Isekai Corrupt - Capítulo 59
28º Dia do Oitavo Mês do Ano – 14:29
No fim das aulas, Erick caminhava pelos corredores da academia, carregando sua bolsa cheia de anotações sobre artefatos.
Ele adorava o tema. A descoberta, a análise, a possibilidade de desvendar os mistérios das relíquias… tudo isso o fascinava. Contudo, sua concentração foi interrompida por uma voz feminina.
— Erick.
Ele se virou, surpreso.
Era uma garota que ele já tinha visto algumas vezes, mas com quem nunca havia trocado palavras.
— Ah, oi. Precisa de alguma coisa? — perguntou.
— Sim. Pode vir comigo? — respondeu ela com firmeza, mas sem ser rude.
Erick hesitou.
— Ir com você? Aonde?
— Só me segue. Tenho que te mostrar algo.
Ele ficou ainda mais intrigado.
— Espera… qual é o seu nome mesmo? — perguntou, tentando lembrar.
— Gloria.
— Ah, sim! Desculpa por não lembrar.
— Não faz diferença. A gente nunca se falou mesmo.
— Certo. Olha, só preciso passar no meu quarto para guardar minhas coisas. Depois posso ir.
— Tudo bem. Eu vou com você.
O silêncio tomou conta enquanto caminhavam juntos pelos corredores. Erick não podia deixar de lembrar os rumores que ouvira mais cedo: Gloria, aparentemente, havia se envolvido em uma discussão acalorada no refeitório.
Ele não estava lá para testemunhar, mas o assunto parecia sério.
Chegando ao quarto, Erick parou ao ver uma cena familiar, mas igualmente irritante. Silver, seu colega de quarto, estava encostado na porta, beijando uma garota.
— Silver, sério? Não podia ir pra outro lugar? — perguntou Erick.
Silver soltou a garota e deu um sorriso travesso.
— Ah, foi mal, Erick. É que o quarto dela está ocupado e… bem, o nosso tá bagunçado.
— Nosso? O seu lado está bagunçado. O meu está impecável porque, diferente de você, eu limpo. Devia tentar, sabe?
Silver riu com seu habitual cinismo.
— Também te adoro, amigo. Ah, quem é essa?
Ele olhou para Gloria com curiosidade, e Erick sentiu um leve calafrio ao perceber que tinha esquecido um detalhe importante.
— Meu nome é Gloria — respondeu ela de forma direta, mas com um tom de desagrado evidente.
Silver arregalou os olhos e apontou para ela.
— Gloria? Não me diga que você é… a esposa prometida do Eduardo?
O silêncio caiu como uma pedra. Erick sentiu o peso das palavras de Silver, e sua surpresa foi visível ao encarar Gloria.
— Sim, sou eu.
O desconforto na voz dela era quase palpável.
— Então o que vocês estão tramando? Não me diga que…
— Não é nada disso, Silver! — interrompeu Erick rapidamente, sentindo o rosto queimar de vergonha.
— Ah, que pena. Já estava torcendo por você. Qual amigo não quer ver seu colega feliz e namorando?
Gloria ergueu uma sobrancelha.
— Namorando?
Erick balançou a cabeça desesperado.
— Ela já é comprometida! E, além disso, ela… não faz meu tipo!
Silver gargalhou.
— Seu tipo? E qual seria esse tipo, hein? Sempre que pergunto você fica vermelho e foge da conversa.
As palavras de Silver fizeram Erick lembrar de alguém, mas ele sacudiu a cabeça para afastar a ideia e mudou de assunto.
— Deixa isso pra lá! Estamos ocupados!
Depois de entrar no quarto, Erick se apressou em guardar suas coisas e foi tomar um banho.
Ele ativou uma das relíquias do banheiro, um cristal que transformava mana em água, enchendo rapidamente a banheira. Era uma tecnologia fascinante, típica dos grandes reinos onde relíquias estavam integradas ao dia a dia.
