O Despertar Cósmico - Capítulo 59
Zen havia se afastado pouco mais de um metro do carro quando Vénus o alcançou. Sua capa vermelha esvoaçou com o vento, jogada na direção do garoto como um manto protetor e seus passos firmes e decididos começaram a acompanhar os dele.
— Tem certeza disso? Você tá sem poderes agora. — Zen olhou para ela com preocupação genuína, por mais que seus olhos frios não conseguissem demonstrar isso completamente.
— Tá brincando? — Ela olhou para o Zen com expressão severa, mas que logo se suavizou com um sorriso amigável. — Eu sou uma heroína, o que eu tô fazendo aqui é salvando vocês dessa encrenca em que se meteram.
Quando terminou de falar, Vénus olhou para trás, observando os três amigos que se reuniam perto do carro, apenas para ter certeza de que eles estavam bem.
“A garota lembra minha filha. Deve ter dezoito anos, no máximo, e mesmo assim já passou por tanta coisa”, ela pensou, soltando um longo suspiro. “A mãe dela foi sequestrada, não é mesmo? Droga, eu nem faço parte do grupo de procura”.
Ela respirou fundo e voltou a olhar para frente, observando a mulher a poucos metros de distância. A vilã parecia ter descendência coreana ou japonesa, o cabelo escuro era liso e longo, com uma franja repartida para os lados.
Vestia um terno paletó preto, combinando com a sua gravata, e uma camisa branca. Também usava um par luvas pretas, e ficava puxando os punhos da luva de forma impaciente.
Os olhos negros como carvão observavam os movimentos do Imperador e da Heroína com atenção. Sua concentração era tamanha, que seus lábios se moviam inconscientemente, quase como se estivesse sussurrando coisa que precisava se lembrar.
Vénus sentiu calafrios quando seus olhos se encontraram com os dela, e a vilã sorriu. Conseguia sentir a sede assassina por trás daquele rosto calma dela. Sabia que ela era perigosa.
Ainda assim, não podia recuar, porque acreditava no seu trabalho como heroína, e iria seguir dessa forma até o fim.
— Meu professor na Academia uma vez disse que nós não lutamos apenas para salvar vidas, lutamos para inspirar a próxima geração. Para que as crianças do amanhã não cometam os erros de hoje.
Vénus respirou fundo mais uma vez e olhou para Zen, se sentindo leve consigo mesma. Iria agradecer por tudo que o professor lhe ensinou durante aqueles anos quando voltasse para a casa. Quando voltasse para a sua filha.
— Hoje eu vou dar o exemplo, Zen Snyder — ela falou, e estava séria e decidida. — Porque você vai ser a próxima geração, não importa o que digam sobre esse seu tipinho arrogante ou os vilões que lidera. Você inspira pessoas a serem melhores, e é isso que importa.
Os passos do Zen vacilaram por segundo e ele parou, olhando surpreso para a heroína. Vénus sorriu de forma descontraída, antes de ficar séria novamente e dizer que eles tinham que continuar.
Contudo, Zen ainda olhou para trás antes de se mover. Olhou para a Elena e para a Amanda, mas, principalmente, para o Alan, que estava parado em frente as amigas de forma protetora.
— Talvez você esteja certa, Raquel. — Zen se virou para frente e voltou a andar. Fez uma pausa reflexiva antes de acrescentar: — Mas não sou eu quem será a próxima geração, são aqueles três lá atrás.
Vénus arqueou as sobrancelhas em surpresa, e antes de acompanhar o garoto ela deu uma última olhada nos três amigos.
— E por que acha isso?
— Palpite. Não, tá mais para uma aposta. Eu vou ser só a fagulha de revolução contra esse mundo corrompido.
Antes que a heroína tivesse a oportunidade de dizer algo, Zen desembainhou a sua espada e apontou a lâmina para frente, parando de andar alguns passos depois — á apenas quatro metros da mulher.
