A Ascensão do Dragão Prateado - Vol.2 Capítulo 40
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- Vol.2 Capítulo 40 - A lua e o coelho, alfa e ômega, apostador e vaga-lume
Em um hall repleto de ruínas, onde o leve raiar do sol fazia com que os hieróglifos, runas e representações desenhadas ganhassem um brilho a mais.
Nos desenhos, um lobo gigante de boca aberta e com a lua pendurada em suas presas enquanto encarava uma terra flutuante.
Outro deles mostrava o mesmo lobo, dessa vez atacando um homem de tapa-olho. Mais abaixo, se encontrava uma cobra, igualmente grande enrolada no que parecia a Terra.
Sentado em um trono, havia uma pessoa de aparência viking. Com cabelos pretos amarrados em tranças, de olhos vermelho-rubro e cicatriz na sobrancelha.
Ele vestia peles de lobos, olhando friamente para o homem ajoelhado aos seus pés.
Se Hibiki estivesse aqui, reconheceria como o único que ‘sobreviveu’ a intrusão na base de Silver.
— Todos seus companheiros morreram e só você restou? — O viking fez uma pergunta retórica, no que o sobrevivente assentiu fracamente.
Levantando-se do trono, ele se aproximou do homem, com seus olhos vermelhos brilhando estranhamente.
Mas o que se seguiu foi um abraço.
— Deve ter sido realmente aterrorizante não? — Enquanto o segurava, seu tom era caloroso.
No próximo momento, ele atacou o sobrevivente, que não teve tempo de reagir quando seu peito foi perfurado.
— Siga seus amigos, talvez você vá para Valhala e encontre com meu ‘pai’. Um dia, nos encontraremos de novo — Mesmo durante o ponto onde o homem estava morto, continuou.
— Me aguarde Fenris… Sua hora vai chegar — Sem se importar com a queda do corpo, o viking olhou em direção ao largo horizonte.
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De volta a base do dragão prateado, Silver decidiu separar o grupo entre seus comandantes.
— Bem, então Hana vai levar Seiji… — Começou o jovem, no que a garota mostrou um olhar irritado.
— Mas, Siiiilv… Eu quero ela — De bochechas infladas, o coelho apontou para Moon.
— Sigh, ok. Mais alguém quer escolher? — Escutando isso, todos os outros assentiram.
— Eu vou levar ele — Sem esperar, Leon arrastou Freud para fora da sala.
— … — Hikari somente olhou fixamente o trio restante.
— Não quero nenhum deles — Ai afirmou.
Pela influência de Silver, nenhum de seus comandantes gostava de ‘heróis’, algo que julgaram ser o tipo de Mari e Seiji após ouvir a história de Moon.
E arrastar uma criança para os seus trabalhos estava fora de questão.
— Podem ir fazer o que precisam, esses quatro vêm comigo — Decidiu o dragão prateado.
E então, Hana saiu levando a matriarca consigo enquanto Hikari e Ai saíram de ‘mãos vazias’.
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Agora na sala restaram Silver, Lina, Mari, Hibiki e Seiji.
— Antes de começarmos, vou deixar uma coisa clara aqui. Minhas ordens são leis — Afirmou o jovem, algo que deixou expressões descontentes em alguns deles.
A criança era a mais tranquila, esse tipo de coisa era comum nas ruas.
Seguir a regra do punho maior ou dos grupos fazia parte do cotidiano de qualquer um que vivia nas cidades baixas.
Quebra-las significava a morte, isso olhando para o lado bom das coisas.
— Pouco me importa se vocês pensam em si mesmos como heróis, não siga minhas ordens e no pior dos casos você morre. No melhor deles, sai com um buraco no corpo — Finalizou.
Sem deixar espaços para reclamações, o dragão prateado os levou onde eles ficariam.
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Por outro lado, Moon seguiu Hana até o que parecia o quarto da garota.
O design foi feito em prateado e dourado com detalhes vermelhos. Haviam fotos dela e de Silver espalhadas pelo lugar.
Sua cama era branca e tinha um coelho de pelúcia deitado nela.
— Eto, é minha primeira vez tendo um subordinado direto, então não sei como isso funciona… — O coelho colocou um dedo no queixo, pensando profundamente.
Para a matriarca, ela parecia incrivelmente fofa nesta pose. Mas a frase atiçou sua curiosidade.
— Você não é uma comandante? Então como nunca teve subordinados? — Perguntou curiosa.
— Teve uma vez que Silv chamou alguns dos membros e pediu para eles ‘acatarem minhas ordens’, acho que era isso… — Hana ainda tinha alguma dúvida quanto esse dia — Mas todos disseram ‘não somos dignos de servirmos a senhorita’ — A garota finalizou.
Moon olhou estranhamente, pensando nessas palavras, a conclusão caia mais no lado da adoração que da exclusão.
Ela decidiu investigar mais tarde, se era pressão de Silver ou os membros estavam ‘mimando’ o coelho.
— E sobre a Midgard? Deveríamos estar nas ruas já que estamos em guerra? — A matriarca questionou.
Tendo pesquisado um pouco sobre a situação atual antes de vir, ela naturalmente sabia sobre as tensões entre ambas gangues.
— Hm? Não, Astrid é legal. O único problema é a rivalidade dela com Ai — Hana explicou.
— Mas deve ter outra coisa que faça dela alguém ruim — A matriarca insistiu.
