As Quatro Fendas - Capitulo 2
Luiz é um ranking E. o ranking mais baixo de todos. Sente seu corpo flutuar, e sua mente girar.
“Todo meu esforço nos estudos, para absolutamente nada” o garoto se segurou com tudo que tinha para não chorar.
Foi tudo turbulento, a mulher o levou às pressas para uma outra sala.
— Trousse o guri Diretor — afirmou Adriana
Luiz se surpreendeu, a sala mais parecia uma biblioteca, essas sendo raríssimas na era atual.
Cof!Cof!
Ao escutar o pigarro, parou de admirar a incrível quantidade de livros e olhou para frente.
Atrás de uma mesa de madeira: um homem de cabelos negros, óculos, e vestia um terno cinza, e olhos com um vermelho tão intenso que pareciam pegar fogo. Acenou para o homem ao seu lado com os braços cruzados — O Guarani—.
O titã ergueu seu braço direito e, deu um estalar de dedo que ecoou pela sala.
— Jovem… Temos algo de muita importância a ser discutido. Algo que de maneira alguma pode ser adiado, ou sair desta sala… — disse o diretor
Luiz engoliu seco. Sabia quem era o diretor, conhecido por ser parte da única equipe que derrotou uma Besta de ranking SS. — O Cavaleiro
O diretor encarou Luiz por alguns instantes, deixando Luiz extremamente tenso.
— Meu jovem, creio que você compreende o motivo de estar aqui. Certo? — indagou o diretor
— Não — Disse Luiz cabisbaixo.
O diretor ignorou completamente Luiz e prosseguiu — Jovem… O fato de você ter uma habilidade única, vai ficar escondida. Conte apenas para aqueles de extrema confiança. — O diretor sorriu, porém de alguma maneira, aquele sorriso parecia cheio de peso.
— Como assim habilidade única? Eu não sou Rank E +?
— Guri… Você não prestou atenção? — A ruiva olhou confusa para Luiz.
A sala ficou em silêncio por um instante, Luiz hesitante disse — No que?
Adriana mostrou um holograma de uma foto tirada do seu resultado na caixa preta. Apontou diretamente onde dizia: Habilidade Única Portal.
Luiz olhou, piscou algumas vezes para não achar que estava imaginando coisas e mil coisas passaram pela sua cabeça cogitando que aquilo seria apenas um erro.
— Nós vamos fazer um teste em um ambiente controlado e protegido. Longe de olhos alheios… Isto pode estar sendo muito repentino. Porém! Habilidades únicas, são muito preciosas para o mundo dos Exploradores. Dependendo do resultado, sua vida pode mudar por completo. Você está preparado para isso, Jovem? — Os olhos do diretor eram como agulhas desafiando diretamente os olhos de Luiz.
Luiz juntou a coragem que tinha e colocou em palavras: — Esperei muito por isso senhor…M-ma-mas ainda estou receoso.
— Ótimo jovem, você ainda terá de se esforçar. Normalmente aceitamos apenas Rank C pra cima: — O homem sorriu, agora livre de tensão. Luiz suspirou.
O diretor levantou de sua cadeira, foi até uma prateleira e puxou um livro. Logo em seguida a sala começou a descer como um elevador.
Com uma voz grave, disse o indigena: — O diretor gosta de coisas dramáticas. Piatâ não entende!
Adriana soltou uma risadinha e afirmou: — Concordo com você Piatâ.
Depois de descer um pouco a sala parou.
Click!
A porta pela qual Luiz entrou, se abriu sozinha. Revelando uma gigantesca arena subterrânea, com arquibancadas ao redor. O garoto ficou surpreso com a visão.
— Surpreendente! Piatâ compreende. Piatâ ficou assim como Luiz.
— Jovem Luiz, preparado?
— Sim — respondeu Luiz Tentou transparecer confiança, mas continuava inseguro de si mesmo.
— Relaxe. Tudo correrá bem — aconselhou o diretor.
O diretor acenou para Luiz com a cabeça. O garoto começou a descer as escadas da arquibancada, chegando na entrada da arena. Olhou para trás e viu os professores se acomodando em acentos.
O diretor retirou um controle de seu bolso direto e apertou um botão.
Quando Luiz se virou para frente. Lá estava. Um grande círculo mágico amarelo e redondo.
