Armageddon - A Guerra dos Cavaleiros - Capítulo 26
Armagedon
A Guerra dos Cavaleiros
Capítulo 26: Anjo Caído
Arena:
Catarina foi tele-transportada para o centro da arena, seu braço estava em estado crítico com diversos ferimentos pelo seu corpo.
— Catarina! — disse Hela pulando de sua poltrona e caindo ao lado de sua cavaleira.
Uma equipe médica começou a sair dos portões da arena e ir em direção a cavaleira desmaiada. Ela foi colocada em uma maca e levada a enfermaria junto de sua deusa que parecia aflita.
Corredores internos da arena:
Azaziel estava andando de cabeça baixa apertando seu peito com força.
“Que sentimento é esse?! Eu devia estar feliz pela morte daquele humano, mas sinto um vazio no peito”, pensou Azaziel.
— Por que você estava ao lado dele, Camael? — disse o arcanjo lembrando do momento da morte de Noé.
Azaziel levantou sua cabeça e estava de frente a porta de seu laboratório. Ele entrou e pegou seu jaleco que estava pendurado ao lado da porta, olhou atentamente para ele e lembrou que Camael havia dado aquele presente para ele.
— Sinto tanto sua falta, Camael.
— Eu também sinto falta dele — disse uma voz ao fundo do laboratório.
Azaquiel mostrou-se presente no local com um olhar sério e fumando um cigarro de sua marca favorita, enquanto passava a mão em uma das mesas de experimento de seu irmão.
— O que você está fazendo aqui, irmão? Você não devia estar aqui agora — disse Azaquiel — Era para você estar cuidando da sétima luta.
— A luta já terminou, vim para continuar meus experimentos.
— Não minta para mim — disse Azaquiel aproximando-se de seu irmão e segurando sua gola com força — A luta terminou de uma forma bem estranha, o que você fez?
— O que já era para ter sido feito a muito tempo. Aquele humano já devia estar morto há muito tempo.
Azaquiel desferiu um soco no rosto de Azaziel.
— Seu idiota! Por que você fez isso? Você interferiu no embate dos deuses, além de quebrar diversas regras.
— Você e o Gabriel quebram diversas regras o tempo todo. Tudo o que eu fiz, foi ter minha vingança.
— É diferente, nós quebramos as regras pelo melhor dos nossos irmãos, você quebrou por rancor pessoal. Você acha mesmo que Camael iria querer vingança?!
— O CAMAEL ESTÁ MORTO, AZAQUIEL.
Azaquiel ficou perplexo com o grito do irmão, que estava com os olhos cheios de lágrimas e fúria.
— EU SEI QUE O CAMAEL NÃO VAI VOLTAR, EU SEI DISSO MELHOR QUE NINGUÉM, MAS EU NÃO PODIA FICAR SEM FAZER NADA, PARECE QUE SOMENTE EU ESTOU SENTINDO FALTA DELE.
— NÓS TAMBÉM SENTIMOS FALTA DELE, MAS NEM POR ISSO VAMOS AGIR PELA VINGANÇA.
Azaziel virou-se de costas e abriu a porta do laboratório.
— Azaziel, volte aqui e não vire suas costas para mim.
Azaziel continuou seu caminho e a porta fechou atrás dele. Sua cabeça estava cheia de pensamentos de incerteza, ansiedade, raiva, tristeza, o pobre arcanjo não sabia que sentimento deveria sentir ou o que deveria fazer. Naquele momento, pela primeira vez, ele estava perdido.
— Ola, Arcanjo.
Azaziel levantou sua cabeça e viu um ser na sua frente.
— Percebo que está perdido em seus pensamentos e precisa de ajuda, por sua sorte eu ouvi seu lamento e estou aqui para lhe ajudar.
— O que você quer? Não quero nada de alguém da sua laia.
— Vai querer sim, afinal posso ser capaz de realizar seu maior desejo, pobre arcanjo.
— Meu maior desejo?!
— Isso mesmo, proponho uma aliança — disse o ser com um sorriso em seu rosto
Arena:
O arcanjo Gabriel estava olhando a arena cheia de olhares ansiosos para o próximo combate e o último do dia.
“Bem vamos logo ao último combate e finalmente tirar um verdadeiro descanso”, pensou o arcanjo.
— Senhoras e Senhores, ora de realizarmos a última luta do primeiro dia do armagedom. Após sete grandes lutas entre diversos cavaleiros de alto nível, ora de convocar os últimos do dia.
A plateia gritava de euforia e alegria, todos pareciam empolgados e ansiosos.
— Vamos a apresentação dos deuses.
Dois grandes holofotes se direcionaram ao lado esquerdo da arena.
