Naruto Renegado - Capítulo 4
Capítulo 4: Adentrando a Floresta da Morte.
Assim que passaram o portão sentiram o clima pesado do lugar. Uma sensação de perigo tomou conta do time 7, eles começaram a caminhar floresta adentro.
Se podia ouvir pássaros cantarolando, mosquitos incomodavam a maior parte do tempo e diversos animais diferentes eram vistos por ali. As árvores eram muito altas, com troncos grossos e folhas abundantes que construíam parte da luz do Sol, deixando o ambiente escuro.
Depois do barulho da grade fechando, ninguém disse uma palavra. Eles caminhavam lentamente, pensando nas palavras de Anko.
— Acho que o melhor a se fazer é ir direto para o centro da floresta, nos encontraremos com alguma equipe até lá — disse Sakura, quebrando o silêncio.
— Talvez não — retrucou Sasuke. — Se formos pro meio vamos encontrar equipes demais logo de cara, podemos ir para o lado e encontrar a equipe mais próxima e torcer para que eles tenham o pergaminho da Terra e pegá-lo.
— Dá no mesmo — disparou Naruto. — Vamos ter que enfrentar as outras equipes do mesmo jeito, vamos para o direto para o centro!
— O que o Sasuke diz faz sentido, Naruto. Temos que evitar confrontos desnecessários, vamos só pegar o pergaminho da Terra e depois iremos para a Torre Central, quando a poeira abaixar.
O loiro apenas bufou, mas decidiu não dizer nada, afinal, qualquer caminho que tomassem levaria à outra equipe. Tudo que teriam que fazer é proteger o pergaminho que já tinham.
— Então… Para que lado vamos? — Sakura olhou em volta, estavam cercados pelo mesmo cenário: as grandes árvores e raízes para todo lado.
— A equipe que tava no lado direito nosso é daquela mulher com a língua grande, ela é muito veloz e parecia ser bem forte. Vamos ir para o Leste, e esperar que a equipe de lá seja mais fraca.
“Eles também eram mais velhos” pensou Sakura, e tinha razão. No exame, tinham genins de diversas idades, embora quase todos fossem da mesma idade que eles.
— Certo, lado esquerdo, então vamos. — Naruto começou a andar.
Algumas partes do solo afundavam enquanto eles caminhavam, a floresta ia mudando com o tempo: às vezes ficava mais fechada e escura, às vezes mais aberta e com mais luz do Sol.
Os três andavam sempre alertas e cada barulho chamava a atenção, portanto poucas palavras eram proferidas. Quem decidiu abrir a boca primeiro, como de costume, foi o Naruto.
— Aí gente, minha bexiga tá apertando, eu tenho que colocar o gigante pra chorar hehe.
— Naruto! Por que você não pode agir que nem gente! — reclamou Sakura enquanto o loiro se afastava.
Naruto se afastou, e nesse momento Sakura teve um flash em sua memória. Quando estavam em sua primeira missão, na ponte, cercado pela névoa criada por Zabuza.
Ela estava ajudando Kakashi a defender Tazuna, o construtor, enquanto Naruto e Sasuke permaneciam presos no jutsu de espelhos de gelo. Quando de repente ouviu um grito rouco e um fogo subiu ao céu.
No instante seguinte ela viu Naruto enlouquecendo e atacando a todos que estavam por perto, inclusive Kakashi. A sorte era que justo haviam chegado mercenários de Gatõ naquele exato momento, apenas para provar a força do demônio que Naruto trazia consigo.
A expressão de ódio, a transformação que se iniciou lá e o medo voltaram a ser reais na mente de Sakura por um segundo. No instante seguinte agradeceu pelo Naruto bobalhão ter voltado.
Estava pensando exatamente nisso quando o garoto loiro saiu dentre as árvores, coçando a cabeça e exibindo o mesmo sorriso de sempre.
— Cara, deu pra escrever o meu nome completo no chão!
— Qual é, Naruto.
Sakura notou algo estranho, algo diferente, ou talvez era apenas impressão sua. Ela olhou o corte do lado esquerdo da bochecha de Naruto, e decidiu que não era nada, dando de ombros.
Sasuke se aproximou dele, olhou de relance para Sakura e de novo para Naruto. Algo estava estranho, Sakura percebeu um aviso no olhar rápido de seu parceiro.
Tudo aconteceu rápido, Sasuke usou sua mão direita para tentar acertar um soco em Naruto, mas este defendeu com o antebraço e deu um chute como contra ataque.
Ao mesmo tempo do chute, Sakura acertou um soco nele, obrigando-o a se afastar. Agora as coisas faziam sentido, Sakura pensou.
— Você não é o Naruto! — Ela exclamou.
— Como vocês perceberam tão rápido? — perguntou o impostor.
— O corte na sua bochecha, tá do lado errado — disse Sasuke, e tinha razão. Sakura tinha percebido isso inconscientemente, mas deixou passar e se culpou por isso. Cada erro ali poderia causar a derrota, e ela esteve tão perto…
Todos já estavam com as kunais em mãos, preparados para lutar. O impostor revelou sua verdadeira forma: cabelos e olhos escuros, o genin usava uma máscara para respirar e um macacão amarelado.
Ele sabia que estava em desvantagem e não podia se virar de costa naquele momento. Atacar o mais fraco primeiro parecia ser o mais inteligente a se fazer. Seu olhar foi de Sasuke para Sakura, tinha seu alvo.
Jogou uma faca no garoto por distração e avançou no outro. Sasuke rebateu o objeto lançado e avançou também, Oboro percebeu que não daria tempo de efetuar seu ataque e se defendeu.
Os dois trocaram golpes rápidos e o genin de máscara recuou, Sasuke foi atrás e os dois deixaram Sakura ali. Por sua vez, ela observou ao redor, atenta a qualquer movimento, se alguém do time inimigo estava ali, sua equipe poderia estar por perto.
Não parecia ser o caso. Quando olhou novamente para Sasuke, a luta já havia se estendido para as árvores. O genin se defendia e tentava fugir do Uchiha, até que lançou uma bomba de fumaça no galho abaixo de si e desapareceu.
— Droga! — disse Sasuke, desceu da árvore e olhou na direção onde seu oponente esteve na última vez. — Ele fugiu.
— Deixa ele, duvido que estava com o pergaminho. Além do mais, temos que achar o Naruto!
Foi pouco o deslocamento que fizeram, mas voltaram ao lugar onde estavam antes. Sakura guardou a kunai e tentou observar por meio das árvores.
— Naruto! — foi um grito baixo, hesitante, com certeza não queria chamar a atenção.
— Melhor não gritar — disse Sasuke. As plantas se moveram. Ele posicionou sua Kunai para defesa, Sakura viu e fez o mesmo.
Ao lado de uma das árvores, os arbustos foram mexidos com ainda mais força. Dele, uma silhueta saiu.