O Mistério das Realidades Alternativas - Capítulo 9

Realidade Tecnológica, Terra-2, andar principal.

Depois de alguns minutos de espera, eles conseguiram chegar na sala daquele homem. Ambos estavam confusos pelo misterioso comunicado, esse que os fizeram ir até aquele lugar. Otávio, como já era de se esperar, ficou maravilhado o tempo todo, desde que chegou até o momento. Já Tereza ficou duvidosa e cautelosa durante toda a caminhada, mas sempre dando pequenos surtos pelas atitudes de criança do seu marido.

— Oh, vocês chegaram! Por favor, sentem-se, temos muito o que conversar — Disse dando boas-vindas a eles. — Ninguém foi golpeado no caminho para cá, né? — perguntou em um tom baixo encostado da mulher.

— N-não senhor. Eles vieram sem causar alardes. Ele estava fazendo um monte de perguntas, pois estava bem animado, mais do que eu esperava.  Já a mulher, ficou cautelosa durante toda a caminhada. Ela, sim, foi estranha, pois não deu uma palavra, só me acompanhou.

— Entendo… Pode ir, então, obrigado por trazê-los.

— Então… Com sua licença — falou novamente se curvando, e depois saiu da sala, ficando só Otávio, Tereza e o tal homem misterioso.

— Acredito que ambos possuam muitas dúvidas, mas antes de tudo, permitam que eu me apresente primeiramente. Meu nome é Freizen, sou o Líder dessa terra, da realidade e de todo o universo, chamado de Realidade Tecnológica.

— Como assim, Líder? Isso existe? — perguntou Otávio com o semblante de dúvida ainda muito agitado com toda a situação, enquanto Tereza se permanecia pensativa.

— Sim, existe. Ao todo, existem 50 universos com realidades alternativas, e cada um deles possuem um Líder que os governa. Porém, por outras razões, o 1º universo não possui exatamente um único líder, e sim várias pessoas que comanda cada região do planeta.

— Entendi. Não sabia que algo assim existia! Agora, sim, está parecendo um Isekai de verdade.

— O que é isso? — perguntou Freizen sem ter conhecimento do assunto.

— Você não sabe o que é? Que decepção. Ele é um estilo famoso de anime que existiu há alguns anos, mas hoje em dia é pouco usado.

— Nunca ouvi falar desse negócio de anime e nem Isekai, me apresente eles depois, adoraria conhecê-los.

— Mas é claro, não irá se arrepender — Disse Otávio ainda mais animado com aquela pessoa que mal conhecia, mas já sabia que era alguém bastante interessante.

— Bom, chamei vocês aqui para esclarecer alguns assuntos. O primeiro é: Foram vocês que causaram uma pequena destruição assim que chegaram, não é?

Naquela hora, Otávio e Tereza congelaram no lugar e começaram a suar frio, com o corpo estremecendo.

— C-como você sabia que foi a gente? — perguntou Tereza com o corpo pálido, parecendo que todo o sangue havia ido embora.

— Aqui neste planeta, nós temos um tipo de norma. Qualquer um que nasça aqui, nós o listamos com o seu nome, tipo sanguíneo e tipo de poder. Assim, se acontecer algum acidente, poderemos saber qual foi o tipo de poder usado e localizar a pessoa exata que o causou, o prendendo na hora.

— M-mas nós não somos deste planeta. Então como…

— Percebi a hora exata que vocês chegaram aqui. Como os poderes usados no incidente não estão listados nos registros, e vocês chegaram recentemente, foi óbvio pensar que ambos foram os causadores — explicou, meio sorridente com a situação, com o semblante sossegado e com o corpo relaxado, enquanto Tereza ficava ainda mais tensa, e Otávio permanecia calado durante a conversa.

— Entendi… Por favor, aceite as minhas sinceras desculpas por todo o alarde que causei ao senhor.

— Sem problemas. Daqui a 2 horas, mais ou menos, tudo será restaurado e voltará ao que era antes.

— Certo. Tenho uma dúvida que fiquei procurando a resposta desde que cheguei nesse lugar. Quem foi que nos trouxe para este planeta?

— Bom… Esse fui eu.

— Você? Como?

— Bom, resumindo… Invoquei vocês da sua terra para a minha.

