Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 47
A melhor dupla é…
Visão Yuna
— Ei! Dois, querem ir jogar basquete? — Pulando mais ou menos metade da tarde, vamos direto para quando Ryo nos chamou.
Sim, não se preocupem, vou pular a parte das fofoqueiras. Por mais que eu gostasse de passar duas horas falando sobre nada e me apresentando, ninguém precisa perder tempo se preocupando com isso, né?
Confiem em mim, não seria muito interessante. Não foi atoa, que esqueci quase tudo que aconteceu naquele período.
Enfim, indo ao importante, não tinha como eu responder de outra forma, senão: — Sim! — Izumi, por outro lado, não teve sua opinião levada muito em conta.
— Ok, vamos para minha casa então. — Fiquei um pouco surpresa ao ouvir aquilo, mas logo descobri que quase todos os parentes do Izumi moravam por perto.
A propósito, Rim também foi junto, com isso juntamos 4 pessoas. Uma transição de cena e pronto, lá estava uma casa bem menor que do Izumi, mas com um quintal desproporcionalmente grande e com uma mini quadra.
— Vamos jogar em duplas, quem chegar a 5 cestas primeiro ganha, o que vocês acham? — Rim propôs, enquanto ficava brincando de girar a bola com o dedo.
Todos aceitaram sem problemas. Para decidir as duplas escolhemos um método simples: contamos até 3 e cada um mostra 1 ou 2 dedos.
Na primeira coloquei 1, Izumi 1, Ryo 1 e Rim 2 dedos. Na segunda tentativa, fui de 2, Ryo 2, Rim 1 e Izumi 1. Pronto, com isso foram definidos os times para primeira rodada.
Não comecei com a bola e logo tive a primeira surpresa: Rim era muito bom. Assim, ele tinha aparência de alguém que vivia no escritório, mas olhando melhor, era uma pessoa alta e quase atlética.
Além de alto, Rim era rápido, por isso era complicado. Ok, talvez eu esteja enrolando demais para admitir: não consegui defender.
— Maldita diferença de força! — reclamei.
— Haha! Se você tivesse reagido mais rápido, poderia só ter roubado a bola dele, sem desculpinhas. — Ryo falou me provocando, o pior, ele estava certo.
Recomeçando o jogo, fui eu quem começou passando, corri logo para o meio da quadra, recebi, passei pelo Izumi fácil, fingi que ia driblar Rim e aproveitei para passar a bola e…
— Foi mal, o vento está muito forte. — Ryo disse.
Irritada e querendo devolver a provocação de antes, respondi: — Sem desculpas e tenta não afundar o time!
— Eu sei, droga! Vamos fazer o próximo. — Ryo respondeu frustrado, então nos focamos 100% para o próximo e…
— Desse jeito a gente realmente vai perder para um velho de escritório, jogue melhor! — reclamei.
Rim, ao escutar isso, riu um pouco e “resmungou”: — Por que eu tenho que tomar de revesgueio, quando não tenho nada a ver com a história?
— Haha! Só deixando algo claro, Rim é mais novo que eu, por mais que pareça o contrário.
Dessa vez fui pega realmente de surpresa, por isso inconscientemente disse: — Sério?
Ryo nem tentou segurar o riso e, ainda rindo, disse: — Viu eu disse, sou muito mais bonito.
— Não, não é — respondi na hora, então toquei no ombro do Ryo, sorri empaticamente e disse: — Sem mentir para si mesmo, ok?
A propósito, ele era sim mais bonito que Rim, mas não teria graça dizer isso. Dessa vez foi Rim a rir. Ryo aproveitou esse momento de distração, pegou a bola e fez uma cesta.
— Não vale essa porra! — Rim reclamou com razão, mas o ponto foi para meu time, né? Pensando nisso…êh, vamos mudar isso: Rim reclamou sem razão, assim é melhor.
E depois disso… bem, vamos pular para o próximo jogo, ninguém quer saber como acabou, né?
Sim, bora seguir, coloquei 1, Izumi 2, Ryo 1 e Rim 2 dedos. Pronto, a menos que tenham Alzheimer, já sabem como funciona e como as duplas ficaram.
Vamos, sem mais enrolação, lembrar de perder jogos me deixa incomodada, por isso quero pular logo para a parte em que ganhei de 5 a 4.
