Ascensão Divina - Capítulo 13
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- Capítulo 13 - Diário de um Reencanado: Primeira e Segunda Reencarnação
As luzes dos postes iluminavam o sangue escorrendo pela pista, no chão, algumas partes do meu corpo quebrado estava, essas feridas me impossibilitavam de fazer quaisquer movimentos mínimos que sejam, meu braço esquerdo se encontrava destruído, assim como quase todo meu corpo.
“O… que acon…teceu?”. Minha mente estava turbulenta, não conseguia pensar e falar corretamente.
Com a minha visão embaçada, tentava reconhecer todos os lados, porém, meu pescoço… parecia quebrado. Me perguntava o que tinha acontecido, só conseguia lembrar de uma luz branca na minha frente e cá estou neste chão ensanguentado.
Um odor de gasolina impregnou o ambiente ao meu redor, fiquei confuso e com medo. Não sabia, mas o caminhão que havia me atropelado acabou indo contra um muro de concreto e a frente da lutaria do motor permanecia completamente destruída e claramente o cheiro forte de gasolina veio daquele caminhão.
— Cadê… todo mundo? Ninguém vai me ajudar? — Minha voz falhava constantemente.
Gotas de lágrimas desabavam dos meus olhos.
Eu estava sozinho de novo?
A solidão tomava conta do meu ser, meu coração palpitava em cada pensamento.
Aos poucos não conseguia mais sentir as coisas ao meu redor, aquilo era estranho para mim. Lentamente direcionava minha cabeça para a direita, minha visão embaçada atrapalhava e não conseguia compreender corretamente o que era perante mim.
Mas o seu formato era de uma névoa amarelada que se mexia bravamente, aquilo era o que realmente? Só sei que chegava perto de mim e me abraçava, seu calor me consumia enquanto ainda estava impossibilitado de fazer qualquer coisa.
Aquela névoa quente me consumia lentamente das mãos até a ponta dos pés. Me sentia preso por não fazer nada, mas depois daquilo ter chegado um pouco mais perto, escultei o som ser semelhante com que via frequentemente, foi aí que dei um sorriso sarcástico.
— Fogo, ehn? Parece que virarei carvão ha ha… Sorte minha que já não sinto nada. Então, fogo, pode me consumir — levantei minha mão para os céus — Adeus, mundo podre.
Finalmente meus olhos se fecharam, para esse mundo detestável, estou dando um adeus eterno. Por fim, tudo ficou preto em minha volta.
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Minha mente permanecia em transe. Eu continuo vivo? Essa sensação de conforto e frio que sentia em meu corpo, isso é a morte? Essa sensação… parece real de mais. Comecei a sentir friagem em meu rosto, era como se estivesse em uma floresta a noite, o que é isso? Estou vivo?
Com minha pergunta, abria meus olhos, o que via acabava ser estranho para mim. Arvores gigantes me rodeava, escultava pássaros cantando, animais e insetos seguiam com suas vidas normalmente na floresta sem se preocuparem com minha presença. Me encontrava em uma floresta escora e parecia estar anoite, o frio me abraçava presentemente, fazendo-me bate os dentes.
Examinava meu corpo para poder encontrar algo útil, senti uns panos moldando meu corpo, impedindo o frio de me atormentar. Entretanto, meu corpo parecia irreconhecível, a meu ver, assemelhava com o corpo de um bebê.
“Que porra é essa?”, pensei enquanto tirava os panos e observava o corpo infantil que tinha.
“Por que estou em um corpo infantil?”. Essa pergunta passava constantemente em meus pensamentos.
A floresta subsistia silêncio perante a lua azul que a clareava com grandiosas estrelas, apenas os ruídos dos grilos eram ouvidos. Mesmo nessas condições, esse silêncio tornou-se reconfortante para mim de uma maneira que não entendia. Mas para o meu grandioso azar, esse silêncio foi quebrado após ouvir sons nas moitas, parecia que algumas criaturas rodeavam as árvores, como se estivessem cassando algo.
Aquilo claramente me deixou nervoso e com medo, obviamente não podia gritar ou aumentar minha respiração, caso contrario, com certeza quem quer que esteja lá, ira me pegar! O que decidia foi permanecer onde estava e controlar meu fôlego para que não me percebam.
“Preciso me acalmar… Tenho medo que isso não seja o suficiente”, pensava após me enrolar nos panos.
Depois de alguns minutos, a cassada dessas feras parecia ter terminado, já que não havia mais barulhos nas matas, de qualquer forma, dei um forte suspiro por ter me livrado dessas criaturas estranhas. Ainda deitado entre os panos, me ajeitei bem nas gramas perto de uma enorme árvore. A intenção era dormir essa noite e tentar pensar o que aconteceu essas horas atrás.
