A Ascensão do Dragão Prateado - Vol.2 Capítulo 30

Se passaram algumas semanas desde a reunião e hoje, era o dia em que o torneio interno começaria.

Durante esse tempo, Silver não fez nenhum tipo de treinamento especial e o mesmo pode ser dito dos outros fora Mari.

Após ser chamada de inútil por Moon, a garota treinou o dobro para provar que as coisas não eram como ela disse.

— Hm… Pessoal, alguém sabe qual vai ser nosso primeiro oponente? — Seiji perguntou curiosamente fazendo o grupo, exceto a espadachim, dar a ele olhares brancos.

— Você não leu o pareamento que a escola mandou ontem? — Lina estava começando a duvidar da inteligência do garoto.

Ela escutou rumores sobre ele ser derrotado por Silver e podia até simpatizar com isso.

Depois de sua primeira discussão com o dragão, Freud tirou um bom tempo para explicar os feitos do demônio prateado, incluindo sua luta com o mesmo.

Quando ele terminou a história, a garota não pôde deixar de perguntar o porquê dele se recusar a desafiá-lo novamente, afinal, fazia anos desde a sua derrota e sua força deveria ter aumentado.

A resposta foi ‘Se eu fiquei mais forte, ele também ficou’. De acordo com o raiju, a diferença entre os dois e que já era grande, havia ficado maior.

Por todos esses motivos, ela podia entender o porquê do garoto ter perdido, mas isso não justificava esquecer de procurar quem seria o oponente, tal coisa só o fazia parecer incrivelmente arrogante ou idiota.

— A primeira luta é contra a classe B — Moon respondeu.

Ela já esperava algo assim do garoto, era um acontecimento comum durante a novel.

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Alguns minutos depois, o grupo se encontrava em uma sala com vista panorâmica do que seria seu ‘campo de batalha’.

A arena era retangular, com uma distância considerável das arquibancadas evitando qualquer dano colateral dos ataques.

Isso embora não houvesse ninguém na plateia hoje, as lutas seriam gravadas porém só nas finais haveria público e, inclusive o diretor estaria presente.

O layout poderia ser considerado simples, com a tecnologia atual, Silver tinha certeza que conseguiriam fazer algo muito mais complexo e versátil.

‘Talvez eles estejam guardando para o torneio externo’

— Primeira rodada, classe C vs B — Uma voz robótica soou na sala.

— Simples assim, sem apresentação nem nada? — Seiji perguntou.

— Por acaso tem apresentações na guerra? — Freud questionou, olhando para o loiro como se ele fosse estúpido.

— Tenho quase certeza de que quando você entra numa guerra, você sabe onde está…

— … —

Ignorando a briga dos dois, o resto do grupo olhou para arena, esperando para ver qual seria seu primeiro oponente.

Aquele quem subiu na arena foi um jovem, com cabelos de cor cinza-escuro e uma expressão afiada.

Ele poderia ser facilmente identificado como Thomas Walks pelas informações entregues por Mia.

— Parece que essa chance é minha — O raiju afirmou com um sorriso.

Seiji queria refutar, mas não podia. No dia do encontro, o grupo decidiu quais seriam os ‘pareamentos’ das batalhas quando ou se, certo oponente aparecesse.

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— … — Vendo Freud ser aquele quem subiu na arena Thomas franziu, se sentindo subestimado.

Mia não foi a única que procurou informações dos seus possíveis oponentes, as outras salas também fizeram.

De acordo com o informante, Silver Crawford era o mais forte deles enquanto Seiji foi esmagado pelo mesmo e Freud tinha algum medo dele.

Os outros três [Contratantes] do grupo eram bons, mas nada muito espetacular. Já o último, nunca mostrou nada digno de se mencionar.

Olhando para o seu inimigo mais forte, que não estava nem mesmo prestando atenção a luta como se ele não fosse nem mesmo digno disso.

Por outro lado, Freud estava sentindo o mesmo.

Seu oponente estava encarando o demônio prateado sem ligar para si mesmo.

Claro, ele poderia ser um pouco subserviente quando se trata de Silver, quer dizer, o cara deixou uma cicatriz na sua mente anos atrás.

‘Eu também sou famoso, não?’

— É um erro me subestimar — O raiju disse, liberando sua [Armadura real], com seu corpo sendo coberto por raios roxos.

Quando baixaram, só restou a figura de um jovem com cabelos laranja-pálido em uma jaqueta roxa sem capuz e seus olhos brilhando na mesma cor.

Uma espada larga estava apoiada no seu ombro, de lâmina roxo-escuro e bordas negras.

— Me faça — A águia desafiou enquanto um mini-tornado se formava ao seu redor.

Logo, a poeira baixou revelando o garoto vestindo uma armadura viking com capa de penugem segurando dois machados curtos de duas lâminas.

