As Desventuras Surreais dos Becker - Capítulo 22
“O inevitável destino decai sobre todos, de forma involuntária e inconsciente” – Pulget, o pequeno
Os segundos passavam como horas. As nuvens cobriam por completo o céu. Logo o segundo sacrifício para o Inominável seria consumado e seus adoradores estariam mais perto de invocar o Weezy.
Damon, o sacerdote-sênior da seita, capaz de pronunciar o nome de Deus, se encontrava no topo de uma colina. Ele estava acompanhado de dois fiéis discípulos.
Eles estavam trajados como nobres, para que pudessem fazer a vontade de seu senhor. Mesmo assim, Damon se sentia sujo naquelas vestes que considerava profanas.
— Isso é… maravilhoso — um dos aprendizes comentou. Seus cabelos eram loiros e ele possuía o total porte de um esbelto rapaz da realeza, exceto pelo fato de que suas mãos eram viradas ao contrário, lhe dificultando o movimento — falta pouco, falta pouco para o Weezy chegar, abençoado seja o Senhor Inominável! Vai me trazer a cura das mãos e eu poderei fazer parte da maior orquestra do mundo, a que tocará ao fim do Eclipse.
— Tem razão, Kennedy — o outro disse, era um pouco mais velho e possuía uma careca invejável, além de ser o mais alto do grupo — logo nosso Senhor Inominável trará a purificação a esse mundo. Eu estarei ao lado do Weezy como seu guerreiro, o maior lutador que já pisou neste mundo, Dominic Kessler!
— É ótimo ouvir a gratidão de vocês para com @#$? — Damon disse, suavemente, com a mais alta calmaria de um sacerdote — porém, meus confrades orador e carniceiro, quero que se lembrem que antes de nossas próprias bênçãos, devemos nos focar no total agrado às vontades do nosso Senhor. Nesta noite ele nos permitiu usar esse disfarce desonroso, pois precisamos convencer Archibald Becker a nos acompanhar até o covil, só assim poderemos consumar o segundo sacrifício e estar mais perto da chegada do Weezy.
— Mestre, posso levantar um questionamento? — Kennedy perguntou.
— Certamente.
— Esse detetive, sendo um detetive, não seria inteligente o suficiente para nos desmascarar?
— Ótima pergunta, Orlok — Damon se ajoelhou na grama e encontrou um pequeno besouro — podemos afirmar que não. Becker é um detetive amador, que viu uma boa oportunidade e a pegou sem pensar. Se ele fosse tão sagaz, nem sequer aceitaria a suspeita proposta de um encontro à noite em uma colina próxima de um cemitério.
Após a explicação, Damon levou o besouro à boca. Primeiro o lambeu, depois o mastigou. Adorava o sabor das entranhas do inseto. Após se sentir satisfeito, se dirigiu aos discípulos:
— Encontrem o que comer antes de Becker chegar. Ele acharia no mínimo peculiar nossa dieta santa.
***
Frankenstein subia a colina, rumo ao seu laboratório secreto. O entusiasmo que sentia era imensurável. Não pôde conter risadas de um verdadeiro gênio do mal no caminho. Nem se importou se o povo da vila o ouvisse.
Naquela noite, seu projeto seria finalizado. A sua Criação Perfeita enfim iria nascer, ou melhor, despertar naquele cadáver humano. Seu desejo mais íntimo logo se tornaria realidade. Rogi, McAlister, Karen e os demais que riram da sua cara naquele dia iriam ter o orgulho mais ferido que uma facada em cheio na barriga. No entanto, precisava ponderar um pouco, por mais que achasse difícil. A concentração na hora de finalizar o experimento C seria fundamental.
Mas assim que se aproximou do necrotério, um trovão pairou no céu e as nuvens se despediram. Parecia um dia de mau agouro, mas o cientista não se importou.
Mau agouro sequer existe, é apenas superstição. Pensou. Trovões e relâmpagos são apenas atividades da natureza.
Adentrou o laboratório oculto, sendo muito bem recebido pelo fiel assistente. Igor se esfregou na perna de Victor e arranhou suas vestes.