Após o banho, Erick voltou ao quarto e encontrou Gloria sentada em sua cama, o olhar distante, mas atento. Ela era alta, quase 1,70, algo que chamava atenção, mesmo entre as alunas da academia.
— Vamos? Ele deve estar esperando — disse Gloria, levantando-se de repente.
— Ele quem?
— Quando chegarmos lá, você vai ver.
Sem entender muito bem o que estava acontecendo, Erick a seguiu até uma sala de aula vazia. Assim que entraram, Gloria parou e olhou para ele.
— Fique aqui e espere.
— Tudo bem… mas pode me dizer o que está acontecendo?
— Uma pessoa quer falar com você. Ele pediu para eu te trazer até aqui.
— Uma pessoa?
— Vou deixar vocês sozinhos.
Com isso, Gloria saiu, fechando a porta atrás de si. Erick permaneceu ali, observando a sala em silêncio.
Quando estava prestes a sair, uma voz ecoou pelas cadeiras.
— Você não mudou nada, Erick.
Erick virou-se, surpreso. Uma figura emergia das sombras.
— Não mudei? Você… você é o aluno novo, não é? Mero?
O jovem deu um passo à frente, com um sorriso enigmático.
— Sim, sou eu.
O tom de sua voz carregava algo que Erick não conseguiu identificar.
Erick estava confuso com o pedido de Mero. A sala vazia, o silêncio, e a atmosfera carregada de algo que ele não sabia definir deixavam seus pensamentos agitados. Quando a porta se fechou e Mero retirou a máscara, a revelação o deixou paralisado.
— Sou eu, Erick. — A voz era calma, quase serena.
Erick franziu a testa, tentando compreender. Então, a máscara foi retirada, revelando um rosto que ele nunca esqueceria.
— Ivan…? — murmurou, e, de repente, as emoções vieram à tona como uma enxurrada.
A última vez que o viu, Erick estava perdido, quase sem esperança, mas Ivan o ajudou a enfrentar seus medos. Antes que pudesse evitar, lágrimas desceram por seu rosto. Ele deu um passo em frente e o abraçou com força.
— Você veio… — Erick sussurrou, emocionado.
Ivan retribuiu o abraço, sua risada suave preenchendo o ambiente.
— Eu disse que viria, não disse? Como você está?
— Melhor, graças a você. — Erick apertou os braços ao redor de Ivan mais uma vez, mas então percebeu o que estava fazendo. Corado, afastou-se rapidamente.
— D-Desculpe! Eu… foi um impulso. — Ele desviou o olhar, visivelmente envergonhado.
— Está tudo bem. Fico feliz que esteja feliz em me ver. — Ivan sorriu, os olhos brilhando com algo entre orgulho e ternura.
Tentando recuperar a compostura, Erick mudou de assunto, mas sua curiosidade logo tomou conta.
— Mas o que está fazendo aqui? Não me diga que entrou na academia só para me visitar?!
Ivan riu, cruzando os braços.
— Bom, eu estou com alguns negócios aqui… e também estou no meio de um processo de casamento.
Erick arregalou os olhos, incrédulo.
— O quê?! Casamento? Isso só pode ser brincadeira!
— Calma. Ainda não está tudo decidido. — Ivan deu de ombros, como se fosse algo insignificante. — É só um detalhe no meu plano maior.
— Detalhe?! — Erick explodiu, completamente desnorteado. — Que planos são esses? Por que você precisa se casar?
Ivan suspirou, aproximando-se da janela, enquanto sua expressão mudava para algo mais sério.
— Vou te contar tudo, mas preciso que escute até o fim. — Ele olhou para Erick, seu tom firme. — Primeiro… sou um criminoso.
— Isso é uma piada, certo? — Erick cruzou os braços, tentando decifrar o que ouvia.
— Não é. Eu faço parte da Corrupt, uma organização criminosa. Nós roubamos, manipulamos e, ultimamente, estamos focados em relíquias antigas, como a de Joe.
Erick deu um passo para trás, a incredulidade estampada em seu rosto.
