Destino da Quimera - Capítulo 7
Apressados em seus passos as duas crianças fugiram na direção da floresta, portando apenas uma lamparina consigo para iluminar seu caminho. Havia uma única arma visível, uma adaga, firmemente segurada pela garota que seguia atrás.
Mesmo com a lamparina não conseguiriam ganhar uma longa distância do casebre, talvez acabassem atraindo insetos indesejados e irritariam animais mais sensíveis ao invés de afasta-los com uma chama tão fraca quanto aquela.
Apenas um aceno de Escuma impôs a ordem para a mente de seu Farejador:
“Garantir que não voltem para a cabana e nem consigam auxílio antes da limpeza”
Após diversos anos de trabalho como líder do mesmo grupo, o mais simples aceno já bastava para entenderem seu comando.
E lá se foi o Farejador, deixando a barreira mágica ao entorno do casebre e sendo engolido pelos sons daquela floresta. Não importa o quão acostumado uma pessoa se torne vivendo num local como esse, basta um passo em falso para enlouquecer.
Todos aqueles sons penetrando seu ouvido enquanto seguia o rastro das crianças perturbavam em demasia sua cabeça.
Durante o dia uma pessoa comum pensaria ser relaxante ouvir seus passos sobre a terra úmida e folhas secas, mas a noite não conseguia saber com certeza de quem eram os passos.
“Ela está mancando?” — bastou observar a cena da garota falhando em alguns passos para entender o motivo de não estarem longe, apesar da pressa.
O Farejador chegou próximo da dupla, caminhando quase ao lado de ambos, ocultando sua presença com a técnica mágica mais mediana possível que conseguiria pensar.
A mana das crianças sequer se destacava no meio da energia liberada pela floresta.
“Que casal fofo.” — se divertia observando como a garota mostrava uma expressão irritada no rosto, ganhando maior tensão quando precisou apoiar seu corpo sobre o garoto.
Olhou para o céu limpo, com a lua brilhando em seu tom azul-ciano, não via nuvens próximas.
“Vejamos para onde estão indo… Norte? Não, oeste… Noroeste.”
Assim como o nome se referia, sua capacidade de encontrar e descobrir algo tinha destaque entre os demais do bando. E descobrir o foco de ambos apenas pelas poucas informações que possui lhe davam a melhor ideia do que fazer.
“De tantas formas de morrerem escolheram logo essa?”
Farejador sabia com completa clareza o que há naquela parte da floresta e o motivo para ninguém usar a antiga rota de lá, mesmo seu grupo teria dificuldade para fazer algo se fossem sem qualquer preparação.
“Fazer o que, não é meu trabalho ser babá…”
De fato não precisava fazer nada para prestar auxílio a ambos.
Sua função era garantir que nenhum dos dois voltaria para o casebre e nem conseguisse auxílio, se morrerem após um ataque de uma fera mágica não seria de total mal para seus planos. Na verdade se ocorresse dos corpos sumirem seria até melhor.
“Que cena horrível, puta merda!” — pensou sobre a ideia dos corpos “sumirem”, mas não tinha vontade de formar uma pensamento tão criativo.
E distraído tentando apagar aquela memória, quase esbarrou nas crianças.
Havia baixado tanto sua guarda que esquecera onde estava andando, tal como uma única falha lhe deixaria exposto para os pequenos. Principalmente se fosse um contato direto.
— Vamos dá a voltar — sussurrou o garoto, mudando sua trilha quase de imediato.
“Impressionante…”
Seguir em linha reta não era uma opção, pois logo a frente uma cobra empurrava um coelho para dentro de sua grande boca após um breve estrangulamento. Farejador não achou a facilidade das crianças para saber o que fazer algo fora da média, mas o fato da cobra e coelho não se sentirem incomodados ao ponto da fauna seguir seu rumo natural, ignorando ambas crianças, era fora de precedentes.
“Agora entendi o porquê… talvez eu queira ver eles chegando na toca.”
