A Ascensão do Dragão Prateado - Vol.2 Capítulo 33
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- Vol.2 Capítulo 33 - Torneio interno(pt.4) Fim da luta e um oponente estranho
O [Estilo Rosenfeld de florete] normalmente se atenta aos básicos, com os golpes sendo todos simples e diretos.
Isso o tornava previsível, assim a família tornou uma tradição o ato de adaptá-lo ao seu estilo de luta.
Lorie foi a primeira entre eles a quebrar esta tradição.
Por puro orgulho, ou foi a razão divulgada, ela abandonou completamente o estilo de esgrima e lutou somente com os punhos.
Mais tarde, o público veio a acreditar no anúncio que tornou Mia herdeira da família, foi a forma de ‘vingança’ encontrada para não ofendê-la diretamente.
Afinal, a garota ainda fazia parte da família.
Claro, era tudo crença pública, algo que não foi confirmado e nem negado pelos envolvidos.
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De volta a arena, a fênix deu dois passos atrás recuperando o equilíbrio.
— [Golpes consecutivos] — Soltando uma respiração pesada, ela agarrou fortemente o florete.
Cortando o ar, a ponta da arma chegou, alterando o ângulo de cada golpe enquanto aumentava literalmente a temperatura do local.
Simon respondeu separando novamente seis escudos em pequenas partes, essas que se movimentaram como se por conta própria confrontando cada ataque.
Com isso, as defesas do escudeiro se tornaram cada vez menores, deixando mais aberturas a serem exploradas.
Logo, flashes vermelho-arroxeados podiam ser vistos colidindo em alta velocidade contra os escudos cinzas.
Passo a passo, o escudeiro e a fênix se aproximavam trocando diversos golpes sem perder o ímpeto inicial.
Simon foi o primeiro a sentir a pressão vinda dessa proximidade, afinal, Mia era o lado mais agressivo da dupla.
Saindo de sua ‘zona de conforto’ o jovem decidiu atacar.
Com um escudo pequeno, mal cobrindo seu pulso, ele lançou um direto usando o punho direito. Infelizmente, seu punho foi facilmente defendido pela garota, que viu uma ótima oportunidade de ataque.
— Péssima escolha, [Estilo Renascimento]… [Golpes consecutivos] — Murmurou a fênix, anunciando o ataque seguinte. (( Aqui um exemplo de habilidade que não poderia ser considerada uma [Técnica Espiritual], mas poderiam ser chamada de [Pseudo-Técnica Espiritual], mas assim fica repetitivo acho… ))
O nome do ataque e sua forma eram semelhantes, a diferença foi que as chamas, anteriormente encontradas na ponta da lâmina, se espalharam totalmente nas mesmas.
De tal forma, a explosividade dos golpes dobraram e a garota fez o mesmo sobre a velocidade.
Cintura, torso, braços, olhos. Todos estes foram atacados continuamente, fazendo impossível do escudeiro responder efetivamente ao conjunto de ataques.
Cortes se formaram na armadura e sobre o rosto do jovem, com sua expressão se contorcendo do calor trago pela lâmina.
Ambos trocaram golpes agressivamente, embora Mia estivesse saindo por cima, já que seu oponente parecia amador nesse tipo de combate e por muito pouco, conseguia desviar dos golpes.
Essa vitória sobre seu oponente, embora pudesse ser só momentânea.
Sem parar, a dupla continuou o combate, sem se importar com o cansaço.
— Hah hah — Neste ponto, o escudeiro decidiu deixar de ser passivo e usar o resto da sua força para finalizar a luta.
Condensando de volta seu escudo largo, Simon apoiou ambas mãos e atacou a garota verticalmente.
Vendo isso como outra oportunidade, a fênix aproximou-se e estocou diretamente no rosto de seu inimigo, restringindo sua força para não atravessar o crânio do escudeiro por acidente.
Boom!
Com uma explosão, o jovem escudeiro atingiu a parede da arena e seus olhos se fecharam.
De pé com chamas ao seu redor, Mia sorriu em satisfação escutando o anúncio seguinte.
— Vitória da classe C — A familiar voz mecânica declarou.
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Chegando a sala de espera saltitante, a garota se encontrou com seus colegas de equipe.
Entre eles Seiji tinha estrelas nos olhos, Lina parecia incrivelmente ciumenta e Mari estava admirada, o que fez a fênix ficar mais alegre sobre sua vitória.
Os últimos três tinham rostos neutros, mas ela podia ver alguma aprovação nos seus olhos.
Se aproximando de sua rival com um sorriso, que deu ao último uma vontade imensa de soca-la, ela perguntou.
— Ciumenta?
— Meu oponente pode não ter sido bom, mas pelo menos minhas habilidades são todas originais diferentes das suas — A dríade disse com um sorriso, que ficou ainda mais largo devido a reação da fênix.
— Inspirado não roubado! — Retorquiu furiosa.
— Se essa é sua desculpa… — Sem nenhuma mudança de expressão, Lina continuou não mostrando confiança nenhuma.
Demonstrando um nível extremamente baixo de QE, Seiji ignorou a briga que estava prestes a acontecer e tentou tirar uma dúvida sobre a luta.
— O exatamente são [Técnicas Espirituais]?
Para o rosto cheio de dúvida do garoto, as rivais tinham fogos nos olhos, efetivamente trocando o alvo de seu ódio.
