O Som da Guerra: A Origem - Capítulo 31
Capítulo 31
Ezrael, com os papéis da missão agora guardados em seu anel de armazenamento, caminhava com passos firmes e decididos pela densa floresta, a luz filtrando-se timidamente através das copas das árvores. Ao seu redor, seus amigos trocavam olhares de determinação, o clima de expectativa era palpável. A descrição dos Lobos Gigantes gravada em suas mentes trazia um misto de adrenalina e cautela, e a seriedade da situação não passava despercebida.
— Esses Lobos Gigantes são mais perigosos do que parecem — disse Mike, quebrando o silêncio enquanto observava os arbustos que balançavam ao vento. — Três metros de altura e capazes de controlar o vento… É quase como se fossem tempestades ambulantes.
Barbarossa assentiu, franzindo a testa. — E o Rei dos Lobos… Sexto Estágio do Domínio Divindade Menor? Precisamos estar em alerta total. Se encontrarmos essa criatura, o melhor será recuar imediatamente.
— Certamente — respondeu Vindalf, observando atentamente os arredores. — Não podemos subestimar o poder deles, especialmente o rei. Vamos manter a comunicação aberta e os olhos bem abertos.
Ezrael respirou fundo, sentindo a energia mágica ao seu redor. A floresta parecia viva, com o murmúrio das folhas e os sons distantes de criaturas que habitavam aquele lugar. Ele sabia que a natureza tinha seus próprios mistérios, e as feras mágicas eram uma parte indomável e perigosa desse ecossistema.
— Precisamos nos dividir em dois grupos — sugeriu Ezrael, mantendo o tom sério. — Um grupo pode se concentrar em explorar a área para detectar qualquer movimento, enquanto o outro pode ficar atento a qualquer sinal de emboscadas.
Mike olhou para Ezrael, admirando sua capacidade de liderança. — Faz sentido. Assim, conseguimos cobrir mais terreno e ter mais chances de identificar os lobos antes que eles nos peguem de surpresa.
— Eu e Vindalf podemos ficar na retaguarda — respondeu Barbarossa, sempre o protetor do grupo. — Se algo acontecer, estaremos prontos para reagir.
Ezrael fez uma leve pausa, observando os rostos de seus amigos. Todos estavam determinados e prontos para agir, mas a preocupação com o Rei dos Lobos pesava em suas mentes.
— Ótimo, então! — exclamou Ezrael. — Vamos agir com cautela e, se encontrarmos os lobos, lembrem-se: a prioridade é escapar se a situação ficar perigosa demais. Temos muito a ganhar ao coletar os núcleos das feras, mas nossas vidas valem mais.
Com o plano em mente, o grupo se dividiu de acordo com as habilidades de cada um. Enquanto Ezrael e Mike lideravam um dos grupos, Barbarossa e Vindalf tomaram a retaguarda, atentos a qualquer movimento suspeito.
Enquanto caminhavam mais adentro da floresta, o clima mudava. O ar tornava-se mais pesado, e uma sensação de tensão pairava no ambiente. O canto dos pássaros silenciou, e a floresta parecia absorver o som, como se a natureza estivesse ciente da presença de criaturas ferozes.
— O que você acha? — Mike sussurrou, quebrando o silêncio. — Estaremos prontos para enfrentar esses lobos?
Ezrael sorriu, tentando manter o ânimo do grupo. — Estamos prontos para qualquer desafio. Temos habilidades e conhecimentos que nos ajudam a superar essa luta. Acredito em nós.
Conforme avançavam, a vegetação se tornava mais densa, e os ecos distantes de rosnados de lobos começaram a ressoar, fazendo o coração de cada um acelerar. Eles estavam mais perto do que imaginavam, e a emoção da caça começava a fluir em suas veias. A verdadeira luta estava prestes a começar.
O vale dos lobos se abria diante deles, um espaço vasto e árido, onde as sombras dançavam sob a luz filtrada. O som de garras cravando a terra ecoava, e os quatro amigos sentiram a adrenalina percorrer seus corpos. Ezrael e Mike, na vanguarda, examinavam cuidadosamente cada canto e cada movimento. Os Lobos Gigantes, imensos e imponentes, se moviam em sua direção, seus olhos brilhando como lanternas na penumbra.