— Do lado esquerdo da arena, temos o deus-macaco do hinduísmo e filho de Shiva, o deus que simboliza a compaixão e a bondade. Dentre todas as divindades, ele é um dos mais populares no reino dos céus pela sua pureza.
O portão se abriu e dele uma forte luz pôde ser vista por todos da arena, além do símbolo do hinduísmo atrás do deus.
— O deus da compaixão, o grandioso, HANUMAN
Seu corpo humano difere de sua cabeça de macaco que mostra sua fofura e seriedade. Seu corpo sarado está totalmente coberto de ornamentos, joias, tecidos e pelos. Em sua cabeça há uma coroa cheia das mais diversas joias do mundo.
Hanuman caminhou calmamente até a sua poltrona, enquanto sorria e acenava para todos na arena. Diversas pessoas estavam encantadas com sua presença, a felicidade tomou conta da arena.
“Como esse cara é legal, espero ser que nem ele um dia”, pensou Gabriel com o sentar do deus na poltrona.
— Com essa incrível entrada, iremos revelar o deus do lado direito.
Os holofotes viraram para o lado esquerdo da arena.
— Do meu lado direito, temos aquele conhecido como deus do caos e da guerra egípcia, aquele que temido e respeitado por muitos, aquele que almeja o trono do Egito e matará e assombrará todos os seus inimigos com sua cabeça de chacal.
A porta da direita começou a se abrir e junto dela diversos cachorros e chacais tomaram conta do caminho do deus, eles latiam para as pessoas da arena com ferocidade.
— O deus do caos e da guerra, o temido, SET
Seu corpo moreno coberto de diversas cicatrizes e diversas proteções de armadura douradas e pretas, não chega perto do impacto de sua cabeça de chacal dourada com o ornamento de faraó, além de seus brilhantes e vibrantes olhos escarlate.
O andar de Set é calmo porém brutal, as pessoas próximas a ele na arena começaram a suar frio e a se sentir enjoadas.
“Lembrete, tenho que ter cuidado com esse aí”, pensou Gabriel com um sorriso preocupado.
Set sentou-se em sua poltrona e olhou fixamente para frente. Hanuman soltou um sorriso para ele e ofereceu uma maçã dada pelos seus fãs.
Set olhou para o lado e a maçã começou a apodrecer. Hanuman segurou a fruta apodrecida em sua mão e suspirou sobre ela, assim ela voltou ao seu estado normal.
— Bem, com a entrada dos deuses, nós podemos finalmente anunciar os dois cavaleiros da oitava rodada.
Os holofotes direcionaram-se para o portão da esquerda.
— Do meu lado esquerdo temos aquele que ira representar o deus Hanuman, um humano que passou por diversas dificuldades em sua vida, somente por ser diferente daqueles que o julgavam, contudo ele jamais abaixou sua cabeça e lutou sempre por seus ideais. Possuindo um total de 56 vitórias e 37 delas sendo por nocaute, considerado por muitos como o maior lutador de boxe dos pesos-pesados do mundo ou até mesmo da história. Respeitado por seus fans, inimigos, rivais e aliados. Aquele que se recusa a abaixar a cabeça pro sistema, aquele que luta pela igualdade e equidade dos humanos.
O portão da esquerda começou a abrir e junto dele diversas águias carecas estavam carregando uma bandeira americana que tomou conta do lugar. Junto dela, o hino americano pôde ser ouvido por todos na arena, algumas pessoas estavam até mesmo chorando pelo som de sua pátria.
— Conhecido hoje como Cavaleiro dos Pesos-Pesados, o boxeador MUHAMMAD ALI.
Um homem saiu do portão esquerdo. Seu corpo é totalmente definido através de seu forte trabalho duro e persistência. Seu cabelo é curto e preto, como sua pele. Seu olhar é gentil e carrega bondade junto consigo, mas traz seriedade e vontade de vencer. Possui um short de boxe vermelho com partes pretas e no meio escrito: Union. Suas mãos e pés estão enfaixadas em vez do uso de luvas de boxeador.
O boxeador estava com um sorriso em seu rosto e estava acenando para todos na arena, os quais estavam eufóricos e gritando seu nome.
“Tenho que pedir um autógrafo para ele depois”, pensou Gabriel.
— E com essa entrada, iremos para o cavaleiro que irá representar o deus Set — disse Gabriel com os holofotes indo ao lado direito da arena — do meu lado direito temo aquele que… Como é, houve uma mudança?
O arcanjo parecia ter paralisado e suado frio
“O que aquele idiota está pensando?!”
— Do meu lado direito, temos aquele que por muitos já é conhecido no reino do céus — disse o arcanjo com a abertura do portão direito se abrindo aos poucos e com ele o soar de passos calmos e pesados — aquele que por muitos é conhecido como o Cientista Louco ou até mesmo como a reencarnação da ira. Um dos arcanjos que serve diretamente o Supremo.