— Você está dizendo que… me usou todo esse tempo?! — Sua voz tremeu, os sentimentos conflitantes ecoando em cada palavra.
— Sim, eu usei. — Ivan abaixou a cabeça, mas seus olhos logo encontraram os de Erick novamente. — Mas você foi a única pessoa que eu quis ajudar, não por causa de um trabalho… mas porque me comovi pela sua história. Eu realmente queria te ajudar.
— Isso é verdade? — Erick estreitou os olhos, ainda hesitante.
— Não posso forçar você a acreditar, mas é a verdade. — Ivan deu um passo à frente. — E foi por isso que quis contar tudo. Porque confio em você.
Houve um longo silêncio. Finalmente, Erick respirou fundo, assentindo lentamente.
— Certo. Eu… obrigado por confiar em mim. — Ele pausou, ainda tentando processar tudo. — Mas e quanto ao seu plano? O que você quer fazer?
Ivan sorriu levemente, recostando-se na parede.
— Vou conquistar o reino de dentro para fora, sem derramar sangue desnecessário. Quero mudar o sistema para algo melhor, mas preciso de uma posição de poder. Para isso, preciso me infiltrar na nobreza.
— E como exatamente você planeja fazer isso? — Erick perguntou, cruzando os braços.
— Através de um casamento. — Ivan disse, com simplicidade. — Meu irmão, Ivan… ou melhor, “eu” sob essa identidade, vai se casar com Gloria. Ela me trouxe até você hoje.
Erick ficou boquiaberto, sua mente conectando os pontos.
— Você sabe que ela já está comprometida, não sabe? Isso não faz sentido!
— Sei, mas fizemos um acordo. Eu ajudo a romper o casamento dela com o homem que ela odeia, e, em troca, ela concorda em se casar com meu irmão. Isso coloca minha identidade dentro da família nobre.
Erick passou a mão pelos cabelos, frustrado e confuso.
— Você é completamente louco, sabia disso?
Ivan riu, despreocupado.
— É um risco que estou disposto a correr. Afinal, quem não arrisca, não conquista, certo?
O ambiente na sala era pesado, uma sensação de tensão pairando no ar. Ivan e Erick estavam agora em uma conversa silenciosa, onde palavras vazias não tinham mais espaço. O clima se tornara denso, carregado de confidências e de um vínculo que, apesar de tortuoso, parecia imbatível. Erick observou Ivan com um olhar sério, tentando compreender o peso das palavras que haviam sido ditas.
— No caso, vai confiar nela? Quanto tempo esse casamento falso vai durar? — a pergunta de Erick era direta, sem rodeios, buscando entender os planos que Ivan guardava.
Ivan olhou para ele com um olhar calculado, mas com um toque de sinceridade que parecia estar se tornando cada vez mais raro.
— Depende de quanto tempo vou levar para dominar o reino Xellivia por baixo dos panos. O tempo estimado seria dentro de um ano, mas existem muitas incógnitas… — disse Ivan, sua voz baixa, mas cheia de determinação.
Erick franziu a testa, o peso das palavras de Ivan se infiltrando lentamente em sua mente. A magnitude do plano de Ivan estava começando a se revelar, algo grande, algo perigoso.
— Do que você precisa? Posso ajudar de alguma forma? — a resposta de Erick foi imediata, sua lealdade e disposição já firmadas.
Ivan o encarou por um momento, como se ponderasse se deveria ou não revelar ainda mais daquilo que estava por vir.
— Hm? Mesmo depois de tudo o que eu te falei? Eu sou um criminoso. Mesmo que tenha tido vontade de te ajudar, ainda te usei para conseguir alguma coisa. — a voz de Ivan tinha um tom de confissão, como se ele estivesse ciente do peso de seus próprios atos.
— Eu sei disso! — respondeu com firmeza. — Ivan, você foi a primeira pessoa que estendeu a mão para mim nos piores momentos da minha vida. Não me importo se você queria alguma coisa no fundo ou não… o importante é que você me salvou. Considero você um amigo. E você falar para mim sobre seus planos, mesmo sabendo o quão arriscado é, me faz pensar que talvez você me veja da mesma forma.
