Passos Arcanos - Capítulo 180
Sentia-se livre, flutuando no ar. As amarras de antes, da história e da atualidade, se quebravam mentalmente ao assistir Carsseral abrir sua boca e engolir Feiticeiros a vontade. Não muito distante, em solo, Rock Albone lidava com a pressão de se manter de pé depois de receber cem magias altamente poderosas dos seus próprios Feiticeiros.
Os procurados mais perigosos que ele mesmo havia chamado arrastaram-se para longe e fugiram com seus pergaminhos. Os mais desafortunados tiveram de enfrentar Martin Crons rasgar o céu com seus relâmpagos ao ponto que gargalhava.
Ter aberto um portal para ele antes de perder a consciência no Oceano Congelado foi a melhor ideia possível. Seu aliado mais poderoso, e agora conhecia a arte ‘Espírito das Nuvens’, que nem mesmo Orion aprendeu quando mais novo.
Uma nuvem, composta por temperatura incluía a vontade do Fogo e da Água. Por estar no céu, o Ar se mantinha em sua completude, e desafiava a Terra. Para sentir os elementos primários, seu usuário deveria entender cada um deles.
Um desafio nada fácil para aqueles que sentiam-se fortes em seu próprio elemento.
Quando Martin Crons foi derrotado, ele procurou uma forma de melhorar, mas Handley era tão impetuoso com as lutas, que não demorou para que fosse rebaixado. Ninguém iria lecionar um rapaz que não queria mais erguer as mãos e fazer o trabalho duro.
E o ‘Espírito das Nuvens’, dado por alguém que não tinha nada a perder estudando, se fundiu a um corpo recheado de um desejo escondido abaixo do orgulho.
— Para ser o próximo Rei Relâmpago, terá que mostrar orgulho para os inimigos e humildade aos seus aliados. — Orion entregou o livreto que tinha, inacabado pelos comentários de seu antigo mestre, Cassiano Baker. — Então, aprenda mais do que já sabe. A mente nunca cansa de aprender.
E por alguns meses, Martin chegou a entender perfeitamente como os elementos se sentiam. Era necessário, realmente, mais do que poder. Era necessário afinidade. Uma palavra que muitos Magos retiravam de suas lembranças.
Finalmente, as magias se esgotaram. Rock se manteve de pé, sem ao menos sair do lugar. Porém, seu peito e barriga foram cortados, seu pescoço tinha marcas de queimadura e seu cabelo, raspado, tinha escurecido.
Os dois braços, esticados e suspensos, tremiam.
Defendeu um ataque espacial com as próprias mãos, usando sua mana como combustão, e ainda tinha poder sobrando. Orion ficou admirado, bem mais. E irritado. Um ser podre como ele tinha tanto ainda para libertar.
Desceu no ar, vagamente, e sem tocar os pés no chão, se arrastou por cima do gelo em sua direção.
— Darei uma chance para que fuja — sua voz penetrou a mente de Rock Albone. — Se me dar a localização do esconderijo dos seus procurados.
— Está falando… pela mente? ‘Visão Mental’? — Rock sentiu a dor de cabeça e fechou os olhos, gemendo. — Pare com isso. Minha cabeça…
— Não dou segundas chances, Rock. Sua morte aqui não beneficiará ninguém, mas se me der a localização, não irei atrás de você. Não agora.
O Campeão da Luz ergueu a cabeça, cheio de dor e queimaduras. Se ele tivesse chances, lutaria abertamente. Seus braços e pernas ganharam ferimentos demais para se mover. Sua única chance, Orion sabia, era fugir.
No entanto, o Dragão Carsseral se movia na sua direção. Um Dragão Cobra, largo demais e com poder para destroçar um exército sozinho. Rock não tinha um exército, não mais. E os que chamou de irmãos fugiram.
Ninguém estava ao seu lado.
— Aceita minha oferta?
— O que me garante que não vai me matar depois de eu falar? Você é um Mago, como qualquer outro.
