O Som da Guerra: A Origem - Capítulo 2
Capítulo 02: Aniquilação divina no mundo mortal.
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No alto de uma imensa muralha, estava uma bela e deslumbrante mulher, vestindo uma armadura de batalha, seus longos cabelos negros tremulavam ao vento, e sua expressão rígida e seriedade era visível.
Alguns soldados fortemente armados que estavam se aproximando abaixaram a cabeça em reverência, e um deles disse:
— General Beatrice, relatando a general, os soldados do Lorde Ethan parecem não ter fim, nossos soldados estão defendendo bravamente as muralhas, apenas que, os soldados inimigos não param de aparecer, e a variação deles são entre soldados, bandidos e bárbaros, eu não entendo de onde o desprezível Ethan arrumou tantas pessoas, se continuar assim, temo que não suportaremos essas investidas por muito mais tempo.
O soldado disse com extremo respeito pela sua General, ele reconhecia sua fama e poder, uma mulher que alcançou o Pináculo do Domínio Praticante, realmente, uma mulher temível com alto poder de combate.
— Existe mais alguma coisa que precisa de minha atenção? — Disse Beatrice friamente, era claro que sua arrogância e ego elevado não tinha limites, ela olhava o mundo de cima, e entendia que com sua espada, poderia dilacerar qualquer um que a desafiasse.
— Sua Alteza Real Eros pagou todos os salários atrasados dos soldados e também mandou alguns servos trazerem caixas de moedas de prata como extra pelos atrasos, eu fiquei surpreso e chocado quando vi as caixas, isso nunca havia acontecido antes, me pergunto como devemos proceder?. — Disse o soldado, com cabeça abaixada, ele não ousava olhar essa mulher que estava em sua frente nos olhos, podia se dizer que ele a temia profundamente, mas, admirava sua beleza mais do que qualquer outro neste lugar.
— Apenas aceite as caixas, se Sua Alteza for generoso, apenas aceite sua generosidade, são tempos caóticos e já estávamos ficando sem suprimentos para alimentar as tropas, com esse dinheiro, compre rações para nosso exército e continue com a supervisão e sentinela de cada movimento de nossos inimigos, isso é tudo. — Disse Beatrice arrogantemente, sua expressão fria era tão visível que os outros soldados não esqueceram de reverenciá-la e temê-la.
Neste momento, um jovem garoto aparece repentinamente, ofegante e cansado, ele parecia ter corrido todo o caminho até aqui, reunindo a última gota de força que lhe restava ele se ajoelha e desesperadamente relata.
— General Beatrice! É uma emergência! Nossos sentinelas avistaram um gigantesco exército de dois mil homens vindo nessa direção, parece que Ethan decidiu atacar com força total e acabar com essa guerra até o fim do dia! O que faremos? — Ele parecia desesperado, sendo apenas um jovem menino, ele não queria morrer tão cedo, diversos pingos de suor caíam de sua testa, ele nunca esteve tão perto da morte antes.
— O que faremos? Não é óbvio? Nos defenderemos com tudo que temos, volte para seu posto e prepare-se para a batalha — Disse Beatrice calmamente, exalando uma forte aura assassina em volta de seu corpo, o menino rapidamente voltou para sua posição inicial.
Parece que hoje seria a conclusão dessa guerra que se estendia por um ano inteiro, Beatrice observava o grandioso portão entre as muralhas, mergulhando sua mente em pensamentos silenciosos, ela não percebe uma presença densa e misteriosa se aproximando dela.
Aquela presença estava vestindo uma capa azul que cobria todo o corpo com seu capuz encobrindo seus longos cabelos avermelhados, ele exalava uma aura profunda e misteriosa, era precisamente Ezrael.
— Porquê eu sinto uma energia tão caótica vindo de você? O que perturba sua mente? Você não me parece nem um pouco bem.
A voz poderosa e profunda de Ezrael ecoou na mente de Beatrice, ela se assustou e procurou de onde vinha aquela voz familiar.
Ela ficou surpresa e o reconheceu imediatamente, fazendo uma profunda reverência.
— Sua Alteza! A que devo a honra de sua ilustre presença nesse lugar sujo?. — Pela primeira vez, seu lindo rosto frio claramente expressou diferentes emoções como, confusão, surpresa, medo, choque e também outro sentimento estranho e oculto ao ver aquele garoto que parecia ter entre 13 ou 14 anos.
— Eu te fiz uma pergunta, o que houve com você? — Ezrael.
— Sua Alteza! Não é nada, nada que possa valer a sua atenção. — Beatrice.
— Muito bem, respondendo sua pergunta anterior, estou aqui para observar essa batalha que está por vir, sinto a hostilidade de centenas de pessoas em nossa direção, e também uma forte intenção assassina de uma pessoa em particular. — Ezrael.
— Sua Alteza! Provavelmente esse último deve ser Ethan, o nobre menor que começou toda essa rebelião, não tenho a menor dúvida que dessa vez ele está no campo de batalha, poderemos finalmente matá-lo e acabar com essa guerra sem sentido de uma vez por todas!. — Beatrice.
— Isso é excelente! Passe minhas ordens, todos os nossos soldados que se feriram na investida anterior do inimigo está proibido de participar dessa batalha, mande-os de volta para o centro de tratamento médico e faça nossos soldados apertarem as filas e se esconderem na muralha enquanto eu realizo um feitiço de ataque para dizimar o inimigo. — Ezrael.
— O q…? Quero dizer, sim Milorde, agora mesmo. — Beatrice.
Sem questionar as ordens dadas por seu suserano, Beatrice repassa as ordens para todos os soldados, e toma uma posição de combate entre as muralhas.