Se uma criatura mágica também ignorasse sua existência, talvez valesse a pena omitir algumas anotações e vendê-las a terceiros depois, algo fora do contrato.
Também considerou interessante ver como não expressaram remorsos ao ver a brutalidade da natureza, mesmo ele sentia um pouco de ressentimento presenciando uma cena bruta como aquela.
Estava quase se distraindo de novo quando notou a garota erguendo sua adaga e golpeando o ar, em seu lado lado direito. Não entendeu muito bem o movimento, mas permaneceu observando.
E se afastando um passo do garoto, novamente golpeou o ar, mas na sua frente.
“Fechou os olhos por medo de atingir o alvo?” — estava considerando a cena estranha, até um pouco incômodo de se ver. O pânico dominou a feição da garota, porém agir naquele momento estava fora de cogitação.
E num giro quase degolou o garoto que se abaixou no mesmo instante, mas a lamparina não teve tanta sorte assim e voou alguns metros antes de apagar ao acertar a terra úmida.
“Descanse em paz lamparina, você serviu ao seu propósito.”
Quando o garoto ameaçou levantar, uma estocada passou exatamente por cima de sua cabeça, quase raspando o fio da lâmina entre os cabelos brancos de sua cabeça. Foi uma cena até espetacular, já que a criança conseguiu evitar o corte por saber reagir no momento certo.
“Ludos anda criando cada monstrinho, olha só que reflexos absurdos.”
E após mais uma estocada, a garota abriu seus olhos e iniciou uma busca visual por alguma coisa, expressando com clareza sua falta de entendimento da situação.
Seu redor estava escuro, enquanto acima de ambos o luar brilhava sobre seus corpos através do espaço aberto entre as copas, algo capaz de ressaltar a palidez da pele e os fios brancos.
“Agora vem a conversa, puta merda queria um pra ver esses dois palhaços.”
— O que foi isso?! — disse o garoto, ainda no chão.
— Eu não sei, tinha algo aqui… Em algum lugar daqui!
Após encara-la por um momento, arqueou a sobrancelha e igual fez o garoto.
— Tá, me dá essa arma aí primeiro e depois nós buscamos o que estava aqui…
— E se voltar? Eu não vou ficar conseguir acertar ele com meu pé assim!
Antes do garoto conseguir responder, uma pedrinha acertou a cabeça da garota, sem grande força. Bastava olhar na direção que a pedra chegou no local para ver que haviam entrado no território dos Wones.
Uma criatura pequena e peluda, cuja quatro patas curtas quase permitem que sua barriga raspe no chão. Acertando o chão com suas patas dianteiras, lançavam pedrinhas, quase sem força, era até impressionante terem acertado a cabeça dela.
“Os de cabeça achatada são machos ou fêmeas? Ah, não importa.”
De fato não dava muita importância para eles, são herbívoros fracos, suas garras até são um pouco afiadas, mas sequer conseguem arrancar casco de árvore com a força que possuem.
As crianças correram.
“Alunos de Ludos fugindo assim é uma bela mancada, que coisa…” — queria falar àquilo, mas não desejava quebrar seu disfarce.
Balançando sua cabeça começou a seguir as crianças novamente, não estavam fora de seu campo de visão e nem precisavam ir mais longe, os Wone com certeza não correriam atrás deles uma vez fora do território.
E parou.
Totalmente da maneira mais repentina que poderia, seus instintos lhe exigiram que parasse de andar no mesmo momento que deu o quarto passo na direção das crianças.
Sentia uma presença assustadora presente pouco atrás de si, exatamente entre os Wone, e olhar de relance para eles foi o suficiente para visualizar uma criatura de semelhante, contudo seu tamanho, sua cor, sua pelugem e até mesmo a presença eram diferentes dos demais.
“Uma mutação mágica de Wone é tão forte assim?”
