Crônicas de Sylrah - Capítulo 10
” Dizem a lenda, que os Yebas, sempre nos olham e um dia desceram a terra para nos guiarem” – Padre Mois
Soge e sua irmã estavam se divertindo, mas Soge ainda não se esquecia do que sentiu na livraria por Maruna, era algo puro e doce, parecia ser a mais pura das sensações.
Quando eles desceram da montanha russa, Soge viu a garota que o estava fazendo pensar e meio sem jeito, tenta se aproximar dela para conversar.
— Maruna? — Diz ele olhando para a garota.
— Oi Soge — Falou a garota com uma voz que para Soge, era angelical.
—Eh…E… Desculpa, vim te incomodar, mas eu vi que na biblioteca você pegou Pedras de Rum e Sangue.
— Peguei sim, você conhece o autor?
— Mais ou menos, eu já li alguns livros deles, mas nada comparado a A Morte te Chama de Nick Barreander — Diz Soge com a mão na nuca tentando não parecer nervoso.
— Você leu o livro da minha tia? — Disse a garota surpresa.
— Oi?
O garoto estava confuso naquele momento, como assim a autora preferida dele. era tia de Maruna?
— Sua tia, escreveu A morte te chama?
— Sim — Falou a menina sem jeito — Eu sou dos Barreander.
— Menina, sua casa é muito famosa.
O garoto ficou maravilhado com a notícia, a garota que ele tinha sentido algo estranho acabou de falar que é parente da escritora favorita dele.
— Só por conta da minha tia.
— Também não é só isso não — Diz o menino — Ela também é bem famosa na arte da pintura, sua casa é de artistas.
— Nem tanto assim — Retrucou a Maruna — Eu não sou artista.
— Duvido.
— Se eu fosse, eu não estaria na academia militar — Disse ela.
— Verdade — Concordou Soge — Perdi no argumento.
A garota esboça um pequeno sorriso e olha para Soge.
— Você é engraçado.
Soge cora com o que a menina diz, mesmo sendo apenas um elogio bobo e simples, era o primeiro elogio que ele ganhava de alguém que não era da família dele.
Os dois foram conversando enquanto seguiam seu grupo e perceberam que tinham mais em comum, muito mais do que imaginavam.
Eles ficaram apenas uma hora no parque, deu para se divertir bastante, mas eles deviam chegar na hora do começo da atração, todos estavam ansiosos para saber como era a praça central no festival.
— Maruna, sua família é daqui de Kina? — Pergunta Soge puxando assunto com a menina que andava calmamente na frente de seus amigos.
— Não, a gente é de Rachun.
— Nossa, sangue antigo em — Falou Pherb meio admirado.
— Nem tanto, somos descendentes dos Moiteros, mas temos um pouco do novo sangue em nossa linhagem.
— Os Moiteros? — Pergunta Marn meio surpresa — Você é descendente de uma antiga linha real? Dos reis das ilhas de Fror?
— Isso é só um mito, mesmo os antigos dragões sendo reis, somos descendentes de um ramo menor deles, nunca tivemos tanta influência nas ilhas.
— Mas o que sua família decidiu quando eclodiu a guerra dos Sete Senhores? — Perguntou Soge.
A guerra dos sete senhores, era a guerra que rolou entre Anethel e o antigo Império de Fror.
— Bom, eles decidiram se juntar a Anethel, mesmo nossa casa ficando na fronteira, sempre fomos muito mais ligados com Anethel que Forna — Disse Maruna.
— Entendi — Falou o ruivo.
Enquanto eles conversavam e andavam, eles viam as ruas bem movimentadas, cheias de pessoas, muitos carros iam em direção a praça central para ver a atração principal. Muitos jovens estavam a se divertir enquanto andavam, conversando, brincando e tinha alguns casais ali, que andavam de mãos dadas.
