O Despertar Cósmico - Capítulo 60
A energia circulava por seu corpo como lava em um vulcão, fazendo seu sangue ferver e a raiva o cegar. Ouviu os passos da Assassina e do homem andando e agiu antes de pensar.
Um impulso de energia percorreu suas pernas e o jogou voando para cima, contudo, no mesmo instante ele se impulsionou para trás, voando por cima do carro e efetuando giro no ar enquanto aterrizava do outro lado.
Uma luz roxa iluminou seus olhos, consumindo até mesmo o olho cego com seu sua cor ofuscante, e então ele projetou um chute contra o veículo.
A explosão roxa que arremessou o carro para longe foi como a de uma esfera de energia, explodindo o carro e o jogando na direção dos inimigos.
A Assassina saltou para longe no último instante, contudo, seu amigo não teve tanta sorte, e foi atingido pelo carro em volto por chamas e energia, que continuou voando para longe — quase atingido os três amigos que observavam a luta.
Quando Gi se recompôs e apontou a arma para Zen, o garoto a encarava com olhos envoltos por um roxo intenso, a energia transbordando poder e raiva.
“O carro só marcava o limite. Ótimo”, ele pensou, enfurecido demais para enxergar algo além de que seus poderes voltaram e poderia, e iria, usa-los para matar aquela vilã.
Os disparos ecoaram pela avenida e a Assassina avançou correndo. O Imperador se esquivou dos primeiros disparos e efetuou um disparo de energia em resposta.
Contudo, viu seu raio de energia atingir apenas o asfalto e se assustou ao perder a Assassina de vista por um segundo, quando ela usou do seu ponto cego para avançar, e quando a encontrou, os disparos soaram novamente. Dois deles, efetuados com precisão e crueldade.
O primeiro atingiu o seu braço e o segundo sua colcha, ambos mirando os membros que ainda não haviam sido feridos antes — os membros que não estavam enfaixados.
Quando Zen vacilou e começou a desabar, a Assassina saltou o último metro que a separava do garoto e seu bastão de Omea interceptou sua queda.
O impacto fora pequeno, por ela segurar a arma com apenas uma mão, mas a força no braço da mulher foi o suficiente para fazer o garoto rolar para longe, com uma ferida aberta na sua testa.
— Isso aí, Snyder! Finalmente consegui apagar esse seu olhinho brilhante! — A Assassina riu de forma empolgada e avançou.
Zen estava começando a se levantar quando o chute dela o atingiu no braço ferido, fazendo a ferida sangrar ainda mais do que já estava e o jogado contra o chão novamente.
Um impulso de energia cósmica o fez voar para longe quando o bastão de Omea desceu na sua direção, e quando a arma atingiu o chão, o garoto começou a descrever um arco no ar.
Mas Gi reagiu rápido, quebrando seu próprio bastão e revelando os frios negros que prendiam as partes da arma, deixando dois cilindros de
Omea pendurados em cada ponta do restante do bastão em suas mãos.
O Imperador descreveu um arco curto no ar e parou virado para a Assassina, criando uma esfera de energia na mão e efetuando um disparo antes que a mulher tivesse a oportunidade de atacar.
Não sabia qual poder ela tinha, mas agora que ela também estava fora do alcance do Nullifie Power, não podia dar a chance para ela usá-lo.
A parte sobressalente do bastão girou quando a mulher se moveu, o fiou negro emitindo um chiado baixo enquanto esticava e girava a peça de Omea, e quando o raio se aproximou a mulher brandiu a arma e rebateu o disparo para longe — o cilindro ficando ligeiramente vermelho.
O raio roxo disparou de volta para o dono, e Zen voou para baixo para se esquivar, surpreso demais com a técnica da mulher para ver o bastão de Omea que fora arremessado na sua direção, ainda preso pelo fio negro, que esticava a arma na sua direção.
Foi atingido nas costas e perdeu a estabilidade do voou, indo ao encontro do chão. Seu corpo atingiu o chão com tanta força que o asfalto rachou, antes dele sair rolando para longe.
— Quer saber de uma coisa, Imperador? Você é muito superestimado. — A voz da mulher soava levemente alterada, a respiração um pouco pesada e ofegante. — Foi muito difícil encontrar vilões dispostos a me ajuda, isso porque diziam que você é invencível.
Zen estava começando a se levantar quando Gi parou na sua frente. Um chute explodiu na sua barriga, arrancando todo o ar dos seus pulmões e o jogou de volta no chão.
Em meio a dor e a falta de ar, Zen ainda pode ouvir o som das partes do bastão se encaixando uma na outra novamente, e depois vou o cabo do bastão atingir o chão a centímetros do seu rosto.
— Mas mesmo com todo esse poder e arrogância, aqui está você, perdendo para uma Sem-Talento. — A mulher se abaixou e agarrou os cabos do Zen.
Zen tentou reagir, firmando os pés no chão e tentando agarrar o braço da mulher, mas uma rasteirou tirou completamente seu apoio no chão e seu mundo pareceu girar.
