O Som da Guerra: A Origem - Capítulo 24
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- Capítulo 24 - A segunda etapa, combate nas arenas.
Capítulo 24
O rugido das multidões ecoava pelas paredes da arena enquanto as primeiras lutas começavam a desenrolar-se no centro do campo. Os competidores, vindos de diversas regiões, carregavam esperanças e ambições, prontos para provarem seu valor diante dos mestres e anciões da Torre Mágica Amanhecer. No entanto, a diferença de força era palpável. A maioria dos participantes ainda se encontrava no Quinto Estágio do Domínio da Semente Divina, uma posição honrosa, mas longe do poder absoluto que os verdadeiros prodígios já possuíam. E eram esses prodígios que chamavam a atenção de todos.
Darius Warlock, Lucas Lionheart e Liliana Blackblade mantinham-se em um canto da arena, observando com desdém os duelos dos competidores comuns, já no primeiro estágio do Domínio da Divindade Menor, o que os colocava em um patamar superior. Suas presenças emanavam uma aura pesada e imponente, dominando o ambiente e intimidando os competidores ao redor. Cada movimento desses jovens prodígios era carregado de confiança, como se a arena já fosse o palco de seus triunfos preestabelecidos.
Ezrael, por sua vez, aguardava pacientemente sua vez ao lado dos amigos, os quais compartilhavam do mesmo nível de cultivo — o Quinto Estágio da Semente Divina —, enquanto ele próprio havia alcançado o Sexto Estágio. Essa diferença o colocava em vantagem sobre a maioria dos participantes, mas ele sabia que ainda estava aquém da força monstruosa dos três gênios das grandes famílias. Mesmo assim, seu semblante era sereno. Ele avaliava calmamente os combates, atento a cada movimento, cada estratégia, absorvendo tudo que pudesse aproveitar para seu próprio avanço.
Ao lado deles, Lirian observava com olhos curiosos e semblante sereno. A jovem, com uma aura misteriosa e impenetrável, assistia aos combates sem demonstrar emoção. Sua presença chamava a atenção de todos, não apenas pelo seu olhar aguçado e atento, mas pela peculiaridade de sua energia. Mesmo os mestres mais experientes e dotados da Torre não conseguiam discernir o Domínio de Lirian; era como se uma névoa impenetrável a envolvesse, bloqueando qualquer tentativa de sondagem. Isso aumentava ainda mais o mistério em torno dela. Embora ainda não tivesse idade suficiente para participar da seleção — faltava-lhe um ano para alcançar a idade mínima de 10 anos —, ela permanecia sob a proteção de Ezrael, observando cada movimento, cada técnica, com um interesse silencioso e quase sombrio.
Aos poucos, as lutas foram se intensificando. Lutadores mais fracos caíam rapidamente, alguns derrotados em meros instantes, enquanto aqueles que possuíam talento e experiência resistiam um pouco mais. A arena se tornava uma tempestade de movimentos, golpes e gritos de determinação. Cada vitória era recebida com aplausos, cada derrota com murmúrios de desapontamento.
Ezrael sabia que o momento de enfrentar o desafio estava próximo. Ele e seus amigos trocavam olhares de incentivo e confiança, conscientes de que a arena exigiria tudo que eles tinham. Na mente de Ezrael, as estratégias se formavam com velocidade, e ele mantinha um olhar fixo nas figuras dos três prodígios, esperando pelo momento em que, inevitavelmente, seus caminhos se cruzariam.
Os olhos de Ezrael afiaram-se ao cruzar o olhar com seu oponente, um jovem alto, com expressão arrogante e cabelos curtos e escuros. O garoto se chamava Haron, e, com seus 16 anos e poder no sexto estágio do Domínio da Semente Divina, parecia confiante demais para um duelo onde qualquer erro poderia levar a derrota. Antes de o combate ser iniciado oficialmente, Haron olhou para Ezrael de cima para baixo, com um sorriso zombeteiro.
