Armageddon - A Guerra dos Cavaleiros - Capítulo 22
Armagedon
A Guerra dos Cavaleiros
Capítulo 22: Arca
Arca, Presente:
A arca possuí uma área de 10.345 m², suportando um peso de até 14.000 toneladas. Grande o suficiente para salvar e preservar todas as espécies do mundo que foram escolhidas por Deus para que Noé as salva-se.
O local da luta estava cheio de nuvens pretas no céu, junto de fervorosa chuva e um mar turbulento. Trovões e relâmpagos podiam ser ouvidos e vistos por todo lado, o terreno estava um caos e única coisa que permanecia inteira, era a arca.
Os dois Cavaleiros chegaram no local, em cima da arca, e começaram a se encarar. O forte vento e a forte chuva batia em seus rostos e cabelos. Catarina suspirou um vento frio de sua boca e Noé levantou os braços para saborear a chuva mais uma vez.
— Antes de começarmos nosso embate, devo fazer um agradecimento para você. Muito obrigada por manter a humanidade viva, Noé.
Catarina abaixou sua cabeça em forma de agradecimento.
— Não precisa agradecer, eu só fiz o que me foi mandado e qualquer um podia ter feito no meu lugar — disse Noé com um olhar triste.
Catarina ergueu sua cabeça e disse:
— Você é bastante humilde, Noé. Se estivéssemos em outra situação, gostaria de tomar um chá ou talvez uma vodca com você.
— Também gostaria de te conhecer melhor, pareces ser uma boa mulher e bastante peculiar.
— Obviamente eu sou peculiar, pois pertenço a maior nação que esse mundo já viu, A GRANDIOSA RÚSSIA.
— Rússia? Eu nunca ouve falar dessa nação, sinto muito.
Catarina olhou pasma para Noé.
— Como você não conhece minha amada nação?! A maior que esse mundo teve, superando até mesmo os grandes impérios romano e mongol.
— Você deve estar se esquecendo que somos de tempos diferentes. Então, podemos começar logo o confronto?
Catarina fechou com força os seus punhos e ficou com uma cara emburrada.
— Como você quer começar o combate?! Sendo que estamos em situação complicada, onde você desconhece a grande Rússia.
— Vamos fazer assim, se conseguir ganhar de mim no combate, prometo ouvir tudo que você quiser dizer sobre essa tal Rússia e prometo também que farei de tudo para visitá-la um dia.
Catarina se empolgou.
— Então está prometido, ganharei de você a qualquer custo.
Noé ergueu seus punhos e Catarina puxou sua rapieira da bainha e abriu seu leque.
Os dois começaram a se olhar fisicamente, esperando o primeiro movimento inimigo. Com o soar de um trovão, os dois movimentaram-se ao mesmo tempo e colidiram seus golpes.
Noé fazia pressão com seu punho direito e Catarina o pressionava com sua rapieira. Os dois começaram um troca de golpes e eram incrivelmente rápidos.
Noé impulsionou-se para trás e Catarina o acompanhou, ele desferiu um golpe na direção da barriga dela e os seus braços começaram a se transformar em uma forma mais bestial com pelos e unhas afiadas.
Catarina desviou por pouco e o punho de Noé atingiu o chão, assim criando um grande buraco e fazendo os dois caírem para dentro da arca.
Catarina abanou seu leque para frente e um fraco vento gelado estabilizou a queda da Cavaleira. Noé caiu de pé, abriu suas mãos e nelas eram perceptíveis garras afiadas.
Noé impulsionou-se para frente e tentou fincar suas garras na barriga da Cavaleira, contudo Catarina se defendeu com uma abafada com o leque para frente, assim criando um barreira de gelo.
Noé atingiu de frente a barreira e a quebrou facilmente, contudo perdeu a Cavaleira de vista. Quando sentiu o perigo, Catarina estava do seu lado, preparada para perfura-lo.
Noé percebeu o golpe a tempo e esquivou por pouco, o golpe tinha intenção de perfurar seu coração.
O Cavaleiro deu uns saltos para trás e começou a tremer um pouco.
— O que foi, Noé? Não gosta de um pouco de frio? — disse Catarina, enquanto suspirava um vento frio forte.
— Não é isso, só preciso me adaptar.
De repente, pelos brancos começaram a crescer por todo o corpo do Cavaleiro .
— Pele de urso polar, um dos animais mais resistente ao frio, então devo ficar bem.
— Bem, já deve ter ficado bem claro as bençãos de cada um. Posso controlar o gelo e você pode usar os poderes do animais, estou certa?
— Esta certa. Minha benção, King of the jungle, permite que eu utilize o poder dos animais.
Os dois sorriram e começaram a gargalhar.
— Esse nome é bem estranho, velhote. Só você, para utilizar poderes dos animais.
— Bem, depois que se convive com eles por um longo tempo, acaba se apegando e os estudando.
— Você realmente é incrível, Noé. Farei uma proposta a você, desista da luta e junte-se a mim. Eu criarei um império eterno na minha amada Rússia e ninguém terá o poder de nos derrotar, seremos invencíveis.
