O Som da Guerra: A Origem - Capítulo 25
Capítulo 25
Vindalf, Mike e Barbarossa avançaram sem dificuldades por seus primeiros duelos, executando suas estratégias com precisão. Vindalf, com sua linhagem de ferreiro, conjurava feitiços de fortificação, imbuindo suas armas e escudo com uma resistência e peso esmagadores. Mike, por sua vez, manipulava o fogo com uma maestria que intimidava qualquer um que tentasse se aproximar. Barbarossa, focado em feitiços de impacto, combinava sua força física com explosões de mana, arremessando os oponentes com brutalidade. Cada feitiço que utilizavam havia sido meticulosamente pensado por Ezrael, adaptado às habilidades individuais de seus amigos para garantir um combate eficiente.
Apesar das vitórias iniciais, havia um clima de tensão nos bastidores das arenas. Vindalf, após sua luta, comentou com um sorriso cauteloso sobre a intensidade dos próximos desafios, pois sabia que a cada rodada o nível de dificuldade aumentaria, exigindo que explorassem ao máximo as técnicas e recursos que haviam dominado até agora. Mike concordou, notando que, enquanto o domínio de semente divina já os colocava acima da média, eles ainda não estavam próximos do poder que os três gênios das grandes famílias demonstravam, pois suas habilidades pareciam inatingíveis para os padrões comuns.
Em outra arena, Darius Warlock, Lucas Lionheart e Liliana Blackblade passavam por seus duelos com uma facilidade que beirava o desprezo, tamanha era a diferença de poder entre eles e seus oponentes. A intensidade do Domínio da Divindade Menor era um obstáculo intransponível para a maioria dos competidores, que mal podiam resistir a um único golpe. Para os três gênios, aquilo era apenas um exercício trivial, quase tedioso, com lutas que mal exigiam esforço.
Do outro lado em outra arena, Darius Warlock avançou com uma confiança fria, seus passos quase silenciosos enquanto seus olhos escuros fixavam o oponente com um desprezo inabalável. Sem hesitar, ele ergueu a mão, invocando uma aura densa e sombria ao redor de si. Com um movimento rápido, Darius conjurou feitiços de magia negra que se materializaram em lâminas de sombras, afiadas e implacáveis, avançando em direção ao adversário.
Seu oponente, um jovem mago no sexto estágio do Domínio da Semente Divina, tentou resistir, invocando uma barreira de mana para se proteger. A barreira tremeluziu e segurou o primeiro impacto, mas o poder de Darius era avassalador. Antes que o mago pudesse respirar, Darius conjurou uma segunda onda de escuridão, dessa vez em forma de correntes negras que rasgavam o ar. As correntes se lançaram contra a defesa do adversário, penetrando a barreira como lâminas cortando papel.
O jovem mago cambaleou para trás, suas defesas despedaçadas. Antes que ele pudesse reagir, Darius murmurou um novo encantamento, criando uma esfera de pura escuridão em sua mão que explodiu como uma onda, derrubando o adversário no chão. A multidão observava em silêncio tenso, impressionada com a facilidade com que Darius executava suas magias, como se o poder da magia negra fosse uma extensão natural de seu próprio ser.
O jovem mago mal teve tempo de processar o que acontecia antes que uma última investida de sombras o envolvesse, imobilizando-o no chão. Com um olhar frio e sem uma palavra sequer, Darius recuou, deixando claro que a batalha havia terminado. Ele nem ao menos olhou para trás para verificar o estado do adversário caído.
Ezrael fixava os olhos em cada movimento de Darius, observando a facilidade com que ele manipulava a magia negra como se fosse uma extensão de seu próprio ser. Havia uma ferocidade e precisão implacáveis em seus ataques, cada feitiço sendo calculado para ferir e desestabilizar o oponente sem um segundo de hesitação. O poder de Darius era evidente; uma força mágica imensa que tornaria qualquer combate direto extremamente arriscado. Ezrael sabia que vencer um combate de vida ou morte contra ele talvez fosse um sonho distante no presente momento, mas em um duelo controlado, onde cada golpe e defesa poderiam ser planejados meticulosamente, sua experiência milenar poderia lhe oferecer uma chance real.
