O Destino de Quem Luta - 3
Após testemunhar um estranho raio de luz, ele não se importou e continuou seu caminho.
— Ah… — ele olhou para cima. — O que é aquilo?
Algo emitindo um flash de luz no céu chama sua atenção. Percebendo que poderia haver algo no céu, de uma maneira curiosa sua visão aumentou como se fosse de uma águia, e era um objeto metálico.
— Aquilo é uma aeronave? — não muito surpreso, ele ficou observando.
A aeronave se aproxima e dois sujeitos montados em veículos flutuantes descem em sua direção. Seus veículos tinham uma carenagem de dois acentos, guidões de direção, duas asas em formato de morcego e quatro propulsores; tendo dois na frente e dois atrás. Um dos seres dispara projéteis contra ele.
— Isso não parece bom…
Os projéteis que se aproximam dele se abrem onde uma rede de aço se expande. Desembainhando uma adaga, ele lançou a bolsa de couro para cima e agiu cortando as redes de aço sem esforço. “Redes de captura? Eles só podem ser caçadores… Estou em desvantagem aqui…”, pensou, percebendo o perigo. Ele fugiu, mas notou uma área de floresta e elaborou um plano de fuga. Enquanto isso, em um lugar distante acima das colunas.
— Hum… mas o que aconteceu? — ela se levantou e tossiu três vezes. — Ah!
Ela observou e ficou surpresa ao ver que metade do local estava totalmente destruído, muita poeira é vista ao redor da caverna. Ela não tem ideia do que aconteceu, tudo aconteceu tão rápido. Em questão de segundos, aquela enorme aranha estava prestes a devorá-la, agora simplesmente desapareceu?
Uma entidade misteriosa emanando um brilho dourado flutuava acima do solo e estava de costas para a garota, e ela não entendia o que era aquele ser estranho diante dela. O ser de luz não tinha aparência humana, mas seu rosto tinha definições femininas. Seu cabelo era comprido e se movia como uma chama. E ela usava uma longa saia branca inclinada e uma espécie de armadura dourada que cobria a maioria de seu corpo e braços, e em sua cabeça havia uma coroa de ouro com uma asa de cada lado e havia uma auréola que também era dourada. Assim que a poeira baixou, a luz do sol ilumina um grande rastro de destruição à sua frente. No chão estava a aranha, todo dilacerado com seus membros e órgãos para fora.
— Ela fez isso?
Após um acontecimento inexplicável, deixando-a completamente atordoada, ela se aproximou daquele ser estranho em busca de respostas.
— Aí, quem é você?! — perguntou ela apontando o dedo indicador. — De onde você veio?!
Ao fazer várias perguntas, um silêncio permaneceu.
— Ei, você está me ouvindo!? Estou falando com você! — gritou ela.
A misteriosa entidade se virou e olhou para a garota com um sorriso suave e começou a desaparecer em pequenas partículas de luz diante dela.
— Ei! Espera, não vá…
De repente, vários insetos emergem dos buracos, e ela distraidamente percebeu e saiu correndo rapidamente para a enorme abertura, deixando aquele lugar. Alguns minutos depois, ela correu tanto que ficou sem fôlego e fez uma pausa para descansar. Sim, pareceu que ela em já gerou um pouco. Respirando fundo, ela seguiu adiante, caminhando silenciosamente pela floresta, mantendo um olhar atento para evitar qualquer ameaça próxima — havia apenas alguns pequenos insetos estranhos circulando, nada de mais.
— Caramba… ela suspira. — Eu nem acredito que consegui sair ilesa dessa vez, que sorte a minha. Ainda assim — ela cheirou um cheiro horrível vindo de sua pele e roupas —, fiquei toda manchada com essa lama fedida — ela começou a murmurar.
Ela ficou um pouco desconfortável com a lama em algumas partes de seu corpo, e o cheiro que a lama exalava não era agradável. Enquanto caminhava, ela de repente sentiu fortes rajadas de vento. Logo ela percebeu que havia algo além das árvores gigantes. Curiosa, ela começou a caminhar rapidamente na direção do vento. Quanto mais perto ela chegava, mais forte a brisa podia ser sentida em seu rosto. Quando ela chegou, seus olhos viram algo inacreditável, um imenso desfiladeiro, algo incrível de se ver, ficou mais do que surpresa, ela se encantou com a beleza do horizonte. Ela podia ver árvores muito maiores do que as outras e montanhas a quilômetros de distância.
— Uau… A vista desse lugar é incrível! Parece até que… estou em um mundo totalmente grande. Nossa… é até difícil de acreditar…
Tudo parecia estar indo bem, olhando para aquela vista linda, ela sentou no chão e abraçou os joelhos, e assim ficou. Com o passar do tempo, parecia não haver nada com que se preocupar, mas de repente um rugido fraco familiar veio dos arbustos; o rugido de uma besta.