— Olá, amigo — ele disse, se agachando para acariciar o gato — desculpe a demora, fiz questão de me arrumar melhor para o maior dia de nossas vidas!
— Miau! — Igor exclamou, alegre.
— Certo, Igor, vamos ao trabalho — Frankenstein pôs o jaleco — Hoje, iremos finalizar o experimento C, a última fase do projeto — ele pegou um tubo de ensaio contendo um líquido verde, o despejando em seguida nos Tubos da Perfeita Criação. — Primeiro essas ervas de campo, junto de mirtilos e bicho-de-seda. Sem dúvida uma mistura peculiar.
Em seguida, despejou mais três frascos de cores diferentes, em uma dose precisamente específica.
— Areia e vinho, carne de guepardo com água fria, azeite e azeitonas, o que é redundante, eu sei, mas é assim que funciona as misturas, sua lógica pode ser dúbia.
Igor subiu na pia para ver melhor o trabalho do dono. A luz que emitia de lá parecia lhe fascinar. O cadáver reluzente significava que o experimento estava dando certo.
— Vamos, vamos, minha criação, sucumba a existência — mais frascos contendo misturas eram despejados nos Tubos e o cientista se tornava cada vez mais eufórico — MINUTOS! EM QUESTÃO DE MINUTOS EU VOU SER O MAIOR CIENTISTA DO MUNDO. O PROCESSO NÃO PODE SER PARADO, E ELE NÃO VAI, POIS EU JÁ VENCI ESSE JOGO, EWAN, ROGI, KAREN!
— Miau — Igor se encolheu, assustado com os espasmos do cadáver ante a reação química.
***
— Já parou para pensar que esse é um lugar meio mórbido para se encontrar com alguém? — Paul perguntou.
Os irmãos Becker subiam uma colina ao norte, o trajeto do ponto de encontro que Damon havia dito.
— Seria, se fosse para se encontrar com uma garota — Archie respondeu, impaciente, observando todo canto em busca de uma silhueta — mas no ramo investigativo, confidencialidade é sempre bem-vinda.
Ainda assim, o caçula mantinha o mau pressentimento, principalmente quando notou o céu se fechando e relâmpagos começarem a surgir.
Após alguns minutos de caminhada, enfim três figuras surgiram no horizonte, bem como o cemitério Romero. À medida que os homens ficavam mais visíveis, o receio de Paul ia se esvaindo. Eles estavam vestidos como verdadeiros nobres de boa postura.
Archie estranhou o fato do cliente estar acompanhado, mas ele próprio havia levado alguém sem ter dito, então era um empate. O cumprimentou com cortesia o suficiente.
— Vejo que é pontual, Monsieur — Damon elogiou, porém, dispensou o aperto de mão do Detetive — sou o Lorde Damon da casa Ulysses, muito prazer — Ulysses? — Esses são meus herdeiros, Dominic e Orlok.
Os filhos do Lorde acenaram para os irmãos, Archie notou que um deles possuía deficiência nas mãos, enquanto o outro ostentava o porte de um “pugilista peso pesado”, bem mais que o Mordomo Reagan ao menos.
— E quem é esse pequeno rapaz? Seu assistente? — Damon perguntou.
— Ah, esse é Paul, meu irmão e assistente, tipo o meu Watson, sacou?
Paul fitou o irmão, confuso com a comparação inusitada.
— IRMÃO?! — Kennedy de repente exclamou, com um largo sorriso diante da revelação — mais um nob…
Mas antes que pudesse completar a frase, foi acertado precisamente por um soco no estômago, dado por Dominic.
— Se comportem! — o Lorde os repreendeu — pois bem, vamos voltar ao que interessa. É um prazer conhecê-lo, Monsieur Paul, seu francês é excepcional.
Paul notou algo como uma chama arder nos olhos do Lorde, o que o fez engolir em seco sem querer.
— E então, Lorde Damon, de que tipo de caso estamos falando? — Archie foi direto ao ponto.
— Homicide, Monsieur.