— Antes de começarmos, poderia me dizer o seu nome? Tenho a impressão de que, dessa vez, eu vou estar enfrentando a pessoa por trás disso tudo.
A mulher arqueou as sobrancelhas em surpresa por um segundo, depois sorriu e meneou positivamente com a cabeça, concordando com algum pensamento que passou por sua mente.
— Você é educado, claro. Não fala de forma desleixada como a maioria por aqui. Mas isso não é surpresa, afinal, você é filho dele.
A mulher gargalhou quando terminou de falar, mas Zen franziu o cenho ao perceber o quanto ela sabia sobre ele.
— Pode me chamar de Gi, o resto você vai ter que descobrir na minha identidade, depois que me matar e vasculhar meu corpo…
Ela parou de falar, fazendo uma careta exageradamente confusa e debochada, e então sorriu de forma animado ao acrescentar:
— Oh, mas isso não vai acontecer, já que vocês, Snyder’s, são completamente dependentes dos seus poderes.
Zen sentiu o sangue ferver e a raiva subir a cabeça por um momento quando ouviu o sobrenome “Snyder” ser pronunciado como um xingamento.
Aquele era seu último laço familiar, o único que restou, uma das poucas coisas do seu passado que ele guardou. O sobrenome da sua mãe.
Contudo, Zen respirou fundo e não deixou essa raiva o dominar, pois, sabia que era isso que a mulher queria.
— E o por que está fazendo isso, Gi? — ele perguntou, soando mais calmo do que realmente estava.
— Eu sou uma assassina profissional, caro Imperador. É o mais novo ramo da família.
— O que significa que você foi contratada para me matar. Por quem?
— Faz diferença? — A Assassina sorriu, desviando o olhar descontraidamente para os dois homens que se aproximavam, colocando duas maletas grandes ao seu lado. — Você logo estará morto.
— Faz uma pequena diferença, sim — Zen falou, fez uma pausa, e só quando a mulher ergueu o olhar para ele novamente, acrescentou: — Se me disser quem lhe contratou e por quanto, posso pagar o dobro para deixarmos isso de lado, e nenhum de nós vai precisar morrer hoje.
Nesse momento, tanto a mulher quanto os dois homens ao lado dela olharam para o Imperador com espanto. O silêncio recaiu entre o Imperador e a Assassina deu espaço para o caos na avenida se erguer, com as buzinas dos carros e os gritos das pessoas ecoando a volta deles.
Quando um dos homens abriu sua mala e pegou o conteúdo dentro dela, se levantou e o entregou para a Assassina. Três tubos de aço cromado — provavelmente Omea — que ela encaixou uma na outra, formando um longo bastão de 1,5 metros.
A Assassina girou o bastão de forma habilidosa de uma mão para outra e finalizou o movimento batendo com a arma no chão, o aço ressoando contra o asfalto e levantando faíscas.
— Mas que merda você está falando, Snyder!? — O semblante sombrio e intimidador da Assassina combinou com seu tom carregado de raiva. — Acha que pode se safar dessa usando o dinheiro do covarde do seu pai igual sempre faz? Kuso.
Zen observou atentamente em como ela segurava com força o bastão com uma das mãos, deixando os nódulos dos dedos brancos de tanto fazer força, e mantinha a outra fechada em um punho firme. Tudo isso para tentar manter a calma.
“Para uma assassina profissional, você parece tá levando isso pro pessoal demais”, ele pensou, soltando um longo suspiro e abaixando a espada — mas não a guarda.
— Vejo que isso não é simplesmente pelo dinheiro. Me parece mais pessoal, uma espécie de vingança. Não sei o que o Iluminus fez com você, mas eu não tenho nada a ver com os pecados daquele homem.
— Ah, mas você tem tudo a ver, surgiu de um desses pecados, afinal!
A mulher sorriu de forma insana, parecendo se segurar para não agir por impulso e avançar contra o inimigo.