Assim que ela ouviu a tão esperada resposta, uma raiva tremenda começou a tomar seu corpo, suas mãos começaram a ranger fechadas e seus dentes aranhavam em sua boca. Seu rosto começou a ficar vermelho e a sua consciência se fechou.

Nisso ela levantou da poltrona, onde estava sentada, ergueu as mãos e disparou um tapa na cara de Freizen, que foi extremamente mais forte, potente e barulhento que o anterior, fazendo um estalo que todos nas salas próximas em volta conseguiram ouvir.

— Tereza, o que você está fazendo? Ficou maluca? — perguntou Otávio com o semblante assustado e com a cara assombrada pela reação de sua esposa, mas com medo da mesma.

— Eu estava esperando para fazer isso desde o momento que chegamos aqui. Esse desgraçado parece não ter consciência do que fez conosco. Ele precisa saber com quem está lidando… E essa é a hora!

Depois que ela disparou o tapa, Freizen não saiu do lugar, ficou exatamente na mesma posição em que estava, mas por consequência, a marca da mão dela ficou registrada em seu rosto.

— É… Agora sei por que ele caiu só com um golpe. Você é bem forte para a sua idade e porte, tenho que admitir.

— Como assim? Você não sentiu nada? — perguntou sem entender o motivo de não ter acontecido nada com Freizen. Nisso, na mesma hora, sua raiva tremenda foi substituída por pavor e dúvida.

— Diferente daquele rapaz que você golpeou e por consequência desmaiou, eu sou superior a ele… em todos os sentidos. Esse tapa não causou nem cócegas em mim. Para me atingir de alguma forma, precisa mais do que isso. Não se preocupe, eu estou bem.

— Você por acaso é humano? Não é possível — indagou Otávio assustado pela resistência do homem que estava a sua frente.

— Pode-se dizer que não, mas isso não vem ao caso agora.

— Por que nos trouxe para este planeta? Você tem ideia do que fez? Após anos… Eu finalmente iria rever meu filho, que nem consegui criar. Ele está com muita raiva da gente e com razão. Me explique, por favor — indagou Tereza começando a chorar muito forte e a soluçar alto repetidamente mais rápido, por consequência, ela caiu no chão, ajoelhada.

— Pois bem, vou explicar a situação a vocês. Peço que prestem bastante atenção em minhas palavras, pois será algo bem confuso de se processar.

— Pode começar. Depois de tudo isso, eu não duvidarei mais de nada — Disse Otávio, preocupado pelo estado físico e mental de sua esposa.

Naquela hora, todos os 3 ali presentes formaram uma aura bem densa em todo o lugar, fazendo as pessoas em volta sentirem a mesma tensão que Otávio e Tereza estavam passando naquele momento, tensão e pavor. Eles não estavam preparados ainda psicologicamente para toda a história que iriam ouvir e nem com os motivos surreais que os fizeram chegar naquele lugar.

Realidade Destrutiva, Terra-51, palácio Central.

“Então ele conseguiu trazê-los de volta para casa! Queria ver como eles reagiriam assim que descobrissem a verdade sobre Freizen, mas não posso deixá-lo fazer sempre o que quiser. ”

— Quanto tempo faz que Freizen conseguiu trazê-los de volta para à Terra-2?

— Irá fazer dois dias que eles retornaram, porém, já despertaram os poderes, só não sabem usá-los ainda. O que faremos? Não podemos permitir tal acontecimento, senhor.

— Bom, vamos fazer o mesmo de antes. Interferir nos planos dele, você vai trazê-la para mim. Ela provará mais uma vez do desespero da vida de dezesseis anos atrás, sabe o que estou pensando. Não estou certo, Jeffrey?

— Sim, meu senhor. Me senti até animado de novo! Será que as caras de desespero deles mudaram nesses dezesseis anos?

— Você terá que descobrir isso por conta própria. Traga ela até mim, vamos “brincar” com os planos dele — Disse sarcasticamente, enquanto revirava os olhos com certo escárnio, sua voz alterando o tom conforme soltava uma risada cínica e vitoriosa.

— Sim, senhor, estou partindo — Naquela hora, ele se teleportou para seu destino, com objetivo de acabar com nossos dois heróis, deixando só o seu Líder na sala.

— Estou empolgado… Tereza! Venha rápido, temos muito o que conversar — Disse mais para si do que para seu subordinado que estava lhe acompanhando até então.

Continua…