O Som da Guerra: A Origem - Capítulo 33
Capítulo 33
Darius Warlock queria a vida de Ezrael, mas isso não abalou o jovem mago. Em vez disso, ele começou a traçar um plano de fuga meticulosamente pensado. Com um movimento ágil, decidiu que, ao invés de simplesmente escapar, atrairia os assassinos para uma armadilha que ele mesmo havia preparado em seu jardim.
A armadilha consistia em uma formação de matriz que confundiria os sentidos de qualquer um que estivesse abaixo do auge do Domínio da Divindade Maior. Essa matriz, conhecida como Matriz Fumaça do Abismo, era uma das inúmeras armadilhas e formações que Ezrael armazenava em sua Biblioteca Mental, um vasto repositório de conhecimentos e habilidades que ele havia acumulado ao longo de sua vida passada. Como um antigo Supremo Ancião, ele tinha acesso a todos os segredos e técnicas de seu clã celestial, que fora exterminado pela antiga raça dos demônios originais.
Ezrael correu em direção ao jardim, seus passos ágeis como um felino, enquanto preparava sua mente para ativar a matriz no momento certo. Ele se sentia revigorado, uma chama de determinação queimando dentro dele. Com cada passo que dava, a confiança crescia; se Darius e seus assassinos quisessem acabar com ele, teriam que enfrentar as consequências de subestimar seu intelecto e suas habilidades mágicas. Assim, ele se posicionou na entrada do jardim, pronto para o embate que se aproximava.
Os assassinos, ao adentrarem o jardim, foram imediatamente envoltos por uma espessa fumaça que obscurecia completamente sua visão. Desorientados e confusos, eles começaram a entrar em pânico. O líder do grupo, um homem de presença imponente, gritava ordens frenéticas, pedindo que atacassem de todos os lados. Mas suas vozes eram apenas ecos em meio à névoa espessa, que se tornava cada vez mais opressora.
Ezrael, por outro lado, permanecia calmo e sereno. Ele sorria, um sorriso que refletia sua confiança e inteligência. Usando sua habilidade Foco Total, ele conseguia perceber as fraquezas de seus adversários com clareza, mesmo na obscuridade da fumaça. Com movimentos ágeis, ele desviava dos ataques descontrolados, como um dançarino em um palco, enquanto os assassinos perdiam suas chances de acertá-lo.
Cada golpe desferido pelos inimigos passava longe, enquanto Ezrael se movia com precisão cirúrgica, aproveitando a falta de visão deles. Ele se lançou sobre os assassinos um a um, usando suas habilidades mágicas para eliminá-los rapidamente. A fumaça servia como sua aliada, ocultando seus movimentos e criando uma atmosfera de desespero entre os atacantes.
Ezrael, agora com uma expressão determinada, percebeu que tinha o controle da situação. Cada um dos assassinos, ao tentar se orientar, encontrava a morte de maneiras que nem sequer imaginaram. A armadilha que ele havia preparado não era apenas uma defesa; era a sua chance de mostrar a todos que ele não seria facilmente derrotado, nem mesmo pelos melhores assassinos enviados por Darius Warlock.
Com os assassinos mais fracos derrotados, o ar pesado da fumaça agora se tornava um campo de batalha onde apenas o líder permanecia, um poderoso inimigo que ostentava o Primeiro Estágio do Domínio da Divindade Maior. Ezrael sentiu uma onda de excitação percorrer seu corpo; ele sabia que essa seria uma oportunidade não apenas de vencer, mas de testar seus limites e consolidar ainda mais seu poder.
O líder dos assassinos, mesmo em meio à névoa, era um adversário astuto e experiente. Ele tentava prever os movimentos de Ezrael, mas o jovem mago se movia com agilidade, utilizando as sombras e o caos ao seu favor. Cada troca de golpes o aproximava mais do auge de suas habilidades. Ezrael podia sentir a energia mágica pulsando ao seu redor, e a cada ataque que desferia, sua determinação crescia.
Após um tempo exaustivo, as habilidades de Ezrael finalmente se uniram em um poderoso clímax. Com um grito de batalha, ele rompeu para o Quinto Estágio do Domínio da Divindade Menor. A sensação era eletrizante; ele sentia a energia mágica fluindo em seu corpo como um rio descontrolado. Era como se o próprio universo lhe concedesse um novo poder. Aproveitando essa nova força, ele ativou a habilidade Saque. A energia mágica do líder, uma força que parecia inabalável, começou a ser drenada. A cada segundo, a vitalidade do assassino diminuía, enquanto Ezrael se fortalecia.
Finalmente, com a energia suficiente absorvida, Ezrael preparou seu golpe final: a Lâmina do Caos. Ele concentrou toda a sua energia acumulada, criando uma lâmina que pulsava com uma mistura de luz e escuridão. O líder dos assassinos, percebendo que seu tempo se esgotava, tentou atacar, mas era tarde demais. Ezrael desferiu o golpe, uma explosão de poder que ecoou através da fumaça e cortou o ar.
A lâmina atingiu o líder com um impacto devastador, encerrando sua vida em um instante. Ezrael sentiu a onda de poder fluir através dele, não apenas pela vitória, mas pela certeza de que estava no caminho certo para se tornar cada vez mais forte. Ele havia triunfado sobre um inimigo formidável e, com isso, solidificado sua posição na Torre Mágica Amanhecer, onde a inveja e a ambição se entrelaçavam como um fio de destino.