— Você é a prova da desonra que Edward fez conosco, e é meu dever acabar com o que o meu pai começou. Isso estava destinado a acontecer, Imperador.
Zen jogou a bainha para o lado e memorizou, com o seu olho esquerdo, o local exato da avenida em que ela estava. Respirou fundo, fechando e abrindo os olhos por um momento, e então disse:
— Nesse caso, acabam aqui as minhas tentativas de poupar sua vida. A partir de agora, tudo que lhe agurda é a morte.
— Shoganai. — Gi sorriu, segurando o bastão com às duas mão e assumindo uma posição ofensiva. — Um de nós deve morrer hoje, e será aquele cujo treinamento prevalecer.
Quando ela terminou de falar a última maleta foi aberta e o homem puxou uma pistola de dentro dela. O disparo soou abafado e ruidoso, quase inaudível, mas Zen estava atento e preparado.
Sem energia cósmica o possibilitando se mover rápido o suficiente para se esquivar da bala, o Imperador avançou um passo para frente e esticou a mão livre na direção do projetil — completamente disposto a sacrificar uma das mãos para desviar a bala.
No entanto, viu tarde demais que a arma usada pelo homem, não era uma arma comum. A bala atingiu a palma da mão do Zen, e o projetil se abriu, com um cabo de aço se projetando para fora e se enrolando na mão dele.
Uma onda de choche percorreu seu braço, fritando seus músculos e eletrocutando o seu corpo, mas, ainda entorpecido pela dor, ele ouviu o outro disparo se efetuado.
Tentou mover seu corpo, mas a eletricidade parecia travar seus músculos, então fez a única coisa que podia — usou a Troca Equivalente no projetil que se aproximava.
Ouviu tarde demais o grito de aviso de Vénus.
Assim que efetuou a troca e seus pés se firmaram no chão do novo local onde estava, Zen viu uma silhueta se aproximando pela lateral, mas já era tarde demais.
O bastão de omea traçou um arco na sua frente e atingiu seu rosto, arrancando sangue da sua boca e o fazendo cambalear para trás. A dor embaralhou sua mente, mas, em contrapartida, seu olho esquerdo brilhou intensamente e seus sentidos se ligaram no máximo.
Girou sobre os calcanhares — ignorando a eletricidade fritando os músculos do seu braço e o sangue inundando a sua boca — e deu de frente com um homem armando um soco para atingi-lo.
Esticou a mão esquerda para frente e apertou o cabo da espada com firmeza. O punho do homem atingiu a palma da mão do Zen e a eletricidade que percorria pelo braço de um, foi compartilhada com o outro.
O homem gritou e se contorceu quando a descarga elétrica invadiu seu corpo, e, nesse momento, Zen quase agradeceu pelo treinamento que teve, pelas vezes que sofreu para criar resistência a dor ou a venenos.
Pois, naquele momento seu olho esquerdo multiplicava varias vezes a dor que sentia, e ainda assim conseguia resistir mais que aquele homem na sua frente — e fora isso que o possibilitou agir rapidamente.
A lâmina cromada de omea cintilou no ar e cortou o músculo e o aço no caminho, atingindo a mão e o pulso do homem ao mesmo tempo em que fazia um corte de raspão no cabo de aço enrolado na mão do Zen.
Quando o Imperador soltou o homem, o projetil se desprendeu de sua mão, cabo de aço partido em dois, e caiu inofensivamente no chão.
Mas, antes que ele pudesse comemorar, sentiu a temperatura aumentando bruscamente a alguns metros dele. Quando se virou na direção do Civic da Assassina, viu o outro homem parado ao lado do carro, uma bola de fogo azul se formando em sua mão.
Os olhos do Zen se arregalaram em surpresa, sem entender como o homem podia usar seus poderes mesmo com um Nullifier Power ligado no local, contudo, antes que tivesse a chance de pensar em uma resposta para sua pergunta, a Assassina avançou sobre ele.