— Sou um Mago, isso é certo. Pelo nome da minha família, os Baker, juro que darei cerca de um mês para que fuja. Não irei atrás de você nesse meio tempo. — Ele levantou o braço direito, ainda flutuando sobre o gelo. — Minhas palavras são as mais honradas que vai receber aqui, depois de tudo que fez, depois tantos mortos.
Rock deu um sorriso torto.
— Um Baker. Faz tanto tempo que não ouço falar deles. E achar que um dos Cães Imortais iria aparecer aqui.
— Sua derrota não é incomum. Eu derrotei Azrael Carnage, em São Burgo, também. E ele escapou de mim. O que estou dando é uma oportunidade, me diga e vá embora.
— Famílias, títulos e nobreza, nada disso importa. — Ele deixou o ombro relaxado. — Contarei a você, como um Albone, uma família destroçada pelo tempo. E irei querer minha revanche, Cão Imortal.
— Se o destino assim desejar.
O Dragão parou atrás de Orion. Seus dois olhos dourados e esverdeados sedentos por mais uma vítima. Rock suspirou de medo, e recuou fracamente um passo.
— Sente medo de mim, humano? — a voz de Carsseral ecoando pelo Oceano Congelado. — Logo você, que queria usar uma lenda para ter a mim? Lendas são lendas. E você não tem nada a não ser medo, desejo e cobiça. Diga o que queremos e parta para nunca mais voltar.
— Eu farei isso. — Rock não armou nenhuma armadilha, e contou exatamente os pontos onde seus soldados aguardavam. O Norte estava infestado de Feiticeiros, até mesmo dentro da corte Imperial de Nero.
Orion ouviu detalhadamente e, como prometido, o deixou partir.
Nero chegou assim que Rock Albone se foi. E sua cara tinha descrença e raiva.
— Deixou ele ir? Depois de tudo isso? — A ira cobria sua face. — Depois dele ter quase te matado?
— Rock Albone foi embora, mas não irá sobreviver por muito tempo. — Se deixou tocar o gelo novamente. — A runa que demarquei em seu peito era composta por duas etapas diferentes. A primeira era para que minha magia espacial chegasse até ele. Enfraqueci sua defesa, e a segunda era um sinalizador. Se ele tentasse usar suas chamas azuis, a runa que eu Martin pôs em seu peito se tornaria ainda mais funda, quase imperceptível.
— Colocou um marcador nele? — A aura de Nero se tornou mais branda. — Assim podemos achar outros pontos. Podemos ir lá depois.
— O senhor tem pendências mais urgentes a tratar. Sua filha, para começar. Deixe Rock Albone para o Conselho dos Doze, já que as Academias tanto queriam deixar sua filha morrer.
Nero abriu e fechou a boca.
— Como é?
— Eu recebi uma mensagem, antes de salvar Cecilia, pedindo que Rock tirasse o núcleo de sua filha e fosse embora. Quando eu chamei por sua ajuda, não foi por benefício próprio, foi porque se eu fizesse qualquer movimento contra os diretores, eu seria considerado um alvo depois de tudo isso passar.
— E salvou Cecilia, mesmo assim.
— Eu vi as possibilidades, senhor. Nenhum delas beneficiaria a nós. Sua filha morreria, Rock teria o núcleo, mesmo que Carsseral não ligasse para isso. — Nero fitou o extenso dragão esticado sobre os blocos de gelo. — Os diretores deram uma ordem, uma que a própria Ordem decidiu muito tempo atrás.
— E agora, quer minha ajuda para não se tornar um alvo.
— Exatamente. Eu sou uma espada, Imperador Nero. Martin Crons também é. Almejamos o topo mais do que qualquer outro Mago hoje, mas hoje não temos como nos garantir contra a Ordem, nem contra o Conselho dos Doze.
Nero cruzou os braços. Mesmo o Dragão não parecia ter influência em sua decisão. Era o preço de ser grande, o preço de ser um Imperador. Orion, no entanto, era apenas um Mago.
O destino mais próximo era apenas Arche-Mago, o mais novo da história.
— Iremos voltar para Randal depois de irmos até Cecília — disse Nero. — Alias, para onde a levou? Um lugar seguro, você disse.
