Anti-herói Invocado - Capítulo 1
Escola pública de São Paulo, 14 de Maio de 2024. Mundo ainda em processo de recuperação da pandemia. As comemorações cobrem todos os lugares possíveis, espalhando felicidade e alegria do povo com o fim da doença, ainda que a economia global tenha sido muito afetada.
— Miguel, Miguel acorde!
— Unh?… A, oi professora.
Murmúrios e risadas são ouvidos de algumas pessoas na sala.
— “Oi” nada Miguel, você precisa prestar mais atenção às aulas! Ainda estamos no primeiro trimestre, eu me preocupo com cada um de vocês! — exclamou a professora.
“A é mesmo ainda estou no segundo ano do ensino médio”.
Com baba em sua boca, o garoto, em uma das carteiras ao meio da classe, se debruça sobre seus braços.
“Já que acordei,que monólogos não faz mal”,— pensou Miguel. — “Tenho 16 anos, meu nome é Miguel Oliveira, mesmo sendo comum não gosto do meu sobrenome… me lembra dele…
Com uma pequena pausa, o garoto coçou suavemente sua bochecha enquanto boceja.
“Moro em São Paulo… E olha, a professora está passando uma reprise do ano passado, não é como se já não tivéssemos visto isso várias vezes, mas parece ter alguns que não se lembram, tipo aquela ali no canto”. — O garoto arrastava preguiçosamente sua cabeça em direção a garota. — “Marcela? Eu acho”.
Com uma pequena passada de olhos pela sala, ele levantou as sobrancelha, como se algo estivesse o prendendo em um mesmo pensamento.
“Uma coisa ainda me intriga, por que só temos 16 estudantes nessa sala? É um número bem incomum. Deixa pra lá”.
Como se estivesse louco para dar atenção a algo, Miguel olhava para as árvores e os pássaros do outro lado da janela, não só para eles, até mesmo um formiga no chão tirava sua atenção.
“Como de costume parece que ficarei mais um ano sozinho, Já que todos parecem ter seus grupos formados. Ao menos posso observá-los… primeiro elas.
Pouco a frente do garoto, três garotas estavam conversando a direita da sala, uma delas sequer estava sentada.
“Unh, parecem piranhas, será esse seus nomes, piranhas. Claramente querem mostrar suas partes nessas roupas, como entraram na escola assim?
O garoto olhava para as garotas fixamente procurando por algo, tão fixamente que parecia ler suas mentes.
“Então nesse grupo está Helena Castro, loira e com peitos gigantes, cóf cóf, Rebeca Miller e Bruna Halle. Mesmo produto nomes diferentes.
Notando os olhares do garoto, uma das jovens virou-se repentinamente em sua direção, quase não dando tempo de disfarçar.
“Próximo grupo! Aqueles nerds. De todos, esse deve ser o que mais me encaixo, ainda assim não fui incluído. Nesse grupo está, Heitor Santos, Felipe Smith e Ariel Richer, bem todos são pouco atraentes e são nerds. Próximo!… Até que enfim, os valentões, parecem problemáticos como no ano passado, embora eles não impliquem comigo, sempre implicam com os nerds.
Depois de mais e mais olhares o garoto pareceu finalmente ter lembrado o que queria saber.
“Caio Leis, Willian Silva e Cassian Bones, são todos bonitos e atléticos, da até inveja. Os outros são rostos novos pra mim, então não faz diferença observa-los.
O garoto olhou para si mesmo antes de finalmente perceber toda a baba que ainda escorria de sua boca e limpá-la.
“Já eu, não sou tão bonito, diria que estou na média, tenho um físico mediano mesmo sendo preguiçoso, e… ainda estou sendo isolado, mas faz sentido”.
Usando a palma de sua mão como apoio, Miguel escorou sua cabeça, e continuou com suas observações que mais pareciam uma forma de passar o tempo.
“Bem é normal que todos estejam em pelo menos um grupo, todos tem medo de serem excluídos, precisamos estabelecer nossos territórios e grupos. Alguns buscam por conquistas de forma agressiva, outros preferem ser calmos e amigáveis. Eu prefiro nem chegar perto, tão falsos, usam suas mentiras para enganar e persuadir”. Acho dormir bem mais foda, — disse Miguel, enquanto se preparou para voltar a dormir debruçado em seus braços.
Vrulll!!
— Unh? Oque é isso, — indaga Miguel enquanto levantava sua cabeça — um círculo… porque gira?