Após a batalha intensa, Ezrael sabia que não poderia deixar vestígios do confronto. Com um movimento de mão, ele ativou uma magia de fogo que envolveu os corpos dos assassinos, consumindo-os em chamas azuis. A fumaça que se ergia era densa e escura, mas ele havia escolhido esse elemento intencionalmente, pois as chamas também tinham a função de purificar o local, reduzindo qualquer vestígio da luta que havia ocorrido.
Enquanto as chamas dançavam, ele caminhou calmamente ao redor da cena, observando como o fogo se alimentava das vestes e dos corpos, queimando tudo até virar cinzas. O calor era intenso, mas Ezrael estava focado. Ele murmurou palavras de encantamento, chamando a água mágica que sempre tinha em seu arsenal. As águas cristalinas surgiram ao seu redor, como se tivessem vida própria, e se dirigiram para os restos em chamas, criando um contraste hipnotizante entre os elementos.
Assim que a água entrou em contato com as chamas, uma explosão de vapor se ergueu, mas, em um movimento calculado, Ezrael canalizou a energia da água, transformando-a em uma neblina suave que envolveu a área. O vapor tomou conta do espaço, ocultando os vestígios do que havia acontecido ali. Ele não queria deixar qualquer sinal que pudesse indicar que uma luta mortal havia ocorrido em sua residência.
Finalmente, com um último gesto, ele desativou a Matriz Fumaça do Abismo. A formação que havia enganado os assassinos agora se dissipava, restituindo a tranquilidade ao jardim que tanto prezava. Ao observar o cenário agora limpo, Ezrael sentiu um leve alívio. Ele havia não apenas sobrevivido a um ataque traiçoeiro, mas também tomado medidas para proteger sua vida e sua nova casa na Torre Mágica Amanhecer.
Ouvindo os sons suaves da natureza ao redor, Ezrael se permitiu um momento de reflexão. Ele sabia que mais desafios viriam, e que Darius Warlock não desistiria tão facilmente. Mas, naquele instante, ele estava mais forte e preparado para enfrentar o que estivesse por vir. A determinação cresceu dentro dele como uma chama, e a busca por poder e reconhecimento apenas começava.
Ezrael respirou fundo enquanto caminhava em direção ao Salão de Ensinamento Público de Mestres, sua mente fervilhando com pensamentos sobre sua recente batalha e o poder que havia conquistado. Ele sabia que a vida na Torre Mágica Amanhecer não era apenas sobre conquistas pessoais, mas também sobre como enfrentar desafios e se fortalecer através deles. As lições que aprendera em seu passado o guiavam, e ele estava determinado a forjar seu próprio caminho.
***
Ao adentrar no salão, ele foi saudado com sorrisos e cumprimentos respeitosos. O ambiente vibrava com a energia dos discípulos que conversavam animadamente sobre suas últimas missões e conquistas. A reputação de Ezrael como Caçador Mestre o precedia, e o respeito que havia conquistado entre os outros era evidente. Ele se sentiu bem-vindo, mas também sabia que isso trazia consigo a expectativa de que ele continuasse a se destacar.
Após se apresentar ao oficial de missões, Ezrael estudou as tarefas disponíveis. A parede repleta de pergaminhos oferecia uma variedade de opções, desde caçar feras mágicas a explorar áreas perigosas. No entanto, algo chamou sua atenção: uma missão de resgate para uma jovem maga desaparecida. O coração de Ezrael disparou. Ele sabia que esse tipo de missão era arriscado, mas também desafiador, e a ideia de salvar alguém o motivou a se comprometer.
Ao se inscrever na missão, ele começou a investigar os detalhes. A jovem maga havia desaparecido em uma floresta próxima, conhecida por ser o lar de diversas feras mágicas e armadilhas traiçoeiras. Os boatos diziam que ela estava em busca de um artefato mágico, mas nunca mais foi vista. O pensamento de que ele poderia ser a única esperança dessa jovem trouxe uma nova chama de determinação a Ezrael. Ele sentia que resgatar a maga não apenas mostraria suas habilidades, mas também lhe daria a oportunidade de fazer a diferença na vida de alguém.
Ezrael se despediu dos amigos que o apoiaram e, com seu anel de armazenamento cheio de recursos e ferramentas mágicas, partiu em direção à floresta. Ao entrar no denso manto de árvores e sombras, ele sentiu a familiaridade da natureza ao seu redor. Mas, desta vez, havia um objetivo claro. Ele não seria apenas um Caçador de Recompensas; ele seria um herói.
Conforme avançava pela trilha, os sons da floresta preenchiam o ar. O farfalhar das folhas, o canto dos pássaros e o suave sussurro do vento eram um lembrete constante de que, mesmo em meio ao perigo, a beleza ainda existia. A cada passo, Ezrael se concentrava na missão, visualizando a jovem maga e imaginando a coragem que ela teria demonstrado em sua busca. Ele estava decidido a trazer essa coragem de volta para casa.
O caminho à frente era incerto, mas Ezrael não hesitou. A cada passo que dava, ele estava um pouco mais perto de descobrir o que realmente significava ser um verdadeiro Caçador.