Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 18
Dia a dia
Visão Yuna
Depois de ter meus títulos criticados, eu e o Izumi voltamos para casa, me lembro dele ainda ter dito algo como:
— Êh… Então, sempre que você quiser conversar com alguém, eu… êh, pode contar comigo, acho.
— Puft! Se vai dizer algo como isso, faça com mais confiança — disse sorrindo lindamente.
— Verdade.
Com essa última piada me despedi do Izumi, voltei para casa, chegando lá vi que minha mãe ainda não tinha chegado, ou seja, teria que fazer a janta, até porque estava com muita fome, não dava para passar sem comer.
Fui logo para a cozinha, não adiantava ser preguiça, depois ainda meditei e fiz algumas coisas rotineiras e já lá para o fim da noite finalmente uma certa pessoa chegou.
— Onde esteve? — perguntei.
— Por aí! Primeiro tive que ir com o pessoal para o escritório resolver um problema urgente, depois fomos num bar para relaxar um pouco.
— Ai! Você bebeu demais.
— Não, nem… Espera, esquece, droga! Estou péssima. — Minha mãe vai se olhar no espelho então conclui: — Achei que tinha conseguido ir embora antes de chegar a esse ponto.
Para variar a família não era boa em saber a hora de parar de beber, devia ser genético, também tinha o mesmo problema, e como eu sabia disso? Segredo.
— Enfim, já foi, espero não ter ressaca, por isso que só bebo uma vez na vida e uma na morte. — Isso era verdade.
— A propósito, se quiser, tem comida na geladeira, preparei o suficiente para duas pessoas.
— Sério, mas que filha fofa — ela disse me abraçando.
— Ei! Sai, você está com bafo.
— Não deve ser tão ruim assim, mas vou comer logo, estou morrendo de fome afinal.
Depois disso fui para cama, dessa vez não esqueci de fechar a janela, por isso poderia dormir até tarde, por horas sem ter o sol me acordando, mas…
— Ei! Acorde logo lagarta preguiçosa!
— Buu! Maldosa.
Minha mãe puxou a coberta para longe, mesmo que eu estivesse tão deliciosamente enrolada aproveitando o calor. Fim da história, fui forçada a acordar cedo e, por vários motivos, não consegui dormir bem a noite, maravilha!
— Vamos ao parque andar de bicicleta — ela disse.
— Você não vai trabalhar?
— Hoje é domingo, nem Deus trabalha de domingo!
Sei, sei, tinha certeza que ela ia pegar o celular para responder alguém do trabalho, pior, era capaz dela fazer isso andando de bicicleta.
— Qual a desse olhar desconfiado, eu realmente não vou trabalhar hoje o dia inteiro.
— Só acredito vendo.
Me levantei da cama e comecei a me trocar rapidamente, enquanto ouvia a resposta irônica da minha mãe:
— Pô, já estou sem moral nenhuma com minha filha.
— Haha!
…
Enfim, ignorando os processos inúteis, como trânsito, fila e mais, chegamos ao parque. Estava meio frio, por isso fui de casaco e shorts, já que não sentia frio nas pernas, sim, é algo meio estranho, meu corpo tinha esse defeito de fábrica.
— Aqui.
O moço me entregou minha bicicleta verde meio fodia… Ahan! Quer dizer, minha bicicleta alugada, então comecei a andar por aí.
O parque estava bem bonito, as árvores verdes pareciam brilhar um pouco, por causa do da luz do sol, que refletia na água que sobrava da chuva na noite passada. Tinham também algumas flores bem bonitas, mais importante, poucas pessoas, por isso podia admirar toda a natureza sem uma multidão no caminho.
O vento batia suavemente na minha cara, o sol começava a surgir deixando a temperatura mais agradável, sem dúvidas era um lugar relaxante, que me dava uma certa sensação de paz.
— Está pensando no que?