Ivan sorriu, e foi um sorriso genuíno, um sorriso que raramente era visto no rosto do homem enigmático diante de Erick.
— Sim, eu vejo você como um amigo — disse Ivan, sua voz suave.
Erick se aproximou mais, decidido. Não havia mais dúvidas, a lealdade que sentia por Ivan transbordava.
— Isso é bom, não? Então não tem problema! Quero ajudar um amigo! — as palavras saíram sem hesitação, com uma confiança inabalável.
Mas Ivan parecia incomodado, seu olhar tornou-se sombrio.
— Eu quero dominar um reino, você tem noção disso? — perguntou Ivan, com um tom sério.
Erick respondeu sem hesitar, sem medo. Ele já sabia o tipo de homem que Ivan era, mas isso não mudava nada.
— Sim.
Ivan pareceu ponderar por um momento, sua expressão fechada.
— É mesmo assim que quer me ajudar? — ele perguntou novamente, o tom carregado de uma dúvida que ainda o atormentava.
Erick não vacilou.
— Sim.
Ivan olhou para ele, seus olhos revelando um misto de curiosidade e apreensão.
— Porque? Pode ser que pessoas morram nesse contexto — disse ele, o peso daquilo soando mais forte do que nunca.
Erick não se intimidou, seus olhos fixos nos de Ivan.
— Eu sei, mas não me importo mais com isso… — disse ele, como se estivesse confessando uma verdade que apenas ele conhecia.
Ivan ficou em silêncio por um momento, sem saber o que dizer. Mas então, Erick completou, com a voz rouca, mas firme.
— Quando eu estava mal, ninguém me ajudou. Você me ajudou! Você me salvou! Mesmo que signifique ter o mundo como meu inimigo, ainda quero te ajudar!
Ivan sorriu, e dessa vez, o sorriso foi genuíno e cheio de gratidão.
— Entendi. — A palavra saiu quase como um suspiro, mas havia um toque de carinho nela.
Erick continuou, sua voz tremendo de emoção.
— Você não faz ideia do quão horrível foi aquela época. Eu cheguei a pensar em desistir de tudo… várias vezes. Eu… eu… quase pensei em me matar. Se não fosse por você, hoje eu não estaria aqui.
Ivan, com seu olhar penetrante, parecia ponderar as palavras de Erick. Ele não sabia o que dizer, mas algo em sua expressão mostrava que ele compreendia mais do que qualquer outra pessoa poderia.
— Sou uma pessoa ruim, você sabe disso, não? — disse Ivan, com uma pitada de auto-desprezo.
Erick balançou a cabeça, sem hesitar.
— Para mim, você não é! — retrucou com firmeza. — Para mim, você é um cara incrível…
Ele sorriu, desta vez sem as sombras de dúvida que normalmente o acompanhavam.
— Obrigado… — disse ele, a voz suave.
Erick então se afastou um pouco, tentando dissipar a emoção que quase o dominava. Olhou para Ivan com um sorriso travesso.
— Ah! Continue me tratando como Mero, ainda tenho que manter essa identidade.
Ivan deu uma risada baixa. A amizade entre eles agora parecia mais sólida do que nunca, e, ao que parecia, nada poderia separá-los, nem mesmo os planos traiçoeiros que se desenhavam à sua frente.
A conversa entre Erick e Ivan tomava um rumo inesperado, a tensão entre eles ainda se sentia no ar. Erick, com seu olhar atento, percebeu um pequeno detalhe que poderia passar despercebido por qualquer outra pessoa, mas não por ele.
— Só uma coisa, quando te vi pela primeira vez, lembrei um pouco da sua voz. Se você vai se fingir de Mero, Ivan, talvez precise de uma maneira de alterar sua voz. Eu não percebi, mas talvez outros, como Gloria, percebam. — sua voz era tranquila, mas a preocupação era clara em seus olhos.
