O Conselheiro da Rainha - Ato 6
Amanheceu, naquela manhã a rainha saiu de seu quarto para o salão, mandou convocar todos os homens do reino para comparecer ao salão real. Um novo rei seria coroado através de sua beleza facial ou corporal, aquele homem que chamasse a atenção da rainha, seria coroado a realeza.
Todo e qualquer homem de pelo menos quatorze anos para cima, teria a capacidade de ser coroado e de se tornar rei. Nhomuhcsiah e Muhimoketsu ficaram de olho e torceram por seu pai que tentava a sorte há muito tempo, os irmãos estavam do lado da rainha já que os soldados da guarda real também tentavam a sorte.
Todos os homens de diversas classes, com roupas, tamanhos e idades diferentes estavam ali, ajoelhados no centro daquele salão, com os o resto da população ao redor.
“Me pergunto onde está Csisál…” pensou Nhomuhcsiah enquanto olhava ao redor de maneira entediada.
Após uma boa olhada em todos os homens, ela foi dispensando cada um que não lhe agradasse. Depois de tudo isso, um homem loiro se destacou, cabelos longos e roupas tecnicamente só aos trapos. Ela sentiu um calor subir, sentiu seu coração palpitar mais que o normal e uma vontade de tocar nele era constante, nisso a rainha se aproxima de tal pessoa e a escolhe para ser o novo rei.
Dito e feito, o novo e “condecorado” rei se levanta, o escolhido dizia seu nome, sua idade e em seguida falava um belo discurso para mudar a fase de sua vida. Uma capa característica do manto real e uma coroa de ouro com rubis encravados foi colocada nele pelos súditos do reino, os antigos subordinados do falecido, aqueles que não participaram.
O padre do reino surge para fazer a junção de ambos os dois, agora casados no papel, o título de rei foi dado oficialmente para ele devido ao casamento com a rainha.
— Olha só isso, tudo errado, usando de algo divino e espiritual por belo e mero prazer de poder e beleza, sempre essa mesma merda — dizia Cain de pé ao lado de Nhomuhcsiah, ele olhava aquilo com um desgosto estampado em seu rosto;
O mesmo não aprovava isso de todos os meios possíveis.
Nhomuhcsiah se sente incomodado com a presença de Cain e com o comentário dele.
“hum… você se incomoda até com isso? Minha nossa, bem como dito que os demônios não gostam de coisas boas, se fosse meu pai eu te ignorava por completo” pensou o menino enquanto batia palmas para a recém junção.
— Mm? Nah, de bom isso daí não tem nada, nem um pouco, essa junção é falsa e é apenas um mero papel idiota que fala que isso é oficial, ela só quer saciar o fogo, eu sei o que é um casamento de verdade, e esse é o falso do tipo, o do papel sempre é falso, ela não ama ele, só quer a vara e depois mais nada — dizia dando as costas e sumindo do lugar.
Um bom tempo se passa, ambos se beijaram e todos comemoraram, mas a alegria durou pouco, uma mulher chega no salão bem cansada e toda bagunçada, ela grita para todos que a costureira, a mesma que fez as roupas da rainha e do rei, e que faz parte da família de conselheiros, estava na loja dela, morta em um cenário estranho.
Nhomuhcsiah, Muhimoketsu e Muhtidis já entenderam que era Csisál, a tal costureira. Eles foram os primeiros a saírem correndo para a loja dela para terem a certeza de que não era verdads. Mas chegando lá e abrindo a porta, se deparam com a mulher, núa, e paralisada como se protegesse algo abaixo dela.
Com todos aqueles ferros e metais dentro da carne dela, manchada de sangue da cabeça até o chão ao redor dela, era realmente uma cena deplorável. Aqueles manequins era o mais estranho que causou arrepios nos dois meninos, o pai apenas sentiu uma leve angústia.
Os irmãos se assustaram, e gritaram em seguida enquanto seu pai os consolava, mas não segurando as lágrimas e a frustração, cedendo a parte de sua saia de pano grosso para enxugar as lágrimas dos pequenos enquanto as suas caem por terra.