Repentinamente minha mãe me alcançou, o que me surpreendeu, tinha deixado ela para trás completamente, já que não esperei ela pegar a bicicleta para ir, mas de qualquer forma apenas respondi:
— Apenas estava admirando a beleza do parque, mas enfim, só como me alcançou tão rápido?
— Não subestime sua coroa, são só uns 20 aninhos de diferença entre nós duas, além do mais eu tenho corpo de 20, devo ser até mais veloz que você.
— Nem a pau.
— Quer apostar.
— Que tal me dar o brinco que eu pedi se eu vencer, então? Haha!
— Olha ela querendo enfiar a faca.
— Está com medo de perder?
— Claro que não! Ok, vamos começar! — ela disse motivada.
— Que! Ou, espera, porra!
— Quem chegar no bebedouro primeiro ganha.
Essa arrombada! Isso era injusto, ela saiu muito antes, nem sequer tínhamos concordado com as regras, contudo não aceitaria perder, por isso fui correndo com tudo atrás dela.
…
— Ha! Ha! Ha!
— Acho que podemos considerar um empate.
— Nem fudendo, eu cheguei pelo menos 0,17 segundos antes de você — disse.
— Olha a boca menina.
— Como se você ligasse para isso, além do mais, sem desviar o assunto, admita a derrota.
— Você tem alguma prova?
— Droga! Da próxima vez precisamos chamar alguém para ser juiz.
Já era a terceira vez que ela tentava me passar a perna, tinha certeza(ou quase) de que tinha ganhado!
— Verdade, você podia chamar aquele seu amigo, Izumi, né? Ele seria um bom juiz, ou até poderia competir?
— Nem a pau.
— Não quer chamar ele, por quê? Por acaso não quer que ele veja sua bela mãe?
— Nem, eu sou mais bonita que você.
— Nem a pau!
A propósito eu perguntaria isso para o Izumi no futuro e a resposta foi: “Yuna com certeza”, mas minha mãe reclamou que a resposta estava enviesada, porque naquele ponto estávamos namorando.
— Enfim, chega de brincadeira, afinal se eu chamasse ele viria mesmo, por mais que seja de manhã e longe, além do mais ele morreria na segunda volta, se fosse competir.
— Ele viria mesmo? Que garoto mais… Obediente. — E esse foi o melhor eufemismo que minha mãe encontrou, claro, a forma de agir dele não era ruim, na verdade, até gostava.
Sem contar que realmente não rolava chegar do nada num domingo e falar: quer passar no parque me ver suada que nem uma porca, para ser juiz da corrida entre mim e minha mãe.
No fim, depois de nos exercitar, mais do que eu esperava para um domingo, nós voltamos para casa, a pé, ai eu me fodi, eu sabia que a gente tinha ido a pé, mas voltar assim foi complicado, por isso no meio do caminho já estava morrendo.
— Vamos pedir um táxi.
Olhamos uma para outra e falamos basicamente ao mesmo tempo.
…
Já em casa me troquei, entrei na banheira quente, onde eu podia descansar e relaxar um pouco, então eu murmurei:
— Bem que esse dia podia durar para sempre.
— Sai logo do banho, vamos jantar!
— Ok!
Tive meu momento relaxante cortado, infelizmente. Me sequei, vesti uma camisola, basicamente pijama, desci rapidamente e encontrei uma linda refeição me esperando, no fim mesmo que eu soubesse cozinhar, minha mãe era muito melhor.
— Só como você cozinha tão bem?
— O importante é colocar muito amor.
Ela falou com um grande sorriso, mas era uma dica inútil, era difícil melhorar, se ela não entregasse o segredo!
…
O sol raiou muito forte, uma merda, eu queria dormir um pouco mais, mas acabei acordando por causa do sol. Enfim, só me resta levantar logo, me troquei, dei uma arrumadinha no cabelo e afins. Fui para escola, não tinha muito para fazer, tive as aulas normalmente, no fim os professores ainda falaram sobre o interclasses, um evento que aconteceria e por fim…
— Hey! Vamos sair?
Yumi veio falar comigo assim que deu o sinal para o final da aula.