A Ascensão do Dragão Prateado - Vol.2 Capítulo 43
Num quarto feminino, duas garotas conversavam.
Ele tinha design prateado e dourado adicionando retoques vermelhos, além do mais, havia diversas fotos de uma das jovens junto a outra pessoa.
A que parecia ser mais velha tinha cabelos e olhos roxos, vestindo um haori azul com estampas de lua.
Essa era, claro, Amaterasu Moon.
Os dias passaram rapidamente durante seu ‘estágio’ como primeira e única ‘subordinada’ do pequeno coelho.
A matriarca descobriu que os membros da gangue realmente amavam e mimavam Hana.
Ela sempre tinha a primeira escolha sobre as missões embora suas preferências fossem no mínimo questionáveis.
Fora isso, durante uma única caminhada ao redor do território, Moon perdeu a conta de quantos presentes foram entregues por ambos, membros e residentes do local.
A garota restante, vestia uma jaqueta jeans com um grande coelho desenhado nas costas.
Agora sobre o treinamento, graças a ajuda de Hana a jovem conseguiu sair de seu bloqueio.
Sua força subiu muito se comparasse a sua versão dos dias iniciais aqui, com seu eu que está prestes a sair.
O tempo passado juntas também aprimorou a amizade das garotas. Hana ignorar a relação chefe-subordinado ajudou, mas tal coisa não vem ao caso.
— Oh, Silv pediu para nós nos encontrarmos com ele daqui a uma hora — O pequeno coelho disse abruptamente.
Ela havia acabado de lembrar deste detalhe.
— Hm? Algum input sobre a situação atual? — A matriarca questionou, isso realmente a pegou desprevenida.
De acordo com o cronograma normal, havia no mínimo mais uma semana de treinamento. Agora tal encontro surgiu e quebrou sua agenda.
— Inp… Inpot? Silv, disse sobre uma aliança entre nós e Midgard — Hana tinha um dedo no queixo e parecia pensativa.
— Hmm… — Moon não tinha resposta para isso.
‘O que mudou? Silver não é o tipo de aceitar simples assim… Algo sério deve ter acontecido’
Em sua visão, o dragão prateado era o tipo bom de orgulhoso, que se a situação permitisse não apoiaria todas suas esperanças cegamente em outra pessoa.
O mesmo tipo que ela.
Claro, se você esquecesse o fato dela ter deixado toda a sua família nas mãos do seu braço direito.
Ignorando isso, as garotas se dirigiram ao ponto de encontro.
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Numa sala de reuniões, localizada na divisa entre o território da Midgard e da gangue de Silver, o grupo estava novamente reunido.
Exceto por Lina, todo o resto já havia chegado.
— Hihihi… — O coelho ria apontando para o ‘morto-vivo’ deitado na mesa.
O garoto que havia finalmente encontrado uma oportunidade de descansar, foi imediatamente acordado pelas risadas.
— Do que exatamente você está rindo sua…!? — Seiji começou a falar, mas foi confrontado pelo olhar frio vindo dos outros presentes.
Dentre eles, somente Freud e Mari não se envolveram.
Surpreendentemente para o jovem, Moon se juntou aos integrantes da gangue.
O raiju simplesmente bufou em desdém. No pouco tempo que passou aqui, foi fácil perceber a identidade da garota como mascote do grupo.
Mas aparentemente o vaga-lume não percebeu isso.
‘Como esperado desse idiota’
A aparência miserável de Seiji causou mais risadas do coelho, porém dessa vez, o jovem não comentou.
— Ah! Aqui Hikari, presente — Hana saltitou até a kunoichi e entregou uma foto.
Com um raro sorriso, a garota aceitou a imagem e de repente, seus olhos se tornaram sérios.
Lenta, mas fluidamente ela guardou em sua roupa, próxima a si.
No momento seguinte, uma cena semelhante se desenrolou, desta vez com Moon.
A matriarca e a kunoichi trocaram olhares por alguns segundos, antes de assentirem em entendimento mútuo.
O restante dos presentes estavam curiosos quanto às fotos, mas para sua decepção, o coelho olhou ao redor sem intenção de falar.
Impedindo o assunto de continuar, a porta se abriu e duas pessoas entraram.
A primeira tinha cabelos loiros amarrados em um rabo de cavalo, vestia uma jaqueta preta que tinha o desenho de uma cobra se enrolando por toda ela.
Seus olhos tinham uma coloração amarela clara com certo brilho penetrante característico neles.
O segundo poderia ser considerado a versão masculina do anterior.
Onde as mudanças eram, cabelos curtos e bagunçados usando roupa feita de peles de animais.
Junto à chegada da dupla, o rosto de Ai se contorceu em raiva, algo que não passou despercebido pela mulher.
— Ora, não são essas péssimas boas-vindas vira-lata? — Disse com um tom sarcástico.
— Pensei ter colocado uma placa de proibido cobras, quem trouxe essa aqui? — Replicou a garota, copiando o tom.
— Astrid! — Enquanto as duas tinham uma disputa de olhares, Hana gritou e abriu os braços se preparando para um abraço.
— Coelhinho! — A mulher prontamente respondeu o gesto.