— Ah! — ela virou o rosto e olhou para trás, sem acreditar no que viu. — Não pode ser…
Atrás dela estava a criatura terrível que a seguiu desde o início, aparecendo. Dando passos cada vez mais rápidos. Nervosa, engoliu em seco, percebendo que não havia escapatória. E agora, o que ela poderia fazer em uma situação como essa? Correr seria ridículo. Se ela fizesse isso, ele a pegaria facilmente. Sem ter para onde correr, ela ficou desesperada, começou a dar alguns passos para trás, mas percebeu que não tinha para onde fugir, a criatura rapidamente se aproximou dela, atacando-a com suas longas garras. Ela age esquivando, mas acaba escorregando em um lugar liso, fazendo com que caia no desfiladeiro no momento em que a criatura estica suas garras fazendo três cortes em seu braço esquerdo. Ao vê-la cair, a criatura fica furiosa e começa a rugir.
Desesperada, ela entrou em pânico. Tentou permanecer calma, mas o medo se apodera da situação em que se encontra. Abaixo, ela se aproxima cada vez mais de uma região repleta de árvores e plantas gigantes. Ao perceber sua aproximação, ela cruzou os braços para proteger seu rosto. Mas ao cair em uma das folhas enormes, amortecendo a queda, acaba sendo arremessada de um lado para o outro, machucando-se em suas formas ásperas e inclinadas, causando pequenos arranhões por todo o corpo. Poucos metros acima do solo, ela cai em um estranho objeto gelatinoso.
— O quê? — ela apalpou algo macio e abriu os olhos.
Ela estava em cima de um cogumelo azulado que parecia muito com uma água-viva, com tentáculos embaixo.
— Eu… eu não morri… ai… droga… Mas que dor é essa que estou sentindo… essa não — ela se assusta ao ver seu braço sangrando sem parar. — Meu braço…
O ferimento infligido pela criatura resultou em uma dor quase difícil de suportar. Seu braço estava sangrando muito, percebendo isso, ela começou a vasculhar em sua bolsa e encontrou um lenço.
— Isso deve servir — ela rasgou o lenço com os dentes e começou a enrolá-lo em seu braço, a dor era tão intensa que ela jogou todo o seu corpo sobre aquela suavidade e pensou: “pensei que fosse morrer dessa vez… ai, como isso dói… sinto meu coração bater forte. Aonde será que estou?”
O lugar estava cheio de árvores tortas e curvas com folhas verdes e amarelas onde várias plantas gigantes o cercavam. As flores tinham uma aparência de coral e eram estranhas e medonhas, cada uma mais esquisita que a outra com suas cores e aparência monstruosa. Sem perder tempo, ela se levantou e andou, mas sentiu uma dor intensa no braço, mas se segurou, aguentando firme e começou a andar, indo mais fundo na floresta. Um pequeno riacho e visto logo à frente, ela se aproximou dele agachando-se na beira, onde mergulhou suas mãos na água e as colocou sobre a boca e bebeu aquela água cristalina que refletia o brilho do sol em seu rosto. Olhando para si mesma no reflexo da água, se viu com uma expressão terrível e seu rosto todo manchado de lama e sujeira. Em seus olhos, ela estava lutando contra as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Negando qualquer ato de fraqueza, ela espirra água no rosto e a limpa; braços e pernas. Com um suspiro suave, ela se levantou tirando seus sapatos cruzando o pequeno riacho. A floresta era muito diferente das anteriores, mas isso não parecia importar para ela.
Enquanto caminhava, ela se deparou com seres estranhos e admiráveis. Eles eram pequenos e caminhavam alinhados e outros muito agitados, alguns meios desajeitados. Suas cores eram tão chamativas e marcantes que era quase impossível não olhar. Alguns tinham rostos inexpressivos e outros com sua aparência fofa e boba. Cada um com sua forma única de planta, cogumelo e outras formas. Enquanto ela os admirava, mas evitando-os, eles a observavam atentamente com seus olhares curiosos. Para eles, ela era um centro de atração, algo além do entendimento deles. Confusa, mas um pouco surpresa com certos olhares assustadores a observando. “Por que eles estão me olhando assim para mim? Que horror…”
De repente, sua visão começou a ficar embaçada, seus passos estavam ficando cada vez mais lentos, sua respiração estava ficando mais pesada e sem fôlego.
— Mas que sensação mais esquisita… o que está acontecendo comigo? Por que me sinto tão exaltada?
Era como se seu estado físico estivesse atingindo o limite. Ela quase não conseguia ficar de pé, teve que se aproximar de um tronco encostando o corpo nele para descansar. Ela suspirou lentamente enquanto se sentava no chão.
— Que estranho..— ela olhou para o seu braço direito. — Eu não sinto mais nem uma dor…
Ela não ligou porque não sentia mais aquela dor insuportável, mas se sentia cansada e respirava fora do ritmo normal e com dificuldade. Ela tentou relaxar respirando calmamente enquanto olhava para cima, onde várias folhas minúsculas parecem cair em todos os lugares. Havia tantas árvores com aquelas folhas enormes que ela mal conseguia avistar o céu; apenas a luz do sol fluindo pelas copas das árvores. Por enquanto, ela estava aliviada por se livrar daquele monstro, seus olhos estavam cansados, sua visão estava ficando embaçada e gradualmente ela fechou os olhos até que estivessem completamente fechados.
