O Alquimista - Capítulo 3
Capítulo 3 – Morte!
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Depois de presenciar tal espetáculo, Miguel estava com seus olhos brilhando com curiosidade, indo direto para a próxima página, iniciando sua leitura.
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Uma hora depois, Miguel havia acabado de ler metade das paginas, o livro foi escrito por Clay Nordson, ele foi um dos Arquimagos mais fortes que existiram, depois de lê-lo Miguel havia aprendido sobre esse mundo, o lugar onde estava se chamava Reino de Rívia ficava no lado leste do continente das Mil Maravilhas, a raça predominante nesse reino era humana, existem outras raças, a demoníaca que receberam esse nome por causa de sua alta capacidade magica e sua brutalidade, os anões famosos por suas criações magicas e por sua força, os elfos que são bem reclusos são conhecidos por sua magia espiritual e sua vida longa que pode chegar a milênios e as fadas que são pequenas e são capazes de controlar a natureza à sua vontade.
Miguel descobriu que essas raças se odiavam, e travavam uma guerra sem fim, os humanos sempre foram a raça mais fraca por muito tempo, pois eram totalmente frágeis contra os reinos vizinhos, com o passar do tempo os humanos descobriram formas de manipular a mana, e com isso magos e guerreiros poderosos começaram a surgir, trazendo então equilíbrio, fazendo então que um cessar fogo que ainda perdura à 376 anos surgisse, mas isso não é paz, a guerra pode voltar a qualquer momento devido ao ódio que ainda permanecia.
Os métodos de manipulação de mana, são o Arcanismo e o Cultivo, ele utiliza o corpo como catalisador criando canais que são chamados de veias de mana que são utilizadas para converter a mana ambiente em magia porém cada corpo tem um limite para o tanto de mana que pode ser convertida, o Cultivo por sua absorve e armazena mana em uma região do abdômen que tem o nome de Núcleo de Mana, este método fortalece o corpo e também pode usar a mana armazenada para artes marciais de forma bem destrutiva, seu único problema é que para atingir uma grande força é gasto muito tempo de cultivo.
—Mas, como eu faço para aprender um dos métodos? — indagou com certa curiosidade
~ronco~
— Nossa que fome… — massageou o estômago enquanto declarava
O pensamento de Miguel foi interrompido pelo seu estômago vazio, já fazia horas que chegara a este mundo e não comeu nada, e com preguiça pegou o livro e o guardou-o no bolso, com o intuito de achar algo para saciar sua fome.
— Vou procurar algo lá fora, acredito que tudo que tinha de comida aqui já se decompôs…
~ranger de portas~
Abrindo a porta novamente, quando saiu cobriu seus olhos por causa da claridade, tinha se acostumado com a falta de luz, quando voltou a ver com clareza, decidiu sair em busca de comida. Miguel sabia que não encontraria nada em volta da velha casa, então decidiu adentrou a floresta novamente, caminhando com muita cautela.
Depois de um tempo procurando, seu estava cada vez mais sem forças por causa da fome, enquanto a luz do sol começava a enfraquecer trazendo a noite, Miguel não queria descobrir o que poderia encontrar nessa floresta escura. De repente, um odor delicioso adentrou suas narinas, deixando-o hipnotizado indo em direção do cheiro, que ficava mais forte conforme se aproximava fazendo com que se entregasse totalmente a fome.
~swoosh, swoosh~
O som de espadas cortando o ar invadiu seus ouvidos, e sem tempo de reagir seu pescoço foi cercado por duas lâminas prateadas, quem as seguravam eram dois homens vestiam uma vestimenta negra como a noite.
— Quem te mandou?! Qual seu objetivo?! — rugiu o guerreiro da direita.
Miguel engoliu seco enquanto pensava seriamente “De onde surgiram esses caras?” ele estava com medo, era primeira vez em que era ameaçado com a cabeça a beira de sair voando.
— M-Meu no-nome é Miguel, e-eu senti um cheiro bom, e estava com fome… — falou com medo em seus olhos.
— Acha que nós vamos acreditar em uma “histórinha para boi dormir” dessas? — zombaram enquanto se preparavam decepar a sua cabeça.
Miguel vendo isso, sabia que se não se movesse iria morrer de uma forma brutal, logo a calma tomou o lugar do medo, fazendo-o procurar uma forma de sobreviver. Os dois guerreiros estavam mirando em sua traqueia fazendo um movimento horizontal, pelo que parecia o ataque conjunto dos dois que se assemelhava a uma tesoura feita com as duas lâminas.
Em questão de segundos ele havia descoberto a trajetória das espadas, e começou a se afastar abaixando levemente seu tronco para trás, as duas espadas ficaram quase vinte centímetros de sua garganta, assim cortando apenas o ar. Os dois homens levantaram as sobrancelhas em confusão, como um cara que nem sequer os percebeu chegar tinha capacidade de desviar desse ataque combinado?
“Nem um guerreiro elfo de alto nível sobreviveu a esse ataque! Mas esse sujeito desviou antes mesmo do ataque alcança-lo, como se tivesse previsto o futuro!” um dos guerreiros congelou e ficou chocado
Vendo a expressão pensativa deles, Miguel com intuito de fugir não perdeu tempo e correu em direção a parte mais densa da floresta, ele nunca havia ficado tão focado como estava agora, era a segunda vez que sua vida corria perigo nesse mundo, não queria morrer em um lugar desconhecido, tudo que passava em sua cabeça nesse momento era achar uma forma de ficar vivo.
