Bevan - O Divino Império - Capítulo 7
— Tsc… onde está aquela vadia? — resmungou um homem vestido com uma roupa camuflada.
Vestida com a mesma roupa, deixando escancarado o seu descontentamento, uma mulher diz — por causa daquela vadia, eu tive que ficar vários dias enfiada nesse mato, quando eu encontrá-la, irei levá-la de volta arrasta pelos cabelos sendo espancada o caminho inteiro.
— Mas você já não era daqui? Deveria tá acostumada a isso, então, tá reclamando por que? — indagou o jovem de roupa camuflada para provocar a garota.
— Meu querido, eu por acaso tenho cara de bicho selvagem para morar num lugar desses? — respondeu a mulher debochando do garoto.
— É? Mas quando você chegou na cidade, agiu igual um bicho selvagem — disse o garoto com um tom sarcástico.
Serrando os punhos, a garota se prepara para bater no jovem que a provoca, no entanto, ela desiste, pois seu superior estava de olho neles e ela queria causar uma boa impressão com essa missão.
— Calem a boca e prestem atenção aos seus arredores, ela pode está se escondendo em qualquer lugar — ordenou um homem alto e, aparentemente, muito mais velho que os outros dois, com medalhas em seu ombro diferenciado sua roupa da dos demais.
— Sim senhor — responderam simultaneamente os dois.
Depois desse aviso, os três seguiram pela mata fechada até encontrarem uma mensagem secreta no interior de uma árvore. A árvore estava marcada com um código, esse código era uma flecha presa no tronco da árvore a exatos um metro de altura com a ponta para baixo e uma pena de três cores na outra extremidade.
Após ler a mensagem, o homem aparentemente velho, ficou com a expressão ainda mais séria e começou a caminhar ainda mais rápido sem dizer uma única palavra para os dois que o seguiam.
A aproximadamente 120 metros de distância em linha reta de onde eles estavam, outro trio com as mesmas roupas que eles armaram um cerco em volta de uma caverna, colocando uma barreira a uma distância de aproximadamente 20 metros da caverna que impedirá qualquer um de entrar ou sair depois de que for atividade.
Esperando ansiosamente todos os que estão participando dessa missão reunirem-se em torno da caverna para começar o ataque, os membros já reunidos ali não podiam mais conter sua intenção assassina, pois a vários dias eles perseguiam o alvo que agora estava preso dentro daquela caverna sem saída.
Do outro lado, quase chegando na caverna, o homem velho começa a explicar o que estava escrito na mensagem que tinha lido antes, mostrando imponência com a voz, ele disse — logo a nossa frente tem uma caverna onde nosso alvo se escondeu, para seu azar, essa caverna só tem uma saída, que é o mesmo lugar por onde ela entrou, mas quando ela perceber isso, nós já estaremos na entrada da caverna esperando por ela.
Aumentando o ritmo, o velho ordena — preparem-se para criar a “Barreira C” quando estivermos a 20 metros de distância da caverna.
Acenando com a cabeça para sinalizar que entenderam as ordens, os dois jovens seguem o ritmo do velho e assim eles chegam rapidamente ao local onde devem erguer a barreira.
A “Barreira C” é uma barreira mágica que diferente das outras tem uma resistência fixa absurdamente alta contra todos os tipos de ataques, dizem até que ela pode anular por completo alguns ataques, mas em contrapartida, não importa quanta mana você coloque nela, a barreira só terá o tamanho do resultado da multiplicação por dois da altura do criador, se expandindo horizontalmente e verticalmente em linha reta.
Quinze pessoas estão participando dessa missão, sendo divididas em trios com um membro do trio sendo o líder e todos esses estão sob a supervisão de uma décima sexta pessoa, o comandante da missão.
O comandante foi avisado assim que decidiram fazer essa armadilha, nesse momento ele está vindo o mais rápido possível para onde estamos.
Mesmo que já tenha feito o que foi ordenado, o jovem perguntou casualmente ao velho — mesmo que essa barreira seja super forte, vão ter vários “buracos” nela, qual a eficiência desse plano?
