Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 39
Nosso primeiro encontro.
visão Izumi
Em um lugar nada romântico, uma escola onde estava acontecendo uma olimpíada de física.
— Ei! Aqui, como acha que foi?
Uma linda garota disse enquanto vinha na minha direção. Mesmo nesse recinto de concreto, sua beleza parecia dominar o ambiente, quase como se, em uma ilusão visual, sua chegada fizesse tudo ganhar cores. Atrás dela vinham pétalas de sakura(imaginárias) surgindo lindamente.
Seu cabelo loiro, que pareciam ouro, se moviam lentamente, quase em câmera lenta. Tinha lindos olhos azuis, os quais as luzes do local refletiam, ao olhá-los podia ver uma alma, uma vida única naquele olhar, um brilho mais bonito do que qualquer joia.
Por fim, o mais importante, seu sorriso, o qual somava com sua vibração e animação, criavam uma aura dominante e única, que podia tornar tudo alegre, o que me cativou de forma indescritível.
Era inegável, estava apaixonado, encantado pela minha namorada. Ainda achava um pouco difícil de digerir ou entender como as coisas chegaram àquele ponto, mas tinha chegado nele e sem dúvidas ainda tinha muitos passos para dar.
Só a título de curiosidade, esse foi o começo da novel, podemos dizer que aquele futuro se transformou no presente, de qualquer forma, apenas sorri de volta para Yuna e perguntei:
— Como acha que foi?
— Mal — Yuna disse desanimada.
— Seja mais otimista, tenho certeza de que foi bem!
— Não teria tanta confiança, mas e você, como foi?
— Péssimo, chutei absolutamente todas as questões, menos uma, a 3 eu sabia — disse com orgulho.
— Não aja como se isso fosse grande coisa, até eu sabia a 3!
Em minha defesa a terceira questão não era fácil, nem ela, nem nenhuma da prova, como esperado da fase final da olimpíada. Já estávamos no nível de competir com os melhores do país, se passássemos competiriamos com o mundo, o negócio era simplesmente outro nível. Se estiver curioso sobre o futuro, não, nenhum de nós dois passou, apesar de que Yuna chegou perto, já eu… não vamos falar sobre isso, ok? Às vezes você fica em último, acontece.
— E agora, quer ir para onde? — Yuna perguntou.
— Nem ideia.
— Que fracasso, esperava mais para nosso primeiro encontro — Yuna disse tentando me provocar.
— Mas não tem porque pensar em um lugar específico, só quero passar o resto do dia com você, não importa o lugar, mas sim sua companhia. Então, essa resposta vale quantos pontos?
— Muitos se não tivesse acrescentado essa referência a Oregairu no fim — Yuna disse e saiu andando.
— Espera! Você viu Oregairu?
Visão Yuna
— Muitos se não tivesse acrescentado essa referência a Oregairu no fim.
Virei de costas e sai andando fingindo ter ficado brava, apenas queria ver como Izumi reagirá, mas ao invés de ficar preocupado, ele apenas perguntou:
— Espera! Você viu Oregairu?
— Sim, mas isso não importa, estou fingindo raiva aqui, então tenha reações fofas! — reclamei brincando.
— Fufu! Não sou mais tão fácil assim, além do mais estou muito curioso, você viu?
— Claro que sim, você me pediu para ver — me aproximei um pouco do seu rosto e continuei: — Faria praticamente qualquer coisa que pedisse, idiota! — disse o provocando.
— Qualquer coisa? — Izumi reage de maneira fofa, como esperado, era muito divertido provocar ele.
— Hehe!
— Hum! Então podemos andar de mãos dadas e depois assistir animes juntos? — Izumi faz um pedido fofo e idiota, não conseguia deixar de ficar curiosa se ele não tinha coragem de pedir por mais.
— Puft! Claro, mas antes…
— Ei! Sua mãe — Izumi disse me cortando.
Olhei para onde ele apontou, lá estava o carro dela, não tinha pedido para ela me buscar, por isso achei estranho, porém minhas dúvidas logo foram sanadas quando ela saiu do veículo e disse:
— Como estão, querem carona?
— Eh… — Comecei a pensar na forma mais educada de mandar ela para a puta que pariu.
— Ei! Você está pensando que sou uma vela incomoda, né?
— Sim — disse.
— Mas sabe posso dar carona para vocês para qualquer lugar da cidade, não vê nenhuma vantagem?
— Ok, ok, vamos para o parque — disse.
— Sem problemas.
Depois que um inconveniente apareceu repentinamente, entramos no carro e fomos até o parque, enquanto isso o Izumi ficou quieto o tempo todo, ele foi um pouco pego de surpresa e ainda era tímido para falar com minha mãe, mas ele se acostumar rápido com ela, até porque seu jeito de ser era parecido com o meu.
Chegando no parque decidimos alugar duas bicicletas, nem tínhamos certeza do que iríamos passar o dia fazendo, mas andar de bicicleta nos parecia uma boa ideia, ou talvez Izumi só tivesse se visto sem opções depois de ser arrastado até lá, enfim, começamos a andar e ele comentou:
— Agora que penso nisso, ter o primeiro encontro no parque parece muito fitness.
— Verdade, mas gosto daqui.
— Sim, fazia tempo que não andava de bicicleta, por isso é bom me exercitar de vez em quando.
— Uhum! Não tem jeito melhor de passar a tarde — disse me espreguiçando.
