Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 36
Tsuki ga kirei, minha declaração.
Visão Izumi
Se algum dia fosse me declarar para uma garota, seria muito legal fazer isso dizendo Tsuki ga kirei, mas não rolou, lamento, ninguém iria entender, bem, também seria legal dizer eu quero comer seu pâncreas, ou eu falar algo relacionado a Kanashii(fio do destino)… Ahan! Foco! Foco! Voltando ao capítulo, bem, podemos começar de onde paramos pela última vez, acho que foi quando Lila disse:
— Agora eu adoraria conversar com você a sós, pelo menos até ela chegar, que tal? — Ok!
— Você gosta da Yuna?
Diretamente, sem pestanejar, sem dar voltas, ela só fez a pergunta, que soou quase como um jab direto na minha cara. Fiquei um pouco nervoso, tinha sido jogado contra a parede tão rápido que ela deve até ter rachado, porém, por sorte, já tinha passado um dia inteiro pensando na resposta, graças a isso não entrei em colapso pela pergunta e apenas respondi:
— Amo… — desviei o olhar e disse baixinho. — Provavelmente.
— Você disse mesmo, que surpreendentemente.
Olhei em volta meio envergonhado sem saber o que fazer. Ela então olhou diretamente para mim, me senti ainda mais pressionado, estava quase morrendo.
— Humm! Você parece um bom garoto na minha opinião, boa sorte.
— Ufa!
— Quer que eu te ajude? — Lila me perguntou.
— Não! — Me irritei um pouco.
— Por que a raiva?
— Desculpa, foi no impulso. — Recuei, mas o olhar da Lila pedia(ordenava) por mais explicações, por isso continuei falando: — É só que se você se metesse, acabaria influenciando a opinião dela.
— Sim, isso que significa ajudar.
— Ela provavelmente já tem bastante coisa na cabeça, é uma decisão complicada, que ela deve pensar sozinha para decidir.
— Que fofo… — Lila sussurrou, depois disse: — Nesse caso posso atrapalhar?
— Não! Influenciar para a melhor decisão ainda e influenciar!
— Ok, não vou atrapalhar por um dia, tem até o final do dia para se declarar.
— Espera! Hoje?
— Sim, hehe!
Lila tinha acordado no domingo, que não contava como dia útil, por isso segundo meu jogo com o alvo eu poderia me declarar na segunda, na terça ou na quarta, porém de repente perdi o direito de escolha.
— Mas… — fiquei um pouco envergonhado.
— Não se preocupe, vai dar tudo certo — Lila disse.
Quase como se tivesse sido combinado, naquele momento Yuna chegou, em uma ação que quebrou todos os parâmetros de nível de coincidência possível.
— Mas que porra! — Yuna disse surpresa pela minha presença.
— Êh… Oi — tentei dizer algo.
— Seja mais educada filha.
Depois as duas tiveram uma troca rápida, da qual eu honestamente não lembro, ou consegui participar, só podia ficar quieto no meu canto, até que em algum momento ficamos sozinhos só eu e Yuna.
Olhei para ela um pouco tímido, o tempo todo ficava me perguntando se aquele era o momento certo de me declarar, mas acabei não tendo coragem na hora. Nós dois conversamos um pouco e acabamos jogando clash royal de dupla, jogo no qual Yuna era surpreendentemente ruim, se não fosse por mim teríamos perdido todas as partidas.
Depois fui comer, a comida estava deliciosa, não que faça diferença, comida é só comida no fim, por isso indo direto ao importante, Lila do nada deu uma desculpa esfarrapada para deixar nós dois juntos e sozinhos, ao dizer:
— Entendo, agora eu vou ter que sair, ainda tem muitas coisas a serem resolvidas no escritório, conto com vocês dois para limpar a casa.
Obviamente a partir do momento em que ficamos sozinhos não conseguia pensar em nada direito, meu racional e coração diziam para falar logo, mas tinha uma rolha na garganta me impedindo de falar.
Acho que Yuna se cansou de ficar em silêncio, o que devia ser bem chato, por isso em algum momento puxou assunto naturalmente comentando:
— Que inesperado, você é bom em trabalhar em grupo.
— Espera o que tem de surpresa nisso? — disse.