— Comecem! — A voz robótica soou mais uma vez, dando início à luta.

Em um flash, ambos desapareceram e se encontraram no centro da arena para seu primeiro confronto.

Numa disputa de pura força, Freud tinha sua espada larga presa entre os machados gêmeos.

— Surpreendente! Alguém focado em velocidade usando uma arma pesada — Thomas comentou sarcásticamente.

— Olha quem fala, usando machados de arremesso para uma luta corpo-a-corpo.

Depois dessa disputa Thomas foi o primeiro a recuar, impulsionando seu recuo com o uso do ar ao seu redor.

Simultaneamente, ele lançou um de seus lábris reforçando sua rotação, o que causou um pequeno tornado.

Freud defletiu o ataque com sua espada larga enquanto avançava novamente, mas ele não esperava que o machado retornasse pelas suas costas.

— Hmph, pensei que vikings não usavam ataques tão sujos em uma luta — Criticou o raiju, derrubando a arma diretamente.

— Quando eu disse que era um viking? — A águia retrucou, lançando o machado restante.

Defendendo novamente, o raiju encontrou a oportunidade de forçar um combate próximo o que, apesar de não ser sua especialidade, era a situação mais vantajosa atualmente.

Infelizmente, ele se encontrou com uma barragem de lâminas de vento impedindo sua aproximação.

— Tch!

E assim, a batalha entrou em um impasse onde Freud não conseguia encontrar uma chance para se aproximar, sendo forçado a se esquivar e defender os ataques a distância de Thomas.

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— Isso é um pouco decepcionante… — Observando a luta na arena, Moon comentou com alguma indiferença.

O tom de suas palavras surpreendeu a maioria das pessoas presentes na sala, foi o completo oposto da garota que gaguejou quando Freud criticou sua falta de [Armadura real].

A verdade é que, naquele ponto a matriarca estava apreensiva sobre Silver desprezá-la por ter. Embora ela soubesse que o ‘original’ não o faria, afinal, o ‘amor’ nem mesmo tinha um espírito.

Lina queria responder a esse insulto, mas não teve a chance já que a matriarca voltou a falar.

— Quer dizer, sua especialidade é a velocidade, mas ele nunca chegou a usá-la e só está sendo empurrado de um lado para outro desde o início…

— Freud só estava testando, ok? Ele conseguiu esse mal hábito desde que meu pai o treinou… — A dríade naturalmente defendeu seu guarda costas e amigo de infância.

Ela sabia que esse era um problema terrível num campo de batalha, mas não uma forma efetiva de corrigir isso sem ser rude com ele.

— Eu acho que é bom para esse cara apanhar e ganhar algum senso — Seiji, a pessoa de pior relação com referido presente disse sem remorso algum, ganhando um olhar frio de Lina.

— Bem… O cachorrinho precisa de treinamento~ — Mia estava feliz vendo as expressões da sua rival, embora nem tanto com a possível derrota.

Silver e Mari não se envolveram no assunto, o primeiro ignorou a partida desde o início e o último estava concentrada em não perder se tivesse a chance de lutar.

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De volta a arena, o raiju e a águia ainda estavam em um impasse.

Thomas estava aproveitando sua vantagem a longa distância para manter Freud em uma posição passiva, enquanto o último parecia estar se debatendo para se aproximar de seu oponente.

— Cara, isso está ficando irritante… — Se esquivando de mais um ataque de vento, o jovem de cabelos laranja reclamou.

— Sigh, agora eu já sei do que você é capaz. Hora de acabar com isso… [Sobrecarga]!

Raios roxos cobriram seu corpo o tornando um real raiju, com cada fio de cabelo se arrepiando e seu coração batendo quase ao dobro da velocidade comum.

O oponente também não ficou parado, ele recuperou seus lábris e em seguida, comprimiu todo ar possível ao redor das lâminas da arma.

Terminando esta preparação, ambos se lançaram um contra o outro, encontrando-se em um embate final.

Infelizmente, esse encontro não foi tão impactante como o esperado, Freud desapareceu em um piscar de olhos, sem deixar que Thomas reagisse.

Logo, o raiju reapareceu do outro lado da arena e um corte se formou no peito de seu inimigo, com a queda do mesmo sinalizando o fim da luta.

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— Que anticlimático… — Seiji comentou, vendo Thomas cair na arena.

— Entendi! O cachorrinho estava dando uma de protagonista! Sabe, aquela coisa de ter uma luta super difícil, e aí bam~! Derrota o inimigo liberando seu poder oculto — Mia tinha um olhar iluminado que dizia ‘agora tudo faz sentido’.

Lina olhou para sua rival com raiva e estava prestes a começar uma briga, mas foi impedida por uma certa espadachim.

— Eu tenho uma dúvida… — Mari levantou a mão como uma criança no fundamental.

Com isso, todos olhares se voltaram para ela.