— Por que não poupa a si mesmo a vergonha, garoto? — provocou Haron, sua voz escorrendo desprezo. — Desista agora e poupe os juízes do tempo que vou gastar te esmagando.
Ezrael manteve a expressão fria, as palavras de Haron como vento ao seu redor. Quando o sinal de início soou, ele liberou sua aura do sexto estágio da Semente Divina em um único golpe de força, deixando o ar ao redor vibrante e carregado. Haron, pego de surpresa, interrompeu seu ar despreocupado. A mudança foi instantânea: ele assumiu uma posição de combate, com os músculos tensionados e os olhos cautelosos, finalmente entendendo que seu adversário estava no mesmo nível de poder.
A batalha começou como um relâmpago. Haron ergueu o braço e conjurou uma rajada de lâminas de vento que cortavam o ar em direção a Ezrael, como punhais invisíveis. Em um movimento rápido, Ezrael levantou a mão e invocou uma barreira de mana densa e azulada. As lâminas de vento ricochetearam, explodindo em partículas brilhantes contra sua defesa. Mas ele não parou ali. Com o Sistema de Combate que possuía, Ezrael ativou uma habilidade de ataque instantâneo, disparando contra Haron com uma velocidade anormal.
— Arte Arcana do Punho Sombrio! — murmurou Ezrael enquanto um brilho negro envolvia seu punho. Ele avançou, o punho carregado de energia escura, e num instante surgiu ao lado de Haron, desferindo o golpe. A força era tamanha que o próprio ar ao redor do punho de Ezrael se distorceu, gerando uma onda de choque que empurrou Haron para trás, mal conseguindo erguer os braços para se proteger.
Haron cambaleou, surpreso com o ataque. Irritado, ele ergueu a mão e invocou uma coluna de fogo, uma habilidade potente e calorosa, que subiu do chão e envolveu Ezrael em uma tempestade de chamas incandescentes. Mas ao invés de recuar, Ezrael aproveitou a energia do Sistema para elevar sua própria resistência ao fogo e absorver parte da energia que o cercava. Sua silhueta foi envolta por uma aura de luz e sombras enquanto absorvia a mana das chamas ao seu redor.
— De novo, Haron? — Ezrael zombou, os olhos fixos no inimigo. Haron olhou em choque, sem acreditar que seu oponente usara o próprio ataque de fogo como vantagem. Ele tentou recuar, mas Ezrael já havia preparado seu próximo movimento. Com um gesto rápido, ele ativou uma habilidade única do sistema: a Lâmina de Caos Elemental.
Um raio de luz e escuridão convergiu nas mãos de Ezrael, formando uma lâmina longa e cintilante que vibrava em poder puro, misturando o elemento das sombras e da luz em um só. Ele avançou contra Haron, a lâmina cortando o ar com um assobio mortal. Haron bloqueou com dificuldade, invocando uma espada de vento sólida, mas a força da Lâmina de Caos quebrou sua defesa em segundos. Haron foi empurrado para trás novamente, seus pés arrastando-se pelo chão da arena.
Vendo que estava em desvantagem, Haron invocou seu maior trunfo: a técnica “Explosão de Mil Ventos”, um feitiço poderoso que formou um ciclone ao redor de si, enviando rajadas de vento afiado como lâminas giratórias. Mas Ezrael, com olhos que cintilavam de determinação, murmurou a ativação de seu próximo ataque: a habilidade “Impacto do Golpe Celestial”, que aumentava em dez vezes a força de seu próximo golpe.
Com um salto ágil, ele surgiu acima de Haron, e seu punho desceu como um meteoro carregado de energia, dissipando o ciclone em uma explosão de vento e luz. O golpe atingiu Haron diretamente no peito, o fazendo cair ao chão com um impacto tremendo. A multidão prendeu a respiração. Haron tentou levantar-se, mas seu corpo tremia e cedeu ao peso da exaustão e das dores.