— Lembrem-se do plano! — sussurrou Ezrael, a tensão evidente em sua voz. — Precisamos atacá-los em grupo, mantendo o foco. O trabalho em equipe é nossa maior vantagem.
Mike assentiu, seus olhos fixos no lobo mais próximo. — Estou pronto. Vamos dar o primeiro golpe.
Vindalf e Barbarossa, posicionados na retaguarda, se prepararam para a emboscada, prontos para cortar as retiradas e atacar qualquer lobo que tentasse fugir. As feras, percebendo a presença dos jovens magos, rosnaram, mostrando seus dentes afiados e garras prontas para o combate.
Ezrael sentiu a energia mágica pulsar dentro dele, e com um movimento fluido, ele canalizou sua mana. Ao seu lado, Mike conjurou um feitiço de ataque, uma esfera de energia pura que iluminou o ambiente, refletindo no olhar feroz dos lobos.
— Agora! — gritou Mike, lançando a esfera em direção ao lobo à sua frente.
A esfera de energia explodiu ao impacto, criando uma onda de choque que fez o lobo recuar, furioso e confuso. Com isso, Ezrael se lançou para a frente, utilizando a Lâmina do Caos. Sua espada irrompeu em uma mistura de luz e escuridão, cortando o ar enquanto ele avançava.
— Foco no lobo mais à esquerda! — ordenou Ezrael, sabendo que suas ordens eram cruciais para o sucesso da estratégia.
Barbarossa e Vindalf seguiram as instruções de Ezrael, flanqueando o lobo com precisão. Barbarossa utilizou sua força bruta, desferindo golpes poderosos que desestabilizavam a fera, enquanto Vindalf conjurava uma tempestade de vento, criando um turbilhão ao redor do lobo para dificultar seus movimentos.
Os Lobos Gigantes reagiam com ferocidade, suas garras cortando o ar, mas o trabalho em equipe de Ezrael e seus amigos mostrava-se eficiente. Enquanto Barbarossa mantinha o lobo ocupado, Mike aproveitou a distração para lançar um ataque de relâmpago, atingindo o lobo com um clarão ofuscante.
Ezrael observou a situação cuidadosamente, buscando a oportunidade perfeita para seu golpe final. A adrenalina pulsava em suas veias, e ele se sentiu mais vivo do que nunca. Com um movimento preciso, ele invocou a Absorção de Mana, capturando a energia mágica que emanava do lobo enfraquecido.
— Agora! — ele gritou, lançando-se para a frente com a lâmina em punho. O lobo, atordoado e incapaz de reagir, não teve chance. Ezrael desferiu um golpe certeiro, utilizando toda a energia que havia acumulado.
A lâmina cortou através do ar, e o impacto reverberou pela floresta enquanto o lobo caía, derrotado. O núcleo mágico brilhou, sinalizando a vitória e a recompensa que aguardava o grupo.
Mas a batalha ainda não havia terminado. Os outros lobos, percebendo a queda de seu companheiro, começaram a se reunir, rosnando e se preparando para atacar em massa.
— Precisamos nos preparar! — gritou Vindalf, levantando sua mana em um esforço de contenção. — Eles não vão desistir tão facilmente!
Ezrael respirou fundo, sentindo o poder ao seu redor. — Fiquem alertas e sigam o plano! Vamos derrotá-los um a um!
Ouvindo as instruções de Ezrael, o grupo se reorganizou rapidamente. A luta contra os Lobos Gigantes apenas começava, e eles precisavam de toda a sua força e habilidades para enfrentar o que estava por vir. A tensão crescia enquanto os lobos avançavam, prontos para vingar a queda de seu companheiro.
Ouvindo o uivo estrondoso que ecoava pela floresta, Ezrael sentiu um arrepio percorrer sua espinha. O som ressoava como um trovão, reverberando entre as árvores e fazendo a terra tremer sob os pés do grupo. Ele e seus amigos se entreolharam, a preocupação refletida em seus rostos.
— Isso não é bom, — disse Mike, seu tom de voz carregando a tensão do momento. — O Rei Lobo Gigante chegou.
Ezrael assentiu, apressando-se para reunir os núcleos das feras derrotadas. — Temos que ir agora! A recompensa pela cabeça do Rei não vale nossas vidas. Ele é um adversário muito mais forte.