Embora a linha de raciocínio do coelhinho fosse fofa, isso não podia continuar. Afinal, elas estavam falando de um inimigo, este tipo de ingenuidade era uma falha mortal.
— Tem uma coisa… — Respondeu a garota com uma leve pausa, criando algum suspense — Ela não gosta de coelhos — Sua expressão era feroz, e levantou seu pequeno punho cerrado.
Moon abriu a boca, mas nada saiu.
Ela decidiu simplesmente ir com o fluxo e aproveitar seu tempo com Hana, já que também raramente conseguia encontrar alguém assim, que pudesse conversar tranquilamente, sem pressões ou demandas.
Mesmo suas conexões na escola traziam problemas.
‘Bem, não é tão ruim assim…’
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Freud seguiu Leon pelos corredores da base, sentindo que estava caminhando sem rumo.
— Como conheceu Silver? — Se cansando do silêncio, o raiju tomou a iniciativa de perguntar.
— Na floresta — Respondeu o comandante friamente.
— Já desafiou ele alguma vez? — Mesmo com a estranheza de ser tratado desta forma, continuou a questionar.
Para tais palavras, o lobo pausou seus passos, encarando o jovem.
— Você já fez? Se sim, meu amigo, sua sorte é incrível — Disse em um tom animado.
— E o por que disso…? — Agora Freud estava intrigado.
— Quando um ômega ou beta desafia o alfa, junto a derrota, eles morrem no fiml — Respondeu, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
E isso era, de fato, conhecimento comum no reino animal.
— Como você está aqui hoje, quer dizer que pegou Silver em um dia bom — Logo concluiu, com o que achava estar certo.
Após isso, Leon continuou seus passos atravessando o corredor e parando diante de uma porta.
— Antes que eu me esqueça. Boss me explicou sobre seu espírito — Olhando para o raiju ele deu um sorriso desdenhoso.
— Um cãozinho domesticado. Esta é a visão que temos a seu respeito, agora enquanto está aqui, foi promovido para ômega. Meus parabéns — Seu tom não era nada alegre para alguém dando felicitações.
Embora insultado, o raiju não respondeu.
Abrindo a porta, a visão seguinte foi a de diversos membros. Todos vestindo roupas estampadas com lobos.
— Prontos para a caçada?
Houveram muitas respostas ao mesmo tempo, e suas expressões eram a de animais selvagens.
Neste momento, Freud sentiu como se tivesse encontrado seu lugar.
‘Isso vai ser mais divertido que pensei’
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De volta ao escritório de Silver, o mesmo estava encarando o quarteto a sua frente, antes de finalmente tomar uma decisão.
— Hibiki e Lina vão ficar comigo. Os outros dois, um vai ser treinado por um dos meus lutadores. O outro pode começar a pensar sobre como exatamente as babás trabalham — Com isso, saiu da sala acompanhado dos presentes.
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Abrindo a porta, o grupo se encontrou com a visão de uma sala bagunçada.
Pilhas de relógios e pertences diferentes espalhados pelo chão, sem o mínimo de cuidado.
— Settō, vem para cá — O dragão prateado ordenou.
Logo, barulhos de coisas caindo foram escutados, e uma silhueta coberta de poeira saiu.
— Oh! Chefe, ótimo te ver por aqui. Senti saudades — Disse a silhueta fazendo poses exageradas, antes de se aproximar de Seiji e oferecer um aperto de mão, que o jovem relutantemente aceitou.
— Prazer em conhecê-lo, você parece incrivelmente íntegro. Promissor de fato — O homem mostrou aprovação.
— Settō! Se apresente — Silver chamou mais uma vez, colocando sua mão no ombro do homem.
— Perdão minha rudeza, Kakeru Settō a sua disposição — Se curvando extravagantemente, ele fez sua apresentação.
— Lina Woods — A dríade tinha uma expressão estranha no rosto, internamente feliz por não ter que ficar próxima dele.
— Fumiko Mari — Seguiu a garota com um aperto de mão.
— … Hibiki… — A criança olhou duvidosamente para o homem.
De repente, seus olhos se arregalaram. Vendo Settō averiguar a katana da espadachim.
— Uma bela espada, onde conseguiu? Quer apostar ela comigo? Garanto que você tem cinquenta por cento de chance de vencer — Disse com um brilho nos olhos.
A garota rapidamente retomou a espada, olhando cautelosamente para o indivíduo.
— Ara, não me olhe assim~ Sou só um humilde apostador, nada perigoso — Ainda havia o mesmo brilho em seus olhos, embora muito menor.
— O loirinho ali é Seiji, sua nova babá. Cuide bem dele — Silver interrompeu a troca entre o duo e esclareceu.
Isso deixou um olhar incrédulo no rosto do mencionado, se sentindo injustiçado por tal punição.
— Aliás, devolve o que pegou dele. Não podemos ter um começo tão ruim — O dragão prateado disse.
Settō logo tirou um relógio, colar, SC e uma carteira parecendo triste enquanto o vaga-lume estava furioso.
Quando percebeu que havia acabado, Silver retirou os pertences do apostador e os devolveu.
— Quando você… Esquece — Vendo o olhar na face do seu chefe, o homem desistiu.
Sem dar tempo para as reclamações de Seiji, ele levou todos sala afora, deixando somente o duo lá.