Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 8
Café
Visão Yuna
— Desculpe, eu tomei um susto. — Izumi, que estava tenso, por ser um encontro na vida real, diferente da internet, disse.
— Entendo, sou Yuna
Eu me apresentei, mas não sei se ele ouviu, Izumi parecia ainda um pouco perdido, naquela hora me arrependi um pouquinho de ter assustado ele. Enfim, noto que ele ficou repentinamente muito concentrado na minha aparência, o que me fez ficar autoconsciente e lembrar do fato de que estou me vestindo de forma bem estranha, esse moletom era tipo um pijama.
— Eu estou muito estranha? — perguntei.
— Não, apenas me surpreendi, você é linda.
Puft! Me esforcei para segurar o riso na hora, juro que não tinha falado isso de propósito, não pretendia o deixar mais nervoso, mas ver o Izumi ficando tímido e se arrepender logo depois de abrir a boca, foi muito fofo e divertido. Por sorte, não caí na gargalhada na hora, mas instantaneamente senti o cansaço da prova indo embora, então dei uma risadinha de canto de boca.
Depois de encontrar Izumi e me divertir um pouco, meu corpo fez questão de me lembrar de um problema, estava morrendo de fome. Queria começar a conversar naturalmente, ignorando a fome, apenas perguntei:
— Como foi a prova?
— Bem, eu acho, não lembro direito das questões honestamente.
Ele parecia meio distraído, tentei agir animadamente puxando assunto, mas sem pressionar demais, para que ele se sinta mais confortável, então notei algo divertido.
— O que respondeu na questão sobre os carros em movimento?
— B.
— Acha que foi bem?
— Sim.
— Quanto é log de 2?
— 0,3
— E o de 3?
— Sei lá.
Acho que já deu para entender. Nesse dia vim a conhecer o Izumi robô, que não vai aparecer muitas vezes depois, mas não resisti a brincar um pouco com ele, funciona assim, você faz uma pergunta ao Izumi robô e ele responde imediatamente.
— Qual é a senha do seu celular?
— 9029.
Ok, virar um robô pode ser meio perigoso às vezes, foi o que pensei na hora, mas não, na verdade, o Izumi robô ainda vem com trava de segurança, já que como eu testaria mais tarde por curiosidade, essa informação era uma mentira.
Claro, depois de um tempo enjoei de ficar fazendo perguntas, além do mais estava com fome, primeiro me fiz a pergunta: o que eu faço agora? Podia inventar uma desculpa para ir embora, ou chamar ele para vir comer comigo, ou claro comer sozinha, mas não queria esse último.
— Vou ir comer num café aqui perto, quer vir? — perguntei.
— Sim. — Izumi concordou de forma monotônica.
Lembrei que precisaria cozinhar se fosse para casa, já que minha mãe continuava fora, não estava a fim de cozinhar, por isso escolhi o chamar. Também comecei a torcer para o desconforto entre a gente passar, senão seria um saco, afinal o Izumi robô não tem reações fofas, nem serve para conversar.
Logo encontrei um café que parecia bonitinho, então entramos, Izumi pediu um café amargo, eu preferia algo mais suave e doce, também pedimos algumas coisas para comer.
O lugar era bem bonitinho, feito de madeira, com algumas mesas, o dono e o garçom ficavam em sua bancada preparando tudo.
Assim que nos sentamos ele começou a beber o café, ele ficou um tempo razoável com ele na boca, antes de lentamente descer e…
Visão izumi
Eca! Que gosto de merda, é amargo, odeio esse cheiro, que bagulho horrível, foi o que eu pensei naquela hora. Tinha ido parar em um café de alguma forma, então por algum motivo, nessa de eu ter ficado travado, consegui pedir um café amargo.
Entenda, café é horrível, um fato simples, mas ele amargo, é algo simplesmente de outro mundo. Na hora tomei um susto, apenas do líquido quente tocar nos meus lábios queimando minha boca, então ele chegou até a minha pobre língua, foi quando o gosto horrível se espalhou.
E por que você pediu café amargo, idiota? Sei lá… Tá, na verdade, foi por querer, olha a ideia do gênio: isso vai ser tão ruim que vai me acalmar, porque é assim mesmo que nosso cérebro funciona, porra!
Sério, não tinha como tomar aquela desgraça, e para piorar café é muito quente, por isso não conseguia simplesmente virar com um golão, por isso não fazia ideia de como me livrar desse problema irritante.
De qualquer jeito, aproveitei aquele momento para respirar fundo, repetindo internamente para mim mesmo: se acalme. Convenhamos, sempre foi, meio que, muito estúpido não conseguir nem conversar, nos conhecíamos a um mês(acho), portanto dei um ultimato ara mim mesmo: apenas puxe um assunto, agora.
Tic! O relógio ia de um lado para o outro, esse tipo de coisa deixava visível o tempo passando, e me deixa mais pressionado. Tac! Tic! O garçom a distância parecia devagar, muito calmo, pensar em calma me deixa nervoso. Tac! O tempo passou. Tic! As mesas são bem próximas, acho que os outros poderiam nos ouvir, isso claro, se no dia tivessem mais clientes além de nós dois. Tac! Sim, de alguma forma, eu conseguia achar motivos para ficar nervoso em tudo. No fim disse ironicamente:
— Eca! No fim realmente não gosto de café amargo, não consigo, achei que fosse me fazer parecer mais maduro, mas não rola.
Visão Yuna
— Eca! No fim realmente não gosto de café amargo, não consigo, achei que fosse me fazer parecer mais maduro, mas não rola.
Depois de um tempo bebendo o café Izumi disse, com seu tom mais usual, ele tinha se acalmado. Mais importante que as palavras dele, mesmo que dissesse algo como aquilo, em nenhum momento ele tentou de fato me impressionar.
— Parabéns idiota, coloque um pouco disso e isso também. — digo, então lhe ofereço leite e açúcar para misturar com o café.
— Valeu, vou aceitar sua gentileza, senhorita.
Humm! Era bem melhor assim, extremamente irônico, sem se importar muito com o resto(cabeça de vento), era bem mais agradável lidar com esse Izumi, do que com o Izumi robô.
— Só uma coisa, qual é a lógica do tentar se mostrar para alguém tomando café amargo, de onde veio isso? — perguntei.
Depois de insistir bastante, consegui a resposta, era por causa dos animes, isso é algo que alguns personagens adolescentes fazem tentando parecer maduros, por isso ele acabou dizendo algo como isso sem pensar muito.
— Não sabia que tinha personagens que queriam parecer adultos em anime, que curioso, isso parece bem infantil, inclusive, qual seu tipo de personagem preferido.
— Eu? Humm! Diria que adoro…
Apenas puxei um pouco o assunto, então olhei para ele com um sorriso, enquanto ouvia a voz empolgada, mas de quem está tentando se conter, do Izumi. Conversamos por horas naquele dia, apesar de lembrar apenas de algumas partes, foi assim que começou uma agradável tarde.