Enquanto eles recolhiam os núcleos, os lobos restantes começaram a se reunir, formando uma barreira entre o grupo e a saída. O Rei Lobo Gigante, imenso e majestoso, surgiu em meio à vegetação, seus olhos brilhando como carvão em brasa. Ele tinha uma presença avassaladora, e a aura de poder que o envolvia fazia com que o ar ao redor parecesse vibrar.
— Rápido! — ordenou Barbarossa, sua voz intensa. — Precisamos sair daqui!
Ezrael, com seu coração acelerado, decidiu que não podia perder tempo. — Vamos nos mover para a direita! Se conseguirmos desviar da área onde os lobos estão mais concentrados, poderemos alcançar a saída.
Os amigos seguiram as instruções de Ezrael, apressando-se enquanto o Rei Lobo avançava, soltando rosnados ameaçadores. A cada passo que davam, o uivo de guerra da criatura fazia com que o chão tremesse, e as folhas ao seu redor se agitavam freneticamente.
— Ele está vindo! — gritou Vindalf, olhando para trás enquanto o Rei Lobo se aproximava, sua forma colossal se destacando contra a luz filtrada pela floresta. — Acelere!
Ezrael usou sua energia mágica, canalizando-a para aumentar sua velocidade. Ele sentiu o calor da mana fluindo através dele, e o grupo rapidamente se lançou para o lado. A batalha contra os lobos comuns havia sido intensa, mas enfrentar o Rei era um desafio que eles não estavam prontos para encarar.
— O que faremos se ele nos alcançar? — perguntou Mike, enquanto corria ao lado de Ezrael. A preocupação era palpável em sua voz.
— Tentar uma distração, talvez, — respondeu Ezrael, pensando rápido. — Se conseguirmos desviar sua atenção, poderemos escapar.
Quando chegaram a uma clareira mais ampla, Ezrael teve uma ideia. — Vou criar uma barreira de vento para dificultar sua passagem! Isso deve nos dar tempo para sair.
Ele se concentrou, suas mãos se movendo rapidamente enquanto invocava a Barreira de Mana. Uma onda de energia mágica irrompeu de sua palma, formando uma barreira protetora diante deles. A estrutura brilhante cintilava enquanto o Rei Lobo se aproximava, seus olhos focados na presa à sua frente.
A barreira se expandiu, criando uma resistência temporária contra o avanço do Rei. Os lobos comuns, confusos, hesitaram por um momento. Ezrael aproveitou a brecha.
— Agora! — gritou, e o grupo avançou, correndo em direção à saída da floresta. Eles não podiam parar, não podiam olhar para trás.
O Rei Lobo, atingido pela barreira, uivou furiosamente, um som que gelava o sangue nas veias de Ezrael. A barreira começou a se desvanecer, e Ezrael sentiu a pressão aumentando.
— Precisamos de um caminho, rápido! — exclamou Barbarossa, sua respiração pesada.
— Aquele caminho! — apontou Vindalf, indicando uma trilha à esquerda. Era estreita e cercada por árvores altas, mas parecia ser a única saída. — Para lá!
Ezrael e seus amigos seguiram em frente, a adrenalina impulsionando-os a atravessar o estreito caminho. O som do Rei Lobo rugindo atrás deles ecoava, uma lembrança de que a ameaça ainda estava bem próxima.
A floresta se tornava cada vez mais densa, e a vegetação quase parecia se fechar atrás deles, mas eles não podiam desistir. O medo de serem capturados pela feroz fera os impulsionava, e cada passo se tornava mais rápido.
Finalmente, eles avistaram a borda da floresta, onde a luz do sol brilhava intensamente. Com um último esforço, o grupo saiu da densa vegetação e se lançou para fora, aterrissando em um campo aberto.
— Conseguimos! — gritou Mike, exausto, mas aliviado. Eles se voltaram para ver a floresta atrás deles, onde o Rei Lobo Gigante se detinha na borda, sua figura colossal destacando-se na sombra das árvores.
Ezrael respirou fundo, ainda sentindo a energia da luta pulsar em seu corpo. — Mas não podemos ficar parados. Precisamos nos afastar antes que ele decida nos seguir.
Com isso, o grupo rapidamente começou a se mover, deixando o vale e a floresta para trás. Eles sabiam que haviam conseguido escapar, mas o desafio estava longe de terminar. A luta pela sobrevivência continuaria, e eles precisariam se preparar para enfrentar adversidades ainda maiores no futuro.