— Homicídio, hein — Archie ficou pensativo por alguns segundos — deixa eu adivinhar, assassinato do seu parente: Jack Ulysses?
Uma micro expressão de surpresa faiscou o rosto de Damon por milésimos, imperceptível. Por outro lado, Kennedy e Dominic ficaram boquiabertos e se entreolharam às costas do Lorde da forma menos discreta possível.
— Vejo que a notícia da morte de meu sobrinho se espalhou, não? — Damon se virou para Archie — eu pretendia mantê-la confidencial.
— Por quê? — o detetive quis saber.
— Quem o matou foi um rival da família. Ele é uma pessoa de renome e influência ainda maior que a casa Ulysses. Entregar esse caso para as autoridades não seria efetivo.
— Entendi, por isso preferiu contratar um detetive particular — Archie colocou a mão sobre o queixo, especulando mentalmente — então é fácil, me diga o nome dele que eu o encontro.
— Sim, farei isso, porém não aqui, vamos nos aprofundar nos detalhes em minha chácara, que não fica muito longe.
— Certo.
Todos começaram a caminhar colina abaixo. Paul olhou para o irmão incrédulo, pois ele mesmo já sentia que aquela história não cheirava bem. No entanto, Archie estava apenas processando o que ouviu, e se convencendo. Ele suspirou antes de interromper a caminhada.
— Esperem, meus nobres senhores.
Damon e os outros voltaram-se para os irmãos.
— Diga, Monsieur Becker.
Archie sorriu.
— Eu só queria entender uma coisa, porque mesmo sendo um amigo de anos do Duque Ulysses, nunca ouvi menção alguma de vocês e sequer aparecem na árvore genealógica deles?
Dessa vez nem Damon conseguiu impedir o arregalar dos olhos. Isso é impossível.
— Não tem a menor chance de você saber disso! — Kennedy foi novamente incapaz de segurar a língua.
Mas mesmo com outro soco de Dominic, o estrago já estava feito. Eles haviam sido desmascarados pela astúcia do detetive amador.
— Parece que a casa caiu, não é? Hehe, eu nem sequer era amigo do Duque ou conhecia os Ulysses, mas vocês caíram tão facilmente nessa — Archie riu, apontando um dedo para eles.
— Que tipo de detetive você é? — Dominic perguntou, furioso — fazendo truques com seus clientes?
— Não teria feito isso se não estivessem agindo de forma tão suspeita — Archie agora estava sério, pois aquele caso parecia mais em baixo do que ele imaginava — vamos, digam, qual é o esquema? Me usar para incriminar outra família do seu assassinato, fingindo se passar pelos Ulysses? Tem noção de que isso não daria certo por muito tempo, não é?
— É aí que você se engana, Monsieur — Damon disse. Orlok e Dominic sacaram armas brancas de algum lugar: um facão e o machado mais afiado que Archie já viu — somos adoradores de Deus, mas não do seu deus fraco e insignificante. Adoramos o Inominável, aquele que vai trazer escuridão e pureza a esse mundo assim que lhe for entregue mais dois sacrifícios!
— O QUE?! — Paul exclamou, assombrado.
— Só pode estar brincando — Archie disse, indignado.
— Pareço estar brincando, Monsieur? — Os discípulos ameaçaram atacar com suas armas brancas.
— É o seguinte, Paul — o detetive disse em um sussurro — CORRE O MAIS RÁPIDO QUE PUDER!
E sem perder tempo, os irmãos deram carreira. Apesar de precisarem subir a colina e fazer mais esforço com as pernas, não importava, pois os fanáticos os perseguiram, prontos para tirar suas vidas.
Por favor, Deus, não quero morrer assim. Archie implorou, com o irmão em seu encalço. Prometo que nunca mais confio em ligações de estranhos.
— Archie… o cemitério! — Paul avisou, ofegante.
Ele estava certo, no cemitério à frente havia um pequeno necrotério. Como toda a área parecia inabitada, seria o local perfeito para se refugiarem.