Foi um momento “épico”, peguei a bola do Ryo na defesa, impedindo-o de acabar com o jogo. A tensão aumentou, corri para passar do Izumi e pulei para enterrar, então…
Olha, ganhei o jogo e é isso que importa. Se quiserem muito mais detalhes, posso dizer que: soltei a bola sem querer, mas ela entrou por sorte. Incrível, né?
Frustrações à parte, com isso o segundo jogo acabou e continuava sem conseguir jogar uma única partida bem.
Chegamos à terceira rodada, troquei de dupla pela terceira vez. Comecei passando para o Izumi e disse: — Vamos com tudo.
— Si-sim, mas… não espere muito. — Izumi logo passou a bola de volta para mim e começou a andar para frente.
Tive que atacar sozinha. Quase consegui passar pelos meus dois marcadores, mas não rolou. Primeiramente, não tinha como dar certo com Izumi tão fora do jogo.
Eu tinha confiança de que trabalharíamos bem juntos, por isso o chamei para fazer uma estratégia, foi quando notei algo e perguntei:
— Izumi, só por curiosidade, você já jogou basquete alguma vez na vida?
— Êh… talvez, há muito tempo, acho? — Izumi disse, enquanto olhava para o nada, tentando lembrar de uma memória distante.
Frente aquilo suspirei, então decidi começar a ensinar algumas coisas para ele. Vale dizer, também adicionei um comentário: — Não se preocupe em errar, o importante é jogarmos juntos.
Izumi me olhou sem acreditar, então disse: — Tudo bem, mesmo quando você fica irritada, já estou acostumado.
— Ei! Eu não sou assim!
— Não mesmo?
— Atenção, vamos defender, eles já estão vindo — disse escapando da pergunta.
Então perdemos, mas foi a rodada de treino do Izumi, por isso nem conta, ok? Já na 4° partida, quando o sol já começava a dar sinais de que iria nos abandonar, as coisas finalmente deram certo.
Como essa foi a que joguei bem, podemos ir desde o começo. Ryo passou para o Rim, que foi correndo com a bola na direção do Izumi.
Surpreendendo o tio, o garoto quase consegue tomar a bola, o forçando a recuar para Ryo. Fui rápida em para interceptar o passe.
Mal peguei a bola e Ryo já estava em cima de mim. Para piorar, Rim vinha logo atrás. Olhando para a direita, consegui ver Izumi livre e arrisquei o passe.
Inclusive, quero dar algum destaque a essa parte, porque fui incrível, fazendo aquele passe por trás das costas com uma mão.
Enfim, Izumi recebeu, então pulou na altura da cesta e colocou a bola lá. Sim, a palavra está certa, ele nunca se arriscaria a tentar enterrar de fatp.
Como fiquei bem surpresa com o quão alto meu namorado podia pular, elogiei: — Incrível, não sabia que você conseguia voar desse jeito.
Não só eu, os outros dois também olharam surpresos. Nessa situação, Izumi abaixou um pouco a cabeça e ficou envergonhada com os elogios, algo fofo. Desse dia em diante, decidi elogiar mais ele, para poder ver suas reações.
Continuando com o jogo, tivemos um período meio chato. Ryo acertou duas cestas de longe e eu também.
Tentei a terceira cesta de longe seguida, errei Rim pegou o rebote e começou o contra-ataque, buscando o empate.
Izumi reagiu rápido, correndo atrás do tio, porém foi driblado sem muitos problemas.
Sem muitas opções, corri rápido para pressionar na marcação também, deixando o Ryo completamente livre, então o óbvio aconteceu.
— Passa a bola! — Ryo pediu, recebeu, correu e, já com um sorriso de triunfo no rosto, arremessou perfeitamente.
De repente, Izumi correndo o mais rápido que pode, pulou e interceptou a bola no ar. Vale dizer, que a bola já estava começando seu movimento de queda, mas não vamos ser os chatos das regras, ok? Além do mais, ninguém notou isso, só eu.
A bola ficou no chão. Ryo, ainda surpreso por tudo, nem reagiu direito, por isso consegui chegar primeiro. Olhei em volta e passei para Izumi.
Logo Rim apareceu, já pronto para bloquear o sobrinho que corria direto para o ataque. Nessa situação, obviamente me movi e apareci como opção de passe pela esquerda.
— Aqui! — Chamei a atenção do meu namorado, que passou logo a bola, me deixando numa boa posição para arremessar, porém…
— Não vou deixar! — Uma muralha surgiu no caminho. Rim conseguiu reagir muito rápido e, como ele era alto, complicou para meu lado.
