Naruto Renegado - Capítulo 18
Capítulo 18: A força do ódio, Sasuke finalmente acorda!
Sasuke sentia dores no corpo todo, estava tendo um pesadelo, pelo que parecia. Seus olhos, ainda fechados, se mexiam freneticamente para os lados.
Suas testa suava, seu coração palpitava muitas vezes. Ele caminhou entre ruas e becos de Konoha, mas não havia ninguém.
Sasuke sabia onde estava, mas o lugar era diferente, mais escuro, mais sombrio. Nas suas lembranças era alegre e divertido, mas agora jazia sem vida e morto.
Lembrava-se daquela noite, mas não no sonho. No sonho era tudo como se fosse a primeira vez: o medo, o trauma, a visão.
Ele seguiu caminhando a passos lentos e curtos, olhando ao redor, e chegou no portão que separava o clã Uchiha do resto de Konoha.
Quando colocou o primeiro pé adentro, conseguiu enxergar. Cadáveres, sangue, órgãos e membros amputados e queimados espalhados pelo chão.
E de repente estava no meio de tudo isso, não importava pra que lado olhasse, nem pra onde ia. Ele corria, mas a chacina o seguia.
O cheiro ficava pior, os cadáveres aumentavam em número, e enquanto mais aumentavam, mais se reconhecia as pessoas mortas.
O dono do mercado, os ninjas do clã, seus amigos, seus pais, nenhum foi poupado. E, chegando em sua casa foi onde teve a pior visão.
Seu pai e sua mãe, cada um com um corte na barriga, por onde pendia suas tripas rasgadas, estavam deitados no chão.
Sasuke caiu de joelhos, sem forças. Todos os sentimentos se misturaram em seu estômago, e vomitou tanto quanto pôde no chão.
Quando deixou de vomitar conseguiu ter tempo para chorar e soluçar, ajoelhado na frente de seus pais, e atrás dele estava seu irmão.
Em pé, com seu uniforme cheio de sangue, Itachi Uchiha segurava sua espada longa e permanecia com seu Sharingan ativo.
— Sasuke…
O garotinho se virou, confuso e assustado. Só aí percebeu que não havia encontrado o corpo de seu irmão entre os cadáveres.
— Itachi… — Sasuke se levantou e virou, desesperado. — Papai e ma-mamãe, nossos.. nossos pais… O clã inteiro, eu pensei que…
— Eu estava morto? — Itachi tinha uma feição séria. — Não… Se eu estivesse morto, eles ainda estariam vivos… — apontou para os corpos dos seus pais.
— O que… O que quer dizer? — Sasuke tentou limpar as lágrimas para poder enxergar, embora seus olhos permaneceram fixos em Itachi.
— Irmãozinho tolo… — Fez um movimento com a espada, espirrando sangue no rosto de Sasuke. — Eu os matei, matei todos eles. Eu massacrei o clã Uchiha.
— É mentira! — gritou Sasuke. — É mentira! Por-por que você faria isso?!
— Pra testar o meu poder — exclamou Itachi, ele olhou no fundo de seus olhos, e seu Sharingan mudou de forma.
Os tomois se uniram e tornaram-se diferentes. Sasuke nunca tinha visto aquilo, aquele poder. E então, tudo se repetiu: o sonho, o massacre, a revelação e o trauma.
Uma e outra vez se repetiram, sempre como se fosse a primeira. Os corpos, seus pais, o olho, e Itachi. Seu irmão sempre aparecia.
Até que finalmente as visões pararam, mas a lembrança continuou: ele estava caído no chão, Sasuke lembrava.
— Por que você me mostrou isso? — conseguiu falar, talvez estava sussurrando.
— Porque você é fraco. E precisa me odiar, você precisa do ódio para se tornar forte. Sasuke, me odeie, me odeie no fundo do seu coração e use isso para um dia me matar.
“Você terá os meus olhos, e quando vier atrás de mim em busca de sua vingança, poderei testar o meu poder novamente”.
E então tudo se foi. Seu irmão, seu clã, sua visão. Restaram apenas Sasuke e uma escuridão eterna, consumindo-o e o rodeando infinitamente.
Um fio marrom passou por seu campo de visão, longe e rápido. Quando sentiu seus pés se enrolarem em algo que parecia trepadeiras.
Eram cobras, que apertavam seu corpo e se enrolavam nele, prendendo suas mãos, suas pernas e impedindo-o de se mover. O fio marrom passou novamente, e desta vez Sasuke percebeu que era uma serpente.