‘Por que ele não perguntou enquanto conversávamos sobre a batalha, mas resolveu fazer isso agora?’
Era a questão que permaneceu na mente de Freud, o raiju não sabia se devia elogiar a coragem de Seiji ou admirar sua estupidez.
No fim, foi Mari quem explicou o significado enquanto os outros três não sabiam o que comentar nesta situação.
Assim, um certo silêncio permaneceu, esperando a batalha entre as classes seguintes.
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— Classe A vs Classe D — Mais uma vez, ao ressoar de uma voz robótica, o início da disputa foi anunciado.
Logo, ambos os lados mandaram seus lutadores.
Ao lado esquerdo caminhou um jovem, de cabelos curtos pretos e olhar afiado, observando seu oponente sem demonstrar fraqueza alguma.
Ele era Adrian Lair, o inimigo a qual Silver desejava testar em pura esgrima. Claro, esse desejo morreu parcialmente após a descoberta do esquema por trás, mas o dragão ainda tinha algum interesse na luta.
Já ao lado direito, surgiu um jovem comum. Cabelos e olhos pretos, usando óculos que o fazia parecer ser exemplar como um aluno, mas nada longe do normal.
— Parece que a grande classe A quer começar grande, huh? — O garoto tinha um sorriso no rosto.
Ele era chamado Basque Corlin.
Corlin, de todas as classes, veio a odiar significativamente mais a classe A.
Na sua visão, todos seus integrantes eram bastardos arrogantes vindo de famílias aristocratas e acreditavam serem superiores a todos os outros, especialmente os estudantes sem espíritos.
Sempre abusando dos mesmos, como era o caso de Elena Ludewig, a qual fazia parte da sala.
Adrian não ficava de fora, embora o abuso cometido fosse muito menor, no fim das contas ainda era abuso.
— Não se preocupe com isso, estamos fora da sua alçada — O espadachim respondeu.
E então, uma espada azul clara surgiu, rodeada de água.
Usando ambas mãos para segurar a espada, o jovem assumiu uma posição básica de luta.
Estranhamente, Corlin não convocou nenhuma [Armadura Real], fazendo seu oponente irritado.
— Comecem! — O início foi decretado, mas nenhum deles se moveu.
O duo simplesmente ficou parado na arena se encarando sem tomar a iniciativa de atacar.
E a situação durou alguns bons minutos…
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— Eles não vão lutar não?! — Reclamou Mari insatisfeita.
Ela atualmente esperava ver quão forte era a esgrima de outra pessoa da sua idade. Tendo visto o estilo de Mia, a garota esperava algo interessante de se assistir, mas conseguiu uma competição de encaradas.
Essa visão foi compartilhada por Seiji, que achou bastante entediante.
— Eles estão lutando — Moon disse friamente.
Percebendo que sua conversa anterior com a garota não valeu a pena, a matriarca estava claramente irritada.
Enquanto a espadachim e o vaga-lume estavam tratando a luta como um show, ela e o resto do grupo tentava descobrir as habilidades de Corlin.
Pelo fato apontado por Silver anteriormente, a mente mestra das informações falsas certamente estaria na classe D.
Agora com o garoto mostrando tais habilidades desconhecidas ficou provado estar certo.
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De volta à ‘luta’, o corpo de Adrian subitamente começou a tremer, e a tremedeira só ficou mais e mais forte a cada segundo.
E então, o jovem caiu de joelhos com seus olhos se enchendo de sangue em fúria.
Infelizmente para ele, sua [Armadura Real] se desfez e seu corpo não mais o obedecia.
Alguns integrantes da staff chegaram para retirá-lo da arena, assim como com aqueles que foram nocauteados anteriormente. ((Não foi descrito antes mas sim, aconteceu com os outros ))
— EU VOU TE MATAR! OUVIU? EU VOU TE MATAR SEU DESGRAÇADO! — Enquanto estava sendo retirado, ele gritou com tudo que tinha.
Mesmo com sua voz desaparecendo o garoto não parou, se eles não soubessem que hoje foi o primeiro encontro dos dois, teriam pensado neles como inimigos de longa data.
Do tipo personagem de história de vingança mesmo, de tanto rancor que havia na voz de Adrian.
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— Ok… Isso foi inesperado… — Todos na sala de espera estavam confusos.
Mesmo Silver não esperava essa virada tão radical na atitude do espadachim.
No início da partida, o mesmo agiu como se sua vitória fosse garantida, agindo feito um boss para acabar perdendo igual a um mob.
Deixando de lado o grupo, mesmo os próprios colegas de Adrian estavam chocados.
O garoto sempre foi calmo e estrito durante suas batalhas, só o que exatamente aconteceu para ele acabar assim?
— Devem ter sido ilusões — Silver concluiu.
— Para fazê-lo gritar assim como se tivesse um rancor tão profundo, só pode ser uma ilusão — Freud continuou.
— A verdadeira pergunta é o que ele mostrou — Moon finalizou.
Vendo o trio que parecia ter algum tipo de conexão, o resto ficou um pouco invejoso enquanto se questionavam como exatamente isso aconteceu.
Não a luta, mas a conexão entre o trio…
Quanto a batalha, as próximas lutas seguiram o mesmo script, alterando somente a atitude dos perdedores.
Elena parecia vazia durante sua derrota, já o outro, ele… Esvaziou suas necessidades na arena…