Os gritos e os choros dos irmãos eram sentidos por praticamente todos que ali chegavam perto, realmente era uma cena triste e difícil de se ver quando se é um parente…
“Não concordo… poderia ter sido um parente meu… ah é… eu não tenho, aquele Muhimoketsu, eu não o considero meu irmão” falava Cain, ninguém o ouvia.
Justo no casamento da rainha, tanto o novo rei como a rainha cederam dias para ambos os familiares ficarem bem, mesmo que demorem anos, os tempos eram de paz então, nada mais justo.
No quarto dos irmão, Muhtidis decidiu ficar por um tempo lá e dormir junto a seus filhos para eles não se sentirem sozinhos. A irmã do meio estava presa, e a velha foi morta, e não tinha mais ninguém além do pai para fazer a eles companhia nas noites frias do deserto.
Nos primeiros três dias, o silêncio de ambos os irmãos era frequente, igualmente o pai, mas a partir do quarto dia, Muhtidis começou a contar algumas histórias para fazer os meninos dormirem mais rápido e poderem se alegrar um pouco mais, pois pelo menos ao “Altar” ela estaria.
“Será? Não teria tanta certeza… eu verifico? Nah, ela ta sim”
Era uma mais engraçada que a outra, algumas de aventuras e de um pensamento de vida perfeita. Com a pedra oval brilhante foram noites e mais noites de história mirabolantes contada pelo pai dos garotos.
“Bem, já fiz eles se acalmarem, voltarei ao trabalho amanhã, e para ser rápido, já falei com Cecília sobre isso, agora é só esperar para que ninguém mais morra” deitado na cama, Muhtidis pensava sobre isso, e também sobre como ele vai se acalmar sobre a situação ao qual lhe aconteceu dias atrás.
Em um sonho, Nhomuhcsiah que aparentava estar mais velho, estava em um lugar que parecia uma grande fazenda de arroz com uma pedra ao centro de tantos lagos separados por pedrinhas.
— Soube que quer conversar comigo… o que quer Cain? — Nhomuhcsiah tinha uma voz mais grave, e sua aparência realmente estava mais velha do que a do um menino de dez anos.
O menino jovem andava sem afundar nesses lagos que não possuíam arroz.
E sentado na grande pedra, Cain que o olhava de maneira serena porém sem sorriso e seus apetrechos de gato. Ele estava em uma diferente forma, um corpo mais adulto, não adolescente, uma roupa um tanto quanto estranha, era um kimono totalmente preto, com apenas uma camisa interna sendo branca.
Naquele ambiente havia diversas linhas quase imperceptível por todo o lugar, ao qual o cabelo enorme de Cain ficava apoiado em algumas delas, era como se fosse uma teia de aranha e os cabelos do demônio seria a própria aranha.
— Sim, eu quero falar contigo, esta conversa não será muito longa, ou talvez ela fique, se você resolver falar demais, então não precisa se sentar como da última vez, ou se sente caso queira tagarelar como todas as outras vezes — disse sério.
— Tudo bem, o que desejas, ó demônio que me perturba? — disse o menino em um tom de deboche.
— Vejo que ainda sente raiva de mim, mas isso é previsível de qualquer maneira, quero que saiba que amanhã tomarei conta de seu corpo, e nos tirarei daqui, já está mais do que na hora e só falta uma coisa para isso acontecer — Cain dizia apontando para o menino;
Que abre mais os olhos em surpresa e também muito preocupado.
— Tirar a gente daqui? A gente vai embora? Pela primeira vez eu estou concordando realmente em matar você, mas né, como se eu pudesse… como se eu conseguisse — dava alguns passos para trás, recuando para ter pelo menos uma chance de fugir antes de ser pego alí mesmo.