— Droga… ter que carregar essas coisas frágeis foi uma chatice, agora estou sendo perseguido por caçadores…
— Avancem irmãos! — disse Fyssen erguendo seu punho. — Não deixem que ele fuja!
Saltando sobre enormes galhos das árvores, o garoto aparece com hematomas no rosto e estava sendo perseguido por sete desses seres montados em seus veículos flutuantes. Mas ele consegue iludi-los escondendo-se atrás de uma folha gigante.
— Ué? Para onde ele foi? — perguntou Fyssen, um sujeito com uma aparência de felino.
— Fala sério — disse Glyn —, você o perdeu.
— Eu não o perdi, ele que desapareceu de vista!
Um deles passou pela folha e não percebeu que ele estava escondido atrás dela. Em uma ação rápida, o garoto pulou e o chutou no rosto derrubando-o para fora de seu veículo, ele caiu gritando e todos ficaram alerta tentando entender o que estava acontecendo e assim ele foi agindo abatendo um por um.
— Meus irmãos — ele usa um comunicador mágico no pulso —, fiquem atentos… O quê?! — Fyssen ouve na transmissão gritos de desesperos e tiros. — Irmãos… respondam! — Nenhum deles respondeu.
— Conseguiram avistar ele? — disse Sevens observando toda ação na nave.
— Sim, mas parece que ele acabou com cinco de nós e se escondeu em algum lugar.
— Maldito… Tentem não o matá-lo, se “eles” não fossem tão exigentes, a essa altura já teríamos matado ele. Mas ele é mais valioso vivo.
— Pode deixar! O Glyn! Cadê ele?
— Deixa eu ver… — Glyn usa seu dispositivo de engrenagem mágica.
Seu aparelho mostra uma seta que indica seu alvo e mostra onde ele está. Fyssen se anima e avança com seu veículo. Escondido atrás da folha, o garoto fica imóvel que até gotas de suor escorrem de seu rosto, ficando atento aos arredores. De repente, disparos de luz vermelha perfuram a folha acertando a bolsa de couro e seu braço direito de raspão e vários frascos transparentes caem.
— Porra… como eles conseguiram me encontrar?!
Ao ser avistado, mais tiros são disparados, mas ele age pulando acima das árvores misturando-se entre as flores roxas com tons amarelados.
— Droga, ele fugiu de novo!
— Porque você atirou seu idiota! — gritou Glyn furioso. — Você quase o matou!
Escondido, o garoto ficou observando os dois discutindo e percebeu que um deles tinha um tipo de aparelho de rastreamento mágico no pulso. “Ah, agora entendi”, pensou, com um olhar sério. Cansado de fugir, ele se prepara sacando sua adaga se locomovendo em silêncio pela sombra entre os galhos.
— Então, nada ainda? — pergunta Fyssen impaciente.
— Calma aí… estou quase… — seu dispositivo aponta a direção. — Achei! Ele está bem acima de nós…
— O quê? — Fyssen olhou para cima.
Acima deles, o garoto apareceu entre as flores descendo sobre um galho e pulou em Fyssen com sua adaga cortando sua cabeça que jorrou sangue roxo avermelhado. Glyn se assustou ao perceber a cabeça de seu parceiro caindo, e ficou apavorado ao ver seu alvo agarrado no galho, encarando-o com aquela expressão fria em seu rosto enquanto o sangue escorria pela lâmina.
— Não pode ser…
Nervoso, Glyn se desespera atirando loucamente com seu veículo, o garoto age esquivando dos disparos pulando de galho em galho, mas uns dos tiros acertou um galho o derrubando fazendo-o cair.
— Glyn, o quê houve? — perguntou Sevens.
— O Fyssen morreu… ele o matou…
— E cadê o nosso alvo?
— Ele caiu na floresta abaixo.
— Entendi. Volte para a nave, pensaremos em outra estratégia.
— Certo.
“Não acredito que aquele babaca conseguiu me derrubar, fui um idiota de pensar que ele não atiraria”, pensou ele irritado com os braços cruzados caindo de ponta-cabeça. Ao se aproximar do chão seu cachecol se expande fazendo com que ele caia lentamente, ele vira o corpo e pisa no chão.
— Se bem que… suponho que estarei livre deles por enquanto. Valeu Onim — ele acariciou seu cachecol. — É, a bolsa de fracos já era, o Indy vai ficar uma fera comigo, mas fazer o que, né? Onde será que estou agora?
Olhando em volta, percebeu estar perdido. Seu cachecol do nada começou a se agitar.
— O que foi Onim? Hum, você sentiu a presença de alguém? Onde?
Uma voz em sua mente indica o caminho, ele então seguiu.