Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 6
O que é ser sociável?
Visão Izumi
Depois dos eventos do último capítulo, muitas coisas aconteceram: eu dormi e acordei.
— Nesse exercício você tem que calcular a hipotenusa…
E claro, depois disso fui para a escola. Estava tendo alguma aula sobre a hipotenusa e os caralho, quando peguei uma caneta vermelha, do outro lado tinha uma daquelas canetas com 4 cores, então 4 dragões dos 4 elementos foram, meio que, lançados, pela caneta de 4 cores. Os dragões giravam, até se fundirem em um único ataque, porém… Boom! A caneta vermelha conseguiu se defender, ao criar e resfriar lava em torno de si, criando uma barreira de pedra… Ahan! Como podem ver, eu estava anotando a matéria corretamente, como sempre.
Enfim, após acabar a luta épica entre as canetas, onde obviamente a vermelha venceu, porque vermelho é a melhor cor, fiquei entediado. Se normalmente passo o dia pensando sobre coisas aleatórias, quando fico entediado é diferente, paro de prestar atenção sobre o que estou pensando, então do nada…
— Talvez eu devesse tentar fazer amigos. — Assim eu chego a uma conclusão do nada, é realmente assim que funciona com a minha mente bugada.
Mas já chega de falar sobre a minha mente, vamos voltar para a escola: depois daquilo, eu naturalmente lembrei e pensei sobre a Yuna. Eu era uma pessoa de coragem bastante duvidosa, hummm! Como eu digo isso, de uma maneira que não pareça ruim? Alguém com maior propensão a fugir, talvez? Acho que sim, boa! Esse parece um bom eufemismo para medroso indeciso.
Não era pessimista ou nada do tipo, nem achava que as coisas fossem dar particularmente errado, mesmo assim o medo de perder a relação com a Yuna, meio que, surgia dentro de mim. Tinha algum bom motivo para isso? Não, mas você tem bom motivo para ter medo de aranha? Não(acho), portanto tenho direito de ter medos idiotas, inclusive tenho vários deles.
Para falar a real, no fim, eu sempre tive esse medo de perder o que tenho. As pessoas dizem: só valorizamos quando perdemos, mas não é verdade, não para mim. Sempre gostei muito das coisas que tenho, nunca precisei perder elas para sentir falta, tenho imaginação o suficiente para sonhar comigo sem elas.
Pois é, lembra daquela parte do dormi e acordei, entre essas duas palavras, além do “e” claro, teve um sonho desagradável, que me deixou pensando sobre isso. A propósito, minha relação com a sala era um pouco: “aquele cara, ele veio hoje, nem vi”. E sim, tenho bastante culpa no cartório para as coisas serem assim.
— Suspiro!
Enquanto deitava com a cabeça, levemente, sobre os braços, conseguia ver tudo o que acontecia à minha volta, e ficava pensando sobre tudo isso. Todos pareciam conversar naturalmente, mas ainda era aula, seria desrespeitoso com o professor falar nessa hora, né? Por isso esperei até o recreio, então…
— Pensando bem, a próxima aula é educação física, esse é o melhor momento para tentar.
Não que eu estivesse empurrando com a barriga, imagina, qual é a chance de eu estar apenas com medo de tentar? Ahan! Enfim, o tempo passou, e eu criei um ultimato para mim mesmo: tentaria me aproximar das pessoas durante a aula de educação física.
A aula começou, o professor reuniu todo mundo, já tínhamos acabado o conteúdo sobre esporte com rede, era para estarmos tendo ritmo e expressão corporal agora, mas a sala de dança estava ocupada, por isso ele decidiu:
— Vamos jogar queimada.
Boa! Comemorei internamente na hora. Eu era bom em fugir de coisas, ou seja, se for só desviar da bola, conseguiria me dar bem. Dado tudo isso, eu tinha um plano muito bom: começar uma conversa é muito difícil, mas, e se eu for o último do time sobrevivendo e conseguir garantir nossa vitória? As pessoas provavelmente viriam falar algo comigo, tipo um: “boa”. Essa seria minha chance…
— Izumi, acertei você, pode ir para o morto. — Mas nem relou em mim? Ele deve ter se confundido, pensei na hora, por isso tentei responder:
— Não queimou.
— Queimou sim, nem inventa. — Qual a necessidade do povo em trapacear? Pior, era uma queimada de escola, algo tão útil quanto olho mágico em porta de vidro.
— Ok. — respondi me encolhendo.
— Diogo, nem vem meter esse louco não, todo mundo viu que não queimou. — Leo, membro do meu time, que é competitivo, vem reclamar quando nota o que houve.
— Claro que queimou, né Izumi?
— Claro que não, por que você estava indo para o morto, se nem foi queimado? — Leo diz olhando diretamente para mim, droga! É muita pressão.
— Eu não senti nada, mas é só um jogo, se ele disse que queimou, meio que, tanto faz. — Seria muito vergonhoso admitir que eu simplesmente me encolhi, porque o Diogo gritou, por isso fingi que não me importava com o jogo, apesar de que na real, não me importo muito mesmo, só estava levando a sério dessa vez, por causa do meu plano “genial”.
Depois disso eles ficaram discutindo, por que as pessoas são tão intensas sobre coisas sem sentido? É só um jogo, não faz sentido querer ficar vencendo, isso só dá mais trabalho, empatar está bom, perder também… No fim foi decidido que: Diogo não tinha me queimado, pronto.
— Você não pode deixar eles roubarem assim. — Leo ainda veio citar o assunto mais uma vez comigo, um saco, mas em seguida notei a oportunidade, isso era, meio que, uma situação em que podia conversar com alguém.
— Foi mal, só não esperava alguém levando a queimada tão a sério, ao ponto de trapacear.
— É o Diogo, ele trapaceia em tudo, se forem apostar uma bala ele vai querer passar a perna, estudamos na mesma sala desde o fundamental, para de ser trouxa. — Leo é bem direto, principalmente quando está perdendo.
Suspiro! Depois de dizer aquilo, Leo só foi pegar uma bola para arremessar, inclusive ele jogou com bastante força, como sempre faz quando está irritado. Já do meu lado, na minha frente eu imaginei as letras aparecendo na tela: mission failed, então, meio que, desisti, pensei na hora: tento outro dia. Ou seja, o medo de tentar, foi maior que o de perder a Yuna e perdi a motivação.
Ps: eu desisti do meu plano, mas no fim ainda fui o último “sobrevivente” do meu time, ainda aguentei longos 5 minutos(talvez menos) sozinho, mas ainda perdemos e sai um pouco suado, mesmo que eu quase nunca soe.