— Já se passaram quatro anos, cê tem quatorze agora, quatro anos em que uma de suas irmãs foi presa e a Csisál morreu, não posso esperar mais do que isso, afinal, o roteiro pode mudar mais uma vez — Cain se levanta e salta da pedra, pisando na água e seguindo a passos lentos na direção de seu semelhante — nós vamos sair daqui, custe o que custar;
Nhomuhcsiah sente uma coisa passando por ele, não era Cain, já que ele ainda via o demônio, logo sua visão fica turva e o mesmo começa a cair;
— Vocês todos podem até pensar do por quê tanta coisa rolou em pouco tempo, mas isso não importa para vocês, quem dirá pra mim, apenas seis capítulos né? Então apenas veja e curtam tal entretenimento, um show de torturas que vocês propagam e adoram ver.
Havia se passado quatro anos após aqueles dois acontecimentos, a prisão de Cecília e a morte de Csisál, assim como Cain havia dito para seu semelhante. Agora na cama, Nhomuhcsiah acorda, há quatorze anos em sua face e corpo, um pouco maior e uma face “acabada”, um olhar cansado e com olheiras.
Com suas roupas agora maiores para encaixar, porém diferentes das anteriores, mais longas e um tecido mais esbranquiçado e meio grosso, era uma espécie de vestido folgado cujo na cintura tem um cinto onde segura a veste para não arrastar no chão.
O menino se levanta e ajeita sua roupa para poder sair, mas antes, o mesmo olhava para a cama de seu irmão; bem arrumada comparada a dele, que estava bagunçada, ele havia saído quando olhou para dentro, mas suspira e volta para perto de sua cama para arrumá-la.
“Quatro anos depois, ainda conselheiro da rainha, meu irmão entrou oficialmente para a guarda real e meu pai largou o emprego de conselheiro dele, estava velho e sentindo as pernas fracas, agora tem outro conselheiro com o rei. Nesse meio tempo que eu vivo agora sabendo de coisas além da compreensão deles, me sinto como antes disso tudo, perdido e sem lugar” pensava depois de sair do quarto e o trancando, depois seguindo caminho para a cozinha.
Vendo a bandeja já pronta em cima da mesa, ele apenas a pega e vai direto para o quarto da rainha onde ele não entra, o mesmo apenas se encosta na parede ao lado da porta, ouvindo o ranger da cama e os gemidos da mulher, seu olhar era neutro. Nhomuhcsiah olhava para o chão e se mantinha calmo.
“O novo rei está lá dentro, junto com a rainha. Aos atos libidinosos que eu quero entender, por que disso? Pessoas gostam tanto que chegam a fazer todos os dias se possível, em qualquer lugar também, acho isso inacreditável, uma energia para isso acontecer frequentemente é de se invejar”
Presumindo que ambos já comeram, ele mesmo se senta com a bandeja em mãos, e começa a comer e beber do que tinha ali — estava bom.
“Meu pai me disse quando completei quatorze anos que já queria um neto, mas como não sou de pensar nisso, completou falando que poderia ser antes dele morrer. Não sei se posso dar, não sei como se faz, mas me parece ser tudo rosas”.
Após se desfrutar de tudo da bandeja, Nhomuhcsiah levanta e volta para a cozinha, deixando o utensílio e logo indo embora.
Seguindo pelos corredores e salões do castelo, ele olhava tudo minuciosamente mais uma vez, assim como fazia antes de Cain aparecer em sua vida e começar a atormentá-lo. Havia uma escada que levava para um pequeno jardim de flores, diferente das dos lagos e daquele jardim que foi o último visitado antes do demônio, tudo era verde, não só as gramas, mas as flores também eram de pétalas verdes.
“Era aqui, onde eu ficava pensando por mais tempo, como Cain disse que esse era o último dia nesse castelo, não podia deixar de ver o meu antigo lugar de lazer dentre muitos. Esse lugar é bonito e realmente nostálgico para mim, fora a raridade dessas flores, elas são cem por cento verdes”.
Nhomuhcsiah andava pelo lugar sentindo a grama macia entre os dedos, estavam quentes e faziam leves cócegas.