Noé sorriu e segurou com força os seus punhos.
— Essa oferta é bem tentadora, mas infelizmente não posso aceitar. Eu tenho meu próprio objetivo, eu salvarei a humanidade — disse Noé com um olhar determinado.
— Como assim, salvar a humanidade?!
— O ser humano é pecador por natureza, Catarina. Por isso, Deus inundou a Terra e matou todos aqueles que eram impuros. Eu também sou pecador, mas não sei por que fui escolhido — disse Noé rangendo os dentes
— Todas as noites eu ouvia diversas pessoas gritando de dor e sofrimento. Elas agonizavam dia e noite, e eu estava proibido de as salvar. Eu ouvi crianças chorando e se afogando, mães implorando para que pelo menos salvássemos suas crias. Consigo os ouvir gritando até hoje.
Catarina olhou com pena para Noé.
— Ninguém pode desafiar a Deus, por isso eu cheguei somente a uma conclusão, se o ser humano deixar de pecar, nunca mais haverá guerra ou preconceito. Assim, o dilúvio nunca terá acontecido e a humanidade poderá se manter em paz com a graça de Deus.
Catarina sorriu e se preparou novamente pro combate.
— Esse não é um sonho ruim, Noé. Mas o ser humano é pecador por natureza, não tem como mudar a essência do que somos.
— Eu sei disso, mas não posso ficar de braços cruzados, quando tenho a oportunidade de mudar isso.
Noé impulsionou-se para frente e desferiu uma sequência de socos, Catarina respondeu a investida com um movimento de seu leque, criando uma barreira de gelo.
O Cavaleiro destruiu facilmente a barreira e virou-se de costas, olhando para trás percebeu Catarina tentando ataca-lo de surpresa, mas Noé estava preparado.
— Esse ataque não vai funcionar de novo.
Noé segurou com as duas mãos a ponta da rapieira. Catarina assustou-se com tamanha precisão e dedicação, que não soltou sua espada e esse foi seu erro. O Cavaleiro com um grande força em seus braços, jogou a Cavaleira pro céu.
Catarina conseguia sentir o bater da água da chuva, enquanto voava para cima. Quando chegou a tocar em uma das nuvens, começou a cair e a sentir um forte vento sobre seu corpo. Ela estava feliz e não conseguia esboçar outra coisa além de um sorriso.
“ Esse homem é incrível, com tamanha força eu poderia concretizar meu sonho. Ele é capaz de chorar pelos outros, a ponto de estar lutando por um desejo que é para todos e não egoísmo próprio. Mas é uma pena que ele não deseje me servir, acho que terei que mostrar um pouco do meu poder”.
Catarina segurou com força o seu leque e com um forte movimento para frente, um monstruoso vento gelado começou a ser formado ao redor da Cavaleira. Noé olhou para cima e percebeu algo sendo formado.
Ao lado de Catarina, uma colossal rocha de gelo estava sendo formada. Em poucos segundos, ela estava maior que a própria arca de Noé.
— Eu irei lhe mostrar agora, Noé. Uma fração do poder que minha pátria amada pode criar.
Catarina deslizava pelo meteoro de gelo e então com mais um movimento de seu leque, a colossal rocha aumentou sua velocidade e estava caindo justamente na direção do Cavaleiro.
“ Agora ele terá que cair no mar e então será o fim dele. Foi bom o quanto durou, mas eu realmente eu não posso perder esse torneio”, pensou Catarina, enquanto abanava o leque para baixo no intuito de suavizar sua queda.
Noé respirou fundo e então soltou um grande rugido de leão, enquanto batia com força em seu peito.
— Comparado a um dilúvio de 40 dias e 40 noites, isso não é nada.
No corpo de Noé começou a crescer bastante pelo, suas garras aumentaram de tamanho, em sua boca seus dentes ficaram pontiagudos, seu cabelo cresceu até ficar tocando em seu cóccix, seus olhos estavam parecidos com de um falcão.
Noé pulou para o topo da arca e estava preparado para receber de frente o ataque. Quando o a colossal rocha atingiu a arca, o Cavaleiro a segurou com as duas mãos, mas ela era pesada de mais e ele começou a quebrar uma parte do chão e da base do local. Ele sabia que se continuasse assim, era questão de tempo afundar junto do navio e da rocha.
Com um grande rugido e pressionando todos os seus músculos, ele tentava erguer aos poucos a rocha para joga-la no mar. Ele sentiu seus braços sangrando e seus ossos fraquejando. Noé apertou com força os seus dentes, ele sentia que seus olhos podiam saltar de seu corpo.
“ Essa coisa é muito pesada. Será que esse é o meu limite? Será que não sou forte o suficiente para prosseguir?”.
E então, ele olhou para frente e viu uma mulher com duas crianças se abraçando e sorrindo. De repente, uma lágrima caiu de seu olho direito.
— O que eu estou fazendo?! Que patético eu estar reclamando por uma coisinha dessas — sussurrou Noé para si mesmo.
— EU SOU NOÉ, O CAVALEIRO DAS BESTAS, E NÃO SERÁ UMA MERA PEDRINHA QUE VAI TIRAR A MINHA VIDA.
