompanhá-lo. A garota se dava muito bem com crianças, depois de encontrar a garotinha eles iriam voltar para base.
Pensando na doença da menina, ele percebeu que já era a hora de conseguir um médico para seu grupo. Hikari, mesmo que uma especialista em venenos não era uma médica, com sua maestria em venenos ela estava mais para o lado de envenenar do que curar.
Havia um personagem que ele considerava bastante interessante neste quesito, o único problema nisso era que a estreia dela acontecia só mais para frente no plot. Neste momento ela nem mesmo tinha seu [Espírito contratado] então ainda não era a hora de entrar em contato… Ainda.