Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 7
Olimpíada de física
Visão Yuna
Marquei no calendário duas datas, 15 de maio e 19 de junho, para não esquecer, foi quando eu lembrei que tinha esquecido de outra coisa.
— Hey! Izumi, você disse que tinha feito inscrição para olimpíada de física, né?
— Sim.
— Deixa eu adivinhar, você ainda nem abriu o resultado?
— Êh… — Depois de ir abrir na hora, ele respondeu. — Eu passei! Tirei 86%
86%! Na hora me surpreendi, afinal isso significava, que ele foi quase melhor que eu, mesmo nem levando tão a sério, maldito… Enfim, isso não importa muito, pois, existe um detalhe nessa história, tivemos essa conversa no dia 14 de maio.
— Também não se esqueça de olhar a data. — digo suspirando.
— É amanhã!
— Sim, quando pretendia olhar isso?
— Algum dia. — Izumi diz um pouco envergonhado.
Uma recomendação básica, se vai deixar algo para depois, pelo menos saiba o prazo limite, mas, tanto faz, apenas respondi:
— Ei! Vamos nos encontrar na saída então?
— Ok, depois a gente combina melhor o que fazer.
— Depois quando?
— Depois… Êh. — Izumi vai se perdendo nas palavras, sem saber o que dizer.
Lembro de conversarmos um pouco ainda, mas não foi nada muito importante. Me encontrar na vida real, isso não pode ser um problema de alguma forma? Perguntei para mim mesma, a resposta seria não, nos encontraríamos em um lugar bem público, enfim, não tinha muito onde dar problema.
Também fiquei curiosa sobre, como seria após conhecer ele na vida real, se algo mudaria ou algo do tipo. Sem enrolar muito fui dormir, dessa vez não tive muitos problemas, consegui dormir como queria, mas…
— Merda! Merda!
Me arrumava correndo, enquanto reclamava comigo mesma, porque tinha acordado “atrasada”. Peguei o primeiro moletom e shorts jeans que encontrei, peguei meus óculos, não dá tempo de arrumar o cabelo, dei uma olhada no espelho, esse moletom me fazia parecer gorda, mas foda-se, não tinha tempo para isso… Ufa! De alguma forma consegui chegar duas horas antes do que precisava!
Talvez, só talvez, eu tenha saído correndo para nada, mas naquele ponto não tinha o que pudesse ser feito, então tive uma ideia genial: ficar revisando a matéria antes da prova, já ia ter que ficar 2 horas esperando mesmo.
Não sei se preciso avisar, mas não faça isso em casa, muito menos no portão do Enem, ou outro vestibular importante, é uma péssima ideia, porque…
— Não sei isso, e essa aqui é difícil… — E assim, eu perco a confiança para fazer a prova, enquanto murmuro isso para mim mesma.
Pronto, o tutorial de como piorar seu desempenho está feito, sai correndo de casa “atrasada” sem comer direito, depois fique revisando matéria na véspera, esqueça de levar comida e para completar, gaste uma hora numa questão que não sabe.
Resumo da ópera, naquela hora, tudo o que tinha na minha mente era: fude…
Visão Izumi
Fudeu de vez, era o que estava na minha mente naquele momento. A Yuna tinha lembrado sobre a olimpíada, como eu também ia, combinamos de nos ver na saída, mas não estava de forma alguma confiante para lidar bem com isso.
Eu já tinha falhado completamente, quando tentei me comunicar com as pessoas da escola, será que agora conseguiria com a Yuna, estava bastante preocupado sobre isso. Enfim, fui para olimpíada, cheguei uns minutinhos atrasado, mas eles me deixaram entrar.
A propósito, meus pais estavam fora naquele dia, por isso tive que ir a pé, teria sido bem mais rápido se eu tivesse carona, ou se não tivesse andado 10 minutos para o lado oposto, seguindo no caminho para escola por força do hábito. Deixando claro, não sou perdido, apenas estava brisando (como sempre) e não percebi, acontece.
Entrei no lugar, sentei na cadeira, peguei a caneta, fiz as questões, que eram um bocado mais difíceis dessa vez. Eu descobri que a prova teria uma terceira fase, antes da final, para a qual eu até que queria passar, mesmo assim a prova era muito chata, por isso não resisti a responder rápido. Mas também, é impossível aguentar mais de 2 horas fazendo uma prova, né? Se eu ficasse tanto tempo concentrado em uma só coisa, minha mente pediria arrego.
Mas, vale dizer, eu só tive que chutar umas dez, em uma prova com quarenta e cinco questões, por isso eu diria que fui bem… Tá, quem eu quero enganar, isso tudo aconteceu faz tempo, já sei o resultado, sim, eu passei.
