O Mistério das Realidades Alternativas - Capítulo 8
Realidade tecnológica, Terra-2, centro da cidade.
No centro da praça, Otávio e Tereza se viram perdidos no meio de tantos olhares, ruas e veículos. A cidade era chamava New City, mas na realidade, aquele lugar não era apenas uma simples cidade, e sim um continente inteiro com um só nome.
Eles andavam pelas ruas e percebiam coisas que o raciocínio lógico de um ser humano não conseguiria acompanhar mesmo com os olhos observando cada detalhe, realmente era uma realidade muito diferente do comum de onde estavam acostumados.
Todas as ruas não eram asfaltadas normalmente, e sim feitas de um misterioso metal que era precioso naquela região. Os prédios tinham dois tipos de tamanhos, médios e grandes, de 50 à 100 andares, mas tinham formatos distintos que era algo impossível de se imaginar na realidade.
Todos eles possuíam grandes telas de televisão em seu topo, onde se passavam notícias das últimas horas, bem como anúncios de filmes, séries, de alimentos, de shows e promocionais de objetos famosos jamais vistos por Tereza e Otávio.
Alguns veículos tinham a aparência de carros, motos e ônibus, só que sem as rodas. Eles usavam um tipo de tecnologia que os faziam voar ou planar só com ondas cerebrais ou elétricas. Por esse motivo, alguns deles não tinham volante para direcionar e nem pedais para acelerar ou frear.
As pessoas eram vestidas com um tipo de roupa especial, que eram feitas do segundo material mais forte daquele continente. Elas continham bastante semelhanças com os trajes de astronautas usados nas viagens espaciais, só que eram bastante resistentes, bem leves e ventiladas, e o mais importante, era a prova de fogo acima de 300 graus.
Mas não era só o traje que os protegia desses tipos de acidente, havia outro material ainda mais resistente, porém estava em fase de desenvolvimento.
Eles também usavam um tipo de óculos de super realidade aumentada, que substituíam os aparelhos celulares e computadores em certas ocasiões. Com eles, podiam assistir aulas, fazerem vídeo conferências, conversar com a família e muito mais, como se estivesse com eles, por meio deles ou capacetes, esse que era utilizado em casa com o corpo parado, diferente do outro que pode ser usado com o corpo em movimento e nas ruas ou em outros lugares agitados.
“Isso tudo é realmente real? Como foi que viemos parar em um lugar maravilhoso como esse?” Pensa Otávio com o semblante surpreso e animado, com o corpo tremendo de emoção com tudo o que conseguia ver naquele instante, ainda sem acreditar.
— Não fique tão animado, temos que achar o responsável por tudo isso — Respondeu Tereza ao suposto pensamento de seu marido — Concentre-se, homem! Pare de ficar admirando tudo o que vê e se aprece logo! — Disse enraivada puxando-o pela orelha na rua, atraindo os olhares das pessoas para eles, fazendo-os ficarem com vergonha, mas não com o ego abalado.
“Então conseguiram chegar bem em casa…? Temos muito o que discutir sobre os nossos destinos” pensa alguém olhando os dois na rua pela janela de seu escritório — Traga-os aqui, preciso dialogar muito com eles — Disse para o seu subordinado, que saiu da sala e foi ao encontro de Otávio e Tereza.
Ali perto, Tereza vinha fazendo um maior escândalo ainda puxando a orelha de Otávio, que já estava quase se rasgando pela força de sua mulher. Isso fazia que as pessoas em volta começassem a dar risadas e gravar a situação com os óculos de super realidade virtual.
De repente, ela parou firme em um lugar e olhou para o alto, aquilo que ela avistou era algo que ninguém em sã consciência teria a oportunidade de presenciar. Assim que esfregou seus dois olhos e se deu em conta que aquilo não era uma ilusão, começou a suar com o semblante nervoso e deu alguns passos para trás, assim também soltando a orelha de Otávio, que estava de cabeça baixa.
— O-Otávio, o que será que é aquilo? Eu acho que estou vendo coisas — Disse com as mãos e o corpo trêmulo suando ainda mais frio e com os olhos arregalados com as veias aparecendo.
— Por que você ficou me puxando a rua inteira pela a orelha? Acho que fiquei surdo dela! — Reclamou, esfregando a sua mão encima da orelha dolorida, enquanto também olhava para cima, onde a sua mulher estava com a visão focada.
