Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 35
Um dia que foi só do nada
Visão Izumi
Depois de receber a fatídica mensagem, tive de sair correndo, com medo de chegar atrasado.
— Ha! Ha! Ha!
E no final das contas de alguma forma cheguei a tempo, apesar de estar quase morrendo, pelo menos eu, em geral, nunca suei muito, portanto estava pleno depois de correr tanto.
Fiquei alguns instantes recuperando o fôlego, dando tempo para meu corpo esfriar, rapidamente me encontrei novo em folha, olhei o relógio, consegui fazer o percurso em apenas 14 minutos.
— Cheguei até adiantado, mandei muito bem! — disse para mim mesmo.
Ding! Toquei a campainha, a Lila, mais conhecida como mãe da Yuna, abriu a porta e me deixou entrar. Olhei em volta, Yuna ainda nem estava lá, ele tinha ficado até tarde na escola e ainda teve que fazer comprar na volta, claro Lila tinha causado essa situação de propósito.
— Agora eu adoraria conversar com você a sós, pelo menos até ela chegar, que tal? — Lila “perguntou”.
— Ok! — concordei, não que tivesse outra opção.
Visão Yuna
As sacolas estão pesadas! Reclamei no fundo do meu coração. Compre um guaraná na volta, ela disse, já eu inocentemente acreditei, mas logo ela começou a “lembrar” de mais coisas que queria, de repente tinha comprado o suficiente para um banquete.
Sério, era tanta coisa que tive seriamente que sentar para descansar no meio do caminho, além do mais tinha acabado de me matar jogando basquete e já estava cansada por causa do sono, definitivamente ainda mataria alguém naquele dia.
Mesmo cansada voltei a andar, logo cheguei em casa, abri a porta, sim, carregado uma porrada de coisa e minha mãe nem para abrir aquela porra.
— Cheguei!
Coloquei o mais rápido possível as compras em cima de uma mesinha, meus braços deram graças a Deus.
Subi as escadas, a propósito meus avós já tinham ido embora, por vários motivos minha mãe não ficaria mais fora, então eles também não precisavam ficar cuidando de mim, além do mais era melhor não ter esses três convivendo, a casa era de madeira e poderia queimar com o tanto que eles trocariam faíscas.
Bem, apesar de não terem se encontrado, minha vó deixou algumas coisas preparadas, meu vô arrumou até um probleminha da maçaneta, de certa forma a sua forma de demonstrar um certo apaziguamento, mas no fim as duas partes ainda eram um pouco cabeça dura demais, para simplesmente sentar e conversar.
— Mas que porra!
— Êh… Oi.
— Seja mais educada filha.
No fim ainda tomei um soquinho na cabeça, era para ser engraçado, mas doeu bastante, minha mãe era forte.
— Por que? — perguntei.
— Não tinha o que eu pudesse fazer, ela mandou eu vir, eu não sei de nada, juro. — Izumi disse tímido, o que me fez rir um pouco, mas ainda disse:
— Mãe?
— Eu só achei que seria legal ter mais gente, não tem como comermos tudo que compramos em duas pessoas.
— Então não me manda comprar tantas coisas?!
— Está reclamando por quê? Estava apenas pensando em você, eh… Foi tudo para te forçar a fazer exercício físico, os quais são muito importantes para o seu desenvolvimento.
— Eu sei, inclusive já faço corretamente todos os dias, não preciso de você se preocupando com isso.
— Mesmo que sua mãe tenha se esforçado tanto, que garota mais ingrata, sinf! — ela disse brincando.
— Se esforçado onde? Eu que carreguei tudo! A propósito, muito mais comida do que três pessoas conseguem comer! — reclamei.
— Bem, que tal assim, eu vou cozinhar então a gente fica de boa.
— Suspiro! Ok.
Aceitei isso rapidamente, porque tinha medo dela ainda empurrar para mim a tarefa de cozinhar, foi assim que ficamos apenas os dois no quarto.
— Então…
Izumi parecia um pouco perdido/desesperado, basicamente pedindo, me salve por favor, o que eu faço?
— Relaxe, não tem problema, eu até gosto de ter você por aqui.
— Entendo, você e sua mãe são realmente próximas.
— Sim.
— Acho que não temos muito o que fazer, então, quer jogar comigo até ela acabar de cozinhar?
Ele me mostrou o seu celular, estava com clash royal aberto, enfim nós jogamos um pouco de dupla, apenas para passar o tempo.
