O Despertar Cósmico - Capítulo 13
Alan observou aquela esfera de energia roxa a poucos centímetros do seu rosto e teve certeza de que cada partícula de energia que compunha aquela esfera estava prestes a pulverizar as moléculas do seu corpo.
Aquela era a sua sentença, o seu destino. Na mão do Imperador estava o seu futuro e tudo o que ele lhe reservava: A morte.
Mas, abruptamente, o Imperador virou para trás e disparou um raio de energia para cima.
Antes que o Alan tivesse a chance de ficar surpresa de ver a energia cósmica ser disparada como Raio, uma explosão dominou o céu a mais de dez metros de altura.
Uma mistura de energia roxa com energia amarela se espalhando no ar.
Em meio a energia cósmica — que se dissipou lentamente no ar — um homem surgiu voando, descendo lentamente em direção ao chão.
Trajando uma armadura preta e imponente, com uma estrela no peito que brilhava com o amarelo da sua energia cósmica.
O Imperador saiu voando para trás bem no momento que esse homem disparou um raio de energia azul em sua direção. O raio atingiu o chão, causando um buraco nos escombros.
Aquele ataque entraria para lista dos vários que o Imperador conseguiu sair ileso, mas o objetivo do homem nunca foi acertá-lo, mas sim o afastar do Alan.
Quando o homem pousou suavemente no chão, a um metro de distância do Alan, ele se virou para o garoto e o observou por alguns segundos.
A sua boca estava encharcada de sangue, com, provavelmente, o nariz e alguns dentes quebrados. Mas o que mais chamou a atenção do homem foi o medo presente em seus olhos.
— O que fez com o meu filho, garoto? — o homem questionou, sua voz soando furiosa e ameaçadora, enquanto ele voltava a sua atenção para o Imperador.
Elena se sentiu um pouco aliviada com o homem ali. A presença dele exalava profissionalismo. A postura era a de um militar em guarda. Um ar intimidador e autoritário parecia o rodear.
Aquele era um herói de verdade. Um dos Grandes. Alguém que transmitia segurança apenas de aparecer no campo de batalha. Star, o herói número um do país e um dos maiores do mundo.
Mas quando Elena olhou para a irmã não viu alívio no rosto dela, pelo contrário, agora Ester parecia ainda mais preocupada do que antes.
Havia voltado a se mexer — provavelmente porque o Imperador anulou o efeito do seu poder sobre ela — mas mesmo assim a mulher permanecia imóvel, como se não tivesse o que fazer além de ficar observando.
Elena procurou por Alan, para ver se ele também havia sido libertado do poder do Imperador, mas quando seus olhos o encontraram, ela se assustou ao ver o amigo inconsciente no chão. A areia e a poeira dos destroços grudadas no sangue na cara dele.
A garota nem pensou, apenas se virou para a sua irmã novamente. Estava desesperada, buscava por um apoio, uma salvação.
— Ester, a gente não pode ficar só aqui sem fazer nada! O que a gente faz? — Elena perguntou.
— Me chame de Estelar quando eu estiver trabalhando, Elena.
— Cê não respondeu a minha pergunta!
— É porque eu não sei, Elena! — Ester retrucou irritada.
Elena não voltou a falar mais. O que falaria? Era a primeira vez que via a sua irmã tão frustrada. Tão furiosa.
Ela segurava a mão da Elena com tanta força que se não fosse os poderes da Elena estar retornando, ela não resistiria e teria seus ossos quebrados.
A garota voltou a olhar para a cena na sua frente. Os ataques do Dante já haviam cessado — assim como o Imperador disse que aconteceria — mas a destruição causada era irreversível. O cheiro de fumaça estava impregnado no ar.
Quando notou a expressão assustada no rosto da irmã, Ester se arrependeu de ter gritado com ela.
Toda aquela tensão fez com que ela perdesse a cabeça e descontasse na própria irmã, sendo que ela estava ainda mais assustada.
— Me desculpe, eu não quis gritar com contigo…
Elena se virou lentamente para a irmã, viu o olhar triste no rosto dela, e não conseguiu conter as lágrimas. Ester puxou a irmã para um abraço apertado e disse:
— Tudo vai acabar logo, Elena. Não se preocupe. Vamos todos ficar bem.