Saindo do choque repentino, os dois começaram a ir atrás de Miguel e num impulso eles desapareceram, eram muito rápidos, como se aquele ataque de antes não fosse nem um esforço, os dois desapareceram no meio da escuridão a única coisa que se via eram as lâminas que dançavam refletindo o luar prateado.
Em meros segundos eles estavam a um passo de Miguel, ele nunca havia visto um ser humano se mover daquela maneira, os dois estavam em total sincronia com os movimentos perfeitamente simétricos, para Miguel aquilo era algo surpreendente, mas não tão surpreendente quanto ficar vivo então deixou de admirá-los e voltou a focar em sua fuga.
No meio daquela frenética corrida, os guerreiros já o alcançaram e estavam o cercando, enquanto corria um estava à direita e outro à esquerda, ambos estavam se preparando pra fazer outro ataque combinado, só que desta vez estavam mirando em lugares diferentes, eles planejavam acertá-lo no pescoço e na parte inferior do tronco na tentativa de o desmembrar.
Vendo que os ataques vinham de direções opostas não teria como se afastar como fez antes para desviar do ataque anterior, o sentimento frio percorreu sua espinha pois não havia como desviar disso de forma normal, mas num momento de extrema necessidade, lembrou de um movimento, através de um pulo desesperado seu corpo ficou suspenso no ar, um “parafuso chutado” quase perfeito saiu daquele salto desajeitado, esse movimento fazia o corpo ficar na horizontal enquanto girava, dessa forma evitando ambos os golpes, assim saindo vivo mais uma vez.
Agora era o momento de voltar a fugir novamente, mas Miguel nunca havia feito nada igual, era a primeira vez que sentia algo assim, estar com sua vida em risco, o frio na barriga, a respiração pesada e o coração palpitante, tudo isso o fez soltar um sorriso, esse era o sentimento de estar vivo.
Quando pousou no chão, os guerreiros tinham uma expressão de choque em seus rostos, e dessa vez um pouco de medo ocupou suas mentes, o jovem que antes estava correndo por sua vida agora tinha um sorriso em seu rosto enquanto seus olhos negros começavam a emitir um brilho frio como gelo, dando a sensação de um predador nato.
Eles sabiam que eram poderosos o suficiente para fazer com que esse homem nunca mais visse a luz do dia, mas tiveram a sensação de estarem dançando na palma de sua mão, então, com o intuito de pôr um fim nisso, se movimentaram mais rápido ainda, mal se podia acompanhá-los a olhos nus, eram como sombras se movendo na escuridão, apenas vultos silenciosos, mas mortais.
Surpreendido novamente com a velocidade absurda, Miguel congelou e não sabia pra onde ir, pois em qualquer direção que fosse seria esquartejado no local.
— O que que foi? Não consegue desviar disso??! — zombou um dos guerreiros
— Hahahahahah! Se você não vem até nós, nós iremos até você! — berrou o outro com uma voz dominante
Num piscar de olhos, ambos estavam ao seu lado, com uma expressão de deboche golpearam o mais forte e rápido possível, com uma vontade assassina que faria até o maior dos homens tremer.
Sabendo que não poderia desviar, Miguel então aceitou seu destino, nada poderia salvá-lo.
— Parem! — uma voz cansada veio ao longe, enquanto os dois guerreiros foram repentinamente envolvidos num tipo de aura azul e parando exatamente no mesmo local.
— Porque? Senhor Dimitri esse moleque pode ser um assassino enviado para matar a senhorita Yang! — respondeu às pressas.
— Como assim? Não tem como esse cara que não pode converter nem um pingo de mana conseguir matá-la. — afirmou com certeza.
— O que?! Esse cara não consegue converter mana? Isso não é possível, senão como ele conseguiria fazer esses movimentos!? — exclamou o outro guerreiro surpreso
— Hoho! Eu também não sei como, mas com certeza ele não utilizou mana em nenhum momento durante toda batalha — a voz começou a ficar mais alta enquanto chegava mais perto — Garoto, eu me interessei por você! É a primeira vez que eu vejo alguém ficar calmo na presença desses caras, então, eu quero te fazer uma proposta — falou direcionando sua atenção em Miguel.
A voz que o salvou vinha de um velho homem, ele surgiu no meio das folhas vestindo uma túnica de cor preta com bordados de ouro, e olhava Miguel segurando na sua mão um cajado de madeira com belos entalhes feito à mão enquanto a outra acariciava sua longa barba branca esperando pela resposta.
— Diga — respondeu com calma.
— Oho, é a primeira vez que alguém como você me encara. Garoto, minha proposta é a seguinte: quer ser meu aprendiz? — falou em um tom ameaçador.
Os dois guerreiros esboçaram surpresa em seus rostos. “muitos aspirantes a magos desejavam ser aprendizes dele, mas dessa vez era ele quem estava propondo ensinar!”
Um brilho apareceu nos olhos de Miguel, ele nunca perderia a chance de aprender coisas novas, sua curiosidade era sem limites, ele não pensou mal do velho a sua frente pois sabia que com a idade vem experiência, o que quer que esse senhor teria para lhe ensinar ele aceitaria com prazer.
~ronco~
— Bom senhor, eu gostaria de aceitar, mas estou com fome, deixe-me comer algo antes, se o senhor me esperar até eu achar algo pra comer eu vou com você — o ronco repentino lhe lembrou de seu objetivo, que era achar comida.
— Hoho, então era verdade o papo de estar com fome — o velho disse em um tom engraçado, e então continuou — Venha comigo eu lhe darei comida, garoto.
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