Quando o grupo de Soge chega perto da praça central, eles veem uma entrada toda decorada, com detalhes de dragão por toda parte. Os habitantes de Reiger estavam vestidos para a comemoração.
A praça estava decorada com faixas, brinquedos, cartazes e até tinham balões de dragões, luas e estrelas ali.
Assim que os meninos entram na praça, eles veem bastante barraquinhas de jogos, comidas, brinquedos. Eles sentem sua criança interior ficar mais ativa.
Soge, estava maravilhado com toda aquela decoração, seus olhos brilhavam, ele estava boquiaberto e logo sentiu uma mão segurar a dela.
Ele olha pro lado e vê sua irmã com um sorriso.
— Vamos Soge? Eu quero brincar, vamos ver se você é bom em tiro ao alvo — diz sua irmã com uma cara desafiadora.
Jarina e Soge sempre se deram bem, mas também eram muito competitivos, sempre queriam vencer o outro, fizeram até uma contagem de quantos cada um tinha ganhado em suas brincadeiras.
Soge era um garoto calmo e divertido, ele gostava de sua irmã e gostava de competir com ela, as vezes deixando ela ganhar, mas também a massacrava em algumas brincadeiras
Os dois logo vão com os outros quartos andar pelo parque, conhecer o mesmo, o parque era gigante, tinha bastante brinquedos espalhados pelo parque para as crianças se divertirem, enquanto pros adolescentes e adultos, tinha as barracas.
Eram varias, tinha desde de prêmios, a comidas, de comidas a desafios e claro tinha o palco com as atrações.
Soge e Jarina começam a competir para ver quem ganha mais ou quem agüentava comer mais. Quando estavam empatados, eles viram uma pequena comitiva chegar perto do palco.
Essa comitiva era de sacerdotes, todos vestidos de acordo com seu posto. Os cargos mais altos, vestiam roupas mais decoradas, com símbolos da religião e uma pequena jóia em seu pescoço que os diferenciava.
Assim que a comitiva chega no parque, eles começam a falar sobre o desafio do dragão.
— Que os Yebas estejam com vocês meus filhos — Disse o cargo mais alto dali, ele usava um manto na cor carmesim, com uma safira em seu pescoço. Seu manto era parecido com os mantos dos grandes padres do Sétimo Bastião — Estamos aqui reunidos hoje, para realizar o desafio do dragão.
Assim que ele fala isso, uma parte da comitiva se afasta dele.
— O objeto já está escondido ao redor do parque, então vos passarei o enigma — Falou ele com calma — Sou amarelo e incrustado, sirvo para os funções mais simples das casas, ficou pendurado ou guardado e posso andar decorado; Estou em um lugar aonde posso ficar escondido dos olhos de ladrões, sou pequeno e estou no começo de tudo.
Após ele falar isso, um sino é tocado e logo os jovens começam a correr procurando o objeto do desafio.
Soge e seus amigos, estavam confusos, mas o garoto estava um pouco encucado, pois Maruna disse que já tinha participado do desafio do dragão, mas ela era de Rachun e ela falou que em Kinter rola essa tradição.
— Maru — Chamou Soge e a garota olha para ele — Como você sabe que em Kinter, rola a tradição do desafio do dragão, sendo que você é de Rachun?
Maruna fica um pouco sem jeito, mas logo responde.
— É que eu cresci em Kinter, meus pais são de Rachun, mas eu sou protegida de uma casa de Kinter e por isso sei que lá tem, mas eu só vivi lá até os treze, depois voltei para Rachun.
Após responder isso, Soge sorri para a garota e sem jeito diz para a garota.
— Ah, não sabia, me desculpa
A garota entende Soge e sorri para ele e logo aos seis, se separam para procurar o objeto, mas antes eles haviam ouvido de Maruna, que havia um tempo para achar o objeto, se ninguém achasse, o festival ficaria sem vencedor.
O tempo era de uma hora e havia acabado de começar o desafio, que mais parecia uma gincana, mas talvez isso seja uma forma de deixar o desafio mais descontraído.