Ivan se virou para ele com um leve olhar de surpresa, mas logo sua expressão se tornou pensativa.
— Você tem razão… Claris tinha me falado sobre isso há um tempo. — respondeu Ivan, sua mente já se voltando para a solução do problema.
— Claris? Quem é essa? — perguntou Erick, curioso, um pequeno franzir nas sobrancelhas denunciando o interesse pela nova informação.
Ivan hesitou por um momento, mas então se manteve firme.
— Obrigado por me lembrar, tomarei providências. — disse ele com um tom sincero, grato pela preocupação de Erick.
A conversa, por um breve momento, se acalmou, mas logo Erick mudou de assunto, sentindo uma curiosidade crescente.
— Tudo bem… falando nisso, por que entrou na turma de artefatos? — perguntou, sem disfarçar a dúvida que ainda o assombrava.
Ivan olhou para ele, como se ponderasse por um momento, antes de responder.
— Ah… isso. Eu queria que Zerafine aprendesse um pouco sobre artefatos. — disse Ivan, sua voz agora mais serena, mas com uma carga de intenções por trás.
— A garota que te acompanha, né? — perguntou Erick, o olhar inquisitivo mais forte agora.
Ivan o encarou, por um instante, antes de responder. Algo na forma como Erick mencionou Zerafine parecia ter tocado uma corda sensível em Ivan.
— Que cara é essa?
— Que cara!? — retrucou Erick, um pouco confuso com a reação de Ivan.
— Não sei, parecia que você ficou incomodado quando falou sobre Zerafine… — disse Erick, um tanto incerto.
Ivan deu de ombros, tentando manter a calma, mas sua expressão ainda denunciava um leve desconforto.
— Eu? Por que ficaria? Não tem motivos para isso! — respondeu de maneira rápida.
Erick, sem entender completamente o que estava acontecendo, deu um passo atrás.
— Verdade… desculpa, acho que pensei errado… — murmurou, agora mais cauteloso, tentando evitar mais complicações.
Ivan parecia mais relaxado, seu tom de voz mais firme.
— Sim! Deve ter sido isso! — disse ele, o sorriso voltando ao rosto, mas com uma leve tensão ainda presente.
Erick suspirou, percebendo que algo ainda estava fora de lugar. Ivan, por sua vez, não perdeu tempo em continuar sua explicação.
— Zerafine é uma pessoa da Corrupt. Ela precisa aprender algumas coisas, por isso a trouxe comigo… ela não tem muito conhecimento sobre artefatos, e isso pode ser um problema. Numa luta contra algum inimigo, pode ser que eles utilizem artefatos. Não ter um conhecimento geral sobre eles pode ser uma fraqueza. — explicou, com um tom mais sério e determinado.
Erick, por fim, entendeu a razão por trás da decisão de Ivan e assentiu, ainda absorvendo tudo.
— Entendi! Por isso trouxe ela! — disse ele, com um sorriso que esboçava uma leve realização.
— Tudo bem, já que esclareci as coisas, vou indo. — disse ele, com um tom de despedida.
— Ah! Mas já!? — exclamou Erick, surpreso com a rapidez do adeus.
— Sim, tenho que ir para o meu quarto. — respondeu Ivan, já indo em direção à porta..
Ivan deu um sorriso discreto, não muito preocupado com a pergunta.
— T-Tudo bem, é melhor você ir então.
— Certo, até mais. — Ivan respondeu, já indo embora, com uma última olhada rápida para Erick.
— Até. — foi tudo o que Erick conseguiu dizer, observando Ivan sair pela porta.
Enquanto Ivan desaparecia pela porta, Erick ficou ali, sozinho, com uma sensação estranha crescendo dentro dele.
Como se algo maior e mais complexo estivesse prestes a acontecer, algo que ele ainda não conseguia entender completamente. Ele balançou a cabeça e resmungou baixinho.
— Esse idiota… — disse para si mesmo, enquanto a porta se fechava, deixando a sala em silêncio.