Leviatã - Capítulo 7
O Mundo dos espíritos tinha um total de cinco grandes continentes; mais os pólos congelados. César era do Continente Eridá e pertencia à União Imperial Nórdica, ao Sul dos Nórdicos estavam os Celtas e ocupando o Leste estavam os Romanos.
Atravessando o Oceano das Grandes Serpentes estava o Continente Eltanin, e este era dividido em Três Grandes Impérios; Hindu, China e Japão.
Agora para o outro lado do mundo, estava o Continente Asterion, dividido em Três Grandes Impérios; Maias, Incas e Tupis.
E existia o Continente do Sul chamado de Elnath; este era dividido em apenas dois grandes Impérios; O Grande Egito e os Iorubás.
Este era apenas um lado do Mundo, do outro lado, atravessando o Oceano dos Mortos, estava os Continentes do Caos, ninguém sabia ao certo o quão grande eram os Continentes do Caos ou quantos existiam.
Apenas que ali era lar de criaturas terríveis, sem alma e sem consciência, só acúmulo de poder e desejo de destruição. Mas era o lugar onde César disse que cedo ou tarde iríamos, pois lá existia todos os tipos de materiais para fermentar a nossa força a níveis desproporcionais.
“Então provavelmente existe um lugar assim no mundo humano também.” Depois, César falou um pouco sobre seu próprio país, que não era país, eram vários países, unidos em um grande Império. Começando por Midgard, onde César e muitos outros descendentes de antigos deuses viviam. Contudo, Midgard era dividida em dois grandes povos, os Æsir e o os Vanir
Dando prosseguimento tinha: Jötunheim (reino dos gigantes), Muspelheim (reino do fogo), Niflheim (reino do gelo), Álflheim (reino dos elfos da luz), Svartalfheim (reino dos elfos escuros). Estes compunham o restante da União Imperial Nórdica.
Entretanto, o presente fora muito diferente do passado, após a queda dos deuses, ou falsos deuses para mim, seus descendentes foram poucos, com alguns até mesmo não tendo nenhum para continuar sua linhagem e nome.
Por último, César falou sobre sua família, a família de César era um pouco antiga e eles eram grandes comerciantes e tinham a própria herança de cultivo. Contudo, César não iria herdar a fortuna e a liderança de sua família, mesmo sendo o herdeiro por direito.
Seu ancestral estabeleceu que a cada geração, seria dada uma escolha ao herdeiro, seguir o caminho de um Leviatã ou herdar a liderança da família como um comerciante. César a muito tempo fez sua escolha, passando a sua herança para seu irmão. Fazendo isso sem nem mesmo piscar ou hesitar.
César meio que enfatizou o quão boa era a situação dos descendentes de Loki, eles tinham duas cadeiras no Conselho dos Æsir, ocupadas pelo Clã das chamas e pelo Clã das ilusões. Ambos os clãs são descendentes de Loki.
A família de César era uma família de comerciantes e não fazia parte do núcleo dos descendentes de Loki. Eles eram uma família subordinada ao Clã das chamas.
De início era tudo um pouco confuso, mas me adaptei a situação rapidamente, como um mundo diferente do meu, o mundo espiritual parecia muito mais complexo em relação às questões culturais e políticas.
O que era até óbvio devido a existência de diversas raças, povos e culturas. Ainda existindo a questão da linhagem, obviamente César não precisou falar que os mais poderosos eram aqueles com uma linhagem mais pura.
Por exemplo, o governo do Império Nórdico era organizado através de uma cúpula que reunia dois representantes vindos de Midgard, o Grande Ancião dos elfos da Luz, o Rei dos Elfos Escuros, o Rei dos Jötunheim, o Rei dos Muspelheim e o Rei dos Niflheim.
Após entender mais sobre o mundo de César, compartilhamos nossos conhecimentos sobre a evolução do poder dos Leviatãs e suas complicações. César ficou bem surpreso, mas tentou fingir conhecimento, quando lhe contei dos riscos que tínhamos a seguir nesse caminho.