E então, o Cavaleiro começou a erguer de uma vez a pedra com a força em seus braços e seu espírito. Assim, com um grande rugido, ele jogou a pedra no mar.
Sua respiração estava ofegante e seus braços pareciam desgastados, ele estava feliz que tinha suportado aquilo. Contudo, a luta não havia sido finalizada.
De repente, Noé sentiu algo o perfurando e ele golfou sangue, o Cavaleiro olhou para baixo e viu seu coração perfurado por uma rapieira.
Catarina estava aguardando o momento em que Noé abaixasse sua guarda para poder atacá-lo.
Na boca de Noé não parava de escorrer sangue e Catarina mexia aos poucos a sua arma, assim danificando mais ainda o coração do Cavaleiro.
— Acho que esse é o fim, Noé. Foi muito bom conversar com você, realmente você é uma inspiração para todos os humanos, mas infelizmente está na hora de descansar.
Catarina tentou tirar sua rapieira do peito de Noé, contudo ela estava presa. A Cavaleira olhou assustada e quando menos esperava, recebeu um soco de direita na região dos peitos e foi jogada para em uma parede da arca.
Ela a atingiu em cheio e caiu em seguida no chão. A Cavaleira estava com dificuldade de respirava e batia no seu peito com seu braço direito com força, até que conseguiu respirar novamente e em seguida vomitou sangue.
Noé tirou a rapieira de seu peito e jogou na direção de Catarina e caiu na sua frente.
— Eu ainda não perdi, Catarina. Se quiser me matar, terá que ser arrancando minha cabeça. Não importa quantas vezes você perfure o meu coração, eu não vou morrer — disse Noé limpando sua boca cheia de sangue.
Catarina levantou-se, segurou suas armas e ficou em posição de combate.
— Parece que terei dificuldade de te enterrar, velhote. Mas não importa quantas vezes você levante-se, eu irei trazer seu fim pelo bem da minha pátria — disse Catarina limpando sua boca cheia de sangue.
— NÃO IMPORTA QUANTAS VEZES EU CAIA, EU SEREI O VENCEDOR — disseram os dois ao mesmo tempo.
Os dois impulsionaram-se para frente e começaram uma sequência de ataques que se colidiam. Noé não se importava de ser atingido e perfurado no corpo pela rapieira, e Catarina estava recebendo socos por todo o seu corpo, mas mantinha sua mente limpa para não ceder. A troca de golpes destruía cada vez mais a arca.
Na arena, presente:
A plateia gritava pelo nome de Noé e poucos pela Catarina.
Cernuno olhava fixamente para a tela e parecia bastante preocupado e ansioso, sua respiração estava ofegante. Hela mantinha-se calma e serena olhando à luta.
— Como você consegue manter-se calma, Hela? — perguntou Cernuno.
Ele aguardava a resposta deusa, que parecia havido o ignorado. Ele ficou um pouco emburrado e voltou seus olhos à luta.
— Não há por que…eu temer — sussurrou Hela suspirando um bafo gelado.
Cernuno virou-se espantado, pois Hela nunca havia conversado com ele.
— Por que você acha isso?
— Essa luta já estava decidida…no momento em que…você escolheu esse lutador…e o arcanjo escolhido para ser o responsável da luta…era esse — sussurrou Hela, apontando na do arcanjo que aparecia na tela.
Cernuno olhou para a direção apontada e conseguiu ver o olhar do arcanjo, ele transmitia um puro sentimento de ódio e rancor.
Gabriel colocou os dedos indicador e do meio no ouvido.
— O que foi Azaquiel? Estou tendo que trabalhar agora.
— Me fala a verdade Gabriel, por que você colocou o Azaziel como arcanjo representante nessa luta? Podia ter sido qualquer um de nós.
— Simples, por que ele não foi em nenhuma até agora.
— Ele podia ter ido em outra, mas por que você está fazendo nosso irmão sofrer? Você sabe o tamanho da tristeza e do ódio que ele carrega no coração quando se trata desse homem.
— Todos nós sofremos naquele dia e não foi nada fácil aguentar, mas seguimos mesmo assim com nossas vidas. Ele tem que superar e seguir em frente.
— Você sabe que não é tão simples. Afinal, o homem que ele está tendo que vigiar agora mesmo, foi o responsável pela morte do Camael, um dos nossos irmãos e algo mesmo tempo, a pessoa mais querida para ele.
Nos céus acima da arca, Azaziel olhava com o mais puro desprezo e ódio para Noé. Ele rangia seus dentes, apertava com tanto força os seus punhos com seus dedos que eles estavam sangrando, seus olhos e cabeça estavam latejando e suas veias estavam pulsando de estresse.
— Como esse merda continua andando e respirando, como se nada estivesse acontecido?! Eu vou te matar, eu vou te matar, eu vou te matar, eu vou te matar, eu vou te matar. Juro por tudo que é mais sagrado, eu vou te vingar, Camael e trarei paz ao seu descanso. Eu não me importo em perder meu cargo de arcanjo, se eu puder fazer esse homem sofrer o máximo que eu conseguir.
Continua…