— Você parece o tipo de pessoa que diria: eu prefiro trabalhar sozinho, os outros me atrapalham, ou algo do tipo.
— Não é assim, além do mais obviamente eu iria trabalhar bem com você, já que é… Ahan! Uma pessoa muito preciosa e importante para mim.
— Fofo — Yuna disse.
Um golpe crítico me atingiu do nada, já estava me acostumando a lidar bem com as provocações da Yuna, mas naquele caso foi um comentário do nada,que parecia sair inconscientemente, hummm! Diria que foi como um tiro surpresa, que para piorar ainda critou, levando minha mente a ficar fora do ar por alguns segundos.
Depois fui capaz me recuperar, perguntei como ela estava, apenas como forma de puxar assunto e Yuna parecia bem mais radiante, o que me deixou feliz e um pouco mais apaixonado, sim, foi naquele momento que consegui recarregar minha pouca coragem.
Olhei para os status do meu corpo, a barrinha da coragem tinha sido enchida até o máximo, mas estava na iminência de diminuir a qualquer momento, por isso quanto antes investi todo meu ser em tentar falar.
A sensação era como pular de um lugar alto, ou entrar numa cachoeira trincando de gelada, é difícil no começo, a ansiedade espreme seu coração cruelmente, por isso só tem uma forma de conseguir, é fechar os olhos e pular, porque depois que está no ar a gravidade vai se encarregar do resto. Disse:
— Sabe, eu meio que amo você, quer namorar comigo?
Assim que comecei a falar minha barrinha de coragem foi para o negativo, minha voz ficou muito baixa, por mais que eu tentasse expelir o ar para fora do meu pulmão em forma de onda sonora, às particularidades pareciam querer voltar.
Me irritei um pouco, era frustrante não conseguir dizer claramente algo tão importante, bem, acho que apenas falar já era um grande passo para um inútil como eu.
Sim, sei que não fiz a declaração mais romântica do mundo, porém senti que se não falasse naquele instante nunca conseguiria dizer.
Em seguida veio o silêncio, que durou apenas um segundo, antes que ela olhasse para mim, sorrisse de forma linda, então dissesse:
— Não.
Então eu fui “rejeitado”. Na hora tentei me acalmar, enquanto rapidamente aceitava o não, na verdade, desde o começo esperava essa resposta, apesar de que era uma pessoa otimista, por isso ainda tinha grandes expectativas.
Doeu um pouco, meu coração apertou, mas sorri sem arrependimentos, tinha dito tudo que precisava, apesar de tímido.
Sorri, não tinha nenhum motivo para deixá-la desconfortável, em questão de menos de um segundo me recuperei. Eu gostava da ideia de ter sexo, mas tinha uma mão para isso, achava obviamente não teria uma garota melhor para ter como namorado do que a Yuna, mas também achava que não teria nenhuma amiga melhor do que ela, por isso estava satisfeito.
Depois que passei por um turbilhão com milhões de sentimentos no intervalo de meio segundo, a Yuna chegou mais perto, me encarou olho no olho, sorriu de forma encantadora e colocou seu peso sobre meu corpo.
— Não, não, não, eu queria me declarar primeiro, droga! Fiquei me segurando o dia inteiro para não te atacar, meu coração até ficou acelerado o tempo todo! Pretendia te convidar para sair no final de semana, para criar uma situação romântica, por isso eu tenho direito de me declarar primeiro, droga! Não faça isso do nada em um momento nada romântico, idiota! — Yuna reclamou de algo completamente estupido.
— …
— Enfim, sua declaração não contou, ok? Agora é minha vez, Izumi, eu te amo, vamos começar a namorar? — Yuna disse chegando muito perto do meu rosto
Puf! A máquina chama mente do Izumi parou de funcionar, o baque de ir de: ser rejeitado, para a Yuna dizendo que me ama foi demais, se ela tivesse só aceitado eu poderia aguentar a explosão de felicidade, mas ir de triste para feliz para caralho foi um “shok térmico” enorme, simplesmente queimou o meu processador.
Ps: acabei descobrindo posteriormente, pode ser estranho de pensar nisso, mas a diferença entre namoro e amizade não é só o sexo, acredite.