— O lugar mais seguro que uma pessoa poderia estar. — Orion esticou a mão e conjurou um portal direto para Caldeiras de Ilhotas. O outro lado era uma sala, o cheiro de café e madeira, além de que sentados no sofá estavam Oliver Baker, Silena Vidian e Cecilia Defoul.
A neve e o frio repentino chamaram atenção. Silena foi a primeira a se ajoelhar. Atrás dela, Oliver. Nero caminhou com os braços abertos e um sorriso tristonho.
— Minha filha. — Eles se abraçaram. — Eu achei que tinha te perdido.
Silena ergueu a cabeça, não focando no Imperador. Era a silhueta de Orion, fitando um Dragão de escamas prateadas e sorrindo.
— Aquele careca deu mais trabalho do que disse — brincou Carsseral. — E sua magia espacial, você não mencionou nada sobre usá-la.
— Rock era uma ponta, não para nós dois. E sobre seu tamanho, existe alguma possibilidade de encolher?
— Sou um Dragão Cobra, Orion. — A mana de Carsseral diminuiu ao ponto dele mesmo também ter o mesmo trajeto. No entanto, duas patas cresceram na traseira, e ele planava no ar com suas pequenas asas. — Posso mudar minha estrutura da forma que eu quiser. E tendo sua mana como combustível, duvido que o meu antigo tamanho seja o máximo.
— Ter me dado metade do seu núcleo mágico também foi arriscado.
— Nós dois tínhamos algo que o outro queria. O Homem que conjurava as estrelas sempre precisou de um núcleo, e a raça draconiana não precisa necessariamente do seu completo. — Voou até o ombro e sentou-se com o queixo erguido. — A mana da natureza nos fortalece mais do que nosso núcleo. Já nascemos como vocês humanos se declaram Grande Magos.
Orion não sabia desse fato.
— Então, ao me dar metade do seu núcleo, sua força continua a mesma?
— Praticamente. A parte retirada vai crescer, essa é a força de minha raça. — Ele gargalhou. — Está impressionado?
— Mais do que antes. — Ele virou-se ao sentir a mana de outra pessoa passar pelo portal. Oliver Baker, olhando ao redor, sem se intimidar pelo frio. — É bom te ver, pai.
Oliver fitou os arredores e depois o próprio filho.
— O Imperador disse o que fez. Eu deveria estar orgulhoso ou decepcionado?
Orion sorriu.
— Depois de quase um ano afastado de casa, eu acho que você deveria estar decepcionado. Eu podia ter acabado com essa luta se não fosse minha falta de atenção, a mesma que você sempre ficava reclamando. — Andou até ele e parou apenas um metro de distância. — Você… está decepcionado, pai?
— Meu filho se tornou um Selector. Ele é chamado de o ‘Último Cão Imortal’ e todos os Baker falam sobre recuperar pelo menos um pouco da nosso antigo prestígio por sua causa. — Oliver foi em frente e passou os braços pelas costas dele. — Estou mais do que orgulhoso. Irritado também. Quem é que deixa um holograma de despedida? Nunca te ensinei a ser covarde, ainda mais em se despedir de mim.
— Eu sei.
Afagar a si próprio no abraço daquele que o criou, os olhos de Orion se encheram de lágrima. Ali estava seu maior tesouro, e seu maior medo. Era o homem que forjou sua moralidade e conduta, e também o homem que indicou o caminho a ser percorrido.
Oliver se afastou, dando uma risada leve.
— Não vai entrar? Fiz café.
— Não posso, pai. Prometi a mim mesmo que eu só pisaria em casa de novo quando fosse um Arche-Mago. E pretendo cumprir essa promessa.
— Que besteira. Desde quando se tornou tão mesquinho? — Ele pegou pelo pulso de Orion. — Vem, se não vir, não precisa nunca mais entrar em casa. Agora que está viajando o continente inteiro se tornou idiota. — Bufou com um resmungo. — Eu até pedi para um dos rapazes comprar pão e mortadela. Vem logo.