De repente, Ai segurou a garota no lugar impedindo de continuar.
— Cobras devoram coelhos, você não deveria se aproximar — Explicou com uma expressão mortalmente séria.
— Mesmo? — A menina olhou para Astrid com dúvida e um pouco de medo.
Essa hesitação fez o lobo dar um olhar vitorioso a sua rival.
— Tch
Voltando alguns momentos atrás, Leon estava tendo sua própria disputa com um dos recém-chegados.
— Vidar… aquele dia foi meio que… — O lobo coçou a cabeça embaraçado.
Ele sabia que sua ligação dias atrás provavelmente deu ao seu bom amigo uma boa surra de presente.
Mas aquilo foi completamente acidental.
— Sem preocupações, só me deixa te dar alguns socos e ficamos quites — Vidar tinha um sorriso estranho enquanto dizia isso.
— Cara, seu sorriso é meio perturbador… — Comentou Leon.
— Esse é meu rosto seu mer… — Impedindo que ambas brigas continuassem, a porta se abriu.
Dela, Silver entrou junto a Lina e Hibiki.
Ele usava seu haori de assinatura e a dríade um uniforme de escritório comum.
A criança ainda estava usando o uniforme para treinamento, que dizia ser confortável.
Com a chegada do seu chefe, todos voltaram às suas cadeiras e Leon encontrou uma oportunidade de fugir.
— Vamos aos negócios — O dragão prateado anunciou.
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O grupo se sentou em uma mesa redonda, com os chefes se sentando opostos um ao outro.
Hana e Hikari sentaram-se dos lados esquerdo e direito de Silver, Vidar ficou do lado de Astrid.
O resto se espalhou pelos assentos sem uma ordem definida.
— Te conheço tempo o suficiente, dragão, para saber que tem algo errado com seu convite — A chefa iniciou, procurando esclarecimento.
— Eu quero ajudar você… vocês — O jovem disse sorrindo.
A escolha de palavras fez a mulher furiosa. Isso o mesmo que chamá-la de incompetente.
Ela não tinha tudo sob controle por causa da Ragnarok, mas ainda estava num nível aceitável.
Sem necessidade alguma de apoio em tudo.
— Não são os vivos que me preocupam, e sim os mortos — Silver afirmou, indicando algo.
Os olhos de Astrid se tornaram fendas, encarando furiosamente o jovem.
— O que você sabe sobre isso? — Questionou friamente.
Os mortos… Eram realmente um problema para si.
Eles não pararam nos seus túmulos, por algum motivo, decidiram vagar pelos rankings da sua gangue.
Se separando em diversos dos seus cargos, principalmente os burocráticos.
Além disso, cada um deles começou a tentar ferrar com seus negócios mais importantes. E como estavam muito bem espalhados, ela teve que passar o pente fino por todos os membros.
Fechando os olhos, a mulher organizou suas idéias e pesou as vantagens da aliança.
Dentre aqueles na sala, fora os chefes, somente outras três pessoas entenderam o significado dessa conversa.
Lina, Moon e Hana.
— Então essa era a razão daquela missão — A matriarca sentiu como se tudo fizesse sentido.
Alguns dias atrás, ela seguiu o coelho durante uma visita aos membros da gangue.
Lá, sua comandante constantemente dizia estar sentindo o cheiro da morte em alguns deles. Isso a deixou cheia de dúvidas, mas agora fez sentido.
Todos já estavam mortos antes da dupla chegar, embora tenham sido entregues a outro setor do grupo para serem investigados.
— Ai, encontrou ela? — Deixando Astrid com seus próprios pensamentos, Silver questionou uma de suas comandantes.
Antes de tudo isso começar e o grupo chegar, o dragão prateado entregou uma missão importante nas mãos do lobo.
Esta que era encontrar um dos personagens principais da novel.
Tal pessoa seguia o caminho da medicina e seu espírito a acompanhava.
Em termos de gentileza e pureza ela seria disparada a mais proeminente entre todos mencionados no livro.
Sua vinda para seu grupo foi pensada por ele desde o início, afinal, a mesma se tornou referência entre esse meio durante os capítulos tardios.
— Reduzimos o raio da pesquisa para um único quarteirão, mas sem resposta definitiva — Ai respondeu francamente.
A pesquisa demorou por ela saber apenas que o indivíduo vivia numa igreja e tinha grande entendimento sobre medicina.
— Sem problema, não é tão urgente assim — Tempo para encontrá-la eles tinham de sobra.
O assunto mais urgente atualmente era a Ragnarok.
Um silêncio tranquilo se espalhou por toda a sala, não chegou num nível desconfortável simplesmente calmo.
— Leon… Temos assuntos pendentes… — Vidar interrompeu o clima relaxado, buscando resolver as pendências.
— Eeeh… Mesmo? — O lobo decidiu não cooperar com isso.
Irritado, o vice-chefe pensou em continuar, mas sua irmã tinha outra ideia.
— Certo, eu…
Boooooom!
A parede da sala explodiu, fazendo com que todos levantassem a guarda para quem ou o que sairia de lá.
Tap tap
Lentamente, um grupo de pessoas entrou no buraco recém criado, dentre eles havia alguém muito familiar aos membros da gangue.