O bastão de Omea desceu na sua direção, mas foi repelido pela espada do Imperador no último segundo, se desviando para o lado e atingindo o asfalto.
O Imperador girou sobre o calcanhar e brandiu a espada na direção da mulher, mas a lâmina foi bloqueada pela arma dela, e no mesmo instante a Assassina apoiou seu peso sobre bastão, se erguendo com a ajuda da arma e ficando com os pés livres para golpear.
Um chute colocado atingiu o ombro do Zen, quase o tirando do lugar e fazendo o garoto arquejar de dor, mas outro o atingiu no rosto antes que pudesse reagir, e no mesmo instante ele sentiu seus pés se afastarem do chão quando foi jogado para o lado.
Ao cair no chão, rolando pelo asfalto, Zen só conseguiu se concentrar em segurar a espada na sua mão direita e no sangue e na dor que tomavam conta da sua boca.
Quando finalmente parou de rolar pelo chão e se recompôs, Zen começou a se erguer, porém, viu a capa vermelha esvoaçar na sua frente antes que estivesse de pé.
As chamas azuis explodiram contra a heroína, em um contraste gritante em meio as chamas dos carros destruídos pela avenida, e Vénus foi arremessada para trás.
Zen agarrou a heroína, cambaleando alguns passos para trás e caiu sentado no chão. Quando sentiu o cheiro de couro queimado viu o uniforme derretido da mulher e as queimaduras nos seus braços e peito.
Os olhos verdes da mulher se desviaram de forma lenta até se fixarem no rosto do garoto. Ela franziu as sobrancelhas e grunhiu ao se contorcer para levantar, mas Zen não tentou detê-la.
— Temos que dar um jeito naquele cara com poder de fogo — ela falou, observando os três inimigos na avenida com atenção. — Não sei como ele consegue usar os poderes, mas vai ser um problema se continuar assim.
Zen se levantou com ela e também observou os inimigos.
Gi os observava a menos de dois metros, seus os olhos brilhando de adrenalina.
O homem cuja a mão tinha sido cortada por ele, estava se afastando lentamente na direção do amigo, que colava as costas no Civic prata enquanto criava outra bola de fogo.
— O carro deve anular o sinal do Nullifier Power — Zen falou, olhando atentamente para a forma como o homem parecia se esforçar para ficar perto do carro. — Ou então o veículo marca o limite do alcance do dispositivo.
Vénus olhou para Zen surpresa por um segundo antes de focar a sua atenção no homem perto do carro. Quando viu o amigo dele encostar no carro, se surpreendeu ao vê-lo emanar uma luz azul da mão boa e começar a estancar o sangramento com algum poder de cura.
— Tem razão — Vénus falou, sentindo uma fagulha de esperança se ascender. — Olha, ele tá se curando.
A risada debochada do Zen chamou a atenção da heroína, que o olhou com as sobrancelhas franzidas, já imaginando que não viria coisa boa pela frente.
— Sua habilidade de constatar obvio é realmente impressionante, Raquel. Fico admirado com o ensino avançado da Academia de Heróis. Estão criando verdadeiros gênios.
— Vai se foder, garoto. — Vénus apontou o dedo do meio para Zen e não conseguiu conter o sorriso, mesmo com as dores que sentia. — Essa sua atitude é muito babaca.
— Pelos Doze Deuses! — Zen fez uma careta extravagantemente surpresa e acrescentou: — Uma heroína com esse tipo de palavreado improprio? O que sua filha acharia disso?
— Ela falaria que você é um boboca — Vénus respondeu, deixando escapar uma risada ao se lembrar da forma engraçado que sua filhinha xingava.
Zen esboçou um sorriso contido por um momento, então arregalou os olhos repentinamente e empurrou a heroína para longe.
Quando a bola de fogo azul passou por ele, sua mão foi queimando enquanto recuava, mas por sorte nenhum deles foi destruindo pela explosão quando ela atingiu o asfalto atrás deles.