Dei dois passos para trás, pulei para arremessar, mas meu adversário acompanhou. Olhei para direita, lá estava Izumi e Ryo que se aproximavam para marcá-lo.
Era óbvio que só tinha uma opção. Passei da forma que deu, Izumi pulou e conseguiu ganhar a disputa aérea.
Com a bola na mão, Izumi não sabia bem o que fazer, ele até poderia tentar uma finta e jogar para cesta, mas preferiu arriscar passar de novo para mim.
Felizmente, consegui pegar aquela bola de um jeito. Rim estava na minha cola, além do mais fiquei sem fôlego.
Em um segundo respirei fundo, com um giro driblei Rim que vinha por trás, fiquei livre e arrisquei uma cesta, infelizmente sem sucesso.
Izumi pulou para brigar pelo rebote, conseguiu pegar. Corri para sair da marcação, já dando uma opção de passe.
Como sempre, a primeira coisa que Izumi fez com a bola foi me procurar, assim que viu a oportunidade passou, eu recebi e finalmente acertei a cesta.
— Boa! — comemorei e o placar do jogo se tornou 4×2.
Ryo pegou a bola logo, voltou o mais rápido que pode e passou para Rim. Os dois estavam bem determinados a fazer o próximo ponto.
Logo Rim devolveu a bola para Ryo, que apenas acelerou na minha direção. Me preparei para defender, conforme ele se aproximava.
Pela sua postura, tinha certeza de que ele pularia para tentar uma cesta. Nem pensei muito, pulei quando achei que era o momento certo, então…
— Haha! — Ryo riu, depois de fingir pular, para me enganar e passar por mim com facilidade. Para piorar, ele ainda murmurou: — Fácil, só mais 2 pontos para ganhar.
Era óbvio que ele tinha dito de propósito para me provocar. Claro, esse tipo de truque idiota não funcionava em mim, tanto que eu disse gritando “calmamente”:
— Izumi, passa a bola logo!
— Si-sim. — Izumi obedeceu meio no susto.
Fui para cima dos dois com toda minha velocidade. Rim veio pela direita e Ryo pela esquerda, ambos determinados a me pararem.
Vendo que não teria como driblar, passei para Izumi, livre atrás de mim. Em seguida, corri para a esquerda, por motivos óbvios.
Izumi assim que teve a oportunidade me passou de volta. Com Rim um pouco longe e Ryo me marcando de perto, foi assim que recebi o passe.
Obviamente parti para a tentativa de drible, afinal queria devolver na mesma moeda.
Comecei a quicar a bola rápido, passando entre as minhas pernas e tudo, apenas esperando a oportunidade certa. Enquanto isso, Rim chegou perto.
Vendo que ficaria cercada, reagi rápido. Movi meu corpo para esquerda, ao mesmo tempo que quicando a bola para direita, entre as pernas do Rim.
Ryo e Rim foram enganados por um segundo, se focando em mim, não na bola. Izumi correu o máximo que pode e conseguiu pegar a bola livre.
Infelizmente, Izumi acabou pegando a bola no canto da quadra, então não conseguiu fazer uma cesta na hora e acabou marcado pelo Rim.
Fiquei surpresa com a velocidade de reação do Rim, mas me movi logo para ficar livre. Ryo não conseguiu me acompanhar, por isso recebi a bola livre e pulei.
Lembro bem da cena, sempre gosto desses momentos no ar, quando o mundo parece ficar parado. Vi Rim vindo na minha direção e Ryo pulando.
Poderia simplesmente lançar e provavelmente acertaria, mas preferi passar para o Izumi, queria que ele fizesse o último ponto.
A propósito, também olhei para ele de forma que dizia: tente fazer a cesta, ou eu te mato. Izumi desviou o olhar, mas entendeu a mensagem.
Por fim, com a bola em mãos e escapando da marcação dos tios, o garoto acabou com o jogo, nos dando a vitória.
Foi então que reparamos que já estava escurecendo e resolvemos parar de jogar.
Opa! Pretendia postar ontem, mas ai decidi criar um cena mais longa de jogo e acabou dando bem mais trabalho que esperava.
Inclusive, o que acharam? Ficou bom? É uma das primeiras vezes que escrevo ação. Não estou acostumado, mas espero que tenha ficado ok.
Enfim, esqueci de perguntar no ultimo cap, mas tô curioso, o que acharam da família do Izumi? E dá mãe da Yuna?
E não se preocupem, a parte da família ficou mais longa do que achava, mais em no máximo dois capítulos voltaremos ao romance e teremos o arco da viajem.