Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 46
Não deu certo.
Visão Yuna
Detalhes a parte, não ia deixar o assunto morrer de forma alguma, por isso falei em alto e bom-tom:
— Posso dizer que eu quero e muito.
Assim que disse aquilo, o pai do Izumi se aproximou. Ele estava meio longe, mas estava ouvindo, por isso já chegou perguntando:
— Para começo de conversa, você tem como mudar de escola? — Ele disse, se sentou, então olhou com um sorriso pacifico.
— Não tenho certeza, mas se não me engano, tem como trocar no final de cada semestre porque….
Honestamente, a explicação e detalhes são irrelevantes. Só fiquei surpresa com algo, Izumi meio que já conhecia bem como isso funcionava.
Nunca confirmei com ele, mas chuto que ele já estava pensando nisso, apesar de não ter comentado com ninguém.
Enfim, resumo da explicação: dava para ele trocar de escola já no fim do semestre, porque estudávamos na mesma “rede” de escolas.
Só para confirmar, Izumi ainda puxou o celular para olhar. Como esperado, ele estava certo, só tinham outros detalhes como fazer uma prova.
Só a título de curiosidade, o teste tinha dois motivos: saber se o aluno está num nível adequado e conseguir bolsa.
Bem, mesmo que eu diga bolsa, na verdade, era só um desconto, que chegava no máximo a 40%, para os alunos com nota mais alta.
Se quiser saber, obviamente eu estava entre esses alunos. Infelizmente, era a terceira no quesito notas na escola, mas queria ser a primeira.
Dito tudo isso, o pai do Izumi não deixou, então foda-se. Ok, na verdade, ele respondeu: — Entendi, mas não, se quiser, pode trocar no ano que vem.
Eu adoraria perguntar o motivo, mas achei melhor não. Izumi, por outro lado, nem tentou, ele era alguém com certa tendência a obedecer sem questionar muito, afinal.
Apesar de não reclamar, Izumi ficou com um olhar um pouco triste. Seu pai, o primeiro a notar, disse “consolando”:
— Aproveite o tempo para estudar, se você tirar uma boa nota, te dou todo o dinheiro do desconto de mesada.
Izumi, ainda mexendo no celular, respondeu: — Sim, vou estudar seriamente então.
— Eu vou te ajudar a estudar, então. — Me ofereci logo, até porque, me irritava um pouco ele tirar notas tão boas sem estudar. Por isso não queria perder a oportunidade de forçar ele a estudar.
— Si-sim, seja gentil comigo.
Sorri de forma muito “gentil” e disse: — Sim, claro, não se preocupe, serei.
Izumi me respondeu com um olhar que dizia: não me mate por favor! Respondi sorrindo com a boca, mas não com os olhos.
— Glup! Não me mate. — Izumi escondeu o rosto atrás do celular de brincadeira.
Depois disso teve um silêncio. Basicamente, todo mundo resolveu começar a comer e não tinham assunto.
Fiquei um tempo só falando com a Hina, sobre nada. Izumi parecia compenetrado em um jogo de celular, ou algo do tipo.
Em pouco tempo comecei a ficar com fome, por isso levantei para pegar comida. Quando voltei, Izumi já tinha parado de jogar.
A propósito, durante o resto do dia Izumi não tocou de novo no celular. Por que importa? Bem, depois ele confessou que tinha tomado bronca, por ficar no celular, ao invés de interagir, principalmente quando eu estava lá.
Enfim, depois de todo esse grande adendo, que foi a ideia da mudança da escola, comi de boa. Ainda conversei com todos como sempre.
Como sempre eles eram animados, além do mais era bastante gente. Para uma comparação, no natal, minha família juntava no máximo 10 pessoas.
Fiquei honestamente curiosa com tantas pessoas numa terça feira aleatória, tanto que perguntei para Hina: — Você está comemorando algo?
— Não, por quê? — Hina me olhou sem entender, por isso expliquei:
— Achei estranho se reuniram tantas pessoas numa terça.
— Não são muitas, normalmente tem bem… — Um som alto de campainha interrompeu Izumi. Logo entraram várias mulheres, levando ele a murmurar inconformado: — Porque fui abrir a boca.
Hina e eu rimos juntas. Então, de repente, a quantidade de pessoas no quintal dobrou. Ao Izumi, que não era o maior fã de pessoas, só restava amaldiçoar sua boca grande.
Se quiserem saber, a nova leva era constituída por mulheres na casa dos 35-45 anos. E quem eram elas? Então, lembra da esposa de um amigo de um tio do Izumi? Ela convidou as amigas também.
De qualquer forma, apenas cumprimentei todas e elas se sentaram juntas. A paz, até ali, reinava, mas elas descobriram que o “sobrinho” tinha arrumado uma namorada.
Agora, preciso explicar uma coisa sobre esse grande grupo de mulheres, elas eram do tipo fofoqueiras. Resultado, dessa vez posso dizer que fomos cercados de verdade.
A família do Izumi, depois de almoçar, apenas se espalhou pelo quintal, então se formaram grupos de conversa.
Hina, por exemplo, fica com Rim e a esposa. Já devem imaginar, Izumi e eu, ficamos com as fofoqueiras.
No caso, Izumi ficou por livre e espontânea pressão e eu segui.
Agora que já foram contextualizados, posso começar a contar como passei boa parte daquela tarde: conversando sobre muitas coisas.
Aquela definitivamente não era a forma que Izumi mais gostava de passar o tempo, mas eu acabei ficando bem próxima delas.
Dito isso, no dia fiquei levemente irritada com tanta surpresa. Ok, talvez fosse inesperado Izumi namorar uma garota tão bonita, mas deveriam ter mais fé nele!
Entendam, me senti como quando você mostra seu filme favorito para alguém, e essa pessoa não adora. Resumindo, não chegou a irritar, mas eu queria que tivessem uma visão mais positiva do Izumi, ele era bem incrível, da sua própria forma.
Enfim, o próprio Izumi na época tinha uma visão negativa de si e isso não importa muito por agora.
Ah! Sim, estava cada vez mais longe de lembrar do motivo de ter ido para lá. Em minha defesa, eu realmente gostava daquele ambiente acolhedor por isso me deixei levar.
Nunca tinha estado nesse tipo de reunião de família, era estranho como quase todos estavam rindo e não tinha nem uma briga.