Quando as costas do garoto atingiram o chão novamente, o bastão de Omea caiu inofensivamente no chão ao lado dele, e a Assassina em cima, com seus joelhos posicionados estrategicamente em cima dos seus braços.
O primeiro golpe atingiu o rosto do Zen apenas para atordoar, e funcionou perfeitamente. Mas o segundo e o terceiro soco, a Assassina acertou para machucar, e esse funcionaram melhor ainda.
Mas, abruptamente, os golpes pararam e a mulher levou a mão até suas costas, puxando a pistola que havia guardado e efetuando dois disparos.
As balas abriram dois buracos no asfalto, a centímetros da cabeça do Zen, que começou a ouvir um zunido agudo insuportável que deixou seus tímpanos doendo. O cano da pistola encostou na sua testa e Zen se forçou a abrir o olho direito — que tinha sido alvo dos dois socos e começava a inchar.
Gi segurava a pistola com firmeza, o dedo sempre no gatilho, mas nem sequer olhava para Zen. Seus olhos estavam cravados em Alan, que havia tomado coragem para de aproximar, mas agora estava parado com um olhar assustado no rosto.
— Dê mais um passo e eu estouro a cabeça dele.
Nesse momento, observando a assassina para sobre seu corpo, Zen sentiu medo como não sentia há muito tempo. Voltou a ser aquele garotinho assustado que tentava agradar o pai a qualquer custo.
Viu no olhar daquela mulher uma cede assassina sufocante. Um abismo de maldade sem fim. Se Iluminus era o Deus da Verdade e o Imperador um Anjo da Justiça, então aquela mulher era o próprio Demônio. O Diabo em pessoa.
— Espera um pouco. — Alan ergueu as mãos em sinal de rendição e arriscou avançar um passo pra frente. — Bora troca uma ideia, tu não precisa…
A Assassina ergueu a arma repentinamente e efetuou um disparo. Alan gritou e caiu no chão quando a bala atingiu sua perna — seu sangue formando uma poça embaixo dele.
O grito da Amanda ecoou do outro lado da avenida, mas por sorte a Elena conseguiu segurar a amiga antes que corresse para ajudar o Alan e acabasse baleada também.
— As minhas ameaças não estão valendo nada pra você, hein? — Gi questionou, ainda apontando a arma para o Alan. — Acho que vai ser mais prático se a próxima balar for no seu crânio, e não no…
Antes que a mulher terminasse de falar, Zen enviou uma onda de energia pelo seu corpo que o fez subir voando para cima, erguendo consigo a mulher, que mesmo sendo pega de surpresa daquele jeito, ainda conseguiu efetuar um disparo com a arma.
O disparou ao lado do rosto do Zen foi tão alto que por um momento ele pensou que sua orelha sangraria. O zunido voltou a incomoda-lo, como se uma mosca estivesse dentro do seu ouvido
Ficou desorientado por um momento, mas não hesitou agarrar a mulher pelo pescoço com a mão esquerda e efetuar um giro rápido, invertendo suas posições e a colocando embaixo dele.
Quando disparou voando para baixo novamente, a mulher arregalou os olhos, percebendo a intenção do garoto de jogar ela contra o chão, voando para baixo a toda velocidade.
Contudo, Zen não esperava que a reação da Assassina seria mais rápido que a pouca energia que circulava em seu corpo.
A mulher atingiu um golpe no seu braço esquerdo, fazendo com que o membro se dobrasse e a permitisse se aproximar o suficiente para atingir uma cotovelada, que atingiu sua têmpora como uma marreta.
Tudo se apagou por um momento, e Zen só pode sentir quando ela bateu com o pé em sua barriga e fez com que girassem no ar, invertendo suas posições mais uma vez.
Logo depois eles atingiram o chão. Ou, mais precisamente, Zen caiu de costas no chão com força suficiente para rachar o asfalto enquanto Gi usava do corpo dele para amortecer parcialmente a queda.
A Assassina rolou para longe e caiu estirada no chão, gemendo e se contorcendo de dor. Mas não demorou para se recompôr e levantar, assumindo uma postura defensiva e vasculhando a área com seus olhos atentos e afiados.
Viu o Imperador estirado no asfalto rachado, exatamente no mesmo lugar em que havia caído. A respiração estava lenta e arrastada, provavelmente com algumas costelas quebradas.
Gi ficou parada observando a barriga do Zen subir e descer, acompanhando o movimento e tentando decidir se era o padrão de alguém consciente ou não, mas por fim, estalou com a língua de forma insatisfeito.
— Isso é tudo? — ela perguntou, esperando que ele respondesse. Seu ombro esquerdo tinha deslocado, mas ela já o havia voltado para o lugar, os ferimentos em seu corpo ardiam e os seus músculos estavam cansados.
Mas ela ainda não estava satisfeita. Queria luta mais. Queria bater nele mais. Fazer com que ele sofresse mais.
Retirou o pente da arma e conferiu quantas balas ainda tinha. Apenas uma. Era o suficiente. Só precisava de uma.