***
— A última gota — Victor disse, derramando o último frasco de mistura necessário — agora, Igor, só precisamos aguardar. Se meus cálculos estiverem corretos, e a essa altura eles certamente estão, a “omnijunção” dessas misturas irá atrair uma fonte de energia suficiente para animar o nosso cadáver. Então se afaste, meu amigo, pois a qualquer momento um raio pode cair.
— Miau.
— É verdade que eu não retirei todos os líquidos dos Tubos. Mas isso só seria um problema se alguém entrasse e quebrasse tudo, o que a esse ponto seria muito azar se tal coisa ocorresse.
BOOM!
Um trovão. Mas não só ele.
A porta do necrotério pareceu ter sido arrombada, porém, ao olhar para trás, Frankenstein se certificou de que não fora o caso.
— Ufa, não conseguiram arrombar — mas só após dizer em voz alta, que notou o problema — ESPERA AÍ!
Mas era tarde demais. A porta, mesmo dura como aço, foi derrubada. Tudo ocorreu rápido demais. Dois indivíduos surgiram como touros indomáveis, colidindo com o cientista e o fazendo ser arremessado em cheio contra os Tubos da Perfeita Criação e a mesa de autópsia.
— NÃAAAO! — Victor gritou, vendo tudo em câmara lenta.
Em seguida, a balbúrdia se instaurou. Um verdadeiro pandemônio de objetos se destruindo. Ao fim, Victor se viu caído no chão sujo e coberto por líquidos coloridos e cacos de vidro.
Não pode ser. Pensou, aflito, vendo todo o seu trabalho de anos em frangalhos de uma hora para a outra.
Só pôde ficar paralisado, tamanho o choque que sentiu.
— Tinha um cara aqui dentro — Archie disse, assustado — ai, amigo, foi mal pelo encontrão.
— Aquilo é um cadáver?! — Paul exclamou, apontando para o corpo no chão.
— Vocês arruinaram tudo — Victor disse, cabisbaixo — a Criação Perfeita estava prestes a nascer, a minha ascensão como cientista. MALDITOS SEJAM.
Victor se levantou e agarrou a gola de Archie, ameaçador.
— Calma ai, amigo, não foi nossa intenção — o detetive disse, já de saco cheio de lunáticos — a gente tava só salvando nossa vida, aqui parecia um bom refúgio.
— Espera, você disse que é um cientista? — Paul perguntou — então quer dizer que estava fazendo experimentos com esse cadáver?
— Tem razão, Paul, isso parece bem suspeito.
— Vocês não entenderiam — Victor suspirou, quase aceitando a derrota, soltando Archie — mas agora não importa, mesmo se o raio cair, o resultado não vai ser o esperado…
BAM!
Só faltava essa. O cientista pensou, quando viu mais dois homens adentraram o necrotério.
— Hi Ho! Nós encontramos vocês — Dominic disse — sacrifícios fujões.
— Se rendam agora, assim podemos os levar para o covil, de forma a terem um sacrifício formal — Kennedy solicitou.
— Sério? — Archie provocou — olha pra você, cara, mal consegue segurar esse machado.
E de fato, graças às mãos invertidas de Kennedy, sua ergonomia com o machado era deveras duvidosa. Mas sem tirar o sorriso do rosto, Dominic fechou as portas quase caídas do necrotério. Não queria dar aos inimigos a chance de escapar.
— Tem algum plano em mente, Archie? — o irmão perguntou, baixinho.
Droga. O mais velho pensou, frustrado.
— Eu tenho — o cientista disse às suas costas — mesmo morrer não sendo uma opção tão ruim depois de tanto fracasso, não quero que seja assim. Então ouçam. A única coisa que ilumina esse lugar é aquela minha super lamparina ali no canto — apontou para ela pendurada em um canto do cômodo — então é o seguinte, o garoto derruba a lamparina e eu e você atacamos eles pelas pernas.
Archie e Paul assentiram, sem escolha.
— E então, já decidiram? — Dominic perguntou.
— Sim — Archie respondeu — NEM FERRANDO!
Com toda a agilidade que conseguiu, Paul se lançou em direção à lamparina pendurada e a derrubou, tornando o recinto um breu completo.