— A comida está pronta! — minha mãe gritou.
Ao ouvir isso saímos rapidamente da partida, então descemos as escadas, lá embaixo um quase banquete nos esperava, um longo e delicioso, porém exagerado almoço.
— Sua mãe cozinha muito bem, tipo bem demais, isso está no nível de shokugeki, né? — Izumi disse baixo só para mim, imaginei que Shokugeki fosse um anime, mas não tinha assistido, obviamente.
— Verdade, é incrível — respondi algo genérico.
— Fico feliz que vocês tenham gostado, mas não me deixem de fora, não fiquem sussurrando coisas dessa forma.
— Êh… Foi mal — Izumi disse tímido.
Tinha esquecido porque ele estava acostumado comigo, mas Izumi era alguém extremamente introvertido, por isso ele preferia falar só comigo, na verdade, era engraçado como ele parecia se sentir pressionado, o que minha mãe notou e usou para se divertir.
Depois de ser pressionado um pouco, Izumi começou a tentar falar alto para a mesa inteira ouvir, então foi aos poucos ficando menos tímido, enquanto nós duas nos divertimos um pouco.
…
— Acho que vou sair rolando depois dessa — disse.
— Não se preocupe, sua mãe ainda vai te engordar muito.
— Não faça isso, por favor!
Começamos a levar as coisas para a pia, nesse ponto imaginei que eu e minha mãe fossemos limpar tudo e o Izumi fosse embora, tipo já tinha acabado a comemoração, mas minha mãe disse do nada:
— Enfim, agora eu vou ter que sair, ainda tem muitas coisas a serem resolvidas no escritório, conto com vocês dois para limpar a casa.
— Só uma coisa, que eu saiba, você não deveria chegar e pedir para a visita limpar a casa, principalmente você não deveria sair e deixara limpeza para os outros, sem nem me dar tempo de questionar, porra! — reclamei, mas minha mãe já tinha saído.
Depois me virei para o Izumi, que também não tinha tido tempo de reagir a tudo e disse:
— Desculpa pela minha mãe, pode ir para casa, eu dou um jeito em tudo.
— Não ligo em ajudar, também queria ficar mais um tempo com você se possível.
— Ficar comigo?
— Sim, por favor.
Ele tinha um olhar muito fofo, além do mais era muito honesto e simplesmente fofo, por isso não tinha como eu recusar, respondi:
— Ok, como preferir.
Ficamos um tempo quieto, trabalhando surpreendentemente bem em conjunto para lavar a louça, mesmo sem eu ter que falar nada, Izumi entendia o que fazer perfeitamente, tínhamos uma boa comunicação não verbal.
— Que inesperado, você é bom trabalhando em grupo — disse para puxar assunto…
— Espera o que tem de surpresa nisso?
— Você parece o tipo de pessoa que diria: eu prefiro trabalhar sozinho, os outros me atrapalham, ou algo do tipo.
— Não é assim, além do mais obviamente eu iria trabalhar bem com você, já que é… Ahan! Uma pessoa muito preciosa e importante para mim.
Fofo pensei.
— Fofo — disse.
Acabei dizendo sem querer, Izumi fica vermelho de ouvir, o que também foi fofo, até pensei em o provocar um pouco mais, mas desisti. Voltamos a lavar louça, depois de um tempo ele perguntou:
— Como as coisas têm ido?
— Bem, não precisa se preocupar, inclusive, vou voltar a treinar com o time da escola, imagino que no basquete, mas o time de vôlei e o de futebol também me pediram para entrar — disse honestamente.
— Haha! Você é sempre tão disputado, sinto até uma certa inveja, bem os times também sempre competem por mim, para quem vai poder ficar sem, claro.
— Puft! Não é possível que você seja tão ruim assim.
Depois eu descobriria que é, foi mal, mas é necessária honestidade, também não iria querer Izumi no meu time, mas enfim, isso não importa agora. Voltando, acabamos de lavar a louça e arrumar a cozinha, então sentamos no sofá um pouco para descansar, ainda pretendemos varrer tudo depois.
— Sabe, eu meio que amo você, quer namorar comigo?
Uma voz realmente baixa surgiu, Izumi disse tão para dentro, que não teria ouvido ou entendido se já não estivesse acostumada com o jeito dele de falar. De qualquer forma, a partir do momento que ouvi, tinha que dar uma resposta.
— Não — disse irritada.