A Ascensão do Dragão Prateado - Vol.2 Capítulo 32
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- Vol.2 Capítulo 32 - Torneio interno(pt.3) A Fênix Vs O Escudeiro
Deixando de lado a teoria da conspiração sobre o possível ataque a [Academia Kousai], a mesma ainda estava aí.
— Ao meu ver, é um plano ingênuo — Silver afirmou, como se fosse puramente um fato.
E ele tinha de fato razão.
— As informações foram alteradas para fazer com que nós acreditássemos na parte dos oponentes mais perigosos serem as outras salas — Continuou a explicação — Sendo assim, a ‘mente por trás’ queria tirar a atenção de si. Seguindo essa linha de raciocínio, aqueles que reconhecemos como fortes são fracos e vice-versa — Concluiu.
O jovem dragão chegou a achar todo esse plano fofo. Com todos seus pensamentos expostos, a única razão que sobrava para a coisa toda eram os lugares vagos do torneio externo.
E o dono dele não era nenhum mestre do crime além das falhas no plano serem óbvias.
Outro ponto falho disso seria o próprio torneio externo.
Maquinações poderiam funcionar aqui, pois é seu ‘território’ mas e do lado de fora?
Se ele não pudesse vencer seus oponentes com sua própria força, como exatamente ele venceria onde existem inimigos muito mais fortes?
Deixando tudo isso de lado, ignorando a péssima visão futura, até que ele faria um bom estrategista no futuro.
Infelizmente, Silver não estava interessado nesse tipo de especialidade repleta de falhas e principalmente, cujos objetivos colidiram com os dele.
Jogando isso para o fundo de sua mente, o jovem dragão olhou brevemente para Moon, que estava ponderando suas palavras e então se direcionou a Lina, que ainda estava para baixo pelos acontecimentos anteriores.
— Não se preocupe demais com esse tipo de detalhe, eu já enfrentei minha parcela de inimigos estranhos — Ele tentou apaziguar a garota.
Afinal, isso aconteceria muitas mais vezes daqui para frente, e se ela agisse assim toda vez não seria um problema?
— Mesmo? — Lina perguntou com pouco entusiasmo, talvez pela decepção anterior a garota pensou que ele teria a mesma razão que Freud.
— Uma vez eu me encontrei com um cara, chamavam ele de açougueiro. Não tenho muito a dizer sobre seu apelido, mas era impiedoso — Silver respondeu, ignorando a resposta fraca da garota.
— E o que aconteceu? — Encontrando uma nova esperança, ela perguntou curiosamente.
Os outros integrantes do grupo, incluindo Moon que acabou de sair dos seus próprios pensamentos, se concentraram na história.
— Bem, o cara era incrivelmente irritante. Constantemente falando sobre seu tipo de carne preferido — Foi uma das lutas mais irritantes da vida do jovem.
O pior era que o dito cujo, não fechava a boca. Nem mesmo com todos os cortes recebidos ele deixou de falar.
— Disparado uma das piores batalhas da minha vida. Enfim, o próximo oponente está esperando.
Com suas palavras, os olhos do grupo voltaram-se para a arena.
Lá havia um jovem, de cabelos pretos penteados para trás e músculos exageradamente largos.
Ele não tinha um olhar condescendente como os anteriores, mas só ficou em seu lugar. Com um olhar firme e resoluto no rosto, exibindo seus quase dois metros de altura.
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Dessa vez foi Mia quem subiu a arena.
E para a surpresa da garota, seu inimigo novamente não agiu como os outros.
Sem nenhum comentário sarcástico nem nada, ele simplesmente a esperou se posicionar.
— Tenhamos uma luta justa — O garoto falou sinceramente.
De acordo com as informações, seu nome era Simon Corley.
Seu espírito é do tipo [Relíquia], assim como Yury. Diferente do espírito da mesma, o do jovem era uma armadura.
Embora o termo esteja fora do lugar, chamá-lo de escudeiro não estava errado.
O jovem logo provou este ponto liberando sua [Armadura real], e ela o cobriu com uma armadura e escudo pesados.
— Isso parece… Pesado — A fênix comentou sinceramente, repetindo as ações do jovem e usando sua própria [Armadura real].
Logo surgiram as familiares e belas chamas vermelho-arroxeadas, antes de baixarem para dar visão ao collant preto e vermelho e às lâminas flutuantes a seu redor.
— A sua parece… Bonita — Simon elogiou, observando as chamas que ainda queimavam nas lâminas.
— Obrigado — A garota respondeu.
— Comecem! — Novamente, a voz sem emoções deu início à luta.
Imediatamente após essas palavras, as lâminas da armadura de Mia se abriram como asas, suas chamas cobriram os vãos, e logo, a garota subiu ao céu.
Enquanto o escudeiro se preparava para o ataque iminente, a fênix apontou para baixo.
Como se fossem comandadas, suas ‘asas’ fizeram o mesmo na direção de seu inimigo.
— [Fúria Angelical] — Decretou a garota.
Assim, ‘penas’ se formaram baseadas no seu elemento e cada uma delas tomou seu rumo, avançando contra Simon, que passivamente se defendeu dos ataques.
Logo, penas flamejantes choveram, dando início a uma cacofonia que foi ressoada pela arena.