— Espera! Você consegue andar sem colocar a mão no guidão? — Izumi perguntou impressionado.
— Sim, até usando o celular devo conseguir.
— Como isso?!
— É fácil, só equilibrar com a cintura.
— Não funciona assim, já sofri tanto só para aprender a andar só com uma mão — Izumi disse soltando a direita do guidão.
Depois daquilo andamos por um tempo enquanto continuávamos a conversar sobre coisas inúteis, mas por algum motivo uma ideia veio na minha cabeça do nada, sabe quando a vontade de fazer merda simplesmente surge, então acontece com todo mundo.
— Me empresta sua mão — disse.
— Não tem como isso dar certo.
— Eu sei, mas não tem ninguém em volta, então não vamos causar tantos problemas.
— Suspiro! Ok, espero que tenha um bom equilíbrio.
Izumi soltou a mão do guidão e chegou perto de mim, segurei a mão dele e foi assim que tentamos andar de mãos dadas com a bicicleta, por que sugeri isso? Simples, parecia difícil, apenas queria testar se conseguiria manter o equilíbrio e até consegui, tanto o meu quanto o do Izumi evitando que ele caísse, mas claro em algum momento deu errado.
— Opa! — Izumi exclamou notando que perdeu o controle da Bike, então soltou minha mão e pulou fora da bicicleta surpreendentemente rápido.
Fiquei um pouco impressionado com os reflexos do garoto, segundo Izumi aquela era sua técnica secreta para momentos como aqueles, abandonar o barco. Obviamente apertei o freio, desci, peguei a bicicleta do chão e fui até o garoto, que estava perfeitamente bem, afinal tinha caído em pé, depois continuamos andando.
Resultado da ideia de merda: por sorte tudo deu certo. Não sei se preciso dizer, mas não recomendo tentar isso em casa, sério, nem tente andar de bicicleta em casa, não tem espaço o suficiente e essa foi uma piada ruim, acho que já estou fazendo hora extra.
Visão Izumi
Já estava andando de bicicleta a mais de uma hora, era nossa terceira volta e o maior problema era: Yuna ia muito rápido, além disso o caminho era cheio de subidas, que foram aos poucos matando minhas coxas, meu fôlego e energia foi aos poucos sumindo e a terceira volta acabou.
— Bora?
— Sim! — disse tentando ser animado.
O dia estava meio quente, nunca tinha me sentido assim, aquela foi a primeira vez que entendi o limite do corpo humano, aquele momento em que os músculos começam a falhar e a mente não funciona mais.
Em algum momento a Yuna provavelmente notou que eu estava mais lento, por isso diminuiu o passo, inclusive no fim me motivou um pouco para consegui acabar. Devolvemos as bicicletas, nos sentamos em um banco, melhor, eu despenco no banco.
— Foi mal, exagerei — Yuna disse.
— Não, tudo bem, mas sério, só quanto andamos?
— Nada demais, cada volta tem quase 5 quilômetros, então deve ter sido uns 20, ou algo do tipo. — Primeiro 20 não era pouco! Segundo, na verdade, cada volta tinha 6 quilômetros.
— Você anda tudo isso sempre?
— Todo final de semana, também vou à academia durante as semanas nos dias que quero.
— Monstro
— Você se acostuma, além do mais você foi bem para sua primeira vez, pratica algum esporte?
— Já ouviu falar na maratona sofá cama? — perguntei.
— Nem uma educação física da vida?
— Sempre que possível sou juiz, ou encontro alguma desculpa para escapar, sou bom nisso — disse com orgulho.
— Não fale como se isso fosse algo bom, idiota!
— …
— Mas sério, de onde vem sua resistência então?
— Genética!
Uma grande amiga que tinha me ajudado em várias situações, podia ser um incompetente, mas não tinha nada a reclamar sobre meus genes, eles eram bem conveniente e úteis.
— Não é justo! — Yuna reclamou.
— Acontece, enfim quer ir na minha casa ficar assistindo coisas?
— Isso não parece tão romântico.
— Mas minhas pernas precisam de um sofá agora — disse meio chorando.
— Ok, vamos então?
— Só um segundo, vou recarregar minhas energias.
Yuna parecia muito animada, por outro lado, meu corpo estava semi-morto, por sorte eu quase nunca suava, por tanto estava pleno. De qualquer forma precisava recuperar as energias, por isso me foquei em pensar em algo que me animasse, ou seja, só revisitei minhas memórias sobre o primeiro beijo, a adrenalina fez seu efeito e levantei na hora sem problemas.
— Bora!
— Você se recupera rápido, hein?
— Bem, apenas que pensei em coisas boas e a empolgação me deixou cheio de energia.
— Pensou em coisas boas e…? — Yuna primeiro me olhou com uma cara de isso não faz sentido, enquanto murmurava algumas palavras com tom interrogativo, depois ela deu um olhar que dizia: bem, é o Izumi, não vale a pena pensar sobre isso, por fim me perguntou: — No que foi que pensou, estou curiosa?
— Êh…
— Conta, conta, conta?
Obviamente Yuna notou que não tinha certeza de como responder, e que estava um pouco envergonhada, ai resolveu me pressionar para dizer porque parecia divertido, ou algo assim, acabei cedendo e respondi que era sobre o beijo, ela riu muito e respondeu me beijando rapidamente e depois disse:
— Bem, é só um beijo, não sei porque acha muita coisa, mas se isso vai te animar.