Um caos invisível se instaurou. As armas brancas voaram para longe. Archie e Victor tentavam conter o experiente lutador que era Dominic, enquanto Kennedy era contido por Igor, pois graças às suas mãos invertidas, era incapaz de afastar o bichano de lhe agatanhar.
Mas enquanto o combate dos tolos ocorria, o cadáver estatelado começava a brilhar, mas não só isso, espasmos o faziam se mover de forma misteriosa.
Os trovões se tornaram mais insanos que nunca, só então Victor e os demais notaram a bizarrice que ali ocorria.
— Não pode ser! — o cientista exclamou — CUIDADO!
BAAM! BOOM!
De forma inesperada, um forte raio atingiu o necrotério, destruindo completamente o teto e atingindo o leito, onde jazia o cadáver. Todos os presentes foram arremessados para longe, e só não ficaram inconscientes graças ao brilho que reluzia bem de onde o raio despencou.
Ninguém reagiu, apenas observaram a cena sinistra se formar. O cadáver já não era mais putrefato, muito menos humano. Apesar de ainda ser bípede, sua altura passava de dois metros.
Sua aparência: a definição de quimera. Seu torso era peludo como de um licantropo, os dentes caninos como de um vampiro; os olhos de um vermelho sangue; suas pernas eram torneadas como as de um leão; nas mãos, ostentava garras afiadíssimas e por fim, longas asas de plumagem negra por debaixo dos braços, se estendendo por quase um metro além do seu corpo.
Apesar de imponente, a criatura parecia perdida e confusa, olhando para si mesma e todo o ambiente ao seu redor.
— O que é isso? — o monstro perguntou, sua voz possuía um tom levemente gutural.
— Ó Senhor, nunca realmente me desamparaste — era Damon, entrando no necrotério lentamente — hoje é o dia, o dia em que vi o Weezy, enviado do Inominável, o próprio Deus encarnado.
— Defina, Deus — a criatura perguntou, encarando Damon.
— Você é o Weezy, o próprio Deus, aquele que irá purificar este mundo, aquele que tem todo o poder e autoridade sobre este mundo e todas as formas de vida, aquele superior em grandeza e tudo que há.
Um olhar de compreensão estampou o rosto da criatura, que parecia aos poucos compreender quem era. Meu nome é Weezy, Deus deste mundo.
Dominic e Kennedy se juntaram ao sacerdote na veneração ao seu messias. Pela primeira vez, Weezy sorriu, um sorriso de satisfação. Ele afinal era um deus, um ser superior.
— Meus discípulos, apenas o toque de Nosso Senhor já é suficiente para vós serem purificados.
— Senhor, por favor, traga a cura para minhas mãos — Kennedy implorou, se ajoelhando.
Weezy, primeiro observou as próprias mãos peludas e periculosas, em seguida levou uma das garras até o vassalo. Assim que o toque se concretizou, um resplandecer cegou a todos e Kennedy já não era mais humano, mas sim um vampiro. Suas mãos completamente curadas.
— AHHHHAHAHAHA — ele gritou de emoção — Muito obrigado, Meu Senhor, toda honra para Weezy, o Deus encarnado!
— Senhor, me transforme no seu guerreiro mais bravo — Dominic também se ajoelhou.
O toque de Weezy fez de Dominic um licantropo, com uma longa cauda e um físico medonho.
— EU VOU LUTAR AO SEU LADO ATÉ O FIM, MEU SENHOR!
E por fim, sem precisar ser solicitado, Damon recebeu o toque do seu Deus, o transformando em uma múmia viva.
— Ao meu Senhor, toda a honra — Damon também se ajoelhou, sem se importar com as ataduras que cobriam todo seu corpo, exceto seus olhos.
Algo que Weezy não sabia explicar foi ativado em sua mente, como uma satisfação imensurável.
Mas que merda é essa? Archie se perguntou, ali no chão, enquanto os três fanáticos religiosos veneravam seu deus em voz alta, numa língua estranha.
Naquele momento, a lua foi coberta por um breu, noticiando o início de um eclipse.