Porém, mesmo com toda a destreza de Darius, quem capturava verdadeiramente a atenção de Ezrael era outra figura: a jovem Liliana Blackblade. Ao contrário dos magos que dominavam o campo, Liliana era uma espadachim mágica – uma combinação rara e formidável de habilidades. A lâmina que ela carregava nas costas, um artefato que cintilava com uma energia mágica pulsante, era claramente mais do que uma simples arma; era uma Lâmina Espiritual, passada pelas gerações mais jovens em sua família e rivalizava em poder com o Auge do Domínio da Divindade Menor. No entanto, Ezrael percebeu algo curioso: Liliana ainda não possuía a força total para utilizar o potencial completo da espada, como se estivesse apenas arranhando a superfície de seu verdadeiro poder.
Ele sentia uma energia primitiva na lâmina, como se fosse uma entidade em si, aguardando o momento certo para liberar sua verdadeira essência. Observá-la em ação era como ver uma tempestade prestes a se formar; apesar de seu controle ainda limitado, cada movimento de Liliana demonstrava a harmonia entre a força e a magia. Em um único golpe, ela cortava barreiras e dissipava feitiços menores, deixando seu adversário sem tempo para recuar. E, enquanto Darius se destacava pela força devastadora de seus ataques, Liliana impressionava pela elegância calculada e o poder silencioso que ainda aguardava, escondido nas profundezas de sua arma ancestral.
Com o passar das batalhas, o ranking da seleção começava a cristalizar-se, revelando uma hierarquia cada vez mais difícil de ser alterada. Cada luta, cada demonstração de poder e estratégia posicionava os combatentes em lugares firmes na lista. Os amigos de Ezrael, com o auxílio das habilidades concedidas por ele e uma determinação de aço, subiam gradualmente, ganhando respeito e um lugar notável entre os melhores. Cada vitória os aproximava mais dos primeiros colocados, com suas posições consolidando-se no top 20, em uma ascensão impressionante.
Mas enquanto os aliados de Ezrael lutavam ferozmente para manter suas posições, ele próprio avançava a passos largos no ranking. Atualmente no quarto lugar, Ezrael era visto como uma das maiores promessas da competição. Apenas três jovens prodígios permaneciam acima dele, destacando-se como os últimos obstáculos entre ele e o topo absoluto: Darius Warlock, Lucas Lionheart e Liliana Blackblade, os gênios supremos das três grandes famílias. A notoriedade deles era inquestionável; além de serem famosos por suas habilidades e talentos superiores, o peso de seus nomes trazia uma presença quase lendária ao torneio.
Para Ezrael, a situação era um desafio e um combustível. Ele sabia que, para ultrapassar esses jovens prodígios, precisaria aproveitar cada segundo, cada golpe e cada feitiço com precisão absoluta. E, embora os três mantivessem uma liderança imbatível até então, algo no olhar calculado de Ezrael sugeria que ele ainda não tinha mostrado tudo o que tinha a oferecer.
Ezrael avançou até o centro da arena com passos firmes, o ambiente à sua volta pulsando com a expectativa da multidão. A presença de Lucas Lionheart era marcante, mas o que mais chamou a atenção de Ezrael foi sua postura refinada. Lucas emanava uma serenidade incomum, refletindo a confiança de quem sabia o peso de seu próprio talento, mas que não se deixava dominar pela arrogância. Com um gesto de cabeça, Lucas o saudou e, com uma leve reverência, disse em tom tranquilo:
— É uma honra poder lutar com você, irmão mais novo Ezrael. Ouvi relatos do seu talento e da sua experiência, e é claro que sua habilidade é extraordinária. Espero aprender algo com este duelo.
A sinceridade na voz de Lucas surpreendeu Ezrael, que retribuiu o cumprimento com uma expressão de respeito e um leve aceno. Ele percebeu que, apesar de estar diante de um oponente, Lucas carregava uma humildade que contrastava com muitos outros que já enfrentara. Não havia traço de vaidade em suas palavras, apenas a calma e a segurança de alguém que tinha plena ciência de suas habilidades.
Eles tomaram suas posições opostas na arena, e com um gesto do juiz, o duelo teve início. A aura de Lucas se manifestou imediatamente, envolvida por um brilho dourado, e um calor imenso surgiu ao redor dele, evocando o espírito de um leão em plena caçada. Ezrael reconheceu a potência daquele domínio: era o poder característico da linhagem Lionheart. O ambiente tremeu quando Lucas iniciou um ataque em alta velocidade, seu corpo deslizando pelo campo com destreza e fluidez.