Orion chegou ao limite do portal. Tinha entrado da outra vez por obrigação, agora era um direito. Sua promessa, se tornar forte o suficiente para proteger sua família, para tirar a mancha do seu nome. A madeira bruta lutando contra a neve.
— Entre — disse Carsseral. — As raras chances que tive com minha mãe se tornaram as melhores lembranças que eu tive quando me enfiaram naquela mundo de gelo. Ali dentro, o calor não é dado pelo temperatura, são os sentimentos dos que se importam com você.
— Bem filósofo.
— Cale a boca e entre, maldito.
Orion deu uma risada e pisou mais uma vez dentro da sua primeira morada.
Orion conversou com Oliver sobre tudo o que tinha passado. O Imperador Nero e Cecilia o ouviram atentamente também, além de Silena Vidian. Ouviu sobre as incursões dos piratas por parte do Imperador e os problemas envolvendo as Caldeiras de Ilhotas e sua divisão quanto a participação de Orion como um Mago no continente.
Ernesto Vidian não apoiava, de modo algum, a Lei Desesperada. E tentava audiências continuas com um dos membros do Conselho Geral de Justiça Mágica, falhando todas as vezes. E Gabriel Germaco, usando Silena e Raimundo Baker, doava mantimentos mensais para os Baker.
A situação era mais critica quando os Robert se aliaram aos Vidian para que Orion fosse revogado do título Mago e que fosse enviado de volta as Caldeiras para receber uma punição adequada pelo seu envolvimento.
— O título Cão Imortal causou muita confusão depois que foi exposto — contou Silena. — Ernesto quis vir falar com seu pai várias vezes também. Mas, os Anciãos negaram. Alguém acima deles mandou proteger sua família, Orion.
Não esperava por isso. Seu nome causou problemas, isso esperava. Mas, alguém proteger seu pai?
— E não para por ai — ela continuou. — As famílias de Segunda Ramificação espalhadas por Hunos disse que apoia seu nome e título. Algumas até mesmo falaram sobre filiação, se fosse possível. Querem que os Baker retornem para o continente.
— Isso é impossível — respondeu Orion. — Eu li cada artigo sobre ocupação territorial e sobre as leis intermináveis. Depois que uma família perde seu poder, ela não pode fazer nada.
— Politicagem básica dos livros — Nero respondeu. — Se existe uma forma de recuperar o que foi perdido, é lutando por ele. Quando o Rei Arcano decretou essa emenda, ele não pôde contrariar os Imperadores. Na época, meu pai foi certeiro ao dizer que se a família Baker tivesse a capacidade e também a vontade, eles poderiam ir atrás da honra.
Orion também não sabia disso.
— O que isso quer dizer? — Oliver questionou primeiro que ele. — Que podemos voltar para a guerra?
— A guerra é um pretexto para muitos, senhor Oliver. Feitos e grandezas são normalmente vinculados a Ordem, mas as famílias reais não possuem afinidade a eles. Os Imperadores foram óbvios nesse quesito, se os Baker quisessem, eles poderiam se submeter a uma família real como subordinadas e trabalharem para recuperar seu futuro.
— Está falando sério, senhor?
— Eu estava nesse dia — confirmou Nero várias vezes. — Meu pai nunca gostou de injustiças, e o que foi feito estava feito. Um homem não pode condenar a família inteira por um erro individual. Vocês sofreram porque tinham que sofrer, uma orquestra montada.
Orion olhou para Silena.
— Foi como eu te disse naquele dia.
— Eu me lembro. — Um pouco de raiva subiu na Vidian. — Ernesto usou o favor que tinha com o Rei Arcano para diminuir vocês. E agora comanda as Caldeiras com essas ridículas sanções.
— Eu posso ajudar, mesmo que só um pouco. — Nero cruzou os braços. — Meu pai tinha a mania de sempre querer ajudar as pessoas, e minha mãe sempre dizia que isso era errado porque o deixava exposto. Durante meus trinta anos como herdeiro e mais alguns como Imperador, vi as pessoas erradas sendo acusadas. Não posso dar meu nome, mas posso dar uma carta de apoio aos Baker.