A cobra veio em sua direção com suas presas. O desespero tomou conta do seu corpo, ele tentava gritar e não conseguia, tentava se soltar, mas não tinha forças.
— Você é fraco — disse a serpente, com os mesmos olhos de Orochimaru.
— Irmãozinho tolo — ecoou pelo local. Uma gota de sangue caiu em seu rosto, e quando olhou para cima viu Itachi, com seus olhos vermelhos com o símbolo que nunca havia visto antes.
A voz do garoto não passava da garganta, e nenhum som emitia.
— Você vai vir atrás de mim quando quiser poder. — A cobra passou ao redor dele, se distanciando e se aproximando enquanto rondava.
Todas as vozes ecoavam como se estivessem em uma caverna.
— Me odeie. — Mais gotas de sangue caiu, e junto com elas veio um sussurro.
Um sussurro das pessoas que morreram assassinadas por Itachi. Cada um dizia uma coisa: “Você nos deixou morrer”, “Não merecíamos isso”, “Por que apenas você foi poupado?”.
— Me odeie — repetiu, e de novo, e de novo, e de novo.
“Você é fraco”, sussurrou a voz.
— Se quiser poder… — Todas as vozes se misturavam e trocavam seus papéis.
— Me odeie.
Tentou se mover, tentou parar as vozes, reuniu seu chakra, mas não conseguia se mover. Seu corpo todo doía e seus olhos ardiam.
Sua mente estava a mil, até explodiu em ódio. As cobras que o prendiam foram queimadas, a serpente que o rondava estraçalhou em milhares de pedaços. As vozes pararam e os sussurros cessaram.
Mas Sasuke já não estava no breu. Estava acordado, com uma aura pesada a seu redor, um chakra maligno. Seu Sharingan estava ativo.
Ele se levantou, percebendo que estava na Floresta da Morte. Sakura estava ali ao lado, com sangue manchando sua barriga, um corte na coxa e diversos machucados.
Perto dela estavam dois genins da vila do som, e mais a frente Neji Hyuuga e Tenten, dois genins de Konoha. No chão estava Rock Lee. Sasuke olhou de um para o outro.
— Sakura… Quem te machucou? — Saiu dentre as raízes, deixando Naruto desacordado ao lado.
— Sasuke… — Os olhos de Sakura se encheram de lágrimas, ela se sentou no chão, tentando secá-las.
Quando ele percebeu algo a mais: o cabelo de Sakura, antes liso e longo até a cintura, agora não chegava perto dos ombros. Os fios estavam espalhados e sujos pela terra.
A Marca da Maldição no pescoço do Uchiha começou a se expandir enquanto sua raiva aumentava. A marca se multiplicou, espalhando pelo lado direito de seu corpo.
Com a expansão, Sasuke sentiu o calor se espalhando, sua força aumentando e um poder que o fazia se sentir invencível. Começou a caminhar em direção deles.
— Sakura, quem fez isso com você?! — perguntou, mais alto, claramente descontrolado.
— Fui eu! — Zaku se exaltou.
Ainda nem tinha terminado de falar quando Sasuke disparou em sua direção. Em poucos segundos já estava perto de seu oponente.
Zaku apontou sua mão aberta: — Super Explosão de Vento! — A rajada passou destruindo tudo em sua frente, mas Sasuke já o tinha alcançado.
Ele passou ao lado da onda de vento, segurou seu pulso e torceu seu braço para trás. Zaku tentou revidar com o outro braço e também foi pego.
— Você deve ter muito orgulho desses bracinhos, não é mesmo? — zombou Sasuke, com um sorriso no rosto. — Me pergunto o que vai fazer sem eles.
Colocou o pé em suas costas e começou a puxar os braços dele para trás, como se quisesse arrancá-los. O grito de Zaku se espalhou pela floresta.
Um som de osso partido acompanhou a enorme dor que Zaku sentiu, fazendo-o desmaiar pelo choque. Seu corpo caiu no chão com ambos os braços deslocados.
— Maldito — disse Dosu. “Agora Zaku e Kin estão desmaiados. Embora a vida deles não importe, não posso ir sozinho contra Neji, Tenten e Sasuke”.
Dosu ainda estava pensando quando seu olhar se deparou com o Sharingan cheio de ódio. Os três tomois estavam ativos, o olhando como se fosse um pedaço de lixo.
— Agora é a sua vez — disse Sasuke.