Olhando as flores e se aproximando delas, ele dava um leve toque nas pétalas, e cheirava cada uma delas — não eram muitas — e guardava cada odor em sua mente, após tudo isso;
— Demonio… digo, Cain? Acho que já estou pronto, posso ser controlado por tí, espero que esteje feliz, só não machuque nenhum familiar meu — abriu um sorriso enquanto olhava para o céu, mas depois, olhando para baixo, ele vê Cain — é só me entregar que você aparece, realmente um demônio, sempre aparece nas horas frágeis de um mortal.
— Eu sei o que eu digo, e sei exatamente o que sente, passei por isso várias vezes, não é novidade, tenho zero problemas nessa questão, e não, você não está pronto, nunca esteve, apenas está esperando eu te controlar, e quer que tudo acabe o mais cedo possivel; está com medo de eu te matar, eu sei, mas sua morte não vai ser agora, mas fazer o que, crianças são sempre inocentes e eu gosto dessa inocência, os faz ser brilhantes, alegres e puros — dizia ele se aproximando de Nhomucsiah, o olhando nos olhos e abrindo um sorriso — quando eu digo que eu sou você, não quer dizer que quero roubar a sua vida, significa que eu realmente sou você… e de certa maneira, eu o amo, amo você, assim penso pois é amor próprio, vem sempre em primeiro;
Enquanto falava isso, a visão de Nhomuhcsiah ficava turva, escurecia e rapidamente o mesmo cai no chão vendo o olhar e o sorriso bem genuíno de Cain — genuíno?
O corpo de Nhomuhcsiah se levanta após um curto tempo, com um olho vermelho e outro azul, o novo dono batia nas vestes para retirar a areia que ficava entre as gramas.
Mexendo os braços e sentindo cada parte do corpo, Cain que após um longo suspiro começou a andar lentamente para dentro do palácio. Mantendo o estilo de Nhomuhcsiah, seguindo pelos corredores e salões brilhantes do castelo sem levantar suspeitas.
Cain seguia para perto do quarto da rainha, onde a mesma ainda estava com seu marido ainda aos atos libidinosos com o mesmo — quanto tempo já se passou?
“Haaa… esse fetiche ainda? O maior tempo na cama foi sempre um fetiche teu? Sério criador… você precisa repensar nisso” pensou, e após isso criou uma haste chata de energia, colocou entre a porta e o suporte dela, e cortou o trinco.
Entrando no quarto, de maneira rápida mas perceptível, a rainha se cobriu com os lençois e saiu de cima de seu marido, que logo foi empalado pela haste que o menino jogou em seu peito, ele agoniza de dor mas aos pouco se calando.
— Menino, o que é isso, o que pensa que está fazendo!? — ela correu para o canto do quarto coberta pelos panos, com medo de algo a mais acontecer — você não é assim! Jamais seria!
Antes que Cain pudesse acertar a rainha com uma nova haste, uma rajada de vento acerta ele, o jogando contra a parede depois da porta, fora do quarto, causando uma pequena cratera.
“É… isso ainda continua, ele aparece, a rainha vive, o grupo me persegue, eu fujo mesmo assim e fim do arco… é, esta realmente é a nova base”.
Ele recuperava as forças das pernas e do corpo, isso antes de Muhimoketsu invadir o quarto pela janela, quebrando o vidro. Ele usava um leque gigante de papel, mas de material reforçado, Cain conseguia notar isso.
Pousando no chão rapidamente ele fez um golpe de baixo para cima com sua arma imbuída por ventos que se mostravam verdes, tal corte faz um rastro no chão, cortando a parede e a porta, Nhomuhcsiah desvia se jogando pro lado no chão.
— Me perdoe a demora rainha, cheguei bem tarde, mas a sua vida agora está segura — manejava aquele grande leque com uma alta maestria, como uma arma, ele a usava para melhor aptidão em seus golpes mágicos — peço para que se acalme e depois de se acalmar, avise a guarda inteira que temos uma ameaça nível tempestade em nosso reino — falou isso e logo em seguida avançou rapidamente para a porta, olhou para os lados, onde encontrou seu irmão.