Então César me contou sobre o manual de cultivo de sua família, em essência o cultivo da energia espiritual era o mesmo que o da energia vital, apenas que a melhora física iria variar dependendo do seu ancestral, incluindo suas habilidades e técnicas inatas.
Não ousei presumir que bastava trocar a palavra energia vital por espiritual para que eu pudesse me cultivar, era extremamente arriscado prosseguir dessa forma. Em seguida, César me contou que seu Manual foi seu avô de 4 gerações atrás que conseguiu do próprio Clã das chamas.
Seu avô ainda foi um grande Leviatã do 4ª Estado, fundando sua atual família de comerciantes que tinha ligações até mesmo em outras terras.
Perguntei a César se tinha alertas e avisos em seu manual, César disse que não, era tudo muito instrutivo. Naquele momento fiquei um pouco zangado, mesmo César, que chegou às mesmas conclusões que eu, xingou um pouco.
Era certo que o Clã das chamas escondeu propositalmente os riscos e perigos envolvendo o Cultivo, para que quando o cultivador tivesse algum impedimento, ele fosse procurar diretamente o clã das chamas para solicitar ajuda, provavelmente assinando uma espécie de contrato de servidão.
— Absurdo, eu, César, nunca servirei a ninguém, nem nesta vida, nem na próxima!
“Se acalme César, era meio óbvio que seu avô recebesse um material adulterado, uma cenoura junto a uma coleira, ardiloso de verdade”
— Realmente, é digno eles serem descendentes de Loki!
“Acho que nos três primeiros Estados não existe um risco muito alto, mas não confie nesse manual, César, tente a todo custo conseguir outro.”
— Entendi, quais são seus planos? Atualmente estou a um passo do temperamento de sangue, eu planejava fazer um ritual de contrato quando terminasse o temperamento de sangue, mas você apareceu, então acha que devemos acelerar seu cultivo usando algumas Pedras de energia vital?
Uma coisa importante estava faltando no manual de Yuri, algo que até o momento não tinha entendido bem. Podia-se cultivar a energia vital e espiritual antes de se fazer um contrato, com um puro objetivo de melhorar o corpo até os mais altos limites do terceiro Estado. Algo que era extremamente difícil, mesmo meu pai chegou apenas aos limites do segundo Estado
Contudo, quando se faz um contrato, o cultivo deveria ser feito em uníssono, de forma a garantir o equilíbrio dos avanços entre as duas partes. “Isto também está relacionado com o caos…ou, talvez, algo totalmente diferente e ainda pior?” Eu não sabia, mas sentia que a verdade poderia ser verdadeiramente perturbadora.
“Cultivar exige tempo e recursos extremos, se eu cultivar diligentemente, em uma estimativa simples, devo levar um ano somente para o primeiro Estado, supondo que sejamos a nata da colheita…”
— Nós somos!
“Então deve ser muito mais difícil para aqueles que não são. Não é à toa que o poder dado em troca seja igualmente incrível.”
— É como um mortal tentando escalar Yggdrasil
“Yggdrasil?”
— Outra hora lhe conto sobre, já se decidiu?
“Sim, mas antes, quantas pedras de energia vital você pode tirar?”
— Vinte. Não, se eu sangrar e pedir meus últimos favores para o meu pai, posso chegar a mais.
“Guarde e espere, só usaremos quando chegarmos no temperamento de sangue.”
— E como você vai conseguir pedras de energia espiritual?
“Vou roubar, tão simples.“
— Tão confiante, como sabe que não vai ser pego?
“Perigo e consequências andam lado a lado do lucro e da oportunidade. E quem iria imaginar que um Leviatã teria o comportamento de um ladrão de rua?”
— Apesar de estar denegrindo, um pouco demais, a imagem de nós Leviatãs. Pode dar certo. Nesse tempo acho que posso praticar minhas habilidades.
“Eu tenho uma sugestão. Tente re cultivar.”
— Por qual motivo?
“Meu pai dizia que quando não se tinha para onde ir, não se deve ficar ocioso, volte e reforce as bases.”