O público, que antes se aglomerava em murmúrios ansiosos, explodiu em aplausos e assovios. Muitos dos mestres da Torre, que observavam das alturas, trocaram olhares impressionados, reconhecendo o potencial extraordinário de Ezrael. Mesmo sem possuir o talento de um gênio supremo, ele demonstrara habilidades excepcionais, uma combinação mortal de estratégia, destreza e magia.
Ezrael, desde sua chegada à Cidade do Alvorecer Dourado e ao longo do intenso processo de preparação para a seleção, concentrou-se em aprimorar e expandir suas habilidades. Nos dias que antecederam a conclusão da primeira etapa da seleção, ele treinou arduamente para adaptar-se ao novo corpo e entender melhor os limites e potencial dessa forma jovem. Com a urgência da competição e sua meta de conquistar um lugar entre os discípulos da Torre Mágica Amanhecer, ele usou esse tempo para relembrar antigos ensinamentos e desenvolver novas técnicas adaptadas ao ambiente hostil do mundo divino.
Esse período de transição não foi apenas para refinar suas habilidades, mas para estabelecer uma base sólida que lhe permitisse dominar habilidades avançadas como a Arte Arcana do Punho Sombrio, Lâmina de Caos Elemental e a poderosa Barreira de Mana, técnicas que demonstravam seu talento excepcional e força. Ele também explorou e testou o limite de sua habilidade de Absorção de Mana, reconhecendo que era essencial para reabastecer sua energia em meio a combates intensos.
O tempo de transição foi decisivo: com cada habilidade, Ezrael reforçou a confiança e desenvoltura, preparando-se para enfrentar os oponentes na arena com um nível de maestria que chamaria a atenção até dos anciões mais experientes. Essa dedicação fez dele um combatente singular, capaz de enfrentar os melhores talentos da Torre e capaz de usar cada habilidade não apenas com força, mas com estratégia e precisão.
[Sistema Nova]: Parabéns, Ezrael!
Você desbloqueou uma nova habilidade: Foco Total.
Esta habilidade representa um avanço significativo em seu caminho, refletindo o desenvolvimento de sua percepção combativa. Foco Total foi projetada para combates de larga escala, permitindo que sua mente acesse um estado de concentração aprimorado e precisão quase sobrenatural. Ao ativá-la, você verá o campo de batalha com clareza ampliada, identificando pontos fracos, aberturas sutis e movimentos dos oponentes antes mesmo que eles se realizem.
Com Foco Total, a habilidade de leitura de combate alcança um novo nível. Nenhuma armadura será intransponível; nenhum movimento estará além do seu alcance. Esta habilidade colocará em suas mãos o poder de explorar e neutralizar as defesas inimigas com precisão mortal.
Lembre-se: Foco Total é uma habilidade que exige energia e concentração. Em combates prolongados, seu uso estratégico poderá ser a diferença entre a vitória e a derrota.
Ezrael refletiu em silêncio, deixando sua mente examinar as vastas possibilidades que a nova habilidade oferecia. Foco Total… a promessa de ler o campo de batalha como uma página aberta, de desvendar as defesas dos inimigos e antecipar cada movimento com uma clareza que ultrapassava os limites do comum. A ideia de alcançar um estado de combate que lhe permitiria explorar cada fraqueza e prever ataques fez seu coração pulsar de excitação.
“Nas próximas batalhas,” pensou, um leve sorriso surgindo em seu rosto, “vou testar o alcance dessa habilidade. Preciso entender os limites dela, sentir essa nova percepção de combate e o quanto posso me aprofundar nela.”
A expectativa de colocar essa habilidade em prática renovava seu ímpeto. Ele visualizou o momento em que ativaria Foco Total, prevendo os ataques inimigos como se fossem ecos de movimentos futuros, prontos para serem lidos e interceptados. Se ele realmente pudesse dominar essa habilidade, a própria dinâmica dos combates mudaria.
Pronto para experimentar essa vantagem, Ezrael focou-se nos próximos desafios, ansioso para sentir o sabor de cada luta com a precisão e o controle de alguém que veria muito além das intenções óbvias de cada inimigo.