Muhimoketsu estava diferente, ele deixou o cabelo crescer e agora usava uma roupa mais larga e que cobria o corpo inteiro, quase como um kimono branco com dourado.
— Vejo que chegou a tempo maninho, conseguiu salvar a rainha e agora vai me matar, não é? — encarava Muhimoketsu sem expressar muita coisa.
— Eu não estou te matando pelo caso da rainha, estou te matando pois fazendo isso o demônio também morre! — encolhia o leque e apontava para seu irmão — eu não queria estar fazendo isso, mas não tenho escolha, libertar você requer um sacrifício… — abria novamente o leque e entrava em posição de luta com sua arma posicionada a trás.
— Entendo… — lágrimas escorriam do olho esquerdo, o vermelho — então me mate, mesmo que esse corpo fuja! Vamos deixar eles verem quem é o prodígio desta narrativa — estendendo seu braço para o lado, enrijecendo a mão, a magia elétrica surgiu iluminando e fazendo um alto barulho pelo lugar.
A pressão daquela magia deixava Muhimoketsu com um pé atrás, receoso de atacar e morrer rapidamente no processo.
“Vamos Muhimoketsu… no futuro dos antigos resets você consegiu me matar no final…”
A rainha se pôs na porta, e olhava aqueles dois se encarando, em sua mente ela questionava tudo o que estava acontecendo, aquele não era Nhomuhcsiah, por que seu conselheiro estava fazendo aquilo? Não era ele. Matando o rei e agora causando esses problemas nos corredores do castelo.
A luta se inicia ferozmente e a rainha se esconde no quarto, ela apenas ouvia o som dos ventos e dos trovões dos irmãos. A luta deles se estenderam por muitas partes do castelo, nos corredores eram mais rápidos, mas nos salões eram mais violentos.
Marcas do vento e a queimadura da eletricidade se via por grande parte daquelas paredes, o vento destruiu mais que o trovão, ele estava com medo, mas não se sentia sem coragem, ele queria fazer aquilo… mas algo o impedia.
Em cada salão, Cain imbuia grande parte do lugar com sua eletricidade, seja chão, parede ou teto, para Muhimoketsu era como estar se afogando em uma caixa cheia de enguias prontas para predar.
“Essa porcaria, ele nunca ataca de perto! Sempre de longe e usando muita magia, mas uma hora essa magia vai acabar, eu estou me forçando a não usar muito da minha, pois se não, no físico ele pode me vencer… e se isso acontecer… adeus” pensava Muhimoketsu enquanto desviava e revidava a magia de seu irmão, pela desvantagem de tipo ele quase perde seu leque que impulsionava tal poder e dava mais letalidade a seus ventos.
A luta seguiu para fora do castelo, tudo para trás deles foram só marcas de uma luta feroz entre um irmão preocupado e um demônio, do lado de fora a população se escondeu rapidamente para não se machucarem, ou pior, morrerem por aquela luta.
— Haha! Tente a sorte irmão, o Abel que conheço não era tão fraco assim! — dizia Cain entre uma pausa na troca de golpes.
— Não tente mudar de assunto demônio! Eu não sou este seu outro “irmão”! — respondeu Muhimoketsu partindo para cima com seu leque imbuído com um vento muito mais destrutivo.
Dentro do castelo a rainha pôde recobrar sua sanidade depois daquele acontecido, com um olhar de seriedade e raiva, ela se levanta do canto do quarto, vestiu uma roupa e rapidamente saía dali. Seguindo a passos apressados e bem pesados para uma mulher daquela idade, a alteza subiu uma certa escada que parecia ser de uma grande torre que havia no castelo, a escadaria em espiral era apertada e os degraus eram grandes, as pernas da senhora logo cansam mas a mesma não parou.
No topo havia alguns sinos, cinco no total, cada um maior que o outro, a mulher cortou uma das cinco cordas, e o maior sino de todos é acertado por grandes pedras fazendo um alto som, chamando a atenção de todos no reino.