Soge que estava a correr e procurar nos lugares, tenta raciocinar para ver se achava o objeto.
” O que é serve para funções simples? Tem tantas coisas, como facas, garfos, colheres, mas ver se eu consigo raciocinar” — Pensou o garoto.
Logo ele começa a analisar o que o padre havia dito sobre onde ele estaria.
” Estou no começo, aonde seria o começo? A entrada? Mas isso aqui tem quantas entradas?” — Soge perguntou a si mesmo.
O tempo foi passando e Soge foi pensando e correndo atrás do objeto, até que ele se tocou.
” Sirvo para funções simples, ficou pendurado e posso ser decorado, só pode ser uma chave, por que chaves servem para destrancar e trancar e isso é uma coisa simples, ela fica pendurada nos porta chaves, mas aonde ela estaria?”
Soge agora descobrindo que era o objeto, começou a pensar onde ficaria uma chave.
” O porta chaves é óbvio, mas não tem uma aqui no parque, ou tem? Deve ter algum lugar que possa ser escondidos de ladrões e aonde seria isso?”
Soge foi pensando enquanto o tempo foi passando, até que ele escuta o badalar do segundo sino.
— Merda! O tempo tá acabando — Disse o garoto correndo para a entrada, onde estaria o mapa do parque.
Assim que ele chega na entrada, ele começa a olhar o mapa e ver onde ficavam as entradas do parque. O parque tinha quatro entradas e eles estavam na entrada sul e meio de cabeça cheia vai em direção a um dos bancos e se senta.
— Estou escondido onde ladrões não possam me pegar? Onde seria isso?
Soge logo olha para o céu tentando pensar em algo e enquanto ele subia a visão para o céu, ele vê algo brilhoso na pendurado em uma das letras do nome do parque.
Aquele objeto emitia um brilho meio amarelado e estava a brilhar com o pôr do sol.
— Será que é aquilo?
Pergunta Soge se aproximando da entrada e olhando para onde emitia o brilho. Depois de um tempo analisando, ele vê que era uma pequena chave incrustada com alguns rubis em forma de dragão e tenta achar algo para jogar e derrubar a chave.
Ele acha uma pedra e tenta jogar na chave, mas erra, ele tenta de novo e mais quatro vezes até derrubar a chave e assim que derruba corre para pegá-la e corre em direção ao palco principal.
Falta uns cinco minutos pro desafio terminar quando Soge chega correndo com a chave mostrando as mesmas para os sacerdotes.
Os membros da igreja que ali estavam soam o badalar do terceiro sino, encerrando o desafio.
— Temos um vencedor — Falou um dos membros sorrindo — Meu jovem, venha aqui.
Soge cansado, vai com calma até o palco e assim que chega lá, ele vê um pequeno altar com um ovo cheio de jóias em cima do mesmo.
O ovo era decorado com dragões de ouro, enquanto tinha algumas jóias e tinha uma fechadura em seu centro, onde uma chave poderia entrar.
— Falta um minuto para as cinco senhor — Disse um dos noviço da ordem.
— Vamos esperar todos chegarem para iniciarmos a atração principal — Diz o alto padre.
Soge sem entender nada, recebe a notícia que teria que esperar mais um pouco e depois de uns dez minutos, todos estavam reunidos perto do palco principal.
— Meus amigos, temos um vencedor do desafio, que os Yebas abençoem esse garoto com glória e prosperidade, vamos para a atração principal.
Soge é levado até a frente do ovo, onde mandam ele colocar a chave na fechadura e abrir a mesma.
Quando Soge coloca a chave na fechadura e vira ela, ele escuta alguns mecanismos girando e vê aquele ovo incrustado de jóias se abrindo, ele se depara um uma estátua.
A estátua era de um dragão em pose de combate, suas garras estavam para frente, suas asas levantadas e sua boca aberta.