Ezrael manteve sua postura, respirando fundo e ativando seu Foco Total. Em um instante, sua visão foi inundada com as linhas de fraquezas e aberturas nos movimentos de Lucas, como se o próprio ar ao redor do adversário desenhasse uma rota ideal para ataque e defesa. Usando essa vantagem, Ezrael desviou do golpe de Lucas, aproveitando a brecha e contra-atacando com sua Lâmina de Caos Elemental, criando um arco de luz e escuridão que avançou em direção ao oponente.
Lucas reagiu rapidamente, invocando uma barreira defensiva em chamas, mas a lâmina de Ezrael a perfurou com uma energia tremenda, obrigando Lucas a recuar com um salto preciso. Os olhos de Lucas brilharam de animação e respeito, pois ele compreendia que estava diante de alguém que possuía uma técnica de combate devastadora.
— Vejo que não exagerei em minhas expectativas — admitiu Lucas, enquanto invocava ainda mais poder em suas mãos, pronto para o próximo confronto. — Será um duelo memorável.
Os dois guerreiros continuaram a batalha, com Ezrael absorvendo cada movimento de Lucas e ajustando sua estratégia em resposta, enquanto o público prendia a respiração, cativado pela intensidade e pela honra que permeavam o embate.
A batalha entre Ezrael e Lucas Lionheart avançava, e cada instante fazia com que o campo de combate se tornasse uma sinfonia de poder em ação. Lucas alternava entre feitiços de lâminas de fogo, que cortavam o ar como lâminas incandescentes, e ondas de fogo puro, geradas pela energia da poderosa linhagem dos Lionheart, que fervia ao seu comando. Cada golpe trazia o peso de um leão em fúria, porém, para a surpresa dos espectadores, mesmo ataques tão intensos mal conseguiam arranhar a defesa de Ezrael.
A verdade era que o sangue que corria em Ezrael não era comum. Sua Linhagem do Dragão Nova pulsava em suas veias, fortalecendo seu corpo como aço forjado pelas chamas de um dragão ancestral. Mesmo quando os feitiços de Lucas o atingiam, Ezrael suportava o impacto com uma resistência quase sobre-humana. A força de sua linhagem dava a Ezrael uma resistência natural, tornando-o uma muralha contra o fogo devastador de Lucas.
A batalha se arrastou, avançando em horas de golpes trocados, onde Ezrael aproveitava cada momento para se adaptar e testar suas habilidades do Sistema Nova. Em um contra-ataque rápido, Ezrael utilizou o Saquear, sugando parte da mana de Lucas, o que provocou um brilho de choque nos olhos do oponente. Naquele instante, Lucas sentiu seu poder diminuir, mesmo que brevemente, e percebeu que estava lidando com alguém que transcendia as expectativas.
Com o passar do tempo, Ezrael decidiu que era hora de encerrar o combate. Ele ativou sua habilidade Impacto do Golpe Celestial, reunindo uma energia devastadora em seu punho, sua aura expandindo-se até o limite, preenchendo o campo de batalha com uma pressão incomparável. Quando desferiu o golpe, Lucas mal teve tempo de erguer suas defesas, sendo atingido por uma força que o lançou a metros de distância, caindo ao chão em meio ao silêncio impressionado dos espectadores.
As expressões dos anciões e mestres da torre eram de pura perplexidade. Para eles, era inconcebível que um cultivador no Sexto Estágio da Semente Divina pudesse derrotar alguém do Primeiro Estágio do Domínio Divindade Menor, ainda mais um prodígio como Lucas Lionheart. A batalha havia terminado, mas a admiração nos olhos de Lucas estava intacta. Ele se levantou, mesmo machucado, e, com a respiração pesada, inclinou levemente a cabeça para Ezrael em um gesto sincero.
— Obrigado por esta batalha, irmão Ezrael — disse Lucas, a voz impregnada de respeito. — Você me deu uma lição valiosa hoje. Aprendi muito, e levarei essa experiência comigo para crescer ainda mais.
Enquanto os espectadores aplaudiam, Ezrael sentiu que havia dado mais um passo em seu caminho, não apenas provando sua força, mas mostrando a todos que o verdadeiro poder está na determinação e na sabedoria que se acumulam ao longo dos anos.