Agora o problema era: encontrar pessoalmente a Yuna, estava preocupado sobre minha aparência, que como posso dizer, é… Digamos que mediana, para evitar danos a minha auto estima, evitemos a palavra feio, entendeu?
De qualquer forma, logo abri um joguinho de celular, um online, para que eu pudesse perder “roubado”, por que eu queria isso? Para, meio que, me deixar irritado, assim a raiva se misturaria com o nervosismo, um anula o outro, um pouco. Ou seja, eu queria trocar medo por raiva…
Não deu certo, o jogo não conseguia me irritar o suficiente, mas não estava sem opções, primeiro respirei fundo, depois me condicionei a ficar irritado, o que, basicamente, significa que jogaria sério, então…
— Porrinha de jogo. — murmuro numa altura que só eu escuto.
No dia eu consegui me irritar como desejado, boa eu mesmo do passado! Com isso, cumpri com o método que apelidei de escambo de emoções, já que troco uma emoção inconveniente, por outra mais fácil de lidar na hora, muito conveniente, né?
Visão Yuna
Apesar dos pesares, fiz a prova e fui bem, apesar de eu ter tido que chutar questões, coisa que odeio, é frustrante quando não se tem nem ideia da resposta, também acham, né? É como se estivesse perdendo para a prova, é um pouco humilhante, não ter nem ideia da resposta.
Sai da sala de prova, então comecei a procurar pelo Izumi. Tínhamos combinado de nos encontrar, assim que acabasse a prova, ele tinha me dado uma descrição simples das roupas que estaria usando, fiz o mesmo, por que não mandar fotos? Bem, eu não queria e ele nem pensou nisso.
Como tinha usado o tempo limite, o normal seria ele já estar fora, e como esperado, olhando o entorno logo o encontrei. Izumi era um garoto bem normal, cabelo preto não tão escuro, olhos castanhos, postura curvada, altura média, além de estar vestindo uma jaqueta e calça, o que achei estranho, afinal o dia estava quente.
Estava encostado numa viga de concreto, em volta tinha uma galera passando, enquanto ele olhava focado para o celular, no qual estava mexendo. Ele espera me encontrar como, sem olhar em volta!?! Pensei na hora.
Vendo aquilo, logo decidi, fui andando de fininho, para pegá-lo de surpresa, queria ver sua reação. Chegando por trás do Izumi, disse:
— Ei! Izumi.
Mas ao invés de reagir ele só travou, buu! Eu queria ver uma reação fofa, mas no fim acabei causando um pouquinho de problemas extras.
— Ei! Ei! Terra chamando. — disse.
Visão Izumi
— Ei! Izumi?
E foi assim que eu morri de ataque cardíaco, minha raiva virou susto instantaneamente, meu coração parou de bater, então vim a óbito, fim.
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— Ei! Ei! Terra chamando.
— Desculpe, eu tomei um susto.
Fiquei tão surpreso na hora, que nem sabia como reagir, mas depois a voz da Yuna me puxou de volta para a realidade. Senti como se tivesse ido à terra dos mortos, então de repente cordas de violão me amarraram e puxaram… Ahn! Resumindo, tomei um puta susto.
Depois de tudo finalmente olhei para ela. Fui, neste momento, surpreendido de novo, era uma garota linda, tinha longos cabelos loiros bagunçados, usava uma espécie de suéter bem grande cobrindo até as coxas, além de um shorts curto, deixando as pernas quase completamente expostas.
Fiquei surpreso com o fato dela ser uma garota bonita, mas logo pensei em desviar o olhar, e ignorar esse fato, principalmente sobre a última parte descrita, era melhor não focar ou pensar muito sobre.
— Eu estou muito estranha? — Yuna pergunta, isso porque eu queria, não ter olhado demais, boa eu mesmo do passado.
— Não, apenas me surpreendi, você é linda.
Acabei dizendo isso sem querer, estava muito nervoso, por isso não conseguia pensar no que falar. Na verdade, minha mente foi entrando em pane cada vez mais e mais, principalmente depois de dizer aquilo, não conseguia nem olhar para ela.
Travei, o ar foi sumindo, basicamente alguém ligou uma torneira, dentro de um quarto perfeitamente fechado, mas a torneira era muito forte e encheu o quarto quase instantaneamente, resultado, estava afogado nesse quarto.
Depois disso apenas travei e entrei no modo automático, não faço ideia do que aconteceu de fato, apenas sei que fomos parar em um café.
Ps: atrasei para postar, pq esqueci completamente de que hoje era sábado.]