O menino não reconheceu a estátua de primeira, mas depois ele percebeu sobre quem a estátua se tratava.
Era um dragão prateado acinzentado, suas escamas também eram um prata acinzentado e sua crista e parte de suas asas num púrpura.
Soge reconheceu que era Diomer, o Alto Dragão que governou Anethel na queda da Diarquia.
Assim que ele vê a estátua de dragão no ovo, os membros da igreja dos Yebas, se aproximam do dragão e ativam um mecanismo nele e logo o dragão começa a voar e vai até o ombro do vencedor do desafio, repousando ali.
Soge, confuso escutava uma voz sair do dragão.
— Olá, eu sou RedX, sou seu robô de estimação — Falou o dragão.
— Parabéns garoto, você ganhou um dos mais novos protótipos do reino — Disse o sacerdote.
Logo quando ele escuta isso, todos ali reunidos escutam uma música começar a tocar e dessa música o pequeno robô, que devia ter cerca de dez centímetros, vou e começou a emanar uma forte luz azulada.
— Que comece o baile — Diz um dos clérigos que estava ali.
Pode descer garoto, logo entregaremos o seu prêmio, agora ele vai ficar com a gente para a gente modificar eles — Diz o padre com a safira.
Soge, desce do palco meio confuso mais feliz, ele havia ganhado um grande presente que o ajudaria muito.
O baile começou a acontecer, os casais começaram a dançar enquanto os amigos brincavam, a maioria dos alunos da academia estavam reunidos ali e Soge, estava com sua irmã e seus amigos.
— Parabéns Soge — Disse Jarina — Você ganhou um ótimo presente.
— Sim — falou Soge sorrindo.
— Meu amigo, que presente em, um robô dragão, belo, ainda mais com aparência de Diomer — Bocejou Pherb.
Os amigos, foram conversando e brincando, alguns chamaram os outros para dançar, sobrando apenas Soge, Maruna, Jarina e Swobe.
— Swobe, você não quer dançar comigo? — Disse Jarina querendo encontrar uma maneira de deixar sua amiga e seu irmão sozinhos.
Swobe, ficou muito feliz naquele momento, já que a garota que ele admirou no começo do dia, estava o chamando para dançar.
— Claro.
Assim que Swobe falou isso, os dois deixaram Soge e Maruna sozinhos. Um clima estava pintando, Soge então decide tomar coragem e chamar sua amiga para dançar.
— Maru, você quer dançar comigo? — Disse o garoto com vergonha.
— Claro — A garota esboça um sorriso gentil para seu amigo.
Com a música tocando, os dois saem para dançar, começando valsa meio desajeitada por não saberem dançar direito, mas logo vão pegando o jeito e iam dançando.
Tocaram várias músicas, mas Soge e Maruna, estavam tão entretidos que nem perceberam, eles ficaram conversando enquanto dançavam, até que se cansaram e foram para um dos bancos descansar.
Os dois estavam rindo, até que um dos sacerdotes chega perto de Soge com o pequeno Diomer nas mãos.
— Aqui meu garoto, ele já está programado para você — Diz o padre — Ele é uma inteligência artificial bem avançada até, desenvolvemos elas com os cientistas de Watta e estamos presenteando as primeiras versões por serem protótipos para os jovens testarem, já que vão ajudar muito eles.
— Certo, mas como ele funciona? — Pergunta Soge confuso.
— Bom, ele é um robô de suporte, ele tem todo o reino escaneado e é um robô autônomo, ele pode reconhecer territórios que fiquem até dois quilômetros de seu dono e é um bom batedor, sendo pequeno, quase ninguém percebe eles — Disse o sacerdote.
O Sacerdote explica para nosso pequeno Soge como funciona o dragão robô e logo vai embora deixando Maruna e Soge sozinhos.
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Opa pessoal, bão? Então esse foi o capítulo, espero que tenham gostado, no próximo eles já vão estar de volta à academia, então aproveitem e até domingo :3.