— Vou tentar, adeus, Thomaz.
Aquele foi o meu último contato com César em alguns dias. E no resto daquela madrugada eu cultivei um pouco e fui dormir, e no dia seguinte consegui os feitiços que sobrou do manual de Yuri. Eles eram:
4ª – Magia (1ª Estado) – cortina de escuridão, um feitiço extremamente único para os que estão no Primeiro Estado. Exige grande habilidade na manipulação da energia espiritual. Permite que tudo em 3 metros fique completamente escuro, pois as partículas de luz são anuladas. A duração é de apenas 5 minutos e o usuário torna-se impossibilitado de ver.
1ª – Magia (2ª Estado ) – Mão da Peste – Durante 30 segundos o usuário transforma sua mão em uma mão zumbi, reduz sua força e resistência pela metade, mas qualquer um tocado pela mão da peste contrai a doença do morto que apodrece a carne. (Perde 50% dos efeitos contra aqueles 3ª Estado)
2 – Magia ( 2ª Estado ) – Radar – Permite o usuário escutar detalhadamente tudo em um raio de 8 metros, o usuário ganha uma audição extremamente única que o permite medir a distância e profundidade do ambiente. (Duração: 3 minutos)
1 – Feitiço (3ª Estado) – Marionete – Usando o ritual e o feitiço correspondente, pode-se criar uma Marionete a qual o usuário estará ligado. ( Exige uma pessoa morta antes dos 30 anos, saudável e com nenhuma ferida ou parte faltando. O período de morte não pode ultrapassar três dias. O ritual para reanimação deve ser feito ao nascimento do Sol. Os ingredientes são: 1 Rosa morta sobre a lua, 50 ml de mel das estrelas, um cristal espiritual e um ginseng de 50 anos. Os ingredientes devem ser misturados seguindo a ordem descrita e depois deve-se misturar o sangue do usuário na fórmula. Em seguida ocorre a inscrição do feitiço no corpo do morto utilizando a mistura, também deve-se utilizar a energia vital e espiritual no processo. E quando o Sol se pôr pela sétima vez, uma ligação será feita entre a Marionete e o usuário. O usuário poderá usar a Marionete como um segundo corpo, ainda poderá usar suas magias e habilidades naturais através da marionete, mas não sentirá dor caso a marionete seja danificada. A força da Marionete será a mesma de quando o corpo estava vivo. O usuário só poderá usar a Marionete quando estiver parado. A marionete só pode ficar a uma distância de 50 km do usuário)
Fiquei consideravelmente chocado com as magias, assim como tinha adivinhado, todas elas tinham um aspecto de suporte, o que me fez pensar se o manual de Yuri também teve origens misteriosas.
Yuri provavelmente ganhou habilidades relacionadas a força e resistência, apesar de algumas destas magias estarem ligadas a resistência, nenhuma delas tinha relação com a personalidade forte de Yuri. Pode-se dizer que as personalidades não são hereditárias, mas com certeza são, em parte, produto do meio.
O que mais me atraiu foi, obviamente, a criação da Marionete. Este feitiço em particular poderia me fornecer um segundo corpo, o significado disso estava muito além de uma simples segunda vida em batalha. Estava mais para diversas oportunidades que eu normalmente não teria.
Em seguida, veio a habilidade Mão da Peste, sendo a única habilidade com um poder de ataque considerável, em virtude de seus efeitos, mesmo considerando a perda de força e resistência.
Cortina de escuridão, no entanto, era a habilidade que eu melhor poderia usar, pois poderia pegar o inimigo totalmente desprevenido e com algum preparo, eu podia evitar os efeitos colaterais.
Radar era um nome peculiar, nunca tinha ouvido antes, mas de todas as outras, esta parecia ser a mais complicada, na prática parecia fornecer a capacidade de ver com a audição, com uma eficiência incomparável.
Tudo porque os olhos são limitados, mas a audição não era, em essência, seria como ver e sentir tudo que estava em oito metros ao meu redor.