“Isso é mentiras”, Elena pensou, com o rosto afundado no peito da irmã enquanto tentava abafar seu choro. “O Imperador tem a Justice Angels, mesmo que atacássemos juntos não poderíamos vencer, e além disso…”
Elena ergueu o olhar e observou os clones do Dupla Face, ainda ajoelhados no chão sem poder fazer nada.
Ela reparou que alguns dos corpos começavam a derreter, como cera exposta ao fogo, enquanto outros continuavam a tentar em vão se levantar.
“E ainda tem as ordens que ninguém pode desobedecer”, ela refletiu. “Não temos chances. Ele vai matar todos aqui”.
Mas para a surpresa da garota a Ester murmurou baixinho, quase como se estivesse ouvindo a mente da Elena:
— Ele não é o vilão que cê pensa que é. Não tem com o que se preocupar.
Mas, para contradizer Ester, os membros da Justice Angels, vestido mantos negros e máscaras, se aproximaram.
Elena reconheceu Mikey, que voava a dez metros do chão com um par de asas de gelo, e ao lado dele estava o homem chamado de C4, voando sobre um amontoado de terra que flutuava ao lado de Mikey.
Junto com C4 ainda haviam mais dois homens usando mantos negros, mas esses Elena não sabia nem ao menos o nome, ou codinome, pelo qual eram chamados.
Star também notou a presença dos membros da Justice Angels e, instintivamente, voou na direção do Alan, se colocando de forma defensiva na sua frente para protegê-lo.
Mas os homens de manto nem sequer olharam na sua direção, apenas aguardaram o Imperador, que começava a subir voando lentamente na direção deles.
Mas antes de se afastar o Imperador se virou na direção da Elena e da Ester, e, com aquele tom de voz dominante, ele falou:
— Ester, ainda existem pessoas debaixo dos escombros de algumas casas. Mikey colocou rosas de gelo onde estão, para sinalizar para vocês. Sei que fiz quase todo o seu trabalho, mas isso você consegue fazer, não consegue?
Sem esperar por uma resposta, o Imperador e os outros membros da Justice Angels saíram voando. Foram embora sem dizer mais nada nem dar qualquer satisfação.
Eles chegaram repentinamente, lutaram contra Dante, mataram clones, e até mesmo uma pessoa, e agora estão indo embora como se nada tivesse acontecido.
Como se esse fosse apenas um dia normal na vida deles.
Star se abaixou ao lado do filho e começou a aplicar os primeiros socorros nele.
Como a energia cósmica o curava lentamente, tudo que Star teve que fazer foi conter o sangramento, e ele usou sua própria energia cósmica para cauterizar o sangramento das feridas.
O nariz estava quebrado, mas também estava se curando, e Star teve que voltar o osso dele para o lugar para que ele não se curasse errado — e nem com isso o Alan acordou.
O maior problema era a boca, haviam dentes quebrados e cortes internos por toda parte. Seria preciso de alguém com poderes de cura de Classe Alta ou Superior para regenerar os dentes de Alan.
Por sorte, Star conhecia alguém capaz disso.
Elena estava observando, quase que hipnotizada, Star tratar do seu filho. Sentia um aperto no coração vendo aquela cena.
“A culpa é minha”, ela pensou. “Ele se feriu assim tentando me proteger. A culpa é toda minha”.
Mas então ela ouviu o celular da sua irmã tocando, e isso expulsou todos os seus pensamentos de sua cabeça e os substituiu por curiosidade.
Ester se sobressaltou com o toque do seu próprio celular, mas depois se apressou para pegar seu celular no bolso de sua calça.
A expressão de alívio surgiu no rosto da mulher instantaneamente, e quando atendeu o celular havia um sorriso em seu rosto.
— Alô? Pai? Que bom que cê ligou, tu tem que vi… — Ester parou de falar abruptamente.
Elena não teve nem tempo de ficar aliviada por seu pai ligar e já estava ansiosa novamente ao ver a expressão de pânico no rosto da irmã.
A garota só conseguia ouvir um pequeno chiado do outro lado da linha, nada que ela pudesse distinguir. Ester olhou de canto de olho para a Elena e então concordou com algo que o pai delas disse no telefone.
Lágrimas brotaram inesperadamente nos olhos da mulher, e então ela se virou para a irmã mais uma vez. Os lábios tremiam, em um choro mudo, quando ela questionou:
— A mamãe o que…?