Farejador desconhecia qualquer relato sobre um Wone forte, eles estavam quase no fundo do poço se tratando de força — uma pessoa sem qualquer treinamento e bêbada conseguiria matar um deles em poucos segundos sem usar qualquer arma.
Como se estivesse sentido a forma que menospreza sua espécie, o Wone encarou-o em retorno, havia a sensação de ódio profundo sendo passada por aquele olhar, mas Farejador sentiu não ser contra ele.
E o animal recuou.
Sem perder tempo, o homem voltou ao caminho daquelas crianças, não queria sequer questionar o que havia acontecido no momento anterior. Na vê pensava seriamente na chance de contar sobre isso no relatório.
“Se eles vierem procurar e não encontrarem, eu viro piada, mas se acharem…” — sentia que poderia garantir o lucro de algumas semanas caso capturasse aquela criatura.
O próprio império pagaria muito apenas para ser conduzido até essa localização… E se capturado vivo, nem conseguia imaginar quantos Monarcas ou Sóis ganharia. O fato conhecido sobre o império é sua política de preservação da natureza.
E é claro, qualquer um com tantos Conjuradores e Circuladores iria desejar preservar sua maior fonte de mana, somente tolos como a Aliança Libra viravam a cara para esses fatores.
“Tenho que voltar aqui na próxima semana e garantir meus Monarcas!”
Estava animado para ganhar dinheiro com algo tão simples, porém não perdeu as crianças de vistas e nem ficou distraído novamente.
Ao contrário, após o susto anterior aguçou ainda mais seus sentidos e seu ânimo revigorado servia apenas como um impulso para fazer um trabalho bem feito.
“Ah, já estava esperando no riacho? Sabia que eram sensíveis, mas tanto assim…”
Bebendo água no córrego, o pequeno riacho cujos peixes que passavam por ele possuem escamas brilhantes — somente em reação ao brilho da lua —, uma grande besta mágica de pelos negros e rasos, mas brilhantes na luz, estava parada de maneira imponente. E as crianças logo em frente.
Não sabia o resultado deles recuarem ou prosseguirem, mas antes de descobrir sentiu uma forte presença aquecendo suas costas…
Sendo encarados pelo fulgor da presença de uma Pantera Negra, cujo corpo emitia visível carga mágica de pequenas faíscas, Monet e Bella permaneceram parados no mesmo lugar.
Por quase cinco minutos continuaram ali.
Havia muita lama prendendo a sola de seus pés no chão, era um terreno baixo e a água daquele córrego provavelmente ajudava a manter uma piscina alí durante períodos chuvosos.
— Ele sumiu — falou Monet, quebrando o silêncio.
— Eu também queria sumir agora…
— Acha que consegue correr um pouco?
— Meu pé está doendo mais do que antes e minha cabeça também começou a doer depois daquilo.
— Antes sua cabeça doendo do que minha garganta sangrando.
— Eu não ia te acerar Beija-flor maldito! — gritou Bella por impulso, seja devido a dor de cabeça intensificando a raiva que sentia desde que foi convencida a deixar Neil para trás ou pela citação que Monet usou pra convencê-la.
Não importava muito naquela situação o motivo, mas sim o resultado: a pantera começou a rosnar.
Suas patas acertaram a lama em sua frente e afundaram pelo peso e força, ela se aproximou de ambos devagar enquanto rosnava com fúria. Monet agarrou a mão de Bella e sem pensar muito começou a correr na direção do dito caminho prometido.
Quase caíram no chão devido a lama e tiveram uma arrancada lenta, mas puderam ouvir o som forte dos passos daquela pantera novamente acertando a lâmina, com maior frequência.
Sem olhar para trás em busca do animal — que possui o dobro do tamanho de ambos no mínimo —, alcançaram um caminho demarcado entre árvores.
— Tem runas nas árvores! Olha isso! — Monet dizia conforme andava no local, fazendo Bella assimilar a mana concentrada nas árvores como runas.