Ao ver que a heroína estava bem e começava a se levantar, Zen não perdeu tempo, e saiu correndo a toda velocidade que seu corpo sem energia cósmica permitia. Fazendo cada músculo cansado e dolorido do seu corpo se esforçar em dobro para funcionar.
— Eu cuido do foguinho, segura a Gigi até eu acabar! — Zen falou ao sair correndo, sem esperar por uma confirmação de Vénus.
Enquanto corria, Zen viu o momento em que Gi se virou para ele fez menção de avançar na sua direção, mas no mesmo instante Vénus caiu sobre a Assassina, socando e golpeando de forma lenta e descuidada, mas com determinação e esforço.
A Assassina não teve escolha a não ser focar a sua atenção na heroína, e Zen tentou não se preocupar quando viu ela golpeando com o bastão de Omea — e focou toda a sua atenção nos dois homens na sua frente.
Uma nova esfera de fogo se formava na mão do Foguinho, enquanto seu amigo, agora com a ferida estancada, avançava lentamente contra o Imperador.
Quando a bola de fogo foi disparada na sua direção, Zen parou e saltou para o lado. Caiu rolando no asfalto ao mesmo tempo em que a esfera explodiu no chão onde ele estava antes.
Se levantou e avançou alguns passos antes de um jato de fogo cortar seu caminho, e ele ser obrigado a recuar, executando uma pirueta ágil e rápida para não ser queimado.
Contudo, quando tocou com os pés no chão, Zen estava preparado para a bola de fogo que estava prestes a ser lançada logo em seguida, e com um salto e um giro no ar, ele se esquivou do ataque e arremessou sua espada.
As chamas azuis explodiram embaixo do garoto e tomaram conta da sua visão por um momento, antes dele aterrizar no chão e efetuar um rolamento para se afastar das chamas azuis.
Quando parou e ergueu o olhar, ficou surpreso ao ver a espada cravada na lataria do carro, a centímetros do homem — que por sua vez formava uma nova bola de fogo nas mãos.
Zen sentiu a presença do segundo inimigo se aproximando e agiu antes que perdesse a oportunidade. Quando o inimigo se aproximou, usando das chamas azuis para atacar de surpresa, viu apenas a espada de Omea caindo no chão e a lâmina retinindo no asfalto.
O homem com a esfera de fogo na mão arregalou os olhos ao ver o Zen desaparecer, mas quando viu sua silhueta aparecer ao seu lado, já era tarde demais.
A esfera roxa iluminou sua têmpora e ele fez menção de se mover, mas o raio foi disparado e um buraco se abriu no seu cranio, esparramando seu sangue e miolos sobre o capô do carro.
O corpo do homem escorregou pelo carro até cair no chão, e, por um momento, Zen suspirou aliviado ao sentir a energia cósmica fluir por seu corpo novamente.
Mas logo seu olho esquerdo começou a se apagar, a coloração amarelada se tornando esbranquiçada, e sua visão começou a escurecer. E, nesse momento, Zen se concentrou apenas em fluir a energia para seus ferimentos para aliviar a dor.
Até que o disparo ecoou pela avenida e Zen se encolheu ligeiramente. Sentiu um calafrio percorrer seu corpo e lentamente virou na direção do som.
A Assassina segurava uma pistola na mão esquerda e o bastão de Omea na mão direita. Uma expressão surpresa e debochada no rosto, e o corpo da heroína jazia no chão na sua frente, uma poça de sangue se espalhando lentamente pelo asfalto escuro.
— Ops. — Gi desviou o olhar na direção do Zen e se permitiu trocar a expressão de falsa surpresa para um sorriso cruel ao acrescentar: — Você ainda estava brincando com ela? Desculpa, acho que eu quebrei.
Zen arregalou os olhos e encarou o corpo da Raquel estirado no chão conforme a visão do seu olho esquerdo desparecia por completo. Sentiu sua respiração se tornando ofegante. Os passos vacilando quando recuou até trombar no carro.