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Na mata densa, três pares de olhos amarelados me observavam sem eu perceber, aqueles olhos chegavam lentamente perto do meu corpo sonolento. Ainda tentava dormir, mas o chão era muito desconfortável. Barulhos nas matas me atormentavam, deixando-me inconfortável.
“Droga, será que não vou conseguir dormir hoje?”, me perguntei, levantando-me lentamente.
Olhei ao redor e presenciei uma coisa que me fez tremer por inteiro, aqueles três pares de olhos me observavam entre os arbustos, depois que descobri a presença deles, rapidamente voaram para cima.
Aquele ataque repentino me fez gritar por socorro, o medo me tornava um boneco por não conseguir me mexer. Meus olhos repleto de lágrimas refletia meus enormes sentimentos de angústia, medo e frustração por perceber o quão ferrado estava.
— Puta que pariu… Lobos! — dizia enquanto tentava sair engatinhando.
Um dos lobos com suas garras me pegava por trás e mordia minha perna, outro corria em zig-zag e com sua mandíbula, me agarrava pelo pescoço. Aquele momento era horrível para mim, aquela dor por ser perfurado por diversos dentes caninos era sufocante!
Um lobo observava a situação por perto, o ar de superioridade que ele exalava parecia ser o chefe desse bando que me devorava. Diferente deles, ele apenas olhava os lobos me devorarem, mas de repente fez algo que me deixou ligado.
Começou a andar levemente até mim, chegando mais perto, parou e levou seu focinho a minha barriga, me farejava de cabo a rabo. Continuei amedrontado com a situação que arrepiou a minha alma. Após me farejar, o lobo abria sua enorme boca e com seus dentes pontiagudos e me perfurava pelo meu pequeno abdômen. A sensação de ser permeado era horrivelmente descomunal. Esse cão desgraçado puxava minha carne com seus dentes. O mais horrível é parar para pensar e lembrar que esse corpo é de um bebê e parecia ser um recém-nascido. Me salvar? Isso é claramente impossível!
Os outros lobos brigavam por minha carne, me puxavam um pelo pescoço e pelo pé como se fosse um pedaço de osso para eles brincar. Com essa brincadeira deles, meu pequeno corpo foi dilacerado pelo grupo. A parte do pescoço em que estava sendo mordido foi rasgada, assim como minha barriga e meu pé, todas tiveram suas partes arrancadas. Nessa fase, foi claramente o meu fim.
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Mais uma vez minha vida foi tirada, porém, enquanto me encontrava na escuridão, meus ouvidos detectaram sons de vozes de pessoas, meu corpo sentia confortável, parecia estar deitado em uma cama tão macia quanto as nuvens. Meus olhos finalmente abriram, via um lustre luxuoso no formato de pedras preciosas em cima do teto que me cedia.
“Onde eu estou? Não estava na floresta?”, me perguntava sonolento.
Os habitantes da casa percebeu-me, elas chegavam perto de mim com um olhar carinhoso, fazia tempo que não via esses olhos de satisfação, mas por que para mim?
Uma das meninas exclamava: — O jovem mestre acordou! — Enquanto me segurava bruscamente, me beijava na bochecha.
Ela vestia uma roupa parecendo umas daquelas empregadas de animes medievais. Ela me segurava fortemente e, ao mesmo tempo, com carinho contra seus enormes seios, era assim que era ser abraçado por uma mulher? Me sentia sufocado com esses apertos que não tinha há muito tempo.
Felizmente outra garota chamou a atenção dela: — Assim você vai esmagá-lo com esse peito enorme, sua leitoa! — Ela tomava-me dos braços da menina.
— Mas ele é tão fofinho! — bramia.
“O que está havendo aqui? Não estou reclamando, mas ainda sim… É ESTRANHO!! EU NÃO MORRI? POR QUE SEMPRE ACORDO EM UM BEBÊ RECÉM-NASCIDO?!”
Antes de me perder em meus próprios pensamentos, percebia em minha volta, estou cercado de belíssimas jovens empregadas, seus olhos diziam querer provar um pedaço da minha carne! Estou com muito medo do que pode acontecer comigo nesta vida.
— Nããooo! Você já ficou tempo de mais com ele, agora passa pra cá! — dizia outra.
— Não! Agora é a minha vez!
“Éhh… Parece que essa vida não vai ser tão ruim assim…”, pensava enquanto ainda era agarrado pelas criadas.