O caminho era aberto, reto, não havia sequer uma pedra nele, sendo protegido lateralmente por árvores alinhadas em cada lado, cujos galhos impedirem a entrada de luz, porém com diversos fungos pelas raízes que brilham iluminando o local
Uma pessoa olhando de fora com toda certeza iria considerar àquilo como uma grande armadilha, mas era tarde para pensar em qualquer coisa para os dois.
Com velocidade, cruzaram mais de trinta metros antes de diminuírem o ritmo no momento que Bella quase caiu no chão.
Da testa pingava suor em direção do chão e era visível o estresse na face devido a dor.
Apesar de tentarem correr simplesmente andavam rápido, já que Bella ia mancando em casa passo, sua sincronia natural dificultava seus passos pela falta de uso de uma das pernas.
A súbita parada foi necessária para ambos notarem a falta de aproximação da criatura, a pantera simplesmente não havia seguido eles, mas conseguiam ouvir de longe sons de conflito. Algo estava brigando por sua vida contra a fera mágica.
Conseguiram uma chance para descansar por alguns instantes.
Sem demora para agir, Monet sentou ao lado de Bella segurando sua perna quase derrubando ela no momento que arrancou a bota de seu pé. E claro, a garota grunhiu pela dor, enquanto o garoto observou um pé inchado em sua frente.
— Como que ficou assim tão rápido? — apesar da pergunta já sabia a resposta.
As diversas cicatrizes e calos no pé dela mostravam o resultado de maus tratos ao próprio corpo, algo gerado devido a longas horas treinando, desde o mais simples jogo de pés durante de esgrima ou a forte base para arte marcial, sempre ganharam uma carga extra pesada além da tarefa comum de andar.
O ferimento que já deveria ter se recuperado após a aplicação da magica mistura de ervas não parecia ter passado por nada além de um tratamento básico, o inchaço atual era uma reflexão dessa ideia.
— Não dá para tratar isso agora e se andar vai ficar pior… — pensativo o garoto falava sem perceber.
— Como assim? Não dá para sair daqui sem andar. A menos que saiba voar-
— É isso, sobe nas minhas costas.
Bella arqueou uma orelha, enquanto visível duvidava do que ouviu.
Afinal de contas não era segredo que seu peso ultrapassa o do garoto por quase dez quilos, mesmo Noelle não conseguiria carregar ela sem ajudar de mana. E claro, Monet não poderia usar mana ainda.
— Enlouqueceu? — a calma plena em sua voz mostrava total descrédito a ideia do garoto e quebrava completamente aquele clima de fuga.
— Tem alguma ideia melhor?
— Não, mas a sua é idiota. Eu posso só ir andando- argh! — Monet apertou seu pé levemente e seus olhos quase saltaram da face que tornou-se vermelha em poucos segundos.
Logo após soltou o membro, enquanto se virava olhando ao redor de árvore em árvore, era um encantamento de proteção, para afastar alguns animais selvagens e preservar o que estivesse no interior.
Mesmo que pudesse usar magia não conseguiria fortalecer o corpo com auxílio deles.
— Eu consigo te carregar aos menos para… — parou de falar ao notar algo.
— Desiste dessa ideia. — Bella disse, tentando massagear o próprio pé apesar da dor, notando a interrupção na fala do garoto. — ei, o que foi? Ah…
Não haviam mais sons da pantera a distância.
Mas havia o som de respiração logo ao seu lado.
Bella engoliu a seco erguendo sua visão, enquanto o garoto estava estático olhando para o animal. A grande pantera negra estava parada ali, com uma respiração forte e sangue escorrendo por sua grande boca.
Uma pantera negro comum já é uma criatura grande, mas aquela mutação mágica da pantera com toda certeza possui ao menos metade do tamanho a mais.
Dizer haver imponência em sua presença seria apenas um eufemismo, o grande felino chegava a ostentar dominância onde quer que estivesse.
Seu olhar era terrível de ser encarar, um verdadeiro predador dos bosques.
— Como… — havia descrença na voz do garoto.
