Perseguidos Pelo Tempo - Capítulo 16
“Relógio do futuro? Aquele deus egocêntrico não perde uma oportunidade” com raiva penso nele
— Ei! A fonte da Chieko não era confiável!? — gritou Nozomi.
— Ela disse que sim! — falo e seguro firme em Mjonir enquanto encaro o capitão.
— Fonte? Aaaaa está dizendo do língua solta que achamos? — O Capitão levanta a mão.
Ele acena e varias e varias tropas surgem das montanhas, todas armadas até os dentes, lanças, espadas, arcos e flechas perfeitas, isso não é uma tropa preparada de uma hora para outra, eles planejaram isso perfeitamente, o deus do tempo passou tudo passo a passo para eles. Após todas as tropas se organizarem dois soldados se aproximam com um homem amarrado, ele aparenta ter sido espancado e torturado.
— Me… desculpe… — Ele diz e em seguida tosse sangue
— Você não é mais necessário traidor
Ele dá à ordem e os dois guardas enfiam suas espadas nele
— Não! — grito vendo as espadas entrando em seu coração. — Seu maldito!
— Ah por favor, você matou uma garota indefesa, isso aqui devia ser um colírio para seus olhos
— Eu não a matei! Seu general e rei desgraçados não me deram a chance de falar nada!
— Como se eu fosse acreditar nas palavras de um mero escravo fujão
Ele ergue o braço esquerdo com a palma da mão aberta e todos os arqueiros colocam suas flechas nos arcos, ele fecha a palma e eles puxam a corda.
— acho que eu já brinquei bastante com você, quando eu abaixar minha mão milhares de flechas perfuraram o seu corpo e de seus companheiros.
Estamos cercados, uma tropa está tampando a saída, milhares de arqueiros apontando flechas para nós, olho para o pessoal e sinto que se Kitsu usar uma magia de proteção junto com o meu corpo de escudo talvez eles consigam sobreviver a primeira onda de flechas, penso nisso por alguns segundos até que meu raciocínio é cortado….
— Nem pensar Kazuhiro! — Kitsu grita enquanto me encara — você acha que eu não sei que cara é essa que você está fazendo!? Você sempre faz essa cara quando está prestes a se machucar feio, então oque seja que está pensado descarte completamente! Ou aquele discurso foi tudo da boca para fora!?
As palavras de Kitsu foram como um tapa na cara, no que eu estava pensando? Isso além de não funcionar só provaria que eu não sou alguém confiável. Eu abro um sorriso
— Foi mal Kitsu, quase que eu faço merda.
— Ah já chega de papinho ai
Ele abaixa o braço, na mesma hora todos nós abaixamos, mas ele pára no meio
— Brincadeirinha hehe, eu não vim até aqui equipado com um exército só para te matar com umas flechinhas. — Ele ergue o braço e retira sua espada que fica em chamas. — Eu quero fazer isso com minhas próprias mãos!
— Mjonir, preciso do aumento de atributos! — falo.
— Mestre, você já esgotou seu tempo de uso não se lembra? — Ele fala e eu sinto como se uma pedra pesada caiu em minha cabeça.
— Acho que isso me fez perder um pouco da minha confiança — falo.
— Você vai morrer sem lutar, mestre? Achei que era melhor que isso…
— Ah sua arma desgraçada você vai ver que aqueles treinamentos valeram a pena.
Eu dou um sinal e nós ficamos em uma posição de seta na direção do general.
— Calma ae, não acha que seis contra um é muita apelação?
— Você só pode estar de brincadeira. — Nozomi tá se coçando para não pular nele.
— Você tem um exército cara! — Kitsu ta com os olhos em chamas
— Acho que essa brincadeira pode ficar mais divertida. — Seus olhos começam a brilhar.
— O que você quer dizer com “divertida”? — pergunto.
— venham para ca!
Ele acena para cima, cinco sombras com capuzes pretos voam de cima para baixo em uma velocidade surpreendente e atingem o chão sem fazer o mínimo barulho
— oque vocês me dizem de uma competição?
— Competição? E qual vai ser a diferença? Você vai nos matar se ganharmos ou perdermos! — Emi fala.
— Exatamente, mesmo se derrotarmos vocês o seu exército pode simplesmente fazer chover flechas enquanto estamos fracos. — completo.
— É claro que eu pensei nisso haha
Um senhor mais velho que deus e o mundo chega andando bem devagar e fica no meio de nós
— Este senhor é um juiz desde que nasceu, seus pais colocaram uma maldição nele, caso ele faça um julgamento errado ele morrerá, e pela sua idade dá para ver que ele nunca erra não é?
— E quais vão ser a regras? — Kitsu pergunta.
— As regras são essas… — O senhor começa a falar. — primeiro vocês vão tirar na sorte seus adversários, terão dois números iguais na caixa, dois 1, dois 2 e dois 3 e assim por diante, em seguida quem tiver os números iguais lutarão em uma disputa por nocaute. Já que estão em seis, caso de empate farão uma batalha em grupo para determinar o vencedor, caso os fugitivos ganhem eles poderão passar pela fronteira sem serem barrados, caso as tropas reais ganhem eles serão executados aqui mesmo, alguma objeção?
— Espera um pouco! Appu é uma criança ela não pode lutar contra eles. — Emi grita.
— Senhorita Emi não é? A carta estava cheia de informações, e para a disputa não ficar injusta olha quem eu trouxe comigo! — Ele aponta para trás.