Oliver ficou estático.
— Uma carta de apoio do próprio Imperador Nevasca? — Ele balançou os braços. — Não, não. Só de estar aqui o senhor já faz muito por nós. Meu filho tem sua amizade e…
— Seu filho tem muito mais do que minha amizade, senhor Oliver — Nero deixou claro. — Estou aqui hoje porque minha filha foi salva de uma tentativa de assassinato. Sem ele, perderia o que me é de mais importante.
Sua mão repousou na de Cecilia.
— Ela é o meu futuro e também meu maior presente. Assim como sei que a casa Baker é o maior tesouro que Orion pode ter. Estou errado, rapaz?
— Nem um pouco, senhor. Vivi até agora querendo reerguer o que me foi tirado de forma desonesta. Ernesto tem o poder nas Caldeiras e o Rei Arcano tem no continente, mas um dia vou me tornar o Rei Arcanusmos.
— Depois de vê-lo lutar contra Rock Albone, tenho certeza que nada vai impedi-lo. Bom, tenho que partir imediatamente para avisar minha irmã sobre o ocorrido. Orion, você tem o transmissor?
— Sim.
Ele passou um pergaminho da sua sacola espacial ao Imperador.
— Todos os lugares e também o nome de algumas pessoas que conhece que fortalecem a Liga dos Feiticeiros estão ai. E o lugar onde Rock se escondeu. Deve ser perigoso, então, recomendo cautela.
— E assim farei. Em troca, tome isso. — Nero passou um pergaminho de volta. — Magnus não deve te receber de braços abertos já que foi contra um pedido direto da Ordem dos Magos. Venha me ver, gostaria de conversar sobre as Lanças, se tiver interesse.
Orion guardou com gratidão.
— Eu vou partir, mas se o senhor tiver interesse em levar meu pai. Sinto que…
— Não precisa mencionar a segurança dele. Eu tenho um débito grande com você, rapaz. Senhor Oliver Baker, gostaria de ser o primeiro de sua família a conhecer Randal, o Império de Gelo e Neve?
A risada, Orion daria tudo para ver seu pai rindo daquela mesma forma a partir dali.
— Será mais do que uma honra, Imperador Nero. Eu sinto que não estou adequado para a ocasião.
— Lá terá mais do que roupas a se preocupar. Sinto que acharemos um lugar adequado para o senhor.
Cecilia segurou a manga do traje de batalha surrado do pai.
— O que foi? — perguntou ele. — Algo de errado, filha?
— Silena pode ir com a gente? Ela cuidou de mim, pai.
— Se assim quiser. — Nero fitou Silena. — Gostaria de se juntar a minha filha, senhorita Silena Vidian? Sua família não me agrada desde muito tempo, mas Orion confia em você o suficiente para tê-la em sua casa.
Ela se levantou na mesma hora.
— Sim, senhor Imperador Nero.
— Não precisa ser tão cortês. Metade do palácio fala isso. Me chame apenas de Imperador ou senhor, por via das dúvidas.
Ele tomou a se virar e andar na direção da parede. Cecilia e Silena foram juntas e Oliver parou no meio do caminho, com Orion ao lado.
— Eu nunca achei que fosse visitar o norte — disse Oliver. — Deve ser muito mais frio do que antes.
— Nada que não possamos lidar, pai.
O pergaminho se abriu e a neve caiu drasticamente pelos ventos fortes. Nero deixou Cecilia e Silena passarem, e depois Oliver. Por último, tirou um pequeno brasão de seu bolso.
— Quando estiver nos portões, mostre isso e te levarão direto para mim. E se preocupe apenas com Magnus e os diretores, seu pai estará seguro comigo. — Sorriu. Num ato inesperado, Nero se curvou diante Orion. Os outros assistiram, pasmos. — Agradeço pelo que fez hoje, Orion Baker. Nunca me esquecerei, tem minha palavra.
Orion repetiu o gesto.
— O mesmo, senhor.