Ezrael observa aquele numeroso exército vindo em sua direção, e fica um pouco surpreso interiormente.
Catapultas? Aríetes? Que brega e ultrapassado, em que Era estamos? Isso são armas que no meu mundo foram extintos a milênios, esse tipo de guerra ainda existe? Que intrigante, é como se eu voltasse no tempo ou melhor, provavelmente eu renasci em uma Estrela Mortal, só consigo pensar nessa possibilidade.
Quando o exército inimigo chegou cerca de 100 metros do portão parou repentinamente, e uma estranha voz ecoou vinda dos céus.
— Este é o último aviso, rendam-se! Eu, o Grande Ethan, lhes prometo que se submeterem a mim, darei a todos o direito de viver, então escolham, viver ou serem massacrados pelo meu exército, quero minha resposta o quanto antes! — A voz de Ethan eclodia por todos os lugares, o que amedrontou muitas pessoas que passavam pelas ruas da cidade, o medo da morte pesava em seus corações, e todos perguntavam para si mesmos se isso era o fim de tudo.
***
Ezrael apontou sua mão em direção ao exército inimigo e murmurou com voz baixa.
— Pináculo do Domínio Praticante hã? Ele faria um bom páreo para minha General, mas sua mana parece ser um pouco mais forte, então acredito que Beatrice perderia em um duelo justo, infelizmente para ele, eu estou aqui, vai pagar caro por toda essa arrogância…
Ezrael inicia um cântico com a língua de sua terra natal que demora alguns segundos.
— Ó Raio Celestial, revele seu majestoso poder na terra, CADEIA DE RAIOS!.
*Clack* *Estrondo*.
De repente o céu começa a se distorcer acima daquelas milhares de pessoas vestindo armaduras e carregando espadas, o vento soprava de uma maneira irregular, causando pavor e terror indescritível.
As pessoas sentiam calafrios, e por algum motivo desconhecido, seus corações se preencheram com um estranho medo interior.
O que era aquilo? Porquê o céu mudou drasticamente em tão pouco tempo?
Essa pergunta martelava na cabeça de cada um daqueles homens presentes.
Infelizmente para eles, a resposta para essa pergunta se revelaria logo a seguir.
Raios começaram a se formar, um, dois, três…
Um por um, cada raio varria o campo de batalha, matando centenas de milhares em instantes.
Essa foi uma visão infernal, quem quer que passasse por este local, seja fraco ou forte, provavelmente tremeria de medo e fugiria.
Covarde ou corajoso, quem poderia ser capaz de bloquear um ataque tão devastador?
A cadeia de raios não cessou, cada raio atacava em sequência, atingindo quem quer que estivesse em seu alcance.
Aquela visão surpreendeu não somente os inimigos, mas até mesmo, os soldados que estavam defendendo as muralhas.
Beatrice foi a pessoa que mais se surpreendeu, na verdade, ela entrou em um estado de choque, se perguntando repetidamente, como aquilo era possível.
Ezrael no entanto, ficou um pouco decepcionado com a própria força.
Então isso é tudo que sou capaz por enquanto? Que fraco e ridículo… Qualquer tipo de ataque mágico reflete a quantidade de mana que o usuário possui, e a potência da magia varia de acordo com o Domínio que a pessoa está, ou seja, se alguém lançar esse mesmo ataque, em um Domínio inferior, a capacidade de destruição será reduzido drasticamente… Sendo este o resultado do meu ataque favorito, Cadeia de Raios… Que decepção…Preciso aumentar meu poder o quanto antes.
Ezrael começa a flutuar e voa em direção ao campo de batalha.
Ele começa a analisar os corpos estraçalhados no chão e encontra um cadáver em específico.
— Domínio Praticante, com certeza é o nobre Ethan, esse é o seu anel de armazenamento? Hm… Vamos ver o que tem aqui dentro… — Ezrael.
Ele retira um anel roxo do dedo do cadáver, e inspeciona seu conteúdo.
Livros, moedas, artefatos mágicos, alimento e roupas.
Ezrael fica um pouco decepcionado com seu espólio, e volta até às muralhas.
Andando de volta até sua nova residência recém construída, ele fica satisfeito com a aparência de sua nova casa, simples e menor que a anterior.
Vários pensamentos começam a preencher sua mente, planos para o futuro, e seus novos objetivos.
Como seguir de agora em diante? Como um Mago, meus conhecimentos ultrapassam qualquer outro ser deste mundo, então é apenas questão de tempo para recuperar meu poder original, preciso fazer uso da Alquimia para acelerar esse processo, o problema…
Quarto Príncipe do Reino do Lobo Gélido do Norte, Eros Edward Cameron, filho de Joel II… Isso pode me causar atrasos desnecessários…
A minha mudança de personalidade é muito aparente, preciso atuar como um tirano naturalmente para que ninguém perceba… Droga, preciso pensar em algo rápido.
***
No alto de uma colina, uma figura com capa negra e capuz cobrindo seu rosto observava aquele campo de batalha antes vigoroso, agora destruído com um fraco temor em seus olhos negros.
Ele exalava uma pressão descomunal no solo, seu poder parecia esmagador, tão forte que desintegrava o chão de terra ao seu redor, deixando pequenas crateras, o que o obrigava a flutuar.
— Isso… Como isso é possível? Não deveria haver ninguém nessas terras esquecidas com tal poder, esses resquícios de mana, isso é obra de um Mago com poderes altíssimos, um Mago Central? Não… Isso é ainda mais forte, talvez um Mago no Domínio Lorde Menor? Algo não está certo, preciso relatar ao Rei o quanto antes…
Da mesma maneira que chegou, saiu, em um piscar de olhos, deixando apenas essas poucas palavras que permeavam pelo ar.