O velho estava contente por saber que o comandante da missão, alguém que ele admira muito, iria se juntar a eles, então de bom grado respondeu — o plano é simples, nós iremos erguer várias “Barreiras C” ao redor da caverna e o comandante da missão irá erguer uma segunda barreira, conectando essas barreiras, é óbvio o resultado disso, certo?
Os dois balançaram a cabeça afirmando que sabiam, então seguiram até o local determinado e começaram a armar a barreira.
Tomando suas posições e preparando-se para começarem juntos, os três mantêm seus olhos fixados na caverna a 20 metros de distância e simultaneamente juntam as pernas, e as mãos, ficando com o corpo completamente alinhado.
Assim que eles tomaram essa postura o vento começou a se mover mais intensamente, uma aura dourada saia dos dois homens enquanto da mulher saia uma aura escura, uma mistura de tons do roxo ao preto.
Uma forma de matéria começa a ganhar massa e se formar um metro acima de suas cabeças, após alguns segundos se acumulando, começa a derramar como se fosse líquido e toma a forma de uma parede com a altura média de 3 metros.
Alguns minutos se passaram enquanto aquele “líquido” derramava no ar, e assim a barreira ficou pronta.
Após completar esse objetivo, as ordens eram de se dirigir até uma clareira de frente para a entrada da caverna.
Quando o homem aparentemente velho e os dois jovens chegaram à clareira, três grupos já estavam lá, indicando que só faltava o comandante e o último grupo para eles invadirem a caverna e darem um fim a essa missão.
Dando alguns passos à frente dos outros dois, o homem aparentemente velho bate continência e diz — Cabo Roju, líder do quinto trio.
— Descansar — disse uma homem de meia idade, cabelos pretos e símbolos no peito que indicam que ele é um sargento.
— Bom trabalho — disse um homem de corpo forte e músculos grandes, que também carrega símbolos no peito que indicam ser um sargento.
No outro lado, isolado de todos, um homem de cabelos longos e pretos, cobrindo sua patente cruzando os braços ao abraçar uma espada apenas acena com a cabeça.
Depois de tudo isso, Roju caminhou até um tronco de árvore no lado oposto ao homem com a espada, sentou-se e começou a meditar.
Alguns minutos se passaram e o último trio junto do comandante chegaram, rapidamente, todos ficaram de pé prestando continência e se preparando para a inevitável batalha que estava por vir, mesmo que tenha fugido por bastante tempo, o alvo dessa missão ainda é incrivelmente forte.
O comandante passou direto por eles sem dizer uma única palavra, sempre olhando os arredores como se estivesse procurando por algo, algum tempo se passou, seus quinze subordinados continuaram em posição de continência enquanto ele continuava a olhar os arredores.
Dando um leve sorriso de canto de boca, o comandante ordena — descansar, preparem-se para atacar e, parabéns, as barreiras foram colocadas perfeitamente.
Após dizer essas palavras o comandante elevou suas mãos aos céus e concentrou mana na ponta de seus dedos, alguns segundos depois uma película de mana começar a se formar no céu acima da caverna.
O vento começou a soprar mais forte, as intenções assassinas vinda dos 15 eram fortes o suficiente para deixar até mesmo o comandante em alerta, mesmo que em hipótese alguma algum dos quinze o atacaria.
Como se o vento fizesse parte dele mesmo, o comandante abaixou as mãos rápido o suficiente para ser difícil de acompanhar com os olhos, então, uma parede de vento se formou acima da caverna, cobrindo as barreiras feitas pelos quinze.
Quase que simultaneamente com a formação completa da segunda barreira, o líder do primeiro trio atirou uma flecha em direção à entrada da caverna, diferente das flechas comuns, essa estava imbuída com mana, tornando-a tão afiada e forte que atravessaria facilmente uma rocha de 100kg.
Dentro da caverna, Christina levantava-se para cumprimentar Pietro, após reverenciá-lo ela o olhava profundamente nos olhos, assim que fixou seus olhos aos de Pietro, ela é surpreendida ao ver ele tentar acertá-la com um soco, nessa distância era impossível para Christina se defender e mesmo se pudesse, não se atreveria, então apenas parou de ocultar seus sentimentos e mostrou o que estava guardando dentro de si, em desespero lágrimas desciam aos montes de seus olhos.
