Naruto Renegado - Capítulo 17
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Capítulo 17: Anko entrega a mensagem, o eventual ataque à Konoha!
A caminhada se tornava monótona depois de tanto tempo sem se encontrar com ninguém. Os passos estavam lentos e as conversas escassas.
O brilho da primeira luz do Sol machucava os olhos a princípio, embora na maior parte da floresta pouco ultrapassasse as folhas das árvores.
— Kairou, você é um ninja sensorial, vê se tem alguma equipe ou algum animal próximo. Podemos caçar, o nosso almoço ou talvez um pergaminho…
— Ainda temos bastante comida que trouxemos — disse Nai, apontando para a mochila em suas costas.
Deram a volta em uma das grandes raízes deitadas no chão. Ekko estranhava a falta de equipes no lugar, se seguissem adiante, não demoraria tanto para chegar à Torre Central.
“Eu pensei que trazer comida de fora seria proibido na segunda fase”, pensou Kairou, “Qual a graça de entrar na Floresta da Morte com bolinhos de arroz na mochila?”
— Vou ver se tem alguma coisa perto, esperem aí — Kairou tirou sua espada curta da bainha, se ajoelhou e a cravou no solo, fazendo um sinal com a outra mão.
Nai aproveitou para sentar um pouco e pegar sua bolsa, tirando um dos bolinhos. Ekko apenas ficou observando, esperando a resposta de Kairou.
O genin se levantou, bocejou e disse: — Tem alguém deitado pro Oeste, está praticamente imóvel, acho que está escondido. Não tem ninguém perto então deve estar seguro.
— Vamos lá — disse Ekko.
Kairou estendeu a mão e ajudou sua companheira a se levantar, embora continuou comendo o bolinho enquanto caminhavam. Passaram-se 15 minutos até chegarem no local.
— Mas o quê?!
— Essa não é a coordenadora? — Kairou falou. — O que ela faz aqui?
— Deve ser uma armadilha. — Ekko pegou sua kunai, mas Kairou seguiu com a espada embainhada.
— Não é genjutsu, eu teria percebido com as vibrações — respondeu o genin. — Além do mais se fosse uma armadilha teria mais ninjas esperando por aqui.
— Talvez seja um teste. — Nai começou a se aproximar do corpo deitado no chão, ao longe, enquanto mais se aproximava mais o corpo parecia ferido. — Ela tá muito ferida, e tá sangrando…
Os três se aproximaram até ficar ao seu lado, Nai se agachou e tocou os dois dedos no pescoço de Anko, para ver a pulsação. Então começou a localizar as feridas.
— Parece que ela teve uma luta e tanto. — Tinha furos na barriga, nos braços, e cortes nas pernas. Sangue manchava sua roupa. — Tenho que tratar disso logo.
— Por que vamos perder nosso tempo aqui? — Ekko se virou, olhando ao redor.
Nai começou a tratar as feridas: parar o sangramento, curar e enfaixar. Enquanto Kairou analisava as árvores destruídas, tentando entender o que havia acontecido, e Ekko apenas olhava carrancudo, esperando algo acontecer.
Anko finalmente acordou, tossindo e colocando a mão no peito e nas feridas. Ela olhou para Nai, com a visão turva e os ouvidos tapados. Tentou se recuperar aos poucos e sentar.
Ficou completamente consciente que os três genins já estavam ao seu redor, olhando apreensivos. Seus olhos pediam uma explicação, por mais que não fizessem perguntas, era claro que queriam uma resposta.
— Obrigado — disse Anko, primeiramente para Nai. — A vocês também.
— O que aconteceu aqui? — perguntou Kairou.
— Você está bem? — Nai atropelou seu companheiro, ignorando que havia feito a pergunta primeiro.
Anko fechou os olhos por um momento, depois abriu, e pareciam outro. Antes estavam cansados e quase desacordados, mas agora eram determinados e sérios.
— Não se preocupem comigo, e nem com o Exame, ele segue normalmente. — Se levantou, sorriu para os três como se nada e desapareceu entre as árvores em uma velocidade assustadora.
— Espera! — gritou Nai, embora era tarde demais. Olhou para seus dois companheiros e depois para as árvores. — Vocês acham que deve ter sido ele?
✫✫✫
Anko ia de galho em galho o mais rápido que podia. Seu corpo estava dolorido, mas ainda assim continuava sem hesitar. Com uma mão em volta do estômago enfaixado.
“Aquela equipe me ajudou, tenho que recompensá-los por isso…”, lembrou-se de Orochimaru e sua luta, claramente não estavam no mesmo nível. “Mais importante que isso, tenho que avisar o Terceiro Hokage”.
Em sua velocidade não demorou muito para sair da Floresta da Morte e se encontrar com os Jounins que ficaram do lado de fora. Assim que a viram correram até ela.
— Anko! O que aconteceu? Não me diga que você se encontrou com Orochimaru?!
Porém o olhar de Anko respondia qualquer dúvida que ele tinha. — Tenho que ir até o Hokage, tenho uma mensagem para ele.
