Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 30
Meu namorado
Visão Yuna
Enfim, me troquei rapidamente, arrumei as coisas, olhei o celular, Goji disse que ainda demoraria pouco mais de uma hora, por isso decidi sair de casa para nadar um pouco com minha mochilinha e acabei chamando o Izumi, porque ainda queria ele por perto.
Sim, abusei um pouco da bondade dele, sabia que se chamasse ele viria, mesmo tendo acabado de voltar para casa. Logo Izumi apareceu, parecendo um pouco cansado, ele definitivamente tinha vindo correndo.
— Cheguei! Ha! Ha! O que queria?
— Humm… Saber se você viria mesmo? — disse brincando.
— Isso já é maldade.
— Além do mais queria te ver de novo, hehe!
— Isso…
— Eu adoro ter você por perto, afinal.
— Êh… Por que isso do nada? — Izumi perguntou de forma meio tímida e exagerada, muito fofo.
— Apenas senti vontade de dizer isso.
— Não faça isso, vai acabar fazendo meu coração explodir.
— Haha! Não se preocupe, não vai acontecer isso.
— Tem certeza?
— Sim… provavelmente. — Ainda estávamos falando do Izumi, então eu não conseguia ter certeza.
— Enfim, vamos? — disse.
— Espera para onde?
— Eu meio que combinei um lugar onde o Goji vai me buscar, apenas vamos ficar conversando lá até ele chegar, é uma praça aqui perto, tem algum problema?
— Goji?
Foi aí que lembrei: tinha pensado em fazer várias coisas enquanto conversava com Izumi, mas não expliquei nenhuma delas direito, por isso aproveitei o caminho para dar um resumo para ele.
Andamos por alguns minutos, chegamos, era uma pracinha bem merda, tinha umas florzinhas, um pouco de grama e um banco, no qual sentamos.
Comecei a pensar sobre como puxar assunto, eu tinha chamado ele, na verdade, apenas não conseguia relaxar e queria alguém por perto, melhor, queria o Izumi, mas não tinha nada em particular para dizer, por isso só me aproximei dele.
Ele nem reagiu muito, talvez já estivesse acostumado a me ter por perto, por isso pudemos passar um tempo silenciosamente em paz.
Em algum momento trocamos algumas palavras, nada relevante, apenas trocas inúteis e um pouco divertidas, que faziam o tempo passar rapidamente até o Gojo chegar.
— Garotinha a quanto tempo.
— Goji, olá!
Um homem saiu do carro, era um adulto de cabelo preto, usando terno e com o rosto levemente envelhecido, parecendo estar na casa dos trinta, apesar de que tinha uns 40 e pouco.
Estávamos com um pouco depressa, por isso entramos no carro rápido, me despedi do Izumi, começamos a andar, foi quando Goji se virou e perguntou:
— Quem é o garoto, seu namorado?
Naquele momento minha pupila dilata um pouco, então tive um estalo na minha mente, algo como: verdade, me apaixonei pelo Izumi, né?
Tinha demorado bastante para notar, talvez pelo momento em que aconteceu, não sei, já tinha notado meus sentimentos, mas não tinha pensado sobre relacionamento ou algo do tipo, sabe quando simplesmente ignoramos algo obvio.
— Sim. — respondi.
— Sério, deveria me apresentar ele depois.
— Claro.
Olhei pela janela. Com minha decisão tomada, tinha confiança de que conseguiria seduzir Izumi, então não tinha problema falar sim, mesmo que o garoto nem soubesse ainda, tecnicamente foi aí que começamos a namorar.
Senti uma leve queimação no rosto e uma certa expectativa, nunca tinha exatamente namorado antes, por isso fiquei um pouco curioso sobre como seria.
…
— É aqui. — Goji disse.
— Ok.
Respirei fundo. Chegamos ao hospital, passei pela porta, era transparente do tipo que abre sozinha. Tinham umas três recepcionistas, um balcão grande, de madeira. Falamos com uma delas, ela mexeu no computador, conferiu quem éramos. Com a permissão adquirida, entramos no elevador. Minha mãe estava no 14° andar, quarto 148. O elevador era meio lento e velho, tipo ele rangia até, principalmente para abrir a porta. Saímos do elevador, andamos um pouco, viramos à direita, era um dos últimos quartos, passamos porta por porta, meu coração acelerou naquela hora.
Um passo após o outro. Me lembro bem, as portas não tinham um padrão, a do quarto 140 e 142 eram brancas, bem padrão, a do 144 era curiosa, tinha uns padrões ao estilo budista, bem colorida, a 146 era marrom, só isso, outra porta padrão.
Chegamos ao quarto 148. Uma porta em madeira comum, marrom, variando levemente de cor, algumas partes mais ou menos escuras, ela também estava um pouco gasta em sua base, era provavelmente grande de mais, por isso arrastava no chão, sendo, portanto, difícil de abrir, além do mais a maçaneta era de bolinha, que é bem pior para segurar convenhamos. Entrei.