A menor entidade se aproxima e retira o capuz , e é a criança que deixamos a alguns dias na casa daquela família de assassinos.
— Eu achei esta criança depois de sua família ser dizimada, eu como um bom soldado do rei decidi adotá-la! E como um bom pai quero que seus sonhos sejam realizados, agora diga minha querida filha, qual o seu sonho? — Ele com o maior deboche acaricia a cabeça da criança.
— Eu quero… matar o Kazuhiro! Ele matou minha irmã e minha mãe! Ele tem que pagar por isso! — Os gritos dela ecoam na ravina.
— Maldito… — sussuro
— Já que a partida está equilibrada, não existem mais motivos para discussões, certo? — Todos concordam.
Cometi inúmeros erros desde que cheguei a esse mundo, mas o maior que cometi foi desisti daquela criança, talvez se eu tivesse a levado junto não teríamos que lutar contra ela, talvez com alguma ajuda eu pudesse mudar aquela lavagem que foi passada para ela, não gosto deste reino nem de seu povo, só que sei que existem pessoas boas aqui, posso dar como exemplo Emi, Kitsu e Nozomi. Precisamos vencer o capitão e salvar todos aqui, incluindo aquela criança.
O tempo passa e cada grupo tem 30 minutos para decidir uma estratégia, fomos para perto da carroça, Appu não esta incluída nos sorteios, ela e aquela criança se enfrentarão, nem preciso dizer o quão desequilibrado é essa luta, uma criança que nasceu aprendendo técnicas de assassinato contra uma que nasceu escrava, fraca e nunca se alimentando direito.
— Ele vai trapacear… — falo e todos me encaram com uma expressão que já estavam com a mesma ideia — ele não viria atrás de mim até aqui para lutar com o Kitsu ou a Nozomi, tenho certeza que ele vai manipular os cartões.
— Faz sentido… aquele homem facilmente faria esse tipo de coisa. — Nozomi encosta na carroça.
— E então Kazuhiro? Está preparado para enfrentar ele? — Kitsu pergunta.
— E você ainda pergunta? Estou querendo dar um soco nele desde que ele jogou uma faca em mim, eu vou vencer ele… só que eu não estou preocupado com ele, e sim com aquelas figuras encapuzadas.
— Elas me preocupam também… — Vejo que Emi está um tanto nervosa
— Você vai ficar bem?
— Vai depender do meu adversário, mas… não uso muitas magias de ataque e minha habilidade com espadas de serra é limitado… — Ela aperta os punhos.
— Tenho total certeza que você vai conseguir. — Nozomi abre um sorriso e coloca o braço nos ombros de Emi
— Kitsu? — pergunto.
— Hehe, e você ainda pergunta? Não importa quem seja meu adversário, eu vou acabar com ele.
Ficamos um tempo conversando algumas estratégias até que percebo que Appu está inquieta e nervosa em um canto separado…
— Appu podemos conversar? Enquanto isso podem continuar debatendo estratégias.
Eu e Appu nos afastamos um pouco para atrás da carroça.
— Appu, você está com medo não é? — pergunto.
— Não! Só… pensando em… um jeito…
Ela ainda tem dificuldade em falar, mas já está bem melhor.
— Escuta, aquela garota pode ter sido criada por assassinos aprendendo técnicas para matar pessoas desde que aprendeu a falar, mas apesar de você ser uma escrava nada te impede de derrotar até demônios, olha para mim, sabia que já derrubei um dragão com as mãos nuas? — nem eu sei como fiz aquilo — então nada, nada mesmo te impede de vencer ela ok?
— Você é um homem… adulto, eu… sou uma criança… fraca — ela aperta os punhos
— Você pode ser um tanto mais fraca que eu, mas é ágil e astuta, se lembra do ataque rápido que fez? Aquele com o pai dessa garotinha, então, aquilo foi inteligente e rápido, em uma situação de alto risco você manteve a calma e fez o que foi necessário para situação, quando você vencer ela eu juro que faço outra torta de maçã. — Acaricio sua cabeça
Ela abre um sorriso e sua preocupação parece ter diminuído
— Atenção! — o juiz grita. — Os 30 minutos acabaram e as caixas estão preparadas para os votos!
Todos nos juntamos e há duas urnas entre os grupos adversários, o exército inimigo grita elogios para o grupo do capitão enquanto para nós são insultos e baixarias.
— Silêncio! — o exército se aquieta — cada grupo vá para uma urna e façam uma fila, retirem os cartões e se organizem.
Nós vamos até as urnas e cada um retira um cartão branco, quando o último de cada grupo tirou o cartão, números apareceram… um grande 6 cobre meu cartão, no de Kitsu aparece um 1, no de Daisuke um 2, no de Emi um 3, no de Nozomi um 5 e o cartão que sobrou virou um 4 que é o de Appu. Agora adivinha quem tirou o outro número 6? Exatamente, o capitão.
— Sem demora vamos organizar a primeira batalha, os dois cartões 1 se aproximem, as lutas serão organizadas pelos cartões. — O juiz fala.
Kitsu e a uma entidade de cerca de 3 metros se aproxima no meio, Kitsu tem 1,55, em comparação a entidade Kitsu é uma formiga, mas pela sua expressão no rosto, ele não vai desistir e nem ficar assustado, tenho quase certeza que ele esta até animado.