— Podemos escoltá-la. — O Jounin se ofereceu. O outro que estava ao lado concordou.
— Não. Eu posso ir sozinha, o perigo está dentro da floresta, não fora. — Anko se virou para ir em direção à aldeia.
Quando o Jounin segurou seu pulso. Ela se virou e viu o rosto preocupado do ninja. Ele não percebeu, mas onde estava segurando era uma ferida enfaixada.
— Você está toda machucada, não posso deixá-la ir assim. — Quando ele falou isso, Anko se virou. — Deixe-me levar a mensagem ao Hokage e vai curar suas feridas.
Anko sorriu: — Muito atencioso da sua parte. Mas eu devo ir pessoalmente. Além do mais, minhas feridas já foram tratadas.
“E tratadas muito bem. Aquela genin fez um ótimo trabalho”. Sem dar mais espaço para conversas, Anko saiu disparada para a aldeia.
✫✫✫
Ainda era de manhã, e o neto do Terceiro Hokage caminhava preguiçosamente pela aldeia em direção ao prédio do seu avô, onde ele ficava grande parte do tempo.
Quando passou na frente do Ichiraku lembrou-se de Naruto, e se perguntou como ele estaria indo no exame. Ele esteve do lado de fora da Floresta da Morte e se perguntava quando chegaria sua vez.
Passou pelos ninjas da entrada, que o cumprimentaram. “Eles parecem estranhos”, percebeu Konohamaru, e decidiu perguntar.
— Anko passou por aqui agora mesmo, estava enfaixada e parecia muito cansada. Ela estava tomando água agora mesmo e vai falar com o Hokage…
— Ei — sussurrou o outro guarda para este. — Não devíamos estar falando isso para o pirralho.
— O que tem? O garoto tem seus próprios olhos, ele vai ver isso cedo ou tarde.
Nesse momento Konohamaru já estava correndo em direção ao salão do Hokage, e quando chegou no corredor se deparou com Anko.
— Anko, então é verdade?! — Konohamaru se colocou na frente da porta.
— O que quer dizer, pirralho? — Anko tentou passar ao seu lado, mas ele se colocou novamente em sua frente.
— Orochimaru, um dos três sannins lendários, está na aldeia! É verdade? Você lutou contra ele, não é verdade?!
— Shiii… — Anko tapou sua boca, olhando para os lados. Não havia ninguém. — Está querendo espalhar para todo mundo, pirralho enxerido? Como sabe de tudo isso?
— Hmmm, hmmm. — Tentou dizer, e Anko destapou sua boca lentamente. — Eu… ouvi meu avô falando com um ninja…
Anko o empurrou contra a parede, pressionando-o. Se aproximou de seu rosto e falou em seu ouvido, baixinho.
— Você é escandaloso, pirralho, e fala demais. — Anko já conhecia esse tipo de temperamento, o garoto era mimado demais por ser neto do Hokage. — Você tem que guardar segredo de tudo o que você sabe, finja que nunca ouviu nada.
Konohamaru estava frio, ouvindo atentamente o que ela dizia.
— Se não fizer isso, se mais alguém souber disso — Anko continuou —, eu mesma te mato.
— S-sim… Certo!
Anko o soltou e entrou rapidamente na sala do Hokage, deixando o garoto parado esperando sua alma voltar para o corpo.
Ao passar pela porta, se aproximou até a mesa onde Hiruzen estava sentado, com seu manto de Hokage. Fez uma referência, e então ele sinalizou para Anko falar.
— Devemos suspender o Exame, Senhor Hokage, minhas suspeitas estavam certas. Me encontrei com Orochimaru e tive um confronto com ele na Floresta da Morte.
— Entendo — respondeu o Terceiro, pensativo. — Você conseguiu escapar dele, então.
— Não Senhor, ele me deixou viva para entregar uma mensagem.
O homem velho tirou o cachimbo e o colocou na mesa, ao lado da papelada toda, se preparando para ouvir o que viria, o que com certeza não gostaria de ouvir.
— Prossiga — falou finalmente.
Anko pigarreou: — “O seu tempo liderando Konoha acabou. Chegou a hora de eu tomá-la”, foi o que ele disse. Além disso, ele parecia ter interesse no órfão Uchiha, o garoto prodígio.
Alguns segundos se passaram, o velho observou pelas grandes janelas a aldeia. Algumas memórias do seu passado lhe vinham à mente.
— Entendo. Obrigado pela informação, Anko, isso é muito útil para nós.
— O senhor vai cancelar o Exame, Grande Hokage?
— Não. Outras aldeias estão em jogo, e o Exame Chunin é um símbolo de paz, Orochimaru quer nos desestabilizar, por isso a mandou até mim. Não vamos fazer o que nosso inimigo quer, e se Orochimaru atacar, mostraremos a força de Konoha e a vontade do fogo para ele.
— A vontade do fogo… — repetiu Anko, sussurrando.