— Agora acabou para você, demônio — disse Muhimoketsu após o soar do sino;
No meio de uma rua bastante destruída, Muhimoketsu para de lutar igualmente para Cain, ambos olhavam para onde o som vinha;
— A guarda inteira do reino vai vir para cima de você, não tem mais saída! Os portões vão se fechar e tu será encurralado! — o menino de leque se preparou para lutar novamente, mantendo sua arma aberta, o vento ao seu redor levanta um pouco a areia do chão, ficando forte com o tempo.
— Está concentrando muita magia em seus pés, você estás mais do que pronto para me perseguir e me pegar caso eu fuja, mas vou logo adiantando, vocês não vai conseguir, muito menos o seu mestre, afinal, o roteiro está do meu lado, eu sou a peça chave, vocês não são — Cain usou sua energia e rapidamente voa para trás, e onde estava ele, o homem que treinou Muhimoketsu caiu envolvido de chamas e segurando um bastão.
As chamas se esvaíram, o mestre rodopiava aquele bastão facilmente e logo o posicionou atrás de seu corpo, logo olhou para Cain;
— Vamos nessa “ameaça”! Seu irmãozinho nos contou tudo, discípulo, apoie a guarda! — o mestre se envolveu em chamas, depois avança contra Cain usando seu grande bastão, atacando o jovem que desviava facilmente.
— Tudo bem mestre! — dizia o menino brilhando em verde, era sua aura.
Balançando o leque e fazendo um pilar vento subir do chão, abaixo de seu mestre, e ao longe, outros pilares de vento verde e fraco surgiam, eram mais dois.
Cain desvia de todos os golpes flamejantes do antigo mestre de seu irmão, e após todo aquele vento verde se dispersar, surgiu um homem musculoso e de armadura característica de um soldado medieval. Ele era bem grande e usava os punhos, quando apareceu, sua intenção era afundar um soco na cabeça de Cain, e o jogar no chão, o que não funcionou.
Aqueles dois perseguiam Cain enquanto ele desviava de tudo sem nem precisar olhar de onde vinha, até da pior situação imposta, Cain desviava não importava como, parecia que ele lia pensamento ou podia prever os golpes.
Por cima das casas, Muhimoketsu estava ao lado de um homem vendado e com um arco que logo entra em combustão, eles seguiam aquela dupla à distância, e mesmo vendado, o arqueiro não errava um passo.
Cain parecia pensar em algo, mas logo guiava o grupo para o grande portão na muralha, ele corria a passos rápidos e com os braços cruzados atrás das costas, a muralha ficava no limite da cidade então demorou um pouco.
Chegando lá o portão não estava aberto, mas Cain forçou a abertura dela com seu poder, mexendo nas grandes engrenagens que agregam a porta, o homem que gerenciava aquele lugar se assustou com os movimentos das engrenagens, e logo puxou uma alavanca para impedir elas de girarem, mas não funcionou.
— Droga, não deixe ele fugir! — gritava Muhimoketsu com todo o ar de seu pulmão.
A dupla de atacantes aumentava suas velocidades para pelo menos arrancar um pedaço da roupa, mas não adiantou nada, Cain já estava muito longe.
— Nos veremos de volta no capítulo doze, onde toda essa treta termina — Cain já estava do lado de fora do reino, ele se curvava enquanto emanava uma energia elétrica — irmão! Nos veremos mais algumas vezes em nossas novas vidas, e tente me matar, com todo o seu ódio se conseguir — sumia em uma fagulha de energia.
Após seu desaparecimento, o mestre de Muhimoketsu joga o bastão no chão, e grita de raiva, enquanto isso o jovem cerra os punhos e range os dentes, e com um sinal com as mãos, ele manda fechar os portões, ele sabia que o encarregado das engrenagens não fez nada.
— Huff, desgraçado! Seu irmão realmente não é nem um pouco normal! — o líder pegava seu bastão de volta e o fazia sumir em chamas.
— É um demônio, não é meu irmão… da próxima vez temos de bolar um plano melhor, eu não quero ver ele com vida… — disse Muhimoketsu saindo de perto, voltando a passos lentos e de cabeça baixa, seu olhar era de desapontamento.