Essa era sua [Técnica Espiritual] favorita.
As [Técnicas Espirituais] eram consideradas junções da capacidade e do controle do poder espiritual ou mental.
Assim criando ataques mais destrutivos utilizando o mínimo.
Moldar a forma do elemento era a forma mais comum, geralmente referenciando o próprio espírito contratado. (( Isso é sobre moldar e liberar a energia, mesmo que adicione um elemento a uma arte marcial, não seria considerado uma [Técnica Espiritual] ))
É claro que, como Mia, nem todos seguiam o exemplo.
Enfrentando tais ataques consecutivos, o escudeiro somente aguentou o peso dos golpes.
Estes que aparentemente não o danificaram minimamente.
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— Agora, isso é interessante… — O jovem dragão comentou.
A atenção dele nesta partida residia em dois pontos.
O primeiro destes, foi o ataque denominado [Fúria Angelical]. Ele tinha o conhecimento de que Mia adorava e inspirava-se bastante em sua irmã, mas não nesse nível.
Esta [Técnica Espiritual] ‘autocriada’ era basicamente uma cópia de uma das favoritas de Lorie, a [Fúria Dracônica].
‘Até mesmo o nome foi meio copiado’
Habilidade essa que foi utilizada para destruir muitos exércitos.
O motivo de Silver saber os detalhes da técnica era bastante irônico. Após o confronto na sala do diretor, Yuki fez questão de alimentar o dragão prateado com os detalhes de cada habilidade, estilos de combate, feitos de guerra e etc.
Cada coisa que tornaria possível pressioná-los durante uma batalha foram entregues a ele pela bruxa sangrenta.
De acordo com ela, não importava o fato deles serem seus antigos companheiros. Se seu discípulo um dia os tivesse como seus inimigos, ele deveria vencê-los.
O segundo ponto se dava à habilidade do escudeiro.
— Hmph, por que o oponente dela tem que ser alguém digno? — A dríade perguntou com alguma insatisfação.
Seu oponente era uma pessoa com fetiches estranhos, então obviamente ela não ficaria feliz com sua rival ter uma luta com alguém ‘comum’?
— Ele parece forte, imagino como o meu oponente vai ser… Enquanto não seja como o da Lina eu aceito — Uma certa espadachim disse, ignorando o olhar que a garota mencionada deu a ela.
— Atualmente, o cara… — O raiju pausou pensativo.
— Simon — A matriarca completou.
— Simon, separou seu escudo em pequenas partes e está rotacionando para redirecionar o fogo. Realmente interessante se me perguntarem — Ele finalizou olhando para Silver.
— A ficha dizia elemento terra, mas acho que só julgaram baseado no estilo da [Armadura Real] — Moon seguiu, com suas palavras referenciando ao plot do inimigo que estava puxando as cordas por trás das cenas.
— Controle de metal possivelmente, ou talvez seja só da própria armadura. Se não, ele estaria arrancando lanças do chão ao invés de defender passivamente.
O jovem dragão nem mesmo pensou na possibilidade do escudeiro controlar as ‘asas’ de Mia.
Era senso comum ser impossível movimentar qualquer arma ou elemento de outro [Contratante].
Mesmo se compartilhassem os mesmos elementos ou algo para manipular elementos já existentes. Como no caso atual, ainda que com manipulação de metal, não havia forma de controlar a [Armadura Real] de outro [Contratante]. (( Basicamente, não é possível controlar a armadura ou elemento de outra pessoa ))
O trio continuou a discussão enquanto Lina se irritou por ser ignorada completamente até mesmo por seu amigo de infância.
Já Seiji… Ele simplesmente não sabia o que exatamente eram [Técnicas Espirituais] nem nenhum dos termos técnicos usados em seguida.
Então, tomando uma decisão esperta, o garoto se absteve de entrar na conversa e tentou entender seus significados.
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De volta a arena, Simon estava em uma situação complicada.
Isso não era por conta de estar sendo ‘pressionado’ pela fênix, e sim o completo oposto.
Sem ter recebido um único golpe certeiro, o escudeiro tinha a certeza de que seu oponente se cansaria eventualmente e ele venceria a luta.
O problema aqui é que tal coisa seria um tiro no pé para sua proclamação de ‘vamos ter uma luta digna’ antes da batalha. Seu orgulho não poderia se manter com uma vitória tão baixa.
Assim, o jovem decidiu.
‘Mesmo se eu for derrotado, não vou vencer de uma forma tão indigna’
Simon então defendeu mais uma onda de ataques, antes de pegar dois dos pequenos escudos ao seu redor, moldando-os em discos e lançar contra a garota.
Mia respondeu com suas penas e logo, se tornou uma guerra de projéteis, até a fênix tomar uma das lâminas de suas asas e partir para um ataque frontal.
Outra coisa que ela se inspirou em sua irmã foi a agressividade, dar tudo de si para pressionar o inimigo era parte de seu estilo.
— [Estilo Rosenfeld de florete]… [Estocada] — Entrando em contato com as mãos da garota, a lâmina simples se tornou um florete delicado.
Dando início ao combate próximo, a fênix perfurou como se para atravessar o escudo largo.
O som da colisão ecoou por toda a arena já barulhenta, iniciando o ápice da luta.