Antes que se pudesse reagir, um círculo roxo com incompreensíveis símbolos em suas extremidades, simplesmente surgiu no chão, puxando todos na sala para si.
— Aí minha cabeça. — Uma resposta imediata da maioria ali.
— Bem vindos, eu sou Kassiarel — diz uma figura com forma humanoide e divina.
Com quase três metros, uma pele lisa como porcelana, além de possuir assas de penas brancas e uma voz calma e agradável mesmo que um pouco grave e cabelos loiros e levemente enrolados que iam até seus ombros.
O ser parecia observa-los calmamente, com um leve sorriso isento de milícias, enquanto os jovens se levantavam.
— Um anjo!? — questionam eles.
— Algo parecido, mas as explicações vem depois. Agora passarei suas missões e circunstâncias. Primeiro, receberão suas classes baseado em suas características e personalidades, com elas vocês devem evoluir e se preparar para a tragédia demoníaca que está por vir em algum tempo no planeta de Farfará. Por agora, olhem suas classes em suas telas de menu.
“Espera aí, o que tá acontecendo ninguém, vai questiona-lo? Parece até como aquelas histórias de fantasia, E essa sala branca e sem bordas, parece infinito”.
Assim como Miguel havia dito, tudo que se podia ver era branco, tinha uma aparecia tão infinita como finita, toda aquela falta de cor formava uma espécie de ilusão.
“Uou! O que é isso, uma tela?”, — questiona Miguel, vendo o retângulo transparente que simplesmente apareceu a sua frente. — “Não vejo a dos outros, parece ser algo individual, e… não!… que tipo de classe é essa!?”.
— Espera! Como assim, quem é você!? — questiona a professora, representando todos ali. — Isso é ridículo, você não pode nos manter aqui, nos mande de volta!
— Se acalmem crianças, vejo que todos estão confusos. E também… Realmente desejam voltar? Escolhi cada um de vocês a dedo para envia-los para Farfará. Devem ter se questionado do porque só terem 16 alunos em sua sala, é claro; eu o planejei. Pessoas sem motivos para voltar, com ressentimentos de seu antigo mundo, odiando as suas famílias, desejando uma chance para ter uma vida melhor.
Um inesperado silêncio permaneceu na sala.
“Merda, seja lá o quê for, essa coisa sabe demais! O que é isso? Todos parecem terem sidos pressionados em uma ferida”.
— Pois bem, lhes darei, mas terão que fazer algo de meu interesse, derrotarão o “anjo da morte”, como eles o nomearam.
Não importava a bizarrice que o ser falava, nada tirou sequer uma palavra deles.
— Lhes serão dados os recursos, como comida, água e alguma roupa, também um livro, um Informarium, criado por mim, para se adaptarem ao novo mundo. Tudo isso estará em seus anéis.
— Anéis?
— Isso. Anéis espaciais, eles são formados com pedras rúnicas mágicas, eles são itens ligeiramente raros no mundo de Farfará. Esses terão 3 metros totais de armazenamento e o tempo não tem influência dentro de si.
— Você disse mágica?
— A sim, vocês irão para um mundo de fantasias, bem diferente do com o quê estão acostumados.
Quase todos murmuravam no local, era visível o qual incrédulos estavam sobre algo tão ridículo como aquele assunto.
— Nesse mundo existem 7 espécies, sendo eu, um angelical e o escolhido para invoca-los. As outras espécies estarão em seus livros, junto com todas as 12 classes, um pequeno mapa básico do continente e outras informações.
Como se não bastasse a tela estranha na frente deles, um anél se formou em seus dedos, como se sempre estivesse ali.
— Agora, vocês serão teletrasportados para Dinori, a floresta dos monstros. Tentem evoluir lá e depois vão para a capital de Selpurgus. Esse é o segundo país mais bem desenvolvido do continente, a capital deve ficar a uns 800 quilômetros da floresta. O Rei deve recebe-los de braços abertos.
— 800 quilômetros, quanto tempo de viagem isso da!? Vamos sobreviver!? — questiona um dos nerds.
— Mas é claro que vão, se vocês se fortalecerem na floresta é claro. Os mandarei para um lugar bem remoto dela, com poucos monstros. Lhes desejo sorte! Tchau tchau.
A criatura lhes dava um pequeno tchauzinho com a mão enquanto os jovens simplesmente eram sugados pelo chão onde estavam até agora mesmo, né estava aquele mesmo círculo roxo misterioso.