A arena estava em conflito e em choque, não entendendo o que estava acontecendo. Contudo, entenderam a situação quando viram o o ser em si.
— Hoje conhecido como o Cavaleiro Cientista, o arcanjo da ciência e da ira, AZAZIEL.
O arcanjo estava diante de todos e Gabriel estava assustado, pois seus irmão havia mudado. Seu cabelo era branco, puro e enrolado e está tão claro quanto seus olhos alaranjados e cansados. Ele possuí uma roupa social com uma calça preta e um paletó preto com ornamentos dourados, junto de sua camisa social branca e sua gravata borboleta com bolinhas roxas e laranjas. Suas mãos estão cobertas de por luvas brancas flexíveis.
Azaziel tirou um cigarro e um isqueiro de seu bolso e começou a fumar.
— Olá, humano — disse Azaziel se aproximando aos poucos de Muhammad — Você quer dar um tragada?
— Prefiro evitar, se não se importa — disse Ali com um sorriso.
Azaziel sorriu e com um pouco de cinzas caindo no chão, ele desferiu um chute na região da cabeça de Muhammad, o qual desviou com tamanha facilidade.
— Você até que tem um ótimo reflexo.
— E você tem um belo chute.
— Parem agora — disse Gabriel descendo e ficando entre os lutadores — Azaziel o que pensa que está fazendo? Você não pode participar desse torneio.
— Por que eu não posso? Estou aqui oferecendo minha vida ao deus que eu acredito que irá vencer e me entregar o meu desejo.
— Esse é um torneio entre humanos, para você participar terias que… Não, não me diga que fizeste isso!
Azaziel virou-se de costas e começou a tirar seu paletó e sua camisa. Gabriel olhou horrorizado ao que estava contemplando naquele momento.
— Azaziel, o que você fez? — disse Gabriel com sua voz diminuindo e vendo as costas de seu irmão, a qual estava sangrando.
Azaziel havia cortado suas asas e assim cortado sua relação com os céus, tornando-se um Anjo Caído.
— Seu idiota, isso não tem volta — disse Gabriel com lágrimas em seus olhos — ME RESPONDA, AZAZIEL, POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?
— Isso é bem simples, eu percebi que fiquei com um vazio no coração quando aquele humano morreu, pois eu não teria meu irmão de volta. Por isso, esse torneio é a única solução que eu achei, eu ganharei o armagedom e trarei o meu irmão de volta, trarei Camael de volta a esse mundo.
Gabriel apertou seus punhos com força e virou-se de costas.
— Se essa é sua decisão, pois bem, não ouse se arrepender depois. A partir de agora, você está expulso dos arcanjos e retiro todos os seus títulos, você agora é um humano.
Gabriel voou de volta ao seu posto, enquanto enxugava seu rosto coberto de lágrimas.
— Mil perdões, meu público. Houve um pequeno imprevisto, mas nós estamos de volta. Com a apresentação dos cavaleiros, iremos a escolha do terreno da luta.
— Eu não irei escolher nenhum terreno, o meu oponente pode escolher onde será o túmulo dele — disse Azaziel olhando para a área dos deuses — Está tudo bem para você, senhor Set?
Set acenou com sua cabeça.
— Se for assim, qual será o terreno da luta, senhor Hanuman?
— Bem, eu não havia pensado em nada particular. Afinal, todo terreno é bom lugar.
— Se for assim, eu posso escolher o local da luta? — perguntou Muhammad.
Hanuman acenou com sua cabeça.
— Eu desejo um lugar mágico para mim e para o boxe. Nós iremos lutar Madison Square Garden.
— Por mim tudo bem, humano. Você irá morrer logo.
— Pode vir tentar, saberás a verdadeira força da humanidade, arcanjo.
— Se for assim, será um lugar bem simples para eu criar — disse Gabriel unindo suas mãos e fazendo uma pequena oração — “Pai grandioso, dei-me força e poder para que eu crie o que eu desejo através do pó, como o mundo uma vez já foi feito: Creation of God.
A arena começou a se modificar e a se tornar aquilo que havia se pedido. As pessoas estavam assustadas e os deuses estavam totalmente calmos.
Em questão de segundos, a arena estava transformada em uma grande arena de boxe, a famosa “Madison Square Garden”.
Os cavaleiros começaram a fazer um leve aquecimento de estalar seus corpos, enquanto andavam até ficar um de frente para o outro.
Seus olhares estavam focados no adversário, nenhuma palavra havia sido proferida, o silêncio era suficiente para entender que o inimigo em suas frentes era forte e não iria recuar.
— Que comece a oitava rodada do Armagedom. It’s Show Time Baby.
A oitava luta estava oficialmente anunciada e os dois lutadores vão dar tudo de si para ganhar.
Continua…