— VAI GURI! — Acenou com a mão direita freneticamente.
Luiz passou pelo círculo. Sentiu uma energia como nunca, uma disposição que nunca tive antes. Uma vontade de movimentar seu corpo. A energia preenchia o corpo de Luiz como um copo até então vazio que se enchia aos poucos. Quando a sensação chegou ao pico, Luiz sentiu como se fosse capaz de tudo, uma sensação que nunca havia experimentado antes.
Com um pouco de insegurança, Luiz fechou os olhos e disse: — Portal…
Um portal roxo apareceu, e se alargou girando freneticamente na frente do garoto.
O trio na arquibancada ficou um pouco inquieto. Logo em seguida, o jovem entrou dentro do portal, com os olhos fechados.
Quando saiu, abriu seus olhos e se surpreendeu com o gigantesco portal de pedra em sua frente.
Seu interior era negro, um breu que chegava a arrepiar a espinha. Luiz imediatamente sentiu-se em perigo. Como se de maneira alguma! Deve-se atravessar aquela gigantesca entrada de rocha.
Olhou para trás e buscou seu portal. Mas o portal não estava mais lá. O garoto ficou assustado. Logo em seguida percebeu o ambiente que se encontrava.
Ao seu redor uma caverna úmida, com um som de pingos ao longe.
Ping! Ping!
Observou mais um pouco os seus arredores e olhou para cima do gigantesco portal de pedra. Ele viu algo escrito.
— A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal… Isso não é Machado de Assis? — Uma tela apareceu na frente de Luiz.
Bling!
— Que porra é essa!? — Luiz prestou atenção na tela em sua frente, achou que seria mais uma mensagem de seu NetGran.
Tentou gestos que usa comumente em seu Nat Gran, mas nada aconteceu.
Depois de algumas tentativas, passou a suspeitar que aquilo fazia parte da sua habilidade
— Isso é….Sim…Isso mesmo. Essa porra é uma tela de status!
Sua animação é totalmente interrompida, quando escuta um barulho.
Tleck! Tleck! Tleck!
Vindo de dentro do gigantesco portal de pedra. Algo se movia rangendo e estralando. Luiz engoliu seco.
Em meio a sombra emergiu um esqueleto todo acabado, como se estivesse em decomposição. seus olhos um breu sem fim, em seu braço direto segurava o esquerdo como arma.
Neste momento: Luiz gelou, seus olhos ficaram estáticos, suas pernas perderam a força, e um suor frio começou a escorrer pelo seu corpo.
“ Aquela porra é um monstro!?…Como assim? Eu estou em uma das fendas? ”
O garoto acordou de seus pensamentos com o bater frenético dos dentes do esqueleto.
Tec! Tec! Tec!
Com seu corpo totalmente em choque. O garoto correu com medo na direção oposta do esqueleto.
Com dificuldade o monstro seguiu o garoto, mas, por estar bem deteriorado, não conseguiu andar de maneira adequada.
Luiz desesperado se agarrando nas próprias esperanças para que funcionasse, gritou — PORTAL!
Logo em sua frente abriu de novo aquela massa roxa de energia, sem demorar mais um segundo passou pelo seu portal.
Um portal se abriu no meio da arena e dele apareceu Luiz caindo no chão. Em seguida o portal se fechou.
Os três que estavam na arquibancada, em um único instante, apareceram ao redor de Luiz, o surpreendendo.
— Jovem Luiz, o que aconteceu!? — disse o diretor
“ Eu sabia que eu ficaria assustado quando visse um monstro!…Mas… Eu não imaginei que seria tanto” Luiz respirava de maneira irregular, Tremia freneticamente, seu coração batia muito forte, ao ponto de parecer que iria sair de seu peito.
— GURI!!
Luiz acordou de seus devaneios, olhou para o rosto de Adriana por alguns instantes, e completamente pálido disse — S-sim!, sim, sim…
— Jovem! — O diretor bateu uma palma forte, fazendo Luiz prestar atenção — Calma jovem, respira — Luiz normalizou sua respiração aos poucos
— Jovem Luiz… quero que você repita tudo exatamente o que aconteceu!
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Já dentro da sala do diretor, Luiz contou tudo nos mínimos detalhes. O diretor olhou para Piatã e Adriana.