Bella logo notou o motivo, apesar do sangue nas garras e presas, um grande ferimento, um corte, corria do pescoço da criatura até suas costas. Uma aparência bruta o suficiente para fazer qualquer um saber o quão bruta é a natureza.
Monet encarava a criatura diretamente nos olhos e o dourado cintilava com maior intensidade devido a escuridão, seu rosto literalmente ganhou certo brilho amarelo naquele momento.
E o animal respondeu.
Ergueu-se imponente frente ao garoto, farejando o ar ao seu entorno enquanto mostrava a dentição amarelada. Expeliu o ar diretamente em Monet, um odor nenhum pouco agradável tomou suas vias respiratórias enquanto segurava para não tossir.
A fera rosnou.
Monet caiu sentado no chão após a pata da criatura colidir com seu torso, antes de afundar no chão ao seu lado. Não foi atacado e nem sentia qualquer hostilidade contra si próprio, mas sentiu sangue pingando sobre sua cabeça.
Recuou devagar ignorando o sangue do animal caindo sobre seu corpo, não por ser indiferente a acabar coberto por sangue, mas sim por notar que o felino estava se agachando para atacar algo.
Somente a pata se movimento devagar foi capaz de lhe jogar no chão, deixar ser atingido pelas patas do animal durante uma impulsão não passaria de suicídio.
Bella esteve boquiaberta observando, principalmente por conseguir ver o fluxo de mana da natureza cercando a criatura e a concentração de energia em seu ferimento estava cada vez maior. Focou um pouco de visão naquele ponto e conseguiu ver a ferida fechando aos poucos, como uma lesma cruzando uma estrada durante o dia.
— Vamos sair daqui logo — falou Monet, mostrando a preocupação em permanecer ali.
Ela observou ele esticando ambas as suas mãos para ajudá-la a se levantar, eram um pouco menores que a suas e também seus braços não eram tão fortes quanto, apesar da mesma idade. Quando segurou as mãos do garoto, Bella sentiu um grito no fundo da cabeça lhe dizendo para correr.
Monet também.
A dupla engoliu a seco ao sentirem uma forte presença chegando ao local, através da escuridão, viraram-se devagar na mesma direção que a pantera estava encarando… Monet não conseguiu ver nada, no momento que sua cabeça virou minimamente de lado algo lhe atingiu diretamente no rosto. Derrubando-o no chão, sobre um dos braços da garota.
Bella sentiu sangue sendo derramado em seu corpo e ouviu um gemido de dor de Monet ao atingir o chão. A quantidade de sangue que via sobre seu corpo lhe causou pânico, tentou retirar seu braço debaixo dele e virar seu corpo. Precisou usar seu outro braço e empurrar seu torso sobre ele, mas conseguiu.
Conforme erguia-se sobre o garoto, desnorteado, notou a falta de ferimentos — no máximo o rosto incharia pela pancada. Ela continuou procurando ferimento tateando o rosto dele, como se fosse uma massa, abriu sua boca e no máximo notou um corte interno, mas nada grande o suficiente para fazer tanto sangue sair.
“Eu que me machuquei?” — pensou ela tateando seus próprios braços, percebendo Monet cuspir ao lado o sangue da boca, fazendo careta.
— O que foi esse sangue todo? — Perguntou Bella, ainda sobre o garoto deitado de lado.
— Só cortei um pouco a boca, nem tem tanto sangue assim… — Monet não terminou sua frase, passou a encarar Bella um pouco confuso.
Havia muito sangue sobre a garota, sentia seu cabelo e parte das vestes também úmido, pensou ter ferido a cabeça pela impacto, mas ao desviar minimamente o olhar da garota, encontrou o projétil que lhe atingiu.
Bella viu os olhos de Monet quase saltarem para fora e olhou para o mesmo local que ele.
Um rosto estático encarava ambos ali, com sangue escorrendo e veias visíveis através da pele sem cor.
O farejador não conseguiria mais relatar sobre nada em vida.