Christina é novamente surpreendida ao ser subitamente puxada para frente pela cintura, sendo firmemente abraçada por Pietro, naquele momento o sentimento de segurança e conforto foram o suficiente para fazê-la esquecer qualquer outra coisa que estivesse à preocupando, mesmo se fosse morta por Pietro ou qualquer outro inimigo, em seu coração ela morreria sem arrependimentos.
Enquanto isso, Pietro reforçava com todo seu poder o braço direito para se defender daquela flecha.
Toda essa movimentação aconteceu em pouco menos de um minuto, a colisão da flecha com a mão de Pietro foi forte o suficiente para criar um grande barulho e rajadas de ventos fazendo uma grande nuvem de poeira.
Surpreendidos com a nuvem de poeira, o líder do primeiro trio e os outros não conseguiam acreditar no que estavam vendo, seu alvo, Christina, não era para ser tão forte assim e, ninguém conseguia ver outra pessoa dentro da caverna, apenas uma silhueta escura que abraça Christina como se a protegesse.
Enquanto a poeira baixava, Pietro olhava mais atentamente para Christina, seus olhos tinham uma coloração vermelha bem clara, e uma tatuagem que antes estava coberta pela roupa, no formato de uma rosa com espinhos, se destacava em seu peito.
Christina é um pouco menor que Pietro, e mesmo que a circulação de mana em seu corpo exponha que ela luta com magia, ela tem preparo físico suficiente para se virar em uma luta corpo a corpo, mesmo com todas essas características de uma guerreira, seu rosto é incrivelmente lindo, seu abraço é quente e aconchegante, fazendo Pietro inconscientemente querer protegê-la a todo custo.
— É bom que vocês tenham um bom motivo para me atacar assim, se é que pretendem saírem vivos daqui depois de terem feito isso — exclamou Pietro.
Gargalhando e debochando das palavras de Pietro, o líder do terceiro trio disse — e quem diabos é você? Algum trouxa que foi enfeitiçado por essa vadia, e agora quer pagar de herói?
Outro disse — valorize mais sua vida, jovem, só se vive uma vez e você quer perder essa vida por essa daí?
Zombarias e xingamentos também foram ditas pelos outros, até mesmo o homem que sempre anda abraçado a sua espada e usa de gestos para se comunicar, zombou de Pietro por dizer que ele sairia sem vida dessa missão, entretanto, duas pessoas ficaram caladas, sendo elas o líder do primeiro trio, que atirou a flecha e a garota do quinto trio.
O líder do primeiro trio chama-se Dehon Lógis, um famoso arqueiro na cidade de Sodoma, vindo de um orgulhoso clã de arqueiros.
O clã Lógis é muito conceituado e famoso por todo o reino humano, sendo o herdeiro do clã, Dehon tem um orgulho gigantesco, alguém que pode defender sua flecha tão facilmente se tornará automaticamente seu inimigo, entretanto, se alguém consegue defender sua flecha, esse alguém com certeza é um mestre cultivador e se realmente for um, é necessário ter cuidado extra ao se lidar com ele.
Enquanto Dehon pensava nessas coisas, a garota do quinto trio se esforçava para dizer algumas palavras, no entanto, um receio a impedia de fazer isso; esse receio surgiu após Pietro os ameaçar, antes disso ela estava disposta a ir com tudo.
A poeira baixou completamente, entretanto, outra coisa começava a se levantar, a aura e pressão que Pietro estava suprimindo estava transbordando, afastando Christina e dando alguns passos a frente, Pietro libera toda sua aura para intimidar todas aquelas dezesseis pessoas.
Sua aura é incrivelmente assustadora, totalmente escura, fazendo os mais fracos tremerem as pernas ao pensar em avançar para atacá-lo, então forçando a voz, Pietro disse — muito bem, então se arrependam dessa escolha no inferno.