Adriana havia lhe dado uma água com açúcar, para o garoto acalmar os nervos, mas mexia a perna direita freneticamente, para cima e para baixo. O medo ainda estava lá. Não parava de lembrar do som dos dentes do esqueleto batendo
O diretor estava pálido respirou fundo, e disse — Jovem Luiz… você tem em mãos uma habilidade, muito, especial… habilidades únicas são bem imprevisíveis…mas…Habilidades que te permitem ampliar seu poder. Essa é a primeira que aparece no brasil!
— Já houveram outros casos? — disse Luiz ainda desacreditado de si mesmo.
— Sim…mas estes tipos de habilidades normalmente não são divulgadas para o público Guri — Adriana estava tensa.
— Apenas sabemos que existe, um nos Estados Unidos, e outro no Japão…as informações são muito limitadas — afirmou o diretor que em seguida suspirou.
— Guri…você definitivamente não pode usar sua habilidade perto dos outros, se souberem…vão fazer de tudo para tirar sua vida — Adriana olhou firmemente nos olhos de Luiz. Pensou que tudo seria muito para um jovem de 15 anos.
— Me-me mata? — Luiz ficou realmente assustado, nunca pensou que se meteria em algo tão complicado.
— Guri… na verdade, você está proibido de usá-la até que saiba o básico do combate!
— Exato! Piatâ treiná lo, Prepará-lo. Quando tiver pronto. Piatâ concederá permissão — O titã de sua própria maneira parecia inquieto. Mas foi firme em suas palavras, fazendo com que os outros concordassem.
— Jovem. Não se preocupe em avisar sua mãe. Eu tomarei a liberdade para tal — disse o diretor com desânimo.
Luiz arregalou os olhos, e disse surpreso— O senhor conhece minha mãe?
— Se ele conhece? Guri, sua mãe quase matou ele mais de uma vez em brigas nos tempos de escola hehehe! — A ruiva apontou para o diretor rindo sarcástica.
— Cof!Cof!— O diretor chamou a atenção de Adriana com o olhar, só a fazendo rir mais.
– Jovem Luiz, vá diretamente para seu alojamento na escola. Não tem necessidade de esperar seu acatamento…assim é mais seguro — disse o diretor.
Mexendo em seus hologramas. Envia o número do seu alojamento e o mapa da Academia para Luiz.
— Mais, e minhas coisas na minha casa em Curitiba?
— Não se preocupe…vou conversar com sua mãe, farei a Senhorita Adriana ir pessoalmente pegar o que deseja, elas estarão amanhã de manhã com você — afirmou o diretor
— Agora vai pra seu alojamento descansar Guri…Você precisa colocar a mente em ordem!
— Ah sim…obrigado por tudo — afirmou Luiz ainda atônito por tanta informação.
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Já em frente à porta do alojamento de Luiz.
— Guri, seus companheiros de alojamento chegarão em torno de 3 dias. Aproveita até lá hehe! — Fez um gesto de masturbação para Luiz.
Uma veia saltou na testa de Luiz, que disse: —Tá tirano!?
Adriana deu uma pequena risadinha.
— Até nas aulas Guri — Adriana acenou de costas enquanto andava.
Luiz entrou no alojamento; uma sala de estar, com um sofá e uma poltrona, no meio uma mesinha de madeira, e um tapete felpudo que cobria toda a sala de estar. Mais ao fundo da sala, um balcão que dividia a sala da cozinha.
Percebeu que não havia decorações, dando liberdade para os alunos decorarem do seu modo.
Caminhou para a direita da sala de estar. Entrando em um corredor onde tinha uma porta de cada lado, e uma no fim do corredor.
Ele abriu um holograma e viu a planta dos cômodos, percebeu que as portas da lateral eram quartos, a última no fim do corredor, o banheiro. Tocou na maçaneta da primeira porta à direita.
Uma série de hologramas pedindo para Luiz registrar seus dados apareceu. Assim que se registrou a porta destrancou.
Um quarto básico; com uma cama de solteiro encostado na parede à esquerda do quarto, um guarda roupa também na parede esquerda, mesinha ao lado da cama, e na parede a direita algumas prateleiras.
Luiz se jogou na cama, sem tirar nem mesmo os tênis, e ali daquele mesmo jeito, adormeceu.