Aquilo que eles avistaram tinha um nome grande em seu topo, Technological reality: Administrator Leader.
— M-mas… O que…? Meu deus do céu, finalmente, eu estou sonhando! — Falou com os olhos cheios de lágrimas e um sorriso que ia de uma orelha a outra. Nisso, também colocou as duas mãos na boca, demostrando que era algo que nem ele conseguia acreditar.
— Tereza, o que você acha de nós tentarmos entrar… Só por curiosidade?
— T-tem certeza? Isso parece meio que impossível olhando daqui.
— Mas talvez a gente nunca tenha essa chance na vida. E também, vai ser uma boa história para contar a Jack quando nós formos visitá-lo!
— Bom, se você diz… Mas vamos entrar com cuidado e alerta se algo acontecer lá dentro.
— Tenha calma mulher, larga de medo! Que pessoa é essa que uma hora está com raiva e em outra está se cagando?
— Eu não estou me cagando, só um pouco hesitante.
— Estou percebendo. Até as suas pernas estão bambas.
Só que, no instante em que eles se aproximaram da porta para abri-la, o subordinado a abriu na mesma hora, mas como a mesma abria para o lado de fora, acertou na cara de Tereza, fazendo ela e Otávio que estava colado nela caírem de bunda no chão.
— Ahh! Quem foi o imprestável que bateu a porta na minha cara?… Apareça, desgraçado! — Gritou com a cara vermelha e olhos fechados fazendo algumas pessoas em volta darem mais risadas da situação, mas não se aproximando.
— Tereza, tenha calma… As pessoas estão nos olhando. — Sussurrou baixo no ouvido dela.
— Que eles se explodam! Eu quero saber quem foi o sujeito que fez isso comigo — Respondeu em um tom de voz elevado batendo as mãos contra a porta, fazendo as pessoas que estavam dentro do prédio irem checar a situação.
— Mil perdões, minha senhora, não foi essa a minha intenção. — Disse o subordinado curvando-se diante a Tereza sem saber como agir com semblante assustado e agitado, pois era uma pessoa extremamente nervosa.
— Por que você abriu a porta na minha cara? Não aprendeu a ter educação, não?! — Perguntou revoltada com o homem a sua frente.
Nisto, ela disparou um tapa na cara do mesmo. Assim que recebeu o golpe, o cérebro desligou e toda a estrutura de seu corpo foi ao chão em milissegundos, fazendo o impacto gerar um som assustador.
— Nossa… Ele desmaiou? Pensei que as pessoas desse lugar teriam alguma força no corpo, mas me enganei — Disse com o semblante decepcionado e balançando a cabeça, enquanto olhava para a cara do homem no chão.
— Tereza, por que você fez isso? Queria matar ele é? Nós nem conhecemos o lugar direito e você já quer fazer escândalo? Não é à toa que você apanhava da sua mãe quando era jovem — Disse o seu marido assustado pela a atitude descontrolada da sua esposa.
— Eu só fiquei um pouco nervosa e dei um tapa na cara dele, mas foi sem querer! Não era isso que eu queria fazer, foi no impulso da situação. — Disse querendo se fazer de vítima do caso levantando o queixo para cima e com olhos fechados.
— Sem querer…? Você quase matou o homem, Tereza! — gritou Otávio ainda desesperado por toda aquela situação.
— Não acho que ele iria morrer só com um tapinha desses. Ele que é muito fraco! — Gritou de volta. Isso fez com que Otávio desistisse de tentar fazer algo em relação à situação em que estavam.
— Vamos deixa-lo aí e entrar rápido. Estou mais preocupado em apreciar o lugar do que ficar te monitorando toda hora — Disse nervoso.
“Se bem que é impossível te segurar quando você fica com raiva”
Após toda a situação que ocorreu, eles entraram no lugar, e era impressionante. Tudo ali dentro tinha o formato de hexágono, exatamente tudo. As cadeiras, mesas, janelas, o piso, escrivaninhas, televisões… Tudo tinha exatamente o mesmo formato.
“Mas que lugar estranhamente esquisito é esse? Nunca vi nada igual. Será que… Tudo isso é… Realmente, um isekai?!”
— Nossa, acho que vou chorar — Disse Otávio, que se ajoelhou no chão de tão pasmo, com os olhos vermelhos e lágrimas caindo sobre o rosto, pingando diretamente em sua calça.
— Se você está pensando novamente que isso tudo é igual a aqueles animes que você assistia, pode esquecer! — Disse Tereza já prevendo os pensamentos do seu marido, já que o mesmo estava fora de si.
— Isso é um sonho, só pode ser. Depois de tantos anos assistindo esse tipo de anime, eu finalmente me sinto em um deles. Obrigado, Deus. Obrigado! — Disse erguendo as suas mãos para cima ainda chorando e agradecendo pelo o “suposto” milagre que lhe foi concedido.
— Você ainda é uma criança, tsk tsk. Quando você vai amadurecer em? — Perguntou a sua esposa decepcionada pelo seu comportamento desnecessário.
— Nunca… jamais subestime o amor de um otaku! Seja ele velho ou jovem — Respondeu sarcasticamente, fazendo-a ficar com mais raiva ainda.
— Você quer ficar igual aquele cara lá na porta?
— Acho que não né? Vou tentar me controlar… “Mas acho que não vou conseguir.” Pensou entusiasmo, concluindo sua linha de raciocínio e absorção da situação.
— Acho bom! Não quero dar uma de louca em um lugar estranho como esse — Disse preocupada com medo de ferir a própria imagem.
“Como se já não tivesse acabado de fazer um show na entrada desse local.” Responde em seu pensamento.
Depois que eles entraram no tal “Lugar misterioso”, começaram a andar por todos os lugares que conseguiam enxergar. Eles fizeram literalmente um passeio turístico em todos os arredores, e como era um espaço extenso passaram quase o dia todo só no térreo. Mas durante ele, havia uma pessoa que estava vendo todos os passos deles, cada um, o que faziam, falavam, como andavam e com quem conversavam.
Realidade tecnológica, Terra-2, à noite, escritório principal.
— Por favor, venha a minha sala agora — Disse o homem em tom grave, sério, mas não tão alto no telefone para algum dos seus subordinados.
No mesmo instante, uma mulher bem definida de corpo, olhos verdes, cabelo médio ondulado castanho claro que ia até o pescoço, entrou na sala e se curvou, abaixando a sua cabeça junto com a parte de cima do seu corpo.
— Reporte a situação atual. O que foi aquele incidente? — Perguntou olhando nos olhos da mulher em um tom de voz frio, mas tranquilo.
— Uma montanha ao leste foi encontrada por guardas partida ao meio, e à 500 metros antes dela, na floresta, também foi encontrada uma cratera de 50 metros de profundidade e com um raio de 100. — Reportou para o homem, porém, ao que parecia, já sabia daquela situação.
— Checaram se alguém já listado foi que causou o incidente?
— Sim senhor, mas não encontramos ninguém que teria ou poderia ter exatamente os tipos de poderes que causaram tamanha destruição.
“Então foram eles mesmo… Como eu já suspeitava. Eles cresceram grandes e fortes, pelo o que percebo. Estou orgulhoso.”
— Entendi. Podemos consertar o estrago sem ter que alarmar a ninguém?
— Sim senhor. Em menos de 2 horas, tudo estará como era antes.
— Pois bem, podem começar. E mais uma coisa, chamem aquele casal de estranhos que entrou aqui mais cedo, por favor. Um dos homens que eu mandei ainda não voltou. Acho que aconteceu alguma coisa com ele.
— Ele levou um golpe, mais precisamente, um tapa na cara da mulher que entrou, e desmaiou na porta. Nós já o tiramos de lá, ele está na enfermaria agora, mas ainda não recobrou a consciência.
O homem fez uma cara de quem ficou ‘bugado’ e o semblante de dúvida, com o acontecimento inesperado que ocorreu sem ele ter presenciado.
“Ele caiu só com um tapa? Que força é essa que ela tem?”
— Certo. Por favor, traga-os até aqui, e tente não ser golpeada também.
— S-sim senhor. Se me der licença… — Disse com o semblante de medo e com cara de quem estava prevendo o pior, por parte do homem.
— Claro, pode ir.
A mulher saiu discretamente da sala, deixando o homem sozinho, pensando na situação ainda assustado pela a força da mulher. Ele já sabia que aqueles dois tinham